Revista Movi - Moda e Viagem

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Ano I - n° 01 - Dezembro/2018

Movi

MODA E VIAGEM

VARIEDADES

Tendências que não podem ficar de fora da mala

DANI.HOLZBACH

A marca que alia conforto e estilo em suas peças

HIGH-TECH

Roupas que associam moda e tecnologia

TOUR DA MODA

Lugares que contam a história da moda

DESTINO: NEW YORK Um miniguia para você descobrir o que a Big Apple oferece de melhor para quem ama moda e viagem. E ainda: a inspiração do jornalista Milena Wittekind em New York para empreender no Brasil


Foto: Danielly Engelmann Modelo: Elisa Cardoso


MODA E VIAGEM

EDITORIAL ----------------

Moda e viagem. A junção de duas paixões. Afinal, quem não ama viajar e estar bem vestida, né?! Forma de expressão, a moda nos acompanha em todos os lugares. Cada peça que escolhemos para vestir reflete nosso humor, nossa personalidade e até mesmo intenções – quem nunca colocou a melhor roupa do armário para conquistar alguém?! A moda é uma liberdade. Liberdade de expressão, de locomoção e de ousadia. Ao mesmo tempo em que representa também um risco: basta a escolha de uma roupa errada, em determinada ocasião, para que se torne um empecilho. Em viagens, todo cuidado é pouco em relação ao que se vai usar – afinal, não vale deixar de fazer um passeio ou uma visita, por exemplo, por não estar com a roupa adequada ou permitida. A Movi é o resultado de um trabalho de conclusão do curso de Jornalismo, na Universidade Federal do Pampa – campus São Borja – que busca, através de entrevistas, reportagens e dicas, ajudar as mulheres que amam moda e amam viajar a estarem não somente vestidas, mas sim bemvestidas para qualquer destino. Com o objetivo de proporcionar uma leitura leve, informativa e descontraída, você irá encontrar indicações de lugares, looks, de projetos que aliam moda e tecnologia, além de poder fazer um check-list sobre o que precisa ter para uma boa viagem – dos óculos aos sapatos. Ao aliar moda e viagem, aqui tratamos os temas não apenas como algo banal, mas como uma expressão. Independentemente de onde esteja, esperamos que nas páginas seguintes você encontre companhia para uma boa viagem. Com carinho,

Danielly Engelmann

-------------------------------------------------------------REVISTA MOVI

Ano I - n° 01 - Dezembro/2018 Universidade Federal do Pampa - campus São Borja Curso de Jornalismo Trabalho de Conclusão de Curso II Produção Jornalística, Projeto Grá�ico e Diagramação: Danielly Engelmann Fotos: Danielly Engelmann, divulgação/internet e acervo pessoal Orientação: Prof. Adriana Duval Colaboração: Bruna Bassani, Elisa Cardoso, Isabel Junqueira, Milena Wittekind, Rosana Engelmann, Rosane Tremea, Tamires Hanke, Tanize Sommavilla e Valdemir Maciel Capa: Milena Wittekind Impressão: Adhara Print Shop - Santo Ângelo/RS Tiragem: 05 exemplares Distribuição gratuita

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ร NDICE ---------------

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O QUE VESTIR?

Peรงas para diferentes temperaturas

ROSANE TREMEA

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8 14 DANI.HOLZBACH

ROUPAS QUE ALIAM MODA E TECNOLOGIA

A santo-angelense que virou grife

Viagens menos coloridas

12 ONDE IR?

Museus que contam a histรณria da moda


18MODA NOS PÉS

Calçados tendências para viagens

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IH, CHOVEU

Apostas para dias chuvosos

DESTINO: NEW YORK

Um miniguia para você descobrir o que a Big Apple oferece de melhor. E ainda: conheça a jornalista Milena Wittekind e como New York lhe inspira

VAI VIAJAR?

36 38

Situações chatas em viagens

PARIS E ISABEL JUNQUEIRA Conheça o que a jornalista e a Cidade Luz tem em comum

BRUNA BASSANI

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Moda como forma de comunicação


O QUE VESTIR? ------------------

Para cada temperatura, UM LOOK Organizar uma boa mala é umas das tarefas mais desafiadoras e que demanda tempo quando se pensa em viajar. Decidir o que levar, quantas peças, qual sapato, quais acessórios e o que não pode ser esquecido são pontos importantes na hora de arrumar a bagagem. Antes de planejar os looks é preciso verificar quais serão as temperaturas médias daquele período no lugar de destino. Afinal, estar confortável e, ao mesmo tempo, elegante, é muito melhor!

LUGARES QUENTES

Existe algo pior que o desconforto de passar calor com uma roupa quente demais para a ocasião? A escolha errada de roupa pode prejudicar o passeio ou compromisso. Em lugares com temperaturas elevadas é comum que a sensação térmica acabe gerando mal-estar e até mesmo interferindo na pressão sanguínea. Por isso, alguns cuidados são essenciais. A Movi selecionou peças que você tem que ter na mala quando for viajar para lugares com tendência a altas temperaturas.

BIQUÍNI

VESTIDOS

Além de serem uma opção bacana e prática – já que são peças únicas –, os vestidos deixam o look mais formal. Combinados com saltos ou rasteirinhas, podem ser acompanhados por acessórios dos mais diferentes estilos.

BLUSAS SOLTAS As blusinhas de tecidos leves como linho, algodão, renda e seda são uma ótima ideia. Com estampas ou lisas de cor única, com modelagens e acabamentos diferentes, as blusas combinam com tudo, seja com short, bermuda ou saia, e servem tanto para o dia quanto para a noite.

SHORT JEANS Peça curinga no guarda-roupa – e na mala, é claro –, o short jeans facilita a combinação de diferentes looks. Seja em tom mais claro, escuro ou colorido, as peças apresentam uma vasta gama de opções de modelo – boyfriend, cintura alta, destroyed, clochard.

Seja para usar na praia ou em um happy hour com outras peças, os biquínis são a preferência das mulheres em temperaturas muito altas – principalmente em locais litorâneos. Com modelos que vão do frente-única ao tomara-que-caia, com partes de baixo grandes ou pequenas, as peças também passaram a ditar tendência, com o incremento de pérolas, crochês, estampas e modelagens que diminuem ou aumentam o corpo, com acabamentos com brilhos ou aplicações.

CROPPED

Tendência nos últimos anos, os tops mais compridos ganharam a preferência das mulheres. Com adaptações de tecidos e acabamentos, compõem looks que vão do passeio à balada, facilmente.

CUIDADOS IMPORTANTES

Óculos – além de fazerem um estilo com o look, previnem os olhos do efeito danoso dos raios solares. Chapéus e bonés – acessórios daqueles que ou você ama ou odeia, mas que – se bem combinados –, além de protegerem contra o sol dão uma valorizada no look.


LUGARES FRIOS Há quem diga que, pior que passar calor, é passar frio. As temperaturas baixas exigem mais peças, muitas vezes usadas sobrepostas em camadas, que devem ser escolhidas com cuidado para não prejudicarem o movimento e a locomoção. Além disso, roupas inadequadas ao clima, que geram exposição errada ao vento, chuva e frio, podem prejudicar a saúde e antecipar a volta para casa. Fique atenta aos itens de moda que são essenciais para você que está planejando viajar para destinos com baixas temperaturas.

MOLETOM

TRENCH COAT Os modelos de casacos que lembram os uniformes militares nunca saem de moda. Perfeitos para dias frios e chuvosos, as modelagens com botões e cortes mais marcados trazem elegância e conforto ao look.

Os modelos, que podem ser lisos ou com estampas divertidas ou florais, nunca saem de moda. Por serem peças versáteis na composição do look, é sempre bom ter pelo menos um na mala. Em temperaturas bem baixas podem ser acompanhados de um casaco mais quente por cima.

ROUPA TÉRMICA

Sejam calças, camisetas, blusas ou blusões, as peças criadas com tecidos que mantêm a temperatura do corpo são ótimas para viagens com destinos frios – principalmente em casos de neve. Combinam eficiência e leveza, o que é super desejável nesses casos, para evitar a sensação de estar “entrouxado”.

CALÇA LEGGING

Servem tanto para looks mais esportivos como para mais casuais. Combinadas com botas ou sapatos mais baixos, proporcionam conforto e estilo. Outro ponto favorável é que pesam muito pouco na bagagem.

SUÉTER Considerados peças essenciais para se ter no guarda-roupa e na mala, os suéteres combinam com a maioria das outras peças de vestuário. Casam bem com modelos mais clássicos ou então com aplicações e estampas, dando estilo e proteção em tempos de frio.

PEÇAS EM COURO Seja em calças, saias, blusas ou casacos, o couro é sempre uma aposta bacana aos looks. Ótimo tanto para ocasiões de dia, quanto à noite, servem como curingas nas composições. Além disso, os modelos clássicos em preto ou branco, hoje em dia, dividem espaço com as peças coloridas e com estampas lembrando animais.

TODA PROTEÇÃO É BEM-VINDA A exposição extrema ao frio pode gerar problemas de saúde. Por isso, toda proteção é sempre bem-vinda. Nunca esqueça de ter por perto: Luvas Toucas Meias térmicas

Botas Pashminas Golas


HIGH-TECH

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Moda E TECNOLOGIA A tecnologia está cada vez mais integrada com o mundo, e no universo da moda não é diferente. Tecidos especialmente desenvolvidos para interagir com a temperatura corporal ou ambiental, peças controladas por aplicativos e até etiquetas inteligentes já são uma realidade. O cenário de integração que, alguns anos atrás, parecia distante, hoje está em constante crescimento. Desde as grandes marcas até empresas autônomas investem no que há de melhor em high-tec. Praticidade, estilo e conforto são as principais preocupações na hora de pesquisar, planejar e desenvolver uma peça com tecnologia avançada. Grupos de criação e estudo trazem ao mercado tendências e inovações. Alinhando moda e tecnologia, as peças surgem para suprir demandas de uma sociedade cada vez mais exigente e em movimento. Retrato da sociedade atual, a união dos dois processos busca proporcionar uma experiência única e significativa ao consumidor. Adequando-se ao perfil de cada público, as criações destacam-se como símbolos de estudo, desenvolvimento, criação e estilo. Para você que ama viajar e quer estar sempre atualizada, a Movi apresenta cinco marcas incríveis!

CHROMAT

Linha de lingerie e roupas para ginástica desenvolvida pela arquiteta Becca McCharen. Tem como objetivo a integração entre tecnologia, arquitetura e moda. As coleções referem-se a peças que, através de mecanismos, design inovador e tecidos tecnológicos, aumentam e aprimoram o desempenho do corpo. A marca americana com venda em seu site, é pioneira no ramo e destaca-se por defender a inclusão de todos os tipos de manequins para os tamanhos de suas peças.

PAULINE VANDONGEN Designer holandesa especializada em tecnologia vestível, ela utiliza-se da tecnologia para valorizar a moda. Entre suas criações estão blusões e camisas solares e o top FysioPal, que se propõe a ajudar a corrigir a postura do usuário, além da jaqueta Jeans Issho, que proporciona sensações corporais despertadas através do toque.

8 | Revista Movi

Fotos: Divulgação


CLARA DAGUIN A marca francesa desenvolve peças em alfaiataria com o princípio de lighting – integração entre design de moda e fibra ótica. As peças permitem uma experiência de interação com o que é invisível. Produzidas em materiais flexíveis, utilizando de ciência eletrônica e de processos técnicos, com a composição de leds, os materiais das peças, ao serem detectados pelo corpo ou ambiente, propiciam interações, compartilhando informações, como por exemplo, a frequência cardíaca do usuário.

HUSSEIN CHALAYAN O visionário turco Hussein Chalayan, conhecido por suas criações interativas, aposta em coleções com peças que são acionadas por controle remoto, mudando de forma e cores. Tendo os vestidos que adaptam moda e tecnologia como sua marca registrada, suas peças se inovam a cada coleção e podem ser adquiridas através de vendas exclusivas.

CUTECIRCUIT Fundada por Francesca Rosella e Ryan Genz, em 2004, a marca americana é sinônimo de moda futurista. Entre suas principais peças estão o vestido de Grafeno – vencedor do Prêmio Nobel de Física –, feito com material considerado um dos mais fortes já testados. Através de sua modelagem, os filmes condutores detectam a respiração do usuário e iluminam partes do vestido em resposta aos dados encontrados. Além disso, a marca já desenvolveu peças bordadas com led, vestidos que trocam de cor ao longo do dia e modelo que mostra tweets (post da rede social Twitter) simultaneamente. Vestido de Grafeno


DESCUBRA ---------------

PROJETO WeAr Criado com o objetivo de aproximar marcas e produtores de moda da tecnologia, o projeto existe desde 2015. Fundado pela jornalista e colunista de tecnologia da Vogue Brasil, Alexandra Farah, o projeto conta com laboratório de pesquisa e prototipagem, o Wear Lab. Lá, através de painéis e oficinas, busca-se reunir os interessados pela temática a fim de desenvolver criações que, com estilo, facilitem o dia-a-dia das pessoas. Neste ano, o evento principal do grupo ocorreu nos dias 12 e 13 de novembro, em São Paulo, e teve como tema “Blockchain, Inteligência Artificial, Biotecnologia”. Diversos profissionais do ramo de moda e tecnologia estiveram reunidos para colaborar com a transformação digital da indústria, através de uma programação que incluiu master class, loja temporária e visitas guiadas. As pesquisas e criações – como a bolsa que carrega eletrônicos ou a camisa impermeável – desenvolvidas são inovações feitas por todos que apostam em um futuro high-tech para a moda. 10 | Revista Movi

Fotos: Divulgação


VIAGENS MENOS COLORIDAS Rosane Tremea

CRÔNICA --------------Rosane, em viagem wrecente a Luxemburgo.

Minha primeira viagem à Europa foi marcante. Entre muitos outros aspectos, pelas fotos que trouxe na bagagem (na época, todas analógicas). Como fazia muuuito frio naquele dezembro, mês pouco recomendável para se visitar o Hemisfério Norte, levei meu abrigo então mais potente: um casacão de lã comprado no Uruguai, um xadrez em azul escuro e “branco sujo” que hoje se chamaria de off-white. O resultado fotográfico daquela maratona por três países não poderia ser diferente. Em 99% das fotos apareço com meu casacão xadrez, um erro que nunca mais cometeria por três motivos que não tardei a reconhecer: o espaço que ocupava na mala, a estampa marcante, confirmando a impressão de se estar sempre com a mesma roupa, e o tecido, a lã, inadequada para a combinação de frio-vento-neve daquelas paragens. Certo é que esse aprendizado deixou minhas viagens menos coloridas. A mala ficou cada vez menor e mais adequada – até porque os tecidos evoluíram bastante –, mas as tonalidades, as cores e as estampas sumiram. No meu roteiro mais recente, havia basicamente preto, cinza e azul (em tons escuros e claros, mas sempre azul) no guarda-roupa. Nem o toque de echarpes e lenços coloridos tenho ultimamente aplicado – os de tons neutros caem sempre melhor com qualquer roupa. Há um certo “uniforme de turista” também – calças de caminhada moduláveis que viram bermudas, coletes recheados de bolsos, casacos impermeáveis e calçados de trekking, mesmo quando o destino é asfaltado! A não ser em restaurantes de comida típica, shows folclóricos e/ou pontos turísticos por excelência, também não espero reconhecer as características de um lugar ou país pelas vestimentas (ou alguém imagina que um turista chegado ao Rio Grande do Sul enxergue um gaúcho pilchado em cada esquina?) As variações do modo de trajar das pessoas comuns são cada vez menores desde o início da globalização da economia e dos costumes. As lojas de marcas que grassam por aqui, principalmente nas capitais, estão presentes em quase todos os países das Américas ou da Europa. O resultado é uma certa monotonia generalizada, quebrada apenas pelo contraste quando as estações diferem. É a temperatura, aliás, para mim, a variável que mais ajuda a criar algum tipo de identidade, mas às vezes revela incoerências. No Rio de Janeiro ou nas nossas cidades litorâneas do Nordeste, estampas, cores e trajes mínimos estão de acordo com o sol, a temperatura, o mar, e dão um clima de “cadaumsevestedojeitoquequiser”. E ternos e gravatas – alguns inexplicavelmente obrigatórios para motoristas de ônibus, táxis e outras profissões –, assim como vestidos mais alinhados, soam como se fossem aberrações. De qualquer forma, sempre presto atenção ao jeito como as pessoas se vestem. Das mulheres de sete saias de Nazaré (Portugal), aos charros do oeste mexicano, passando pelas cholas da América do Sul e pelas vestes uniformizadas dos grandes centros urbanos, há muito o que se aprender em história, costumes e comportamento observando a aparência das pessoas. Desde que não se fique só nisso, é claro.

Editora de ZH, colunista do caderno Viagem e do site GaúchaZH rosane.tremea@zerohora.com.br 11


ONDE IR? --------------

TOUR DA MODA

Viagens são ótimas oportunidades para conhecer culturas e lugares diferentes. Quem ama viajar sabe que dicas de locais para visitar são sempre bem-vindas. E, para quem ama moda, sugestões de museus e exposições são ótimas pedidas. Seja no Brasil ou no exterior, existem diversos lugares que contam a história da moda, com peças icônicas, inovações e criações de estilistas renomados. A Movi separou dicas de quatro lugares incríveis que aliam turismo, história, cultura e moda.

MUSEU CHRISTIAN DIOR O Christian Dior Museum and Garden está localizado na cidade francesa de Granville, na Normandia. Foi instalado na casa onde o estilista Christian Dior – criador da marca mundialmente conhecida – passou sua infância. A propriedade, com vista para o mar, foi adquirida em 1905 pela família, que se encantou com a mescla de traços delicados e marcantes da arquitetura. Local dos primeiros cinco anos de vida do estilista, e posteriormente, destino de suas férias. Em 1938, a prefeitura local adquiriu o imóvel e transformou o belo local em jardim público. Com um ambiente único e aprazível, foi inaugurada como museu em 1997, como forma de valorizar a trajetória de Dior. Considerado um dos museus mais visitados do mundo, é o único da França totalmente dedicado a um personagem. Em seu acervo é possível encontrar peças que consagraram a marca. Frequentemente oferece diferentes exposições sobre as principais criações do estilista.

Localizado na bela cidade de Canela, na Região das Hortênsias, o Museu da Moda foi uma idealização da estilista Milka Wolff. Com uma área de 3.500m², comporta peças desenhadas e confeccionadas exclusivamente pela estilista e pela curadora do museu, Débora Elman, que buscam contar mais de quatro mil anos da história do modo de se vestir das mulheres. As exposições organizadas em linha de tempo, revelam questões relacionadas ao uso de tecidos, modelagens, cores e estilos. Promovendo um resgate sobre determinadas épocas, valorizando e refletindo as transformações da moda.

MUSEU DA MODA DE CANELA

Av. Ernani Kroeff Fleck, 1810, Bairro São José, Canela, RS, Brasil www.museudamodadecanela.com.br

12 | Revista Movi

1 Rue d’Estouteville, 50400, Granville, França. www.dior.com


Fotos: Divulgação

GUCCI GARDEN

Piazza Della Signoria, 10, 50122 Firenze FI, Florença, Itália www.gucci.com

Localizado em Florença, na Itália, o Gucci Garden foi criado no início de 2018 e está localizado no centro da cidade. Todo o seu planejamento foi executado pelo diretor criativo da marca, Alessandro Michele, e reúne – em três andares –, museu, loja exclusiva, restaurante e uma espécie de cinema. O local oferece ao visitante salas ambientadas que expõem a história da marca criada em 1921 por Guccio Gucci. Lá, o turista entra em contato com as motivações inspiradoras para as coleções e as principais peças e acessórios assinadas por Gucci. O restaurante, intitulado “Gucci Osteria”, tem o menu sob a responsabilidade do chef italiano Massimo Bottura – com três estrelas Michelin – e apresenta opções de entradas, pratos principais e sobremesas, que são servidos em louças de porcelana adornadas com a chique logomarca do estilista. O Gucci Garden conta, ainda, com uma loja que possibilita os visitantes levarem para casa peças totalmente exclusivas, que somente são vendidas lá.

MUMO Inaugurado no final de 2016 pela Prefeitura de Belo Horizonte, por intermédio da Fundação Municipal de Cultura, o Museu da Moda de Belo Horizonte, MUMO, é o primeiro museu público de moda do Brasil. Situado no conhecido edifício Castelinho da Bahia, abriga exposições, biblioteca, espaço para oficinas, rodas de conversas e debates, visitas guiadas, aulas abertas gratuitas sobre moda e design, além de apresentações artísticas e culturais. Seu acervo contempla a moda mineira como patrimônio cultural, valorizando o estilo e as tendências locais.

Rua da Bahia, 1149 - Centro Belo Horizonte, MG, Brasil www.facebook.com/MUMOBH

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Dani.Holzbach O amor pela moda faz com que a família Holzbach permaneça, desde 1990, envolvida no mundo dos tecidos e modelagens. A �ilha mais velha, Daniela, comanda, ao lado da mãe, Elveni, e da irmã Viviane, a marca que leva seu nome e que, com oito franquias no Rio Grande do Sul, é referência para quem busca conforto e estilo na hora de se vestir.

Fotos: acervo pessoal

EMPREENDEDORISMO

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Uma máquina de costura e um amor em comum. Dois pontos importantes e que fizeram a santo-angelense Daniela Holzbach, 34 anos, encarar o gosto pela moda como profissão. O dom veio da mãe, Elveni Gerhardt Holzbach, 54 anos. Aos poucos Dani, como é conhecida, foi se aperfeiçoando e desenvolvendo o negócio da família. “Minha mãe tinha uma malharia de ‘fundo de garagem’. Então, desde pequena eu estou no meio da moda. Quando criança ela me ensinou a fazer meias de tricô, crochê na mão... Eu sempre gostei muito disso, sempre me envolvi”, lembra. Desde a adolescência, Dani já era requisitada pelas colegas do colégio para resolver tudo o que envolvida moda. “Eu que arrumava as roupas delas, fazia as peças de apresentações, arrumava as calças de todas. Até que uma vez, enquanto eu estava no cursinho, uma amiga me avisou que tinha visto em um panfleto o curso de design e me perguntou por que eu não fazia”, relata. “Comecei a pensar em aliar o meu amor pela moda com a minha carreira profissional”, explica.


O caminho naturalmente a levou a interessar-se pela graduação em Design, que fez na Universidade de Passo Fundo. A teoria e a prática aprendidas durante os quatro anos de curso fizeram com que a santo-angelense se apaixonasse ainda mais pelo mundo dos tecidos, modelagens, cores e tendências. A empresa da família, que havia sido criada em 1990 – Loja Termômetro –, aos poucos foi passando para seu comando e propiciou o surgimento da marca que leva seu nome – a Dani.Holzbach. “Quando eu terminei a faculdade, decidimos abrir um espaço na loja física para as minhas peças, e que com o tempo foi crescendo. Quando vimos, estava maior que a nossa marca de tricô”, rememora. Foi então que a loja mudou de nome, incorporando a grife que já colhia os primeiros sucessos. Criada com o objetivo de aliar conforto e estilo, a marca Dani.Holzbach rapidamente se ampliou, e hoje conta com oito franquias – Santo Ângelo, Uruguaiana, Erechim, Porto Alegre, Santa Maria, Ijuí, Santa Rosa e Bento Gonçalves. Com lançamentos semanais, busca, através de suas peças,

proporcionar à consumidora estar bem-vestida para o momento que for. “Nossa filosofia busca o conforto. É que possamos sair e estar bem-vestidas, mas não de uma maneira fútil, e sim de uma maneira para se sentir bem, estar mais alegre. Isso para qualquer ocasião, do trabalho ao happy hour”, destaca. Com estampas exclusivas, tecidos tecnológicos e inspirações vindas dos maiores pólos de moda, a marca consagra-se como referência para quem procura aliar elegância e praticidade. Daniela ressalta que trabalhar com moda exige constante atualização. “Diariamente pesquisamos o que tem de novo no mundo da moda. Além de estarmos sempre atentos em sites, portais e revistas, viajamos pelo menos duas vezes ao ano para cidades pólos da moda, para buscar inspirações e ver o que está acontecendo nesses locais”, revela. “Com isso, fazemos uma seleção, levando em conta o que achamos que vai caber no perfil da nossa consumidora – o que é mais confortável e o que está, no momento, em sintonia com o clima e a realidade desse público”, comenta.

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Nossa referência principal é a ligação de conforto e estilo ao mesmo tempo

Com o foco nas mulheres que, em meio à correia do dia-a-dia, necessitam de peças com funcionalidade – sem deixarem de lado a modernidade –, a marca Dani.Holzbach oferece peças e acessórios oriundos de uma cuidadosa produção. “Todo processo de criação das nossas peças é feito com muita atenção. Desde a escolha do tecido, estamos sempre cuidando o lifestyle – porque hoje as mulheres procuram praticidade, tecidos que não amassem e que não precisem lavar com tanta frequência”, destaca. “Estamos sempre em busca de novos fornecedores e tecnologias. Encomendamos o tecido, do qual tiramos um pedacinho e fazemos o teste de qualidade – a gente lava, usa, passa, puxa... Se for aprovado, produzimos uma peça que é usada por algum tempo para ver o conforto, modelagem, se não deu peeling, se o material continua o mesmo, e aí só depois de todo esse processo é que a gente compra e finaliza o produto com aquela matéria-prima ou não”, destaca. Em sintonia com as tendências dos grandes centros de moda como Paris, Nova York e Milão, a marca busca estar em constante atualização. “Nossa referência principal é a ligação de conforto e estilo ao mesmo tempo. Preocupamos-nos em possibilitar às consumidoras fazerem boas escolhas e alterarem algo dentro do que gostam. Seja alterar entre um salto ou não, ou uma calça mais esportiva com um blazer, estamos sempre buscando aliar peças de diferentes estilos com o conforto necessário”, salienta.

16 | Revista Movi

A paixão por moda e viagem Daniela cuida para que a marca, que conta com mais de 23 mil seguidores em seu perfil no Instagram, atenda a diferentes perfis dentro de seu público alvo, com peças que agradam desde a mulher mais discreta até a mais ousada; da que busca peças para o trabalho ou para o lazer. Entre as consumidoras estão as que se preocupam com


a roupa para viagens a negócio ou turismo. “Para aquelas que amam viajar, por exemplo, o uso de peças confortáveis é essencial. Eu indico sempre peças que não amassam, peças de malha mais estruturada e peças com uma boa transpiração, mas que, ao mesmo tempo, tragam estilo”, cita. “Não são peças como um pijama, por exemplo, são peças como blazers de malha, confortáveis, ou uma calça de malha, mas com um aspecto de alfaiataria. São peças que você leva e está super bem vestida para qualquer ocasião, do trabalho ao happy hour e, principalmente, durante uma viagem longa”, exemplifica. Em um cenário de globalização, em que a moda está presente em todos os lugares e ao alcance das pessoas, a empresária destaca que é preciso estar em sintonia com as tendências e tecnologias. “Damos atenção a todos os aspectos. Por exemplo, as cores – sempre analisamos para ver o que fica bem para o nosso tom; e os produtos que melhor servem às nossas temperaturas. Às vezes acabamos considerando mais aspectos socioculturais do que propriamente de tendência mesmo”, conclui. O amor pela moda e por viajar, conforme Dani, faz do processo de criação uma experiência única e que, com muita atenção e trabalho, resulta em peças exclusivas. “Durante as viagens, eu busco observar tudo aquilo que está ao meu redor. E isso vai desde a arquitetura, o lifestyle das pessoas, marcas, vitrines, enfim, tudo que eu possa

estar em contato. Até mesmo uma almofada, por exemplo, pode ser inspiradora”, confessa. “Normalmente a gente vai para a Europa, Londres, Milão e Nova York. Essas viagens influenciam mais em a gente conseguir visualizar e vivenciar de uma maneira mais certa todo o contexto e poder trazer isso para cá”, comenta. “O que eu vejo é que, da primeira à última viagem, mudou muita coisa, principalmente o aspecto do que se via lá, que demorava muito tempo até chegar aqui – era em média de quatro a cinco anos. E hoje não, o que está lá facilmente já está aqui também. Agora tu vais mais para conseguir pesquisar o contexto do que propriamente as peças e cores que estão em alta”, acrescenta. O talento para a moda e a dedicação com as criações e planejamentos oportuniza à designer e empresária um sentimento de satisfação profissional. “Me sinto realizada. Até porque, no Brasil, trabalhar com moda é um desafio, por ser uma indústria ainda muito nova. Com isso, encontramos algumas dificuldades com mão de obra e matéria-prima, por exemplo. Mas o setor está crescendo”, considera. Para Dani, a valorização da moda também advém da conscientização sobre sua importância como elemento de mediação social. “A moda é uma forma de comunicação. Você se comunica através dela – por ser uma maneira de expressão, de vivenciar o contexto, e precisa ser sempre valorizada”, conclui. Fábrica da marca em Santo Ângelo

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ESCOLHA CERTO

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PÉ POR PÉ

*Imagens e valores previamente pesquisados na internet.

Mulher e sapato são uma paixão antiga. Têm o poder de mudar a altura, incorporar estilo e contribuir para a imagem de cada uma. Mas, para além de itens que chamam a atenção na composição do visual, os calçados devem ser escolhidos considerando o conforto e a finalidade. Chinelos, tênis, botas, saltos, há várias opções de calçados para todas as ocasões. O primeiro modelo de calçado teria sido criado no século XVII, com o intuito de proteger os pés das ruas sujas. Com o passar dos anos, foi conquistando o gosto das pessoas e passou até mesmo a definir a posição social – no século XVIII, quanto maior o salto, mais importante era a posição social. A moda e o comportamento da sociedade passaram a ser refletidos nos pés: modelos mais fechados – respeitando o padrão de que a mulher não deveria mostrar o corpo; baixos – para as mulheres que ficavam em casa fazendo serviços domésticos; com materiais mais em conta – em tempos de crise; ou ainda, grandes revoluções – como o salto alto de diferentes formatos. Seja para danças, caminhadas, trabalho ou viagens, o mercado está preocupado em atender as necessidades e adaptar-se ao cotidiano das mulheres. Com lançamentos em periodicidade cada vez mais curta, aliar estilo e conforto às tendências está sendo a preocupação de diversas marcas. A Movi separou quatro tendências de calçados para quem ama viajar e não quer perder tempo sentindo dor ou incômodo nos pés.

RASTEIRAS

Ótima opção para o verão, as rasteiras são sinônimos de conforto e praticidade. De fácil combinação tanto com shorts ou vestidos, permitem que sejam usadas do trabalho ao happy hour. Rasteira Verniz R$ 39,99

MULES Tendência das últimas coleções, os modelos abertos no calcanhar, além de permitirem a transpiração, servem como ponto de destaque ao look. Mule Bottero R$ 94,90

Mule Vizzano R$ 64,90

Mule Jorge Alex R$ 139

BOTAS

Bota Bebecê R$ 109,99

Com cano curto ou longo, de couro, camurça ou de plástico, as botas permitem variações de looks. Combinadas com calça, vestido ou saia, trazem proteção e praticidade aos pés. Os modelos com glitter, no branco ou vermelho, em plástico ou couro, são a preferência.

Bota Montaria R$ 381 Bota Silicia Vicenza R$ 189,95

SNEAKER FLASHTREK Não é de hoje que os tênis são considerados os queridinhos para viagens. Aliando conforto e estilo, os sneakers voltaram com tudo à moda. Modelos com aplicações e cores que vão do branco – super tendência, por sinal – ao neon, marcam presença nas passarelas e nas ruas. Dakota R$ 99,98

Rasteira Carmim R$ 288,99

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Gucci Flashtrek U$ 1.590 Rasteira Ala R$ 39,99


MODA NA CHUVA

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Ih, CHOVEU!

GALOCHA Perfeitas para dias muito chuvosos, as galochas - feitas em material de plástico e/ou borracha - conferem proteção e estilo aos passeios na chuva. Galocha Késttou R$ 159 Cano Longo R$ 104

CAPA DE CHUVA

As queridinhas da vez são as capas de chuva. Em plásticos coloridos e com recortes modernos, além de protegerem contra a chuva e vento, dão um up no visual. White Long Sleeve Cactus

Bota Londres Framboesa R$ 120

Galocha Gasf R$ 119,90

*Imagens e valores previamente pesquisados na internet.

Foi-se o tempo em que dias chuvosos eram sinônimos de looks em preto-e-branco. Os últimos anos comprovam que tendências e lançamentos super coloridos das passarelas estão invadindo as ruas em épocas de chuva. Aliar estilo e funcionalidade está sendo a preocupação de diversas marcas. Modelagens, estampas, texturas e tecidos – tudo é pensado e planejado para enfrentar as chuvas de qualquer estação sem perder a elegância.

Print Sheer Outerwear U$ 15,67

GUARDA-CHUVA Capa Terra New York U$ 415

H&M £ 24,99

Capa Valetino U$ 189

ModCloth U$ 29

Lulu Guinness £ 40 Ultimate Brella Polishop R$ 99,95

Maple Stick Umbrella £ 95

O acessório criado para combinar elegância com utilidade está ganhando a graça dos estilistas. Hoje são projetados modelos tanto para o público masculino, quanto para o feminino. Cores e estampas irreverentes se somam a mecanismos diferenciados, como o guarda-chuva que fecha ao ser acionado por um botão, e outro cuja haste se adapta ao braço, permitindo que o(a) usuário(a) se proteja da chuva e consulte o celular. 19


TEM QUE TER ------------------

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PARA LEVAR

As bolsas são acessórios de estilo e praticidade, principalmente em viagens. Seja em modelos tiracolo, em forma de mochiletes ou ainda pochetes, são fundamentais na hora de carregar documentos, eletrônicos, maquiagens e até mesmo comida e peças de roupa. Lembre-se de dar preferência aos modelos com fechamento em zíper e que possam ser carregadas próximas ao corpo. Além disso, aposte em cores neutras e modelos confortáveis. A Movi separou alguns modelos que, além de lindos, são super práticos tanto para viagens a lazer como a trabalho.

MOCHILA As bolsas estilo mochila (ou mochilete, para as peças menores) é o mais prático na hora de locomoção. Seguro e com bastante espaço, o modelo – que antigamente era característico da fase escolar –, ganhou a preferência das mulheres. Design, cores e aplicações acompanham as tendências de moda.

Mochila Equus R$ 99,99

Mochila Laceê R$ 235

Schutz Maxi Bag R$ 890

MAX BAG Para quem procura tamanho, os modelos bag são ótimos. Super tendência, as máxis bag permitem carregar de tudo sem perder o estilo. Seja em material de couro, tecido ou até mesmo plástico, estão cada vez mais em alta nos looks despojados. Bolsa Pérola R$ 339,90

POCHETE Tendência nas passarelas e nas ruas, as pochetes tornaram-se símbolo de estilo. Os modelos, vindo diretamente dos anos 80 e 90, ganharam tons e modernidades: vão do neutro em preto ao colorido com aplicações. Por serem usadas junto ao corpo, representam maior segurança na hora de viajar.

BOLSA-SACO

Pochete Suede R$ 49,90

Pochete Wandler R$ 459,28

DE OLHO NAS TENDÊNCIAS

Em forma de um saco, este tipo de bolsa é ótimo para quem procura facilidade ao carregar. Com tiras que podem ser usadas tanto na lateral do corpo como sobrepostas, e detalhes que imprimem estilo e elegância – como franjas, aplicações de pedra e pelos –, os modelos dão um up no visual.

BOLSA TRANSPARENTE Stratement R$ 560

BOLSA STRATEMENT Bucket Bag R$ 79

Bucket Dark R$ 83

MINI BAG Redonda Nude R$ 139,99

Furla Candy Color R$ 199,99 *Imagens e valores previamente pesquisados na internet.


FIQUE ATENTA

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UM NOVO OLHAR

Seja na praia, na cidade, no verão ou no inverno, seja para ocasiões especiais ou usar diariamente. Os óculos são acessórios essenciais, tanto os de sol quanto os de grau. Protegem contra as radiações solares e enfeitam o rosto. Escolher o modelo que melhor se adapta ao rosto é uma tarefa importante. Considerar formato da face, distância entre os olhos, altura das sobrancelhas e cor da pele são pontos fundamentais para fazer a escolha correta. Confira!

ALONGADO

OVAL

REDONDO

Rosto que é mais comprido do que largo, apresenta grande linha de bochechas e nariz, além de geralmente os olhos estarem em destaque no conjunto. As armações com lentes grandes favorecem esse modelo, pois dão a impressão de redução ao tamanho do nariz, maior profundidade e largura do rosto.

Formato que melhor combina com qualquer armação e modelo de óculos, é conhecido pela suavidade e sutileza. Com cuidado em relação à estampa, cor e lentes, o equilíbrio entre testa, nariz e maxilar faz com que o queixo e as curvas laterais apresentem-se em harmonia.

O rosto arredondado requer armações mais neutras e quadradas. O queixo curto a largura e o comprimento do rosto quase que iguais fazem com que os modelos de armações quadradas ou geométricas se harmonizem ao espaçamento dos olhos.

TRIANGULAR

QUADRADO

Rosto que apresenta o Testa larga, queixo estreito e bochechas maxilar bem marcado, as laterais largas e a afinadas combinam testa grande, combina com armações discom armações que cretas; em contraste conferem equilíbrio, com a cor da pele, destacam o formato. como o estilo aviador – que, com as extremiO modelo redondo é dades arredondadas, a melhor opção – as dá a sensação de laterais bem redondas diminuir o queixo – e equilibram a propormodelo gatinho – ção do rosto. armação circular, com lentes largas e design curto.

DICA DA PROFISSIONAL TANIZE SOMMAVILLA “O primeiro passo na escolha do modelo mais adequado para cada rosto é analisar o estilo da pessoa, para que ela procura os óculos e qual o seu perfil. Hoje em dia, está mais na moda utilizar a marca do que os modelos em si. Os óculos estão virando acessórios de moda e se apresentam em diferentes armações, lentes e cores. Na próxima estação a maior tendência são os óculos espelhados, o modelo gatinho triangular e as lentes de sol degradê. E é claro, que tem os modelos tradicionais que não saem nunca da moda, como por exemplo, as armações quadradas e em cores neutras como marrom e preto. O importante é cada pessoa provar e se sentir bem. E para isso, existe até mesmo o serviço de personal stylist oferecidos pelas empresas e que através de uma consultoria online, analisam por foto e avaliam o modelo mais adequado. Além disso, aplicativos permitem simular o uso de diferentes modelos, auxiliando assim na escolha do mais adequado”. Empresária e Técnica óptica


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EMPIRE STATE O prédio de 86 andares é conhecido pela bela vista que apresenta da cidade, a visão panorâmica do local atrai turistas que querem observar NYC do alto.

DESTINO: NEW YORK TIMES SQUARE

Falar em New York é pensar na Times Square. O cruzamento entre a Broadway com a Sétima Avenida é conhecido em todo mundo. Um dos principais polos da moda, A Big Apple oferece O parque mais conhecido dos EUA é unanimidade Com letreiros iluminados, uma infinidade de lojas atrações destino perfeito para quem artísticas curte conhecer entre os turistas e nativos. Localizado e noé coração e apresentações – lá pode-se encontrar de NYC oferece espaço com atividades culturais, facilmente desde personagens como o homem culturas, lugares e tendências. área de lazer livre, lago onde pode ser realizado aranha até sócias de cantores renomados –, passeio e o espaço de homenagem a John Lennon. local reflete o clima da cidade. A cidade de New York está localizada ao Sul do oestado de mesmo nome,

CENTRAL PARK

na região Centro-atlântica dos Estados Unidos – com 19,85 milhões de habitantes, é o terceiro estado mais populoso do país. A famosa metrópole é considerada um MET dos maiores centros financeiros, comerciais e industriais do mundo e se consolidou como um dos destinos preferidos de milhares de turistas, de todas as idades. Metropolitan Museum of Art é um dos museus mais conhecidos do mundo. Com exposições conhecida poranos oferecer desde pontos turísticos tradicionais a atrações mutemáticas que abordamÉmais de cinco mil da história da arte, o local oferece aos estrangeiros pelo custo de U$ 25 (exceto para estudantes e idosos, descontos) sicais e teatrais, além de uma infinidade de que lojaspossuem dos mais variados gêneros – e até visitações guiadas que cenários permitem que visitante produções saiba mais sobre as obras. mesmo de ograndes cinematográficas. As ruas de New York retratam o clima do local: pessoas de diferentes estilos desfilam normalmente, a correria entre as calçadas e avenidas já é uma rotina, e as luzes sempre acessas refletem a sociedade e o mercado em constante desenvolvimento. ONDE COMPRAR? Para quem ama moda, New York é parada obrigatória. Com uma versão úniUm dos pólos importantes da moda, York de oferece uma variedade lojas para ca mais de cada estilo, oferece desdeNew desfiles grandes nomes até osenorme famososde brechós de quem ama moda, desde fasts fashions – como a Forever 21 – até grandes marcas – Prada, Louis esquinas. Quer conhecer tendências? New York é o lugar certo, das ruas até as vitriVuitton, Gucci muitas delasmarcas, chegamaacidade seremdita paradas obrigatórias – nemNew queYork seja te sópermite, para cones–,das melhores as regras. Quer ousar? nhecer, semsem comprar nada. Ah, e para quem está planejando fazer compras, vale lembrar julgamentos. E se busca por inspirações, a cada esquina NYC lhe mostra que umaé sempre bomnova cuidar o desconto para estrangeiros e a taxa de imposto cobrada. maneira de ver a moda e o mundo. Pensando nisso, a Movi preparou um miniguia sobre a moda em New York, as principais lojas que você não pode deixar de conhecer, lugares incríveis para visiBLOOMINGDALE’S MACY’S tar e, é claro, que na não pensar em um intercâmbio para a cidade que nunca dorme? Loja de departamento de altopor padrão, Bloomingdale’s você encontra maquiagens, bolsas, sapatos, acessórios e roupas, todas as peças assinadas por designers renomeados da moda.

H&M A loja de departamento sueca apresenta-se em vários pontos espalhados por NYC. Conhecida por oferecer peças inspiradas nas tendências por um preço mais em conta, as inúmeras araras expõem o que há de melhor para homens e mulheres.

PRIMARK A rede européia que oferece de roupas a artigos para casa, destaca-se pelo baixo custo de venda, além de apresentar peças dos mais diferentes estilos.

Ocupando um quarteirão inteiro, a Macys da 34th St é considerada a maior loja do mundo. Dividida por seções (é tão grande que o pagamento é efetuado em cada seção), além de ter restaurantes e cafeterias (atenção: tem até Starbucks), lá você pode encontrar bolsas, sapatos, roupas, acessórios e cosméticos tanto para o público feminino quanto para o masculino.

MARSHALLS É o lugar certo para quem procura comprar com desconto. A rede que apresenta uma grande variedade de produtos: roupas, calçados, acessórios e artigos para casa, destaca-se pelas promoções que atraem turistas dos mais diferentes perfis – a única exigência é ter paciência para desbravar as inúmeras araras.


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O QUE VISITAR? New York tem uma atração a cada esquina. De exposições, espetáculos, cenários de séries e filmes a museus incríveis, fica difícil escolher aonde ir pela cidade. Selecionamos cinco pontos que você precisa conhecer e temos certeza de que irá amar.

TIMES SQUARE

Falar em New York é pensar na Times Square. O cruzamento da Broadway com a Sétima Avenida é conhecido em todo mundo. Com letreiros luminosos, uma infinidade de lojas e apresentações artísticas – lá pode-se encontrar facilmente desde personagens como o homem aranha até sósias de cantores renomados –, o local reflete o clima da cidade.

MET

O Metropolitan Museum of Art é um dos museus mais conhecidos do mundo. Com exposições temáticas que abordam mais de cinco mil anos da história da arte, oferece aos estrangeiros, ao custo de U$ 25 (exceto para estudantes e idosos, que possuem descontos), visitações guiadas que fornecem informações detalhadas sobre as obras.

EMPIRE STATE

O prédio de 86 andares é conhecido pela bela vista que apresenta da cidade. A visão panorâmica do local atrai turistas que querem observar NYC do alto.

ESTÁTUA DA LIBERDADE Com 93m de altura, a estátua da liberdade é o principal símbolo dos Estados Unidos. Localizada na Liberty Island, pode ser vista de perto através de um passeio pago que permite desembarcar na ilha e se aproximar do monumento. Ou avistada de longe, por meio de uma balsa que, gratuitamente, leva os visitantes para um passeio perto da ilha.

CENTRAL PARK O parque mais conhecido dos EUA é unanimidade entre os turistas e nativos. Localizado no coração de NYC, oferece espaço com atividades culturais, área de lazer livre, lago onde se pode passear e um espaço de homenagem a John Lennon.

24 | Revista Movi


Estรกtua da Liberdade


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Macys da 34th St


ONDE COMPRAR? New York oferece uma variedade enorme de lojas para quem ama moda, desde fast-fashions – como a Forever 21 – até grandes marcas – Prada, Louis Vuitton, Gucci. Muitas delas são paradas obrigatórias – nem que seja só para conhecer, sem comprar nada. Ah, e para quem está planejando fazer compras, vale lembrar que é sempre bom cuidar o desconto para estrangeiros e a taxa de imposto cobrada.

MACYS

Ocupando um quarteirão inteiro, a Macys da 34th St é considerada a maior loja do mundo. Dividida por seções (é tão grande que o pagamento é efetuado em cada seção), também tem restaurantes e cafeterias (atenção: tem até Starbucks!). Lá você pode encontrar bolsas, sapatos, roupas, acessórios e cosméticos tanto para o público feminino quanto para o masculino.

BLOOMINGDALES Loja de departamentos de alto padrão, na Bloomingdale’s você encontra maquiagens, bolsas, sapatos, acessórios e roupas, todas as peças assinadas por designers renomados.

MARSHALLS É o lugar certo para quem procura comprar com desconto. A rede apresenta uma grande variedade de produtos: roupas, calçados, acessórios e artigos para casa. Destaca-se pelas promoções, que atraem turistas dos mais diferentes perfis. A única exigência é ter paciência para desbravar as inúmeras araras.

H&M A loja de departamento sueca apresenta-se em vários pontos espalhados por NYC. Conhecida por oferecer peças inspiradas nas tendências por um preço mais em conta, as inúmeras araras expõem o que há de melhor para homens e mulheres.

PRIMARK A rede européia que oferece de roupas a artigos para casa, chama a atenção pelo baixo custo de venda, além de apresentar peças dos mais diferentes estilos.

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Visão panorâmica com o Empire State

AS PASSARELAS E AS RUAS Personalidade. Nenhuma palavra define melhor a moda nova-iorquina que essa. Seja nas ruas ou nas passarelas, a moda serve como forma de comunicação. Ponto de lançamento de grandes nomes, os desfiles consagram as tendências de boa parte do mundo. Afinal, quem dos amantes da moda nunca desejou estar na primeira fila do New York Fashion Week?! Já o clima e a temperatura definem o perfil das ruas: no inverno, sobretudos, calças, calçados e casacos em cores chamativas protegem do frio; as mulheres mais clássicas optam por conjuntos de cores neutras, peças térmicas e características de cada faixa etária. Enquanto as jovens apostam no moletom, as mais velhas preferem casacos estruturados. Já no verão, a ousadia é elemento principal na composição dos looks, com peças coloridas, modelagens diferentes e tecidos dos mais variados tipos. Indiferente da estação do ano, a única certeza que se tem é que a moda em New York não para – movimenta não só as pessoas na escolha do que vestir, mas também o setor econômico, social e cultural. Inspira combinações e descobertas e ressalta a importância que o mundo assina em baixo.

INTERCÂMBIO Não há quem visite New York e não se apaixone. O estado, que possui 62 condados, é um dos lugares que mais recebe turistas no mundo – segundo os dados do governo, em 2016, a cidade de New York recebeu mais de 60 milhões de pessoas vindas de outros lugares. Sejam jovens ou adultos, estudantes ou turistas, a cidade destaca-se pela diversidade de locais para visitação, escolas e cursos profissionalizantes, culturas, atividades e pessoas, fazendo com que a oportunidade de ali passar dias, meses e até mesmo anos seja o desejo de muitos. Planejar um intercâmbio não é fácil, e se o destino for a Big Apple, não é diferente. Mas calma que separamos algumas dicas para você que está pensando em atualizar seu endereço para New York.

DICA 1 Planeje-se com antecedência e organize o perfil que sua viagem terá. É importante saber: quanto tempo irá durar, qual o tipo de acomodação que mais lhe interessa, além de estar em dia com a documentação exigida para a imigração.


DICA 4

DICA 2 Defina como será sua vida quando chegar em NYC. Onde irá ficar? A cidade oferece diferentes regiões para moradia, e cada uma delas possui características próprias e importantes de serem levadas em consideração na hora da escolha. Para quem procura a melhor localização, Manhattan é o lugar perfeito. Sendo o distrito mais famoso, é considerado o centro de tudo, porque é onde estão localizados os principais pontos turísticos, além das lojas e restaurantes de maior renome. Aos que se agradam com uma área mais residencial, o Brooklyn é a indicação. Sendo a área mais populosa, é conhecido pelo perfil mais alternativo e por apresentar diversas opções de atividades. Já o Queens, o maior distrito de NYC, tem de áreas residenciais populosas a praias pouco frequentadas. A presença de grande diversidade étnica é o que caracteriza a região. Há, ainda, o Bronx – uma das áreas considerada menos favorecidas e a que apresenta maior território aberto –, e a Staten Island – ilha tida como a mais suburbana e com menos atrações a oferecer, destaca-se apenas pela localização, junto à estátua da liberdade.

A hora de fazer a mala é um dos momentos mais difíceis. O primeiro passo é verificar qual será a época do ano em que a viagem irá acontecer, definindo, assim, o que usar diante das temperaturas previstas. Após, é essencial selecionar peças curingas e que formarão a base das combinações. Jeans, blusas em cores neutras, saias e vestidos confortáveis fazem parte da lista. Além de calçados e acessórios que sejam facilmente associados a mais de um look. Caso estejam previstas baixas temperaturas, são necessárias peças com proteção contra o frio – como casacos de lã e roupas térmicas. Em caso de temperaturas altas, peças em tecidos leves, com estampas alegres e modelagens soltas são a preferência. É importante que se pense também nas compras que irão ser feitas, afinal, ir para New York e não comprar nada é quase uma missão impossível! Então reserve um espaço extra para as novas aquisições.

DICA 5 Permita-se. Vivenciar New York é uma oportunidade única, por isso aproveite! Crie uma nova rotina e acostume-se com o contexto e as pessoas da cidade. Expresse-se e utilize-se da comunicação, das experiências, da moda e dos lugares para captar o que de melhor NYC oferece.

High Line, o parque suspensode New York

DICA 3 Defina passeios e atividades que você pretende realizar. É importante estar ciente de como será sua rotina durante o intercâmbio. Irá estudar? Será somente a turismo? Como irá se locomover? Estando com alguns pontos planejados, fica mais fácil organizar-se e conseguir até mesmo economizar. Por exemplo, se você sabe que necessitará de locomoção diária, é válido comprar os cartões de metrô e ônibus, que oferecem preços promocionais. Além disso, a criação de um roteiro de viagem é fundamental.

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INSPIRAÇÃO: NEW YORK Conhecer a cidade que nunca dorme sempre foi o sonho de Milena Wittekind. Com a ajuda dos pais, se transformou em realidade. Hoje a jornalista e empresária destaca como o intercâmbio para New York não mudou apenas ela como pessoa, mas sua vida pessoal e profissional. Passava das 19 horas de sábado, dia 15 de setembro, quando recebi a mensagem que Milena já estava em casa e que eu poderia ir lhe encontrar. Em poucos minutos, fui recebida na morada que divide lugar com o espaço físico de sua loja, a Estilo Gringa, próximo ao centro de Santo Ângelo. O empreendimento surgiu após sua volta do intercâmbio. A interação já existente entre nós fez com que rapidamente nossa conversa tivesse início. Em pouco mais de 40 minutos de entrevista ela me contou sobre seu amor pela moda, sobre como foi realizar o desejo de conhecer New York e de que forma seu intercâmbio para lá incidiu sobre sua visão de mundo e a incentivou correr atrás de seus objetivos aqui no Brasil.

- Como começou seu gosto pela moda? Eu acho que, como eu sempre estudei em colégio religioso e sempre usei uniforme dos pés à cabeça, eu queria me expressar. Sempre fui uma criança bem agitada e, às vezes, era um pouco tímida. Então, a moda era o jeito que eu tinha de me expressar. Sempre gostei de me vestir. Não posso dizer que tenho um estilo próprio, algo característico. Isso porque na segunda eu estou de um jeito e na terça estou de outro, por exemplo. Mesmo não sabendo como especificamente esse amor pela moda foi despertado, é uma coisa que está em mim desde pequena – sempre fui assim! Fotos: Acervo pessoal


- Quais são as suas principais referências? Hoje em dia, eu gosto muito do estilo da Thássia Naves – que é uma blogueira. Acho que ela também é muito eclética e sabe se vestir de um jeito único e diferente. Outra pessoa que eu gosto muito é a Jade Seba, outra blogueira, muito diferentona. Os meus cortes de cabelo, por exemplo, são inspirados nos cortes dela. E tem a Laura Jade Stone, que eu amo as roupas dela. Ela é uma blogueira que eu conheci pelo Instagram que mora em Nova York, e mesmo ela não tendo um gosto totalmente igual ao meu, é tão maravilhosa que me inspira muito – sempre que eu quero fazer um look mais destacado eu recorro às fotos dela para ter ideias de combinações.

- Como você analisa a moda?

A moda é uma forma de comunicação. Existem muitas formas de se expressar: tem gente que se expressa cantando, com arte, ou pintando, entre outras formas, e a moda não deixa de ser uma delas. É uma arte que a gente coloca no corpo e sai. Com a moda se consegue mostrar quem é sem ao menos dizer uma palavra. Às vezes as pessoas te olham na rua, por exemplo, e através da tua roupa, já criam uma noção do teu jeito, estilo e personalidade. Eu acho que a moda é 100% um jeito de se expressar e eu, pelo menos, uso ela para isso. O meu humor muda muito e é refletido na minha roupa – um dia que estou mais chateada vou lá e coloco um preto, um cinza, não tenho “vontade”, digamos, de usar cores vivas.

- Seu amor pela moda foi o que despertou o desejo de conhecer New York? Como surgiu a ideia do intercâmbio? A moda e New York têm uma coisa em comum para mim: meu amor pelos dois. Não sei dizer como isso começou, mas sempre tive comigo e quis muito. Minhas amigas sonhavam em ir para a Disney e eu nunca gostei – falava em New York. Toda vez que alguém me perguntava “quer viajar para onde?”, eu sempre respondia: “New York” – porque tinha certeza de que lá eu ia me encontrar. E quando faltavam dois anos para eu me formar na faculdade, o desejo de ir para New York crescia cada vez mais. Foi quando minha mãe começou a planejar minha festa de formatura e, na hora, eu falei: “de formatura eu vou para New York”. Ela nem questionou, porque achou que eu estava brincando. Mas eu estava certa da viagem, organizei todo o planejamento, pesquisei muito e quando tudo estava co-


mo eu queria, a levei para conhecer uma empresa de intercâmbio aqui na cidade. Foi uma surpresa, ela só acreditou de verdade que eu iria quando começou a pagar. E como o sonho dela era me ver, filha única, se formando, acabei cedendo e fiz colação e recepção de formatura – é uma coisa que eu não queria, porque poderia ter ficado mais tempo na viagem (brinca).

- Conte sobre o planejamento da viagem. Quais as expectativas?

Eu sempre quis ir para lá para estudar – óbvio que turistar também. Mas meu principal objetivo era aprender alguma coisa. Nas agências que pesquisei, todas ofereciam algum curso – eu optei pelo inglês devido a ser jornalista e achar fundamental nessa profissão saber outra língua. Eu até tinha a possibilidade de fazer outro curso, como moda, mas como os cursos lá são em inglês, eles exigem um conhecimento maior sobre a língua – eu não tinha conhecimento suficiente para encarar isso naquele momento. Depois que eu decidi quanto tempo ia ficar e o que ia estudar, fui me organizando.

- Como foi o processo de organizar a mala para o intercâmbio?

Olha, foi muito louco! Porque quando eu chegasse lá era para ser primavera, só que uma semana antes teve uma nevasca e o inverno se prolongou. Aí eu tive uma semana para correr, comprar casacos de frio e roupa térmica. Eu não queria passar frio, porque tinha conversado com minha amiga que foi para lá no inverno e ela tinha me alertado que o frio era surreal. Na hora de organizar a mala eu escolhi meus casacos mais quentes, todos que eu tinha. E, por sorte, contei também com a ajuda de um colega da faculdade, que era militar – eu tive a ideia de pedir para ele me dar um casaco dele, porque como eles vão para as missões, a roupa é bem quente e com proteção. Levei o casaco na costureira, fiz ajustes, e acabou sendo uma das peças que mais usei durante a viagem. E das outras combinações eu me preocupei em levar mais peças básicas e acabei deixando as peças destaques e mais diferentes para comprar lá. 32 | Revista Movi


- Em relação à moda, quais foram as primeiras impressões que você teve quando chegou lá? O que mais chamou sua atenção? A primeira coisa que tu olhas e pensas é que tudo é muito diferente. New York é assim, Manhattan é como se fosse o centro, então lá você vê de tudo – turista, nativos, cada um com seu estilo. Aí no Soho é uma parte mais destinada para a moda mesmo, é onde tem as grandes lojas como Chanel, Prada e Bvlgari, é onde as pessoas são mais finas e elegantes. Já no Brooklyn ou em Williamsburg é bem o oposto, parece outro mundo: as pessoas respiram e refletem o lugar onde moram, então tem outras características. São mais hippies, diferentonas, é um lugar que tem brechós nas esquinas, um clima bem nova-iorquino. Eu até acho que é por isso que, hoje em dia, as pessoas dizem que o Brooklyn é a nova Manhattan, ou seja, era considerado “vila” e hoje já não é mais. Eu, por exemplo, morei no Brooklyn e era incrível. Mas, de modo geral, eu acho que a minha maior referência durante toda a viagem foi a das asiáticas – principalmente as da minha escola. Elas são muito diferentes. Eu fiz amizade com algumas meninas asiáticas, e por um acaso, com uma brasileira que é coach de moda. E por a gente dividir o amor pela moda, ficamos muito amigas e ela entendia o meu sentimento de “meu Deus!” quando eu passava em frente à Chanel e de outras lojas ou via algo muito incrível de moda. Muitas vezes a gente saía só para ir conhecer lugares e lojas, entrávamos só para olhar de perto mesmo. Tudo é uma inspiração, é incrível!

- Como define a moda em New York? Ah, não sei nem explicar, é bem diversificada. Lá cada um é como é, e cada um se expressa do seu jeito através da moda. É algo natural. Cada um é diferente do outro e não está nem aí para isso, não liga para a opinião ou julgamento do outro. O melhor é que tu vês que as pessoas de lá se sentem bem com o jeito que se vestem. Eu acho que isso acontece porque New York permite isso, talvez em outros lugares do mundo isso não seja possível. Eu, por exemplo, ainda comentei com uma amiga, há um tempo, que não consigo mais me vestir aqui como eu me vestia lá. Era uma coisa natural 33


minha, eu acordava e não sei de onde eu tirava minhas inspirações, simplesmente acontecia. Hoje em dia eu olho as fotos da viagem para ver o que eu usava e são poucas as peças e combinações que eu uso agora, e não é porque eu não gosto mais, é porque eu coloco e não me sinto bem. Tem, por exemplo, um moletom de veludo que eu mal uso aqui e lá eu usava sempre e me amava com ele. Não adianta, o clima de New York é outro, as pessoas mudam lá. Eu lembro que, quando cheguei, um motorista brasileiro me disse para esquecer tudo que eu tinha aprendido no Brasil e me permitir viver de verdade o clima de lá. E eu acho que é muito isso, lá as pessoas se permitem.

- Como o intercâmbio influenciou na criação da sua loja?

Foi muito importante toda a experiência que eu vivi em New York. A primeira coisa que veio na minha cabeça quando eu pensei em abrir a loja foram as lojas que eu frequentava lá – tinha uma que eu amava, comprava peças incríveis e por um preço muito em conta. O intercâmbio mudou muito o meu jeito de ver a vida, a moda e meus planos, muita coisa de lá me inspirou e me inspira até hoje. Quando eu pensei em abrir uma loja online – a ideia surgiu em uma noite de insônia e preocupação com meu futuro profissional –, na hora idealizei que ela teria que ser como são as

lojas de lá. Me lembro, que era maravilhoso, cadavez que eu entrava em um lugar novo, eu pensava que tudo tinha sido feito pensando em mim. Claro que, com a loja, eu tenho que pensar no perfil do meu público também, mas posso dizer que nunca fujo muito do meu conceito. Bem, para começar o nome – Estilo Gringa – é por total influência do intercâmbio – lá minhas amigas me chamavam de gringa e o curioso que aqui também, eu tenho algumas amigas que sempre me diziam “ai, está toda gringa hoje!”, e com isso, na hora de escolher o nome, eu já sabia que ia ser esse.

- Como é trabalhar com inspiração na moda nova-iorquina?

Às vezes é difícil ainda, porque eu quero que a loja tenha a minha cara e não é sempre que consigo isso com os fornecedores. Minha loja é prioritariamente online, vendo pelo Facebook e Instagram e isso, às vezes, dificulta alguns aspectos. Mas é um processo que está em mudança, já que cada vez mais as pessoas estão preferindo comprar do conforto de suas casas. A rotina corrida do dia a dia necessita de praticidade, o que a compra online permite. Eu estou sempre pesquisando muito, busco sempre ter coisas diferentes e estilosas. As cordinhas de óculos, por exemplo, eu


eu vi uma foto no Instagram e decidi que queria ter na minha loja, e quando eu comecei a vender, ninguém vendia aqui ainda. As choker foram outros acessórios que eu me apaixonei em New York e comecei a vender aqui, foi por muito tempo a peça que eu mais vendia na loja e isso porque era uma coisa nova por aqui.

Foto: Danielly Engelmann

- Quais peças você sempre busca ter para venda? Eu sempre tenho os modelos que estão na moda, mas em cores neutras. Agora que eu estou trazendo peças em cores destaques, como o vermelho, que é super tendência. Eu tenho coisas tanto para quem é mais básico, quanto para quem quer ousar. Aposto em coisas diferentes, bem atuais. Fico de olho nas tendências e vou investindo. Busco sempre priorizar o conforto. Para quem gosta de viajar e estar na moda, sempre indico calça jeans, saias e vestidos, porque são peças que podem ser usadas com meias-calças. Busco ter opções para todos os perfis, e na loja ofereço opções que podem ter diferentes combinações. Além disso, é claro, que acessórios e um bom tênis são fundamentais no caso de viagens.

- Como você vê o futuro da moda?

Para mim, o futuro da moda será com a internet. Eu acho muito incrível, por exemplo, o sistema de compra online, que permite que as pessoas comprem peças e tendências mesmo não tendo acesso. Além disso, muito da moda hoje em dia é recorrente das digitais in�luencers. Antes o trabalho de ditar tendência era feito somente por grandes marcas, e agora elas utilizam de personalidades com reconhecimento digital para estabelecer o que é moda ou não. E elas servem como inspirações e referências para outras pessoas que se consideram “normais”. Enfim, a moda é moda por si só. É uma forma de expressão e que vai ser sempre utilizada – até o ato de não estar na moda diz muito sobre a pessoa. É um mercado que cada vez mais está em crescente ascensão e que nos permite nos permitirmos.

Foto: Danielly Engelmann


VAI VIAJAR? --------------

FIQUE ATENTO

A gente planeja, organiza roteiro, faz checklist, pesquisa preços, de�ine rotas e sempre aparece algum imprevisto na viagem. Eles podem ser de várias ordens, como a mala extraviada, o uso de roupa inapropriada para o local ou até mesmo a perda de documentos. Por isso, Movi te ajuda a enfrentar algumas dessas situações desagradáveis seja onde for.

Câmbio de dinheiro: é recomendável realiza-lo ainda no país de origem.

Troca de chip de celular: facilita o contato telefônico e via internet. Questões climáticas: temperatura, chuva, neve, podem pegá-lo de surpresa logo no desembarque. Cartão de crédito: lembre-se do desbloqueio.

LIMITE DE BAGAGEM Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o peso referente à franquia de bagagem varia conforme as empresas aéreas. Hoje em dia existe a possibilidade de se comprar passagens que incluem ou não o valor do transporte da bagagem, com a devida limitação de peso. Geralmente são permitidas uma ou duas malas de até 23kg cada, variando se o destino for nacional ou internacional. Além disso, é obrigatória a permissão da bagagem de mão no momento do check-in, que pode ter até 10kg por passageiro, e recomenda-se que contenha os objetos de maior valor – documentos e eletrônicos – além de itens de higiene e cuidados pessoais com conteúdo líquido de no máximo 100ml, e embalados em sacos plásticos de fechamento com zíper. O valor do excesso de bagagem é cobrado segundo tabela de cada empresa aérea.

SEGURO-DOENÇA Ninguém espera ficar doente, ainda mais durante uma viagem. Mas, como incidentes nem sempre podem ser previstos, é necessário tomar algumas precauções. Ativar o Seguro Saúde antes do embarque pode parecer um gasto extra, mas é uma atitude previdente e responsável. Em caso de necessidade, o contrato oferece – de acordo com a modalidade adquirida – a assistência necessária e a cobertura dos custos médicos e hospitalares.

MALA PERDIDA Ter a mala extraviada pode ser um grande transtorno. Nesse caso, é preciso manter a calma e primeiramente alertar a companhia aérea – o que pode ser realizado no balcão da empresa, na aérea de desembarque. Durante a reclamação, apresente a comprovação de que despachou a bagagem. Em caso de confirmação da perda, a empresa tem até 7 dias – se vôo nacional – e 21 dias – se vôo internacional – para dar um parecer sobre o assunto. Quando localizada, a mala será entregue no local indicado pelo passageiro no momento da reclamação. Se não for encontrada, a companhia terá de ressarcir o passageiro no prazo máximo de uma semana após a conclusão da busca, incluindo no valor as despesas do passageiro decorrentes desse transtorno.


FALANDO SOBRE MODA -----------------------

Moda é comunicação

Bruna Bassani

“Há quem acredite que a moda é fútil e frivola. Eu lhes digo que moda é comunicação”. Daniel Angel, alfaiate alemão Moda, uma das palavras mais comentadas nos dias de hoje, pode não parecer, mas nos influência desde o momento em que acordamos, quando decidimos com que roupa vamos sair de casa e mostrar a todos quem somos e o que estamos sentindo. Tem sido um dos fenômenos mais influentes na civilização ocidental desde o renascimento. A roupa que usamos, reflete não só a cultura de um povo, mas também é o retrato da nossa sociedade. O vestuário tem acompanhado o homem desde o início de sua evolução. O homem pré-histórico cobria-se com pele de animais para enfrentar situações climáticas adversas. Nas primeiras civilizações, usavam roupas de pele para rituais religiosos. Foi nesse período, que alem da pele, surgiram as fibras naturais tecidas, como lã e linho. O significado místico da roupa entre os egípcios, era visto especialmente entre os reis e faraós, que usavam trajes e jóias que os diferenciavam dos demais. Desde cedo também, a roupa foi usada para diferenciar classes sociais. Até o final da Idade Média, a roupa era uma forma de identificar a condição do individuo dentro da sociedade, podemos constatar que existia Indumentária, roupa, mas não Moda. Com a Revolução Industrial, a burguesia enriqueceu e tinha, também, acesso a tecidos trazidos do Oriente. Em busca de ascensão social os comerciantes compravam títulos de nobreza e consequentemente adotavam outra forma de vestir. A classe dos nobres e dos comerciantes ricos tornou-se numerosa, então foi nas roupas a maneira que fizeram com que se diferenciassem dos demais da corte. Começou aqui a surgir os detalhes de vestimenta, que eram copiados muitas vezes pela influência do usuário. Os estilos eram ditados pelo domínio e influência política das nações, fazendo com que cada época apresentasse, na roupa, detalhes característicos do país mais influente na Europa no momento.

É partir desse fenômeno que podemos falar em moda, ou seja, as pessoas mudam sua forma de vestir em função de influências sociais. A roupa, que a principio era determinada apenas pelos recursos disponíveis e tecnologia, passa a variar em estilos conforme vogas da época. Aqui começa a moda. A moda surgiu no momento histórico em que o homem passa a valorizar-se pela diferenciação dos demais através da aparência, o que podemos traduzir em individualismo. Mas, a diferenciação de uns, visa uma identificação com outros, pois a moda se dá através da cópia de estilo daqueles a quem se admira. Lipovetsky, o qual tive a honra de conhecer em uma aula na pós graduação, diz que a moda é também um fenômeno temporal, caracterizado pela constante mudança, quando um lançamento faz com que o estilo anterior seja descartado. Hoje a moda esta mais democrática, não há regras, mas continua como forte instrumento de comunicação. Mesmo quem não segue a moda, ou as tendências dela, esta comunicando algo em si. Até a tentativa de não-comunicação é entendida como um sinal de possuir opiniões, crenças ou de não aceitar padrões estabelecidos. Moda então é muito mais do que roupa.

Designer - Especialista em moda e comunicação brunabassani@hotmail.com


CONHECENDO

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Museu do Louvre Rue de Rivoli, 75001

PARIS ET ISABEL JUNQUEIRA Apaixonada por arte, viagens e tudo que envolva esses dois contextos, a brasileira Isabel Junqueira vive na cidade luz há mais de 10 anos. Membra do Prix Villégiature – prêmio do setor de hotelaria de luxo – e colaboradora da Revista Vogue, a jornalista apaixonou-se por Paris desde sua primeira visita. Isabel, também Youtuber – seu primeiro vídeo na plataforma foi postado há dois anos e ela já conta com quase três mil inscritos –, acredita que o amor por Paris e sua história como parisiense podem ser descritos através de diversos lugares da cidade. Pensando nisso, a Movi separou oito aspectos sobre Paris que vão te fazer desejar conhecer a cidade (ou querer voltar para lá) e, de quebra, querer saber mais sobre a vida e a personalidade da jornalista.

DESTINO PARIS Isabel Junqueira deixou o Brasil, em 2004, para aventurar-se em um intercâmbio de seis meses em Paris.

38 | Revista Movi


Isabel em visita ao Museu-casa Gustave Moreau

ESCOLAS PARISIENSES Com escolas renomadas dos mais diferentes perfis e cursos, a cidade é conhecida por oferecer as melhores graduações para os amantes da gastronomia. Mas foi em História da Arte que Isabel decidiu dedicar-se.

ARQUITETURA Com prédios que vão desde o clássico ao moderno, Paris oferece inspirações dos mais diferentes designers arquitetônicos. Para locação residencial, há opções compatíveis com os variados orçamentos e preferências. Isabel passou os cinco primeiros anos em um apartamento de 9m². Arco do Triunfo Place Charles de Gaulle, 75008

Parque Luxemburgo 6.º arrondissement

PONTOS TURÍSTICOS Engana-se quem acha que Paris se limita ao Museu do Louvre e Torre Eiffel. A cidade apresenta diversas possibilidades para visitação: museus, exposições, galerias, lojas, parques e restaurante incríveis. O Parque de Luxemburgo é um dos lugares da cidade preferidos pela jornalista.


AS RUAS Refletindo a atmosfera e o clima da cidade, as ruas retratam os traços da civilização e o movimento do mercado. Turistas e nativos circulam calmamente pelas avenidas, desbravando a arte e a cultura de cada lugar. Isabel indica a Avenida Saint-Germain para quem quer conhecer Paris e se permitir viver como parisiense.

Avenida Saint-Germain

MODA PARISIENSE Com forte produção têxtil, a cidade conta com lojas e designers que deixam qualquer apaixonado por moda em suspiros. Para Isabel, o estilo Parisiense é o equilíbrio entre duas características: o effortless, que não quer transparecer que pensou muito no look, com um toque de polidez, e o put togenther, cujo principal diferencial está nos detalhes e no jeito clássico de se vestir – como um guarda-roupas cheio de essenciais com detalhes interessantes.

Região River Gauche

40 | Revista Movi


Le Basile 34 Rue de Grenelle

UM CAFÉ Conhecidos por sua variedade, os cafés parisienses são pontos de encontro. O Café Basile remete Isabel a seus primeiros seis meses na cidade. Na época, durante a graduação na SciencesPo – escola de Ciência Política –, o lugar que fica há uma quadra da faculdade era ponto de encontro entre os nativos e estudantes dos mais diferentes lugares do mundo.

VIVA PARIS Uma das cidades mais visitadas do mundo, é difícil ver Paris com ruas vazias. A locomoção por meio de metrô (ou até mesmo a pé) permite que se entenda o clima da cidade, ótima para visitação em qualquer estação do ano. O Rio Sena divide a cidade em dois: de um lado, à margem direita, está Rive Droite, região considerada mais sofisticada; e de outro, à margem esquerda, River Gauche, região mais turística. Isabel, após viver dos dois lados, garante que cada um tem seu charme. De modo geral, a jornalista afirma que Paris, mesmo sendo um destino considerado caro, encanta qualquer pessoa que ame moda, arte, arquitetura, uma boa gastronomia e, é claro, novas culturas.

Região River Droite

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A MODA --------------

CADA LUGAR, UMA MODA A moda é uma forma de comunicação. Do mesmo jeito que utilizamos a fala e o corpo para nos comunicar, o que vestimos também expressa algo sobre nós. Influenciada pelo contexto social, político, econômico ou cultural, a moda representa características e personalidades. Quem nunca se perguntou por que as mulheres do Brasil se vestem diferente das americanas, por exemplo? Ou quem não se questionou por que mesmo em países do Oriente as mulheres usam diferentes tipos de lenços? A moda é um reflexo da sociedade, ou seja, mulheres – e até mesmo homens e crianças – a utilizam conforme os padrões de sua região, cada um respeitando suas crenças e vontades. Na reflexão sobre moda, podem-se gerar diversas visões: há quem a veja como um fator que estimula o consumismo exagerado; quem a analise como um padrão estabelecido e que gera uma sociedade fútil e competitiva; e até quem a vê como responsável pelo desenvolvimento social e econômico. Independente do que se pensa, é preciso admitir que a moda está presente em todos os lugares, dos lugares mais precários aos mais desenvolvidos. E dentro de cada localidade é expressa de uma maneira distinta. A inserção da moda é tão rotineira que não percebemos que sua importância percorre séculos – por exemplo, em meados do século XVIII, a altura do sapato estabelecia a posição social da mulher: quanto mais alto, melhor. De lá para cá, indiferente da região, a moda é responsável por estabelecer as primeiras impressões em um contato. Mesmo que nada se fale, ela é capaz de descrever um contexto. Afinal, quem nunca sentiu a realidade de um lugar apenas observando a maneira de se vestir das pessoas? É claro que certos contextos são limitados, como as mulheres de países do Oriente Médio, por exemplo, onde burcas, niqab, chador e hijab são obrigatórios, e a maneira de cada uma os usar estabelece sua situação civil e faixa etária. Mesmo que a grande maioria do restante da população – principalmente os ocidentais – nunca tenha se questionado sobre como elas se sentem tendo que utilizar de tal adereço, muitos julgam tal condição apenas associando-a a uma questão de princípios culturais. Em uma sociedade globalizada e cada vez mais independente e determinada, a percepção sobre a influência e o papel que a moda representa é fundamental. Seja em viagens ou redes sociais, é essencial que se reflita sobre a moda ser utilizada como forma de expressão. Comunicar através de um lenço, de uma mini saia – peça que marcou a independência das mulheres em busca da igualdade de gênero, por exemplo –, do cumprimento de um vestido ou do uso ou não de determinada peça é algo universal. É uma linguagem ao alcance de todos. É ter a certeza de que se irá, efetivamente, comunicar algo, sem a necessidade do pré-julgamento – ainda que nem todos entendam sobre a profundidade de um decote ou do uso de determinadas cores no vestuário de uma região do mundo. Seja no Brasil, na Inglaterra, na Índia ou na África do Sul, a moda sempre vai comunicar. Através de cores, modelagens, tecidos ou tamanhos, quem se utiliza dela sempre terá seu direito de expressão garantido.

Fotos: Divulgação


AGRADECIMENTOS: Foto: Danielly Engelmann Modelo: Tamires Hanke

A todos que contribuíram, de alguma forma, com este trabalho. Aos amantes e criadores de moda. Aos meus amigos. Às viajantes que priorizam estarem bem vestidas. E principalmente, aos meus pais, Rosana e Valdemir, sem os quais esta revista e meu percurso na graduação não teriam sido possíveis.

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