Miolo lingua inglesa

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ca que se limita a decidir sobre a inclusão ou não do falante nativo nessas situações de interação, priorizamos aqui a sua orientação plurilíngue e inter/transcultural enfatizada por teóricos pós-coloniais, que, sob um viés mais crítico, conceituam língua franca como fenômeno de hibridismo e mestiçagem linguística (RAJAGOPALAN, 2010, 2011; SIQUEIRA, 2011, 2013). É esse o sentido de língua franca que queremos para nossa Rede: uma visão de língua para além de uma concepção estruturalista (cujo sentido de comunicação resumia-se à mera transmissão de uma realidade universal) e também para além de uma concepção meramente instrumental (cujo sentido de comunicação se voltava para o desempenho de funções comunicativas ainda de forma muito prescritiva e uniforme). Ao entender língua franca como a língua usada de maneira criativa por falantes de repertórios linguístico-culturais variados, estamos dizendo NÃO a um ensino prescritivo e normatizador pautado na ênfase de aspectos linguísticos e culturais de povos dominantes (tradicionalmente, as culturas norte-americana e britânica).

2.2 Inglês como Língua Franca: por uma formação crítica e cidadã Ao assumirmos este lócus, do ponto de vista formativo, abraçamos os usos hibridizados e mestiços do Inglês pelos sujeitos da aprendizagem dentro e fora de nossas escolas, rompendo com purismos e normatividades extremas. Nessa perspectiva, aquilo que tradicionalmente a escola tratou como “erro” ou “desvio da norma”, em uma visão estática e homogênea da língua, e, portanto, passível de correção, passa a ser visto como oportunidade de análise do próprio DISCURSO, tanto no que diz respeito ao ensino quanto à aprendizagem. A diversidade linguística, como bem reconhece Cox (2008), diferentemente de outras formas de diversidade que já adquiriram status de cidadania e proteção de lei, ainda é marcada por um discurso pautado no erro, no desvio da boa norma, algo torto que DISCURSO precisa ser endireitado, corrigido. O discurso aqui remete a formas de representações, códigos É preciso trazer o valor construtivo e convenções que produzem sentidos determinados cultural e interativo do tratamento dado à e historicamente, e carregam, portanto, as marcas do que se aceita como verdade ou realidade em determinada sociedade correção, o que, como nos diz Conem dado momento histórico. ceição (2004, p. 324) “pressupõe ao professor uma postura mais distante

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