Revista Estilo Damha - Edição Abril / Maio 2014

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expediente Nossa equipe

Expediente Damha Urbanizadora José Paranhos Diretor Superintendente Diretores e Gerentes Akira Wakai Andreia Barbon Caio Condi Carlos Eduardo Freire Edio Moraes Fernanda Toledo Francisco Ivo Prado Juliana Liberati Leandro Gonçalves Luiz Lissner Nelio Galvão Vitor Knop Revista Estilo Damha Daniele Globo Editora Chefe Edson Suguihara Nicole Thomaso Assistentes Fotos: Adriano Damas, Alex Souza, Andri de Oliveira/DAOC Design & Fotografia, Arthur Moura, Chico Brandão, Edgard Cesar, Estúdio Gato Louco, Fernando Mucci, Jannyne Barbosa, Letícia Brandão, Marcos Rezende Lima. Oswaldo L. Palermo, Prefeitura de Arapiraca, Rodrigo Zorzi, Rogério Maranhão, Setur Alagoas (Adailson Calheiros, Luiz Eduardo Vaz e Michel Rios), Thayse Gomes e Wanderson Oliveira Textos e revisão: Editora 10 (Dirlene Ribeiro Martins, Maysa Rodrigues e Thatiana Miloso), Alex Souza, Aline Angeli, Daniele Globo, Henrique Fruet, Lila Campos, Nicole Thomaso e Paulo Montini

Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo Encalso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos segmentos de Engenharia Civil, Agronegócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreendimentos Imobiliários. Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desenvolve e executa loteamentos fechados e condomínios residenciais horizontais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e construtiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, sempre com respeito às normas ambientais. A Damha Urbanizadora conta atualmente com 58 empreendimentos lançados, mais de 20 mil unidades comercializadas e está presente em 17 Estados brasileiros além do Distrito Federal. Em 2013, obteve crescimento de 20%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 700 milhões, e para 2014, projeta um crescimento também de 20%, objetivando um VGV de R$ 840 milhões. O seu banco de terrenos total é de mais de 100 milhões de m², que representam um VGV potencial superior a R$ 7 bilhões.

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Foto Capa: Fernando Mucci As colunas assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não expressando necessariamente o pensamento do corpo editorial. A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída gratuitamente a todos os clientes e moradores dos empreendimentos Damha, além de mailing direcionado.

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SELO FSC


carta do presidente José Paranhos

Transforme seu ambiente em uma “Blue Zone” José Paranhos

Diretor Superintendente Damha Urbanizadora

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ocê sabe o que são as Blue Zones? São as regiões do planeta em que a população é longeva, graças à soma de fatores como integração social, nível de atividade, clima, filosofia de vida e dieta, por exemplo. A denominação “Blue Zones” (zonas azuis) foi dada pelo explorador e escritor americano Dan Buettner, que, após rodar o mundo, constatou que em determinados países há locais onde a expectativa média de vida é maior que no restante do planeta. Algumas dessas Blue Zones são: a ilha de Okinawa, no Japão, onde os índices de doenças cardíacas e Alzheimer são mínimos e os casos de ataques do coração e tumores são 80% menores que entre os norte-americanos; o principado de Andorra, cuja expectativa de vida é uma das mais altas do mundo; a ilha Ikaria, na Grécia; a Península de Nicoya, na Costa Rica; o Vale de Hunza, no Paquistão; Sardenha, na Itália; e Abkhasia, na Georgia, também são consideradas Blue Zones. Neste momento, você pode estar se lamentando por não ter nascido em nenhum desses “paraísos da longevidade” e associando esse fato a uma espécie de condenação a uma vida mais curta. Mas não é bem isso o que ocorre. Dentre os fatores que levam as pessoas à longevidade, nas Blue Zones, estão os hábitos saudáveis, creditados ao estilo de vida da população. É claro que, em um ambiente mais propício, exercer esses hábitos se torna muito mais fácil. Mas também é certo que boa parte deles pode ser praticada em ambientes mais hostis, como, por exemplo, nas metrópoles brasileiras. Falando em hábitos saudáveis, podemos começar pelos alimentares, pois esses têm enorme influência em nossa saúde. E se não temos como praticar o slow food (movimento criado com o objetivo de melhorar a qualidade das refeições e pensar no produto, produtor e meio ambiente)

em razão de nossa rotina atribulada no trabalho, também não precisamos comer mal, seja no sentido da qualidade, seja na quantidade, como habitualmente o fazemos. O hábito de movimentar o corpo, muito presente nas Blue Zones, não está no uso de academias, mas, sim, nas contínuas atividades com envolvimento físico, como deslocamentos em cima de uma bicicleta, caminhadas, cuidar pessoalmente do jardim e por aí vai. São atividades moderadas e contínuas. Afinal, que sentido tem fazer caminhadas na esteira e depois não usar escadas, preferindo elevadores ou escadas rolantes? Há muito mais a comentar sobre esses habitantes e, sem pretender esgotar o assunto, cito outro importante hábito das pessoas que vivem nesses paraísos, que é a alta socialização dos idosos, que trabalham e frequentam ambientes de arte e cultura, mas, sobretudo, frequentam os amigos, priorizam a família e têm uma grande noção de comunidade. Pelos rápidos exemplos dados, já dá para ver que não estamos condenados a viver menos que os felizardos habitantes das Blue Zones, embora não desfrutemos do ambiente favorável deles. Em termos percentuais, a influência, em nossa longevidade, do estilo de vida que levamos é de cerca de 75%, sendo o restante creditado à genética, de acordo com pesquisadores. Então, vamos cuidar bem das nossas vidas. E se você mora em um DAMHA, use o centro de convívio, socialize-se com seus vizinhos, caminhe pelas praças, brinque ao ar livre com os seus filhos, frequente os espaços verdes, seja a pé ou de bicicleta. Seria muito ousado afirmar que um residencial DAMHA é uma “pequenina Blue Zone”, mas é confortável dizer que em um DAMHA há um excelente ambiente para você exercitar alguns desses hábitos saudáveis. E tenha uma vida longa!

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Editorial Daniele Globo

VOCÊ TEM PRESSA DE QUÊ? Daniele Globo Editora

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ma cena inesquecível do filme Perfume de Mulher foi a inspiração para esta edição da revista. Na cena, o personagem de Al Pacino, cego e apaixonado pelas sensações simples, convida uma jovem mulher para dançar. Inicialmente, ela recusa, alegando que seu noivo chegará em poucos minutos. “Mas em um momento se vive uma vida”, responde ele, conduzindo-a para um tango, que é o instante mais emocionante da história. Algumas pessoas vivem correndo atrás da felicidade. Ser feliz virou uma obrigação e uma ditadura. Somos bombardeados diariamente com uma série de estímulos e promessas: quanto mais você tiver, mais feliz será. Em uma sociedade em que tempo é dinheiro, muitas pessoas estão aceleradas, sem saber ao certo para onde vão – desde que estejam sendo produtivas, magras, ganhando bem, com os últimos equipamentos tecnológicos do mercado, fotos de viagens maravilhosas postadas nas redes sociais e uma vida social repleta de “likes”. A obrigação é PARECER alegre. Mas essa tal “felicidade a qualquer preço” pode custar caro e parece não funcionar para muitos. Tanto que, na contramão dessa cultura, surgiu o slow living, uma espécie de desdobramento do slow food. Num conceito mais geral, significa viver calmamente, sem stress, com relações mais leves, tempo para si e para descansar, saber apreciar a natureza e as coisas simples da vida. É ter capacidade de diminuir o ritmo da vida e desacelerar quando necessário. De carona neste movimento, a Estilo Damha deste

mês traz matérias especiais sobre essa decisão de viver melhor e mais devagar. A matéria de Turismo, Slow Bali, apresenta mais que um point para surfistas: mostra a ilha da Indonésia pelo viés espiritual e cultural, perfeita para viagens sem pressa e cheias de tranquilidade. Em Comportamento, o movimento slow parenting defende uma rotina familiar equilibrada, na qual os filhos têm tempo para ser apenas crianças. Até na forma de morar e construir é possível adotar um estilo mais slow. Em Arquitetura, o projeto batizado de “Casa do Pátio”, assinado pelo renomado arquiteto Leo Romano, traduz a essência dos espaços amplos que privilegiam o tempo do descanso e a vida em família. No Especial Capa, o maestro João Carlos Martins, reconhecido mundialmente como o maior intérprete de Bach, depois de uma sequência de acidentes e problemas de saúde que o impediram de continuar a tocar, prova que é realmente um predestinado à música. E, para fechar esta edição, uma entrevista com Igor Rickli, que, depois de brilhar como o vilão Alberto Albuquerque, na novela Flor do Caribe, encarna o maior mocinho de todos os tempos: Jesus Cristo, no musical Jesus Cristo Superstar. Assim como a ideia do movimento slow abrange todas as áreas da vida, esta edição da Estilo Damha está recheada de dicas para você curtir momentos especiais cotidianamente. Curta esta leitura. E aproveite lentamente cada momento do seu dia a dia, pois, como disse John Lennon: “A vida é aquilo que acontece enquanto você planeja o futuro”. Enjoy!

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índice Confira tudo desta edição

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Futuro Lançamento: Arapiraca (AL) Nossa Capa: João Carlos Martins Coluna Consumo: Surpreenda a sua rainha! Comportamento: Slow Parenting Coluna Comportamento: Olha o foco! Coluna Ser Mãe: Sobre filhos, marido e prioridades Coluna moda: O que fizemos com o glamour? Gastronomia: Cervejas artesanais Coluna Economia: Como decidir qual sonho realizar primeiro? Coluna Gastronomia: Hambúrguer Coluna Automóveis: Porsche, o mito Negócios: Segurança da Informação Coluna Turismo: Qual a melhor forma de pagamento? Turismo: Slow Bali Viagem do leitor: Cancún Entrevista: Igor Rickli Cultura: Vitorino Campos Varal Cultural: O que vem por aí Arquitetura: Slow Living My Pet: Stand Up Dog Faça o Bem: Make-a-wish Coluna Condomínio: Em briga de marido e mulher... Damha News: Tudo que acontece na Damha Urbanizadora 8 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


opinião dos leitores envie para estilodamha@estilodamha.com.br “A revista é bastante dinâmica e agradável de ler. A reportagem ‘Rio de Janeiro: # 8 dicas’ me fez relembrar minha última passagem pela cidade maravilhosa. O Forte de Copacabana foi um dos lugares que mais me marcou, e achei muito proveitosa as dicas para uma próxima visita, adorei! “ Naiara Avanço, Economista - São Carlos (SP) “Sou fã do Roberto Shinyashiki desde quando comprei o livro O Sucesso É Ser Feliz. Desde então sempre espero por algum livro novo, uma entrevista no jornal ou na TV ou alguma novidade em seu Face. Bom saber que ele não pretende ser aposentar tão cedo.” Karina R. Veloso, Dona de Casa - Juiz de Fora (MG) “Emocionante a reportagem sobre as pessoas que venceram o câncer. Quem passou por isso sabe muito bem como é preciso ser forte para poder enfrentar a doença. As histórias mostradas na reportagem são inspiradoras, parabéns pela sensibilidade ao abordar o tema.” Érika C. Lopato, Professora - Londrina (PR) “Cachorros são a minha paixão, e ver como podem ser úteis para pessoas em tratamento médico me emocionou (‘Cura Que É o Bicho’). Não consigo entender como poder haver gente que não gosta desses bichinhos ou, pior, que os maltratam.” Adriana Lebowski, Nutricionista - Ribeirão Preto (SP)

“Adorei a matéria sobre o Rio de Janeiro. Já estive no Rio e foi uma experiência inesquecível, realmente fiquei impressionado com o lugar. A matéria de Turismo deu ótimas sugestões de lugares que não conheço. Com certeza, quando voltar à cidade maravilhosa, visitarei esses lugares fantásticos. Paulo Aguirre, Mecânico Aeronáutico - São Carlos (SP) “De modo geral gosto da variedade de assuntos da revista: destinos paradisíacos, carros, e-commerce, filmes, música, arquitetura e entrevistas interessantes. A entrevista com o Roberto Shinyashiki é muito interessante. Fiquei sabendo do novo álbum do Bruce Springsteen pela revista e fui conferir. Recomendo! Douglas Berzins, Empresário - São Carlos (SP) “A revista é tão pessoal que a sensação ao lê-la é a de que ela foi feita só para mim. Parece que tudo é pensado para agradar o leitor e mantê-lo preso e desejando receber a próxima edição. Gostaria de parabenizar todos que pensaram e criaram esta publicação que se tornou um sucesso, principalmente à editora Daniele Globo e todos seus assistentes, que fazem a realidade e ideias se tornarem uma leitura de prazer e de bom nível sociocultural”. Raul Boccanera, Empresário - Rio de Janeiro (RJ)

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Foto: Luiz Eduardo Vaz | Setur Alagoas

futuros lançamentos Arapiraca /AL

Detalhe da praia da Pajuçara: uma das orlas urbanas mais bonitas do país 10 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


futuros lançamentos Arapiraca /AL

Alagoas, paraíso para saborear sem pressa Com cenários de tirar o fôlego, proposta slow e serviços premium, o pequeno Estado é hoje destino certo de quem deseja se desligar do mundo com muito estilo Texto: Aline Angeli

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Foto: Rogério Maranhão

futuros lançamentos Arapiraca /AL

Detalhe do jardim do Kenoa Resort, na Barra de São Miguel: tranquilidade é luxo

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raias de beleza quase selvagem e águas azul-turquesa, pousadas rústico-chiques, gastronomia diversificada e uma aconchegante orla urbana: não é à toa que Alagoas desponta hoje como um dos destinos turísticos mais charmosos do país, refúgio perfeito para quem deseja botar o pé no freio e desacelerar pelo menos por alguns dias. Faz pouco tempo que o estado, cuja área de 27.768 km² corresponde a um vigésimo da Bahia, percebeu que, em vez de concorrer com seus vizinhos em busca do turismo de massa, mais valia tirar proveito de sua vocação natural de “Paraíso das Águas” para atrair um público em busca de novas experiências e de um novo conceito de luxo. O resultado disso é um litoral pontilhado de norte a sul, não só de belos cenários, mas de pequenas opções de hospedagem capazes de fazer qualquer um esquecer do mundo. Da pioneira Pousada do Toque, em São Miguel dos Milagres, no litoral norte, ao internacional-

mente premiado Kenoa Resort, na Barra de São Miguel, litoral sul, há pelo menos uma dezena de pousadas recomendadas em seletas listas como a Roteiros de Charme, Design Hotels e Hidden Pousadas Brazil, cada uma interpretando à sua maneira a fórmula “pé na areia + conforto + boa cozinha”. Boa comida é o que aguarda também quem se dedica a apreciar a capital Maceió. Além das sempre imperdíveis tapiocas, cocadas, peixadas e caldinhos, não para de crescer o “circuito obrigatório” de restaurantes que merecem pelo menos uma visita, como Wanchako, Akuaba, Picuí, Sur, Anamá, Maria Antonieta e Divina Gula, vários deles hábeis em extrair alta gastronomia de ingredientes locais como o sururu, um marisco típico das lagoas alagoanas, camarões, queijo coalho e macaxeira. Mas nem só de paz e sossego se faz a programação. Embora não seja uma cidade de hábitos noturnos, Maceió ferve durante todo o ano num trecho

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Foto: Divulgação Setur Alagoas

futuros lançamentos Arapiraca /AL

específico da praia da Pajuçara, compreendido entre as duas mais badaladas barracas de praia da cidade, o Lopana e o Kanoa. É lá, onde marcas como a Chandon registram seu maior consumo de espumante do Nordeste, que turistas e locais se misturam ao som de DJs para paquerar e praticar o esporte do momento, o Stand Up Paddle, ou SUP, atividade que consiste na remada em pé sobre a prancha de surfe, ladeados por caiaques e velas de windsurfe. Além disso, o calendário anual de eventos já conta com duas datas de peso. Com pelo menos quatro grandes festas privadas e diversos shows abertos, Alagoas exibe-se hoje como a “Capital do Réveillon” e vem conquistando fama também no período de pré-carnaval com seu já tradicional bloco Pinto da Madrugada, homenagem ao famoso Galo da Madrugada de Recife (PE), e que neste ano reuniu mais de 200 mil pessoas na orla ao som de frevo e fantasias.

Foto: Arthur Moura

Calçadão: ponto de encontro de quem quer praticar esportes ou simplesmente contemplar

Creme de batata-doce com camarões à moda do Congo, do restaurante Akuaba, em Maceió

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Foto: Divulgação Setur Alagoas

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Azul-turquesa, de norte a sul

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os 230 quilômetros da costa alagoana, o primeiro trecho a ganhar visibilidade nacional foi o do litoral norte, com a instalação, há 25 anos, do primeiro resort do estado, o Salinas de Maragogi. Lá, a grande atração é o mergulho nas Galés, piscinas naturais onde é possível, com um simples snorkel, acompanhar a movimentação de peixinhos nos corais. Mas, se o objetivo for desacelerar, evite cair no erro comum de fazer passeios do tipo “bate-volta”, especialmente se tiver Maceió como base de hospedagem, a 125 km. Para entrar no clima certo do local, o recomendado é reservar pelo menos duas noites na região. O mesmo vale para as demais praias da chamada rota ecológica, localizadas no trecho que vai de Barra de Camaragibe a Japaratinga (106 km de Maceió), que inclui a até então quase deserta São Miguel dos Milagres, mais novo reduto cool de paulistas. Ainda no litoral norte, para visitas de um dia, se estiver a fim de uma praia quase deserta, a boa pedida é Carro Quebrado (45 km de Maceió), com suas falésias coloridas. Mas, se possível, alugue um buggy e leve tudo o que irá precisar, pois o local não conta com estrutura de barracas e, como o próprio nome sugere, é de difícil acesso. Caso esteja em busca de conforto, a dica é Ipioca (18 km), no restaurante Hibiscus. Com redes, palhoças e camas de frente para a areia, o local é perfeito para passar o dia saboreando petiscos como casquinhas de siri e caipiroscas de frutas entre os banhos de mar. Seguindo agora rumo ao sul estão as duas mais badaladas praias do estado: Francês e Barra de São Miguel (respectivamente, a 16 e 30 km de Maceió). Balneários favoritos dos alagoanos, vale reservar para elas a visita fora dos finais de semana, quando o excesso de gente, ambulantes e música alta comprometem um pouco o poder relaxante de suas belíssimas paisagens.

Piaçabuçu: buggies são a atração no passeio a Foz do Rio São Francisco 14 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


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xa pelas areias da praia do Pontal do Peba, encontra-se uma das mais emocionantes paisagens alagoanas: a Foz do Rio São Francisco, de águas calmas cercadas de dunas, e também uma importante área de preservação de tartarugas marinhas. Na volta, a 20 km, imperdível também é a passagem pela histórica cidade de Penedo, às margens do Velho Chico, com seu casario colonial e edificações preservadas como o Paço Imperial, que serviu de hospedagem a Dom Pedro II em 1859, e o Convento de Nossa Senhora dos Anjos, do século XVII.

Foto: Jannyne Barbosa

Distante apenas 3 km da entrada da Barra de São Miguel, com acesso por barco ou por dentro de um sítio de coqueiros, está a paradisíaca praia do Gunga, considerada por diversas publicações especializadas uma das mais belas do país. Localizada no encontro com a Lagoa do Roteiro, seu banho mescla águas doces e salgadas, tudo cercado por falésias coloridas e areias fofas. Uma vez por ano, sempre em janeiro, sua bela enseada vira palco do Lopana Phoenix Fest, considerado hoje a maior balada náutica do país (segundo publicações especializadas como a revista Náutica), reunindo cerca de 800 embarcações e muita gente bonita ao redor de um palco flutuante com programação de bandas e DJs. Se tiver mais dois dias livres na programação, vale a pena esticar mais 100 km (130 km, se estiver em Maceió) para chegar a Piaçabuçu, já na divisa com Sergipe. Partindo de barco de lá, ou vindo de buggy na maré bai-

Vista aérea da Praia do Gunga: paraíso no encontro da lagoa com o mar 15 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Foto: Divulgação

futuros lançamentos Arapiraca /AL

A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, uma das atrações arquitetônicas de Marechal Deodoro

Terra de História

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o caminho entre Maceió e as praias do litoral sul, um pequeno desvio merece entrar na programação: a cidade histórica de Marechal Deodoro, Patrimônio Histórico Nacional pelo Ministério da Cultura, que conserva um belo conjunto arquitetônico colonial a poucos quilômetros da badalada Praia do Francês. Primeira capital de Alagoas, instituída logo após a separação da Capitania de Pernambuco, em 1817, a cidade possui construções que datam do século XVII, sob influência da colonização portuguesa, com forte religiosidade e estilo barroco, como a Matriz de Nossa Senhora da Conceição e o Convento e Ordem Terceira de São Francisco. Naquela época, a então Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul passou a chamar-se Alagoas, em referência aos dois povoamentos existentes na região das lagoas Manguaba e Mundaú, conhecidos como “Alagoa do Norte” e “Alagoa do Sul”.

Em 1839, porém, ela perde o status de capital para a vila de Maceió, considerada economicamente mais estratégica pela qualidade e localização de seu porto, no meio do caminho entre o norte, o centro e o sul da província. Cem anos mais tarde, em 1939, é transformada em município e rebatizada com o nome de seu filho mais ilustre, Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892), proclamador e primeiro presidente da República do Brasil. Expressiva produtora de cana-de-açúcar, Alagoas desenvolveu-se no entorno de vários engenhos e foi palco de violentos combates durante as invasões holandesas no Brasil (1630-1654), conflitos que proporcionaram a fuga de muitos escravos e deram origem à multiplicação de quilombos, cuja concentração mais famosa, a de Palmares, chegou a contar com vinte mil pessoas em seu apogeu.

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Foto: Adailson Calheiros | Setur Alagoas

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Alagoas com arte

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e cultura marcante e folclore expressivo, Alagoas é berço de nomes ilustres como Djavan, Hermeto Pascoal, Graciliano Ramos, Jorge de Lima, Ledo Ivo e Cacá Diegues, e segue exportando talentos como os estilistas Martha Medeiros e Lucas Barros – ela, conhecida por seu trabalho com a renda; ele, pela estamparia –, o cantor e compositor Júnior Almeida e o artista plástico Delson Uchôa, cujas coloridas obras já representaram o Brasil na Bienal de Veneza. No artesanato, o destaque é o filé, a mais “alagoana” das rendas, cujos pontos são desenvolvidos tendo por base uma rede de pesca e que hoje já ganha interpretação sofisticada nas mãos de estilistas e designers como Petrúcia Lopes e Fernando Perdigão. Já na arte popular, uma ampla gama de mestres artesãos alcança reconhecimento mundo afora. Entre eles estão nomes como o do ceramista João das Alagoas, natural de Capela (AL), responsável por recriar a imagem bumba-meu-boi e reconhecido em 2011 como Patrimônio Vivo Cultural de Alagoas, e Manuel da Marinheira, de Boca da Mata (AL), que faleceu em 2012, deixando amplo legado de peças esculpidas em madeira de jaqueira, ofício hoje seguido também por diversos de seus filhos.

Foto: Rodrigo Zorzi

Foto: Michel Rios | Setur Alagoas

Mestre artesão, João das Alagoas

Alagoana produz a renda filé no Pontal da Barra

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Desfile da estilista Martha Medeiros


Foto: Wanderson Oliveira

futuros lançamentos Arapiraca /AL

Arapiraca: a estrela do agreste Polo econômico do Estado, Arapiraca é a segunda maior cidade de Alagoas

Antes conhecida apenas pela produção de fumo, a mais promissora cidade do interior de Alagoas se reinventa, ganha nova cara urbana e desponta no mapa de consumo do Brasil

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uando as praias de Alagoas foram descobertas pelas agências de viagens em todo o país, na década de 1980, Arapiraca, a segunda maior cidade do Estado, era conhecida apenas como a “capital do fumo” e sua única atração era a riqueza gerada por uma das maiores produções de tabaco do país. Encravada no agreste do estado, a 123 km de Maceió, a cidade não contava nem com a beleza das praias da capital, nem com o charme de outros destinos turísticos como Penedo, com seu belo casario colonial à beira do Rio São Francisco, ou Marechal Deodoro, primeira capital do estado conhecida por suas igrejas barrocas e a famosa Praia do Francês. Em compensação, a riqueza gerada pelo fumo, sua localização estratégica no centro do estado e a pujança empreendedora do seu povo a consolidaram como o maior polo econômico e comercial do estado, com influência direta em uma área de mais de 40 municípios,

do agreste ao sertão. Não é à toa que, em 2006, o IBGE apontou Arapiraca como a terceira maior variação positiva do PIB entre as cidades do Nordeste, ficando atrás apenas de Campina Grande, na Paraíba, e de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Uma vez consolidada sua vocação econômica, a cidade decidiu que era hora de mudar sua face urbana. Espécie de árvore rara em meio ao descaso corrente nas gestões municipais do país (Arapiraca, por sinal, é nome de uma árvore leguminosa, espécie de angico-branco comum na região), a cidade foi beneficiada por administrações bem-sucedidas marcadas pela continuidade no planejamento urbano com remodelação de ruas, praças e avenidas, além da criação praticamente do zero de novos espaços de lazer. A mais importante e ousada intervenção foi, sem dúvida, o projeto de revitalização em torno do Lago da Perucaba, que transformou um antigo açude do DNOCs

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futuros lançamentos Arapiraca /AL A inauguração, no ano passado, do Arapiraca Garden Shopping, ao lado do novíssimo Centro Administrativo, comprovou, como já havia sido anunciado em reportagem de capa da revista Exame, em 2012, o potencial da cidade como sétimo lugar no ranking entre as 40 cidades do interior que entraram no “Novo mapa de consumo do Brasil”. Para se ter uma ideia do impacto do crescimento da cidade no dia a dia da população, a então pacata “capital do fumo”, que durante anos não contava sequer com uma única sala de cinema para distrair seus moradores, está a poucos dias da inauguração de cinco novas e modernas salas da rede CineSystem, que deve mudar a rotina não só dos moradores da cidade, como de todo o Agreste.

Foto: Chico Brandão

(Departamento Nacional de Obras Contra a Seca) em um novo cartão postal da cidade, com ciclovias, quadras poliesportivas, restaurante e um píer em construção para a prática de esportes náuticos. Com mais R$ 26 milhões em investimento, a revitalização do lago valorizou todo o entorno da região, formada por uma área cercada de verde e próxima do centro da cidade. Além dos novos espaços de lazer, a multiplicação de centros de ensino superior (o campus da Universidade Federal de Alagoas expandiu o número de cursos na cidade que já contava com a sede de uma Universidade Estadual e de várias outras faculdades privadas) rejuvenesceu o cotidiano da região, cuja vida noturna foi ainda mais turbinada com a atração de bares e restaurantes de Maceió.

Entorno do Lago da Perucaba, local onde a Damha lançará seu primeiro empreendimento no estado de Alagoas: região mais valorizada de Arapiraca

Damha chega a Arapiraca

É exatamente na área mais valorizada da cidade, o entorno do Lago da Perucaba, que a Damha Urbanizadora se prepara para lançar seu primeiro empreendimento imobiliário no Estado de Alagoas: o Residencial Village Damha Arapiraca. Implantado em uma área de 484 mil m², o condomínio terá 498 lotes (com tamanhos que variam de 292 m² a 575 m²) projetados de modo a proporcionar a máxima privacidade e comodidade aos moradores do empreendimento, todos com fácil acesso à completa e sofisticada infraestrutura de lazer do Residencial. O lazer, aliás, foi levado a sério na concepção do Villa-

ge Damha Arapiraca. Piscinas, campos de futebol, academia ao ar livre, quadras de tênis, vôlei e poliesportiva, ciclovia, playground, centro de convívio, praças e quiosques são alguns dos dispositivos que farão parte do empreendimento. Tudo isso projetado com total respeito ao meio ambiente e dentro dos rigorosos padrões de sustentabilidade que fizeram da Damha Urbanizadora a primeira empresa do Brasil a ter um condomínio horizontal certificado com o selo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), conferido pela Fundação Vanzolini e que atesta a sustentabilidade do empreendimento. Um Residencial perfeito, em um local perfeito.

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Especial Capa João Carlos Martins

Gênio indomável Pianista desde criança, aos 8 anos ele já havia vencido seu primeiro concurso musical. Reconhecido mundialmente como o maior intérprete de Bach, uma sequência de acidentes e problemas de saúde o impediram de continuar a tocar. Mas ele estava predestinado à música: da união de um dom sublime com a determinação comum aos grandes gênios, João Carlos Martins se tornou maestro e, mais uma vez, brilhou. Agora, o homem responsável por criar a primeira orquestra privada do Brasil trouxe para si a responsabilidade de democratizar o acesso à música erudita Texto: Thatiana Miloso e Paulo Montini Fotos: Fernando Mucci

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Especial Capa Jo達o Carlos Martins

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Especial Capa João Carlos Martins

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e tivéssemos de usar apenas uma palavra para definir o pianista e maestro João Carlos Martins, sem dúvida alguma escolheríamos o substantivo superação. Até mesmo pela forma como a música entrou em sua vida: aos 8 anos, um pequeno tumor no pescoço o obrigou a um período de confinamento. Para ajudar o filho a superar a reclusão, o pai de João Carlos lhe deu um piano, sem imaginar que o presente mudaria para sempre a vida do garoto. Seis meses depois, João Carlos ven-

ceria seu primeiro concurso, executando as obras de Johann Sebastian Bach diante de pianistas de todo o Brasil. “Engraçado que não me lembro de como foi o processo inicial de aprendizagem. Olho para trás e já me vejo tocando o piano. Na medida do possível fui uma criança normal, que adorava jogar futebol, mas que também estudava muito a música, que foi algo natural em minha vida”, conta o pianista, em entrevista exclusiva para a revista Estilo Damha.

No piano, o talento de João Carlos Martins o levou aos principais palcos do mundo 22 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Especial Capa João Carlos Martins Aos 13 anos, João Carlos já havia se tornado pianista profissional, e a partir daí sua carreira teve uma ascensão meteórica: os primeiros concertos pelo Brasil afora chamaram a atenção da crítica mundial e, com isso, vieram convites para tocar com orquestras do mundo todo. Aos 20, ele já tocava no Carnegie Hall, um dos mais importantes palcos do mundo, com patrocínio de Eleanor Roosevelt, mulher do então presidente norte-americano Franklin Roosevelt. João Carlos também inaugurou o Glenn Gould Memorial, em Toronto, Canadá, época em que já havia gravado muitas das obras de Bach para o piano. É desse evento que ele guarda uma de suas memórias mais peculiares. Na plateia estava o célebre pintor catalão Salvador Dalí, que decidiu cumprimentar o pianista após o concerto. “Dalí fez uma brincadeira, dizendo que há muitos anos costumava dizer que era o maior pintor do mundo e que muitas pessoas acreditavam. Recomendou que eu fizesse o mesmo com respeito a Bach, dizendo que era seu maior intérprete. Claro que eu nunca falaria isso na minha vida”, conta João Carlos. Humildade à parte, o destino se incumbiu, naturalmente, de lhe dar o título de maior intérprete de Bach – sem que ele mesmo precisasse fazê-lo. Sobre a obra do compositor alemão, o pianista revela que o que mais lhe dava prazer era interpretar as Variações de Goldberg e o Cravo Bem Temperado. “Procurei fazer de sua música uma viagem através dos séculos, onde Bach torna-se romântico, onde ele simboliza tudo do Barroco, onde se encontra com Schönberg no século XXI. Para mim, Bach foi o único computador com alma que já existiu, algo que o Bill Gates nunca irá conseguir fazer. Se você analisar sua obra, verá que Deus nunca criou uma cabeça como a dele, era um computador que existia dentro de uma pessoa nascida em 1685 e que, ao mesmo tempo, tinha alma”, filosofa João Carlos. Se Bach o levava ao apogeu, a saúde parecia querer afastar o pianista dos palcos. Ainda jovem, João Carlos descobriu-se portador de distonia, distúrbios neurológicos dos movimentos caracterizados por contrações involuntárias e espasmos. Para quem dependia tanto das mãos, a doença poderia significar o fim de uma carreira brilhante. Mas, como o próprio músico diz, “2% de inspiração são dom de Deus, os outros 98% são transpiração”. Para driblar o problema, aos 22 anos, ele começou a fazer repouso absoluto antes de cada concerto. “E após um dia intenso de gravação, eu costumava ficar de três a quatro horas deitado em uma banheira, era uma forma de relaxar os músculos e me preparar para o trabalho que viria no dia seguinte”, relembra. O primeiro acidente grave veio aos 25 anos, quando João Carlos jogava uma partida de futebol no Central

“” Para mim, Bach foi o único computador com alma que já existiu, algo que o Bill Gates nunca conseguirá fazer

Park, em Nova York (EUA), com atletas da Portuguesa, seu time do coração. Em uma queda, ele perfurou o braço direito na altura do cotovelo, atingindo o nervo ulnar, o que provocou a atrofia de três dedos e o afastou dos palcos por um ano. Mesmo com dificuldades, ele voltou a tocar e gravou a obra completa de Bach, com aclamação do público e da crítica. Em 1995, porém, o destino lhe reservaria outro abalo: durante um assalto na Bulgária, foi golpeado na cabeça com uma barra de ferro, o que provocou uma sequela neurológica que comprometeu o braço direito. Mas como superação é a palavra que melhor o define, João Carlos driblou mais uma vez o destino e emocionou o público com a gravação do álbum Só para Mão Esquerda, escrito por Paul Wittgenstein, que perdeu o membro direito na Primeira Guerra Mundial. Alguns anos depois, desenvolveu no braço esquerdo, seu membro saudável, uma doença chamada Contratura de Dupuytren, que lhe faria perder os movimentos da mão esquerda. “Quando tive o primeiro problema, larguei o piano por um tempo. No segundo, também. Mas aí, quando apareceu o terceiro problema, disse para mim mesmo: ‘seria falsa modéstia falar que não recebi um dom de Deus. Então, eu escolho a música, é com ela que vou ficar até o fim da minha vida’. Foi isso o que fiz e é isso que estou fazendo”, desabafa.

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Especial Capa João Carlos Martins

A regência em um sonho

C

om as duas mãos comprometidas, a carreira de pianista chegava ao fim. Mas, como ele mesmo disse, a opção pela música continuaria. Dormindo, João Carlos Martins teve a inspiração que o faria se reinventar na música clássica: durante um sonho, o maior maestro da história do Brasil, Eleazar de Carvalho, aparecia para lhe dizer que o ensinaria a reger. No dia seguinte, o músico teve sua primeira aula de regência, com o maestro Júlio Medaglia. “Logo depois das primeiras aulas, tive a ideia de formar uma orquestra com a iniciativa privada, que não dependesse do governo. Sabia que, para isso dar certo, teria que matar um leão por dia. Começamos com 18 músicos e ensaiávamos aqui em casa”, relembra João Carlos. A orquestra em questão era a Bachiana Filarmônica, que fez sua estreia, em 2004, na prestigiada Sala São Paulo. Para poder fundar a Bachiana, o então “novato” maestro seguiu a dica do irmão, Ives Gandra Martins (um dos maiores juristas do Brasil), que o aconselhou a pedir patrocínio para as Federações, propondo que cada uma adotasse um músico.

Foi na casa de João Carlos, em São Paulo, que aconteceram os primeiros ensaios da orquestra Bachiana Filarmônica 24 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Especial Capa João Carlos Martins

O maestro durante apresentação da Bachiana Filarmônica Sesi-SP: primeira orquestra privada do Brasil

“Decidi começar pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), até mesmo por todo o trabalho do Sesi voltado à educação. Quando apresentei a proposta ao Paulo Skaf (presidente da Fiesp), ele disse que iria pensar sobre o assunto. Foi aí que pensei: ‘se a Fiesp tem que pensar, então é melhor esquecer esse sonho’. No dia seguinte, o Paulo me ligou dizendo que tinha uma má notícia: não daria para adotar um músico, mas sim a orquestra inteira”, conta o maestro. Dois anos depois do nascimento da Bachiana Filarmônica, João Carlos Martins deu mais um passo que, novamente, surpreenderia público e crítica: criou, com o apoio o professor Enio Lopes, a Bachiana Jovem, orquestra que reuniria jovens talentos da música erudita, de diversas classes sociais. Em 2010, ambas as orquestras se fundiram para formar a Bachiana Filarmônica Sesi-SP, composta por 45 mú-

sicos da “Bachianinha” e 20 músicos da Bachiana Filarmônica. Com esses projetos, João Carlos Martins celebra a notável marca de mais de 1.200 concertos realizados para dez milhões de pessoas, com apresentações nos maiores teatros do Brasil, do exterior e até mesmo em praças públicas da periferia das grandes cidades. “Atualmente, 6.700 crianças estão envolvidas com o projeto social da Fundação Bachiana. Percorremos todos os CEUs (Centros Educacionais Unificados) da capital paulista para fazer concertos e conversar com os jovens. Também levamos a música erudita às unidades da Fundação Casa. Houve até o caso de um garoto que teve a liberdade decretada em uma segunda-feira, mas que pediu para ficar até quinta-feira para poder me dizer ‘obrigado’. Sim, não tenho dúvida de que a música pode ser a principal ferramenta de inclusão social do país.”

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Especial Capa João Carlos Martins Ao falar da experiência das crianças com a música erudita, o maestro afirma não acreditar que exista uma idade certa para o início do aprendizado musical. Para ele, se uma criança com 3 ou 4 anos for canalizada para a arte, ela poderá fazer com um piano ou violino, em relação à técnica, o mesmo que outra criança com idade semelhante faz no computador. “Agora, talento, já é outra coisa. A minha recomendação é canalizar as crianças para instrumentos de corda, como violino, viola, violoncelo e contrabaixo. Uma orquestra, por exemplo, é formada por uma média de 90 músicos, sendo que 50 ou 60 são instrumentistas de corda. Nos instrumentos de metais você tem um resultado mais rápido, é por isso que há tantas bandas no Brasil e tão poucas orquestras de corda. Na Europa, acontece o inverso. As cordas desenvolvem o ouvido das crianças, a afinação. É como andar de bicicleta: no começo é difícil, mas antes de perceberem elas já estão tocando”, fala com entusiasmo. João Carlos Martins já criou 32 orquestras jovens de corda no Brasil, dentro da ambiciosa meta de fazer com que a música chegue às pequenas cidades do país antes das drogas. As dificuldades, claro, continuam a acompanhar a carreira do pianista/maestro, que soube como ninguém transformar os obstáculos em oportunidades para crescer e se reinventar. Além dos leões que precisa matar por dia para manter todos esses projetos com um orçamento modesto, João Carlos continua lidando com as barreiras físicas que nunca o abandonaram. Sem conseguir segurar a batuta ou virar as páginas das partituras dos concertos, o maestro decora nota por nota, num trabalho incrível de memorização. “Entre seis e oito da manhã, vou andando pela casa memorizando, sempre andando no ritmo da obra que vou reger, que fica pregada na parede. Lá pelas duas, três da madrugada, quando fico meio sonâmbulo, refaço a partitura inteira, coisa de 200 páginas. Durmo, acordo, durmo e acordo fazendo a partitura. Fico feliz em conseguir memorizar e, mais ainda, em manter meu cérebro em ebulição e evolução.” Como ele mesmo já disse inúmeras vezes, em meio a todas as dificuldades e reviravoltas de sua vida, a música, definitivamente, venceu. Sem poder virar as páginas das partituras, João Carlos decora os concertos nota por nota 26 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Especial Capa Jo達o Carlos Martins

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Informe publicitário / Bentom Publicidade

Irmãos Biazotti: ex-alunos de Ivo Pitanguy atuam juntos na Cirurgia Plástica

Os irmãos Doutores Rafael e Fábio Biazotti, ambos especialistas pelo Instituto Ivo Pitanguy, abrem as portas de sua Clínica e falam sobre a união e o amor pela medicina

A

paixão pela medicina os acompanha desde a infância. Embalados pelos pais, ambos médicos, o futuro, envolto no jaleco branco, já estava sendo escrito e a trajetória até o consultório, planejada. Assim, os gêmeos Dr. Rafael Biazotti (CRM 129.098) e Fábio Biazotti (CRM 129.064) saíram dos bancos escolares e foram direto para o vestibular. Já na Faculdade de Medicina, construíram, juntos, suas carreiras numa especialidade que transforma imagens físicas e emocionais: a Cirurgia Plástica. Especialistas pelo Instituto Ivo Pitanguy, Membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e com cursos nos Estados Unidos nas áreas de rinoplastia e cirurgia da face, entre outros títulos, os irmãos trilharam seus caminhos unidos e, hoje, são responsáveis pela Clínica de Cirurgia Plástica Biazotti no interior do Estado de São Paulo, que atende pacientes de várias regiões do país.

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A Clínica

Dr. Rafael e Dr. Fábio Biazotti com o Dr. Ivo Pitanguy

Proximidade e cumplicidade

O relacionamento muito próximo com o paciente, a humanização do atendimento e a possibilidade de transformar vidas foram pontos decisivos na escolha dos irmãos pela Cirurgia Plástica. “Esta é uma área que mexe com o físico e com o emocional de cada indivíduo. São muitos desejos, medos e sonhos que se misturam, por isso, é necessária uma aproximação com o paciente, um mergulhar na sua vida, para que nos conheçamos e criemos uma relação de cumplicidade e confiança”, explica Dr. Rafael. “E com esta proximidade, com este conhecimento de cada paciente, atuamos para que prevaleça um padrão natural, com formas harmoniosas, sem exageros, que contribua para melhorar a autoimagem do paciente”, ressalta Dr. Fábio.

Ivo Pitanguy – um mestre a ser seguido

Enveredar pelos caminhos da Cirurgia Plástica incentivou os irmãos a procurarem uma especialização com um dos maiores nomes da área, Dr. Ivo Pitanguy. Conquistaram suas vagas na difícil seleção e fizeram parte da 51a turma. Vivenciaram os três anos de curso operando juntos seus pacientes, o que trouxe experiência e conhecimento. Itens indispensáveis para o próximo passo a ser dado: a abertura da própria clínica a qual as lições aprendidas são empregadas.

Um espaço acolhedor, onde a saúde e o bem-estar caminham lado a lado. Assim é a Clínica de Cirurgia Plástica Biazotti, que reflete a dedicação, o cuidado e o profissionalismo de seus responsáveis. Planejada e construída dentro das rigorosas normas da ANVISA, a clínica possui confortáveis salas de espera, três consultórios médicos, sala para realização de diversos procedimentos, como aplicação de laser, toxina botulínica, peelings e preenchimento. Já o centro cirúrgico conta com duas modernas salas de cirurgia, equipamentos de monitorização em tempo real, UTI, 4 leitos de recuperação pós-anestésica e quartos confortáveis. Além de toda a estrutura de ponta, a clínica também se destaca pelo material humano, com uma equipe multidisciplinar de profissionais de excelência que auxiliam os doutores Fábio e Rafael no atendimento e acompanhamento do paciente.

Procedimentos

Na área da cirurgia plástica, os doutores Fábio e Rafael realizam uma diversidade de procedimentos ligados ao corpo, mama e face. Abdominoplastia, implantes mamários, lipoaspiração, ginecomastia, reconstrução mamária, lifting facial, rinoplastia e transplante capilar são apenas alguns exemplos de cirurgias feitas pelos médicos dentro das normas de segurança estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

Araraquara

Araraquara é um importante município da região central do Estado de São Paulo, reconhecido pelo seu alto índice de desenvolvimento humano e qualidade de vida. A facilidade de locomoção para a cidade seja por via aérea - pela Companhia Azul, com voos regulares e chegada ao Aeroporto Bartolomeu de Gusmão (informações: 16 - 3322 3441); ou terrestre - por rodovias importantes, como a SP-255 (norte/sul) e a SP-310 (leste/oeste); tornam sua localização privilegiada. Ainda conta com uma rica infraestrutura hoteleira e gastronômica.

Serviço:

Cirurgia Plástica e Estética Biazotti Av. Pedro Galeazzi, 825, Vila Harmonia, Araraquara/SP Telefones: (016) 3461 0735 e (016) 99702 9233 www.clinicabiazotti.com.br Facebook.com/Clínica-Biazotti Diretor Técnico: Dr. Fábio Biazotti - CRM 129.064 Fachada do consultório 29 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


COLUNA consumo Fabiano Menna

Surpreenda a sua rainha! Existem mães de todo o jeito: modernas, clássicas, elegantes, fashion, etc. Observe o estilo da sua e escolha um presente que é a cara dela! Fabiano Menna

Figurinista, produtor de moda e decoração.Trabalhou no jornal O Estado de S. Paulo, no Suplemento Feminino, e no jornal Folha S. Paulo, na Revista da Folha e Caderno Vitrine.

Bule Gato de louça, assinado por Romero Britto, da Romero Britto Galeria de Arte, R$ 700,00

Fotos: Divulgação

Perfumeiros em vidro lapidados, 20 cm, da Amora Presentes, R$ 99,00 cada

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Case para celular personalizado em cartoon, da Toonicado, preço sob consulta


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Centro de mesa Bird, de vidro e ferro, da Tavares, R$ 790,00

Banqueta Misk, da Prodomo, com estrutura maciça em madeira lyptus, assento estofado e capa de algodão tricotada a mão, assinada pelas designers Grácia Mendes e Regina Misk, R$ 1.547,00 31 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Caixinha com oito macarons, de diferentes sabores, da Ladurée, R$ 102,00


COMPORTAMENTO Slow Parenting

Tempo para ser apenas

CRIANÇA

Movimento slow parenting defende uma rotina familiar equilibrada

Foto: Letícia Brandão

Texto: Dirlene Ribeiro Martins

Desenhos feitos pelas crianças durante o Praça-Ação, em São Carlos (SP)

A

s exigências do mundo corrido e competitivo não poupam nem as famílias. Mesmo antes do nascimento, pais e mães já começam a planejar o futuro dos filhos e a fazer as contas do quanto precisarão investir com a educação dos rebentos para que tenham o currículo perfeito. A consequência são crianças de poucos anos já com a agenda cheia e pais que precisam se multiplicar em mil para poder arcar com os custos e com tanto leva-e-traz. Na contramão dessa fissura, um movimento – que teve início na Europa e nos Estados Unidos – começa a ganhar força por aqui. Trata-se do slow parenting, ou “pais sem pressa”, que defende justamente o contrário: que os pais desacelerem a própria rotina e deixem os filhos mais tranquilos para simplesmente curtirem a vida.

O jornalista e escritor escocês Carl Honoré, autor do livro Sob Pressão, foi o primeiro a usar o termo, que, para ele, tem a ver com trazer equilíbrio para o lar. Honoré defende que aproveitar as horas, em vez de correr contra o tempo, pode levar a relacionamentos mais profundos em todos os sentidos. No Brasil, alguns eventos já buscam dar espaço para que pais e filhos possam interagir mais e também para incentivar a desaceleração das crianças. É essa a proposta do Slow Kids, cuja primeira edição ocorreu em novembro último no parque Água Branca, em São Paulo, e também do Praça-Ação, que aconteceu em fevereiro deste ano na praça Brasil, em São Carlos (SP). Este último, “além de favorecer encontros e compartilhar afetos”, segundo os organizadores, também busca ocupar criativamente os espaços públicos.

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COMPORTAMENTO Slow Parenting

S

Esse brincar inventado, na minha opinião, é enriquecedor para o desenvolvimento lúdico da criança”, explica. Já a empresária e blogueira Gisa Hangai, de Curitiba (PR), sentiu na pele o stress de incluir os filhos, Mateus e Lucas, de 7 anos, na correria do dia a dia. “Voltei a trabalhar num ritmo frenético quando eles tinham 5 meses de vida, mas o desejo de participar ativamente dos cuidados e da educação me fez adoecer”, conta. Tempos depois, um poucos antes de eles completarem 4 anos, ela tomou a “grande decisão” de ser mãe em tempo integral. “Dessa decisão surgiram várias necessidades, dentre elas a de cortar custos. Isso me fez repensar o consumo e o tempo dedicado aos filhos. Fazer melhores escolhas na educação, no lazer, na alimentação, no consumo de produtos e serviços. Criar e valorizar os momentos com os amigos, família e filhos da forma mais simples”, relata a empresária.

Foto: Arquivo pessoal

ofia Benini, jornalista e colunista da Estilo Damha, acredita que os pais, na tentativa de buscar o melhor para os filhos, os matriculam em diversos cursos e atividades e não se dão conta de que ter um tempo para fazer nada é valioso e saudável do ponto de vista do desenvolvimento da criança. “Platão e Aristóteles, muitíssimos anos atrás, já defendiam o conceito do ócio criativo; se eles vissem os absurdos de hoje em dia, estariam de cabelo em pé”, diz. Os filhos de Sofia – Mabi, 2 anos, e Alfonso, 6 meses – ficam em casa a maior parte do tempo, e ela não acha que por isso sejam menos desenvolvidos que outras crianças que ocupam suas tardes com aulas de balé, natação, equitação, inglês, etc. “Criança é criança. Criança tem que brincar. A criança inventa e descobre seu próprio brinquedo, seja uma caixa de sapato, uma corda que encontrou no quintal de casa, uma panela que roubou da gaveta da cozinha.

Ócio criativo

Sofia com os filhos: “Ter um tempo para não fazer nada é valioso e saudável” 33 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Foto: Arquivo pessoal

COMPORTAMENTO Slow Parenting

Gisa, com os gêmeos Mateus e Lucas: “A conta de uma vida desequilibrada um dia chega, e custa caro”

Cobranças

T

anto Sofia quanto Gisa concordam que é grande a pressão para que se aja de outra forma. “Há cobrança por todos os lados para que as crianças de hoje sigam esse ritmo acelerado. Convencionou-se que a boa mãe é aquela que matricula seu filho em no mínimo três atividades semanais, e qualquer coisa menos que isso é mal vista”, diz Sofia. “Conheço mulheres que são verdadeiras ‘mãetoristas’ – precisam até de tabelinha pra conseguir controlar os horários de pegar um, levar o outro.” Já para Gisa o desafio é não se deixar levar pelas comparações e pelo fascínio que o consumo exerce: “Mesmo quando podemos consumir, podemos e devemos pensar nos excessos que cometemos. Ter tudo e fazer tudo não significa sucesso e qualidade de vida, nem para os pais, nem para as crianças e adolescentes. A conta de uma vida desequilibrada um dia chega, e custa caro”.

Mesmo com essa convicção, Gisa reconhece que, por ser uma pessoa muito ativa e sistemática, precisa se cuidar diariamente para não exagerar nas cobranças. “Quando percebo que estou extrapolando proponho fazermos diferente no dia seguinte, seja desconectando, lendo, pintando, cozinhando, comendo melhor, ou simplesmente descansando”, relata. Enquanto isso, Sofia afirma não ter problemas em separar sua vida habitualmente acelerada do ritmo que deseja para os filhos. “Somos bem tranquilos e aos finais de semana sempre organizamos programas diferentes: uma ida ao zoológico, uma peça de teatro, passeio no parque...” E completa: “Depois que elas crescerem terão uma agenda cheia de responsabilidades: tarefa, escola, vestibular, faculdade... Por que não deixar que aproveitem o curto período de tempo que possuem para serem simplesmente crianças, né?”.

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COMPORTAMENTO Slow Parenting

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COLUNA comportamento Mara Behlau

OLHA O FOCO! “Foco nos objetivos, foco nas metas, foco na continuidade, foco na ação, foco no foco!” “Mantenha o foco, olhe o foco, não perca o foco!” Mara Behlau

PhD, Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comunicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP, São Paulo. Presta consultorias sobre comunicação, liderança e negociação para diversas empresas.

Foto: Divulgação

Q

uantas vezes ouvimos essas expressões! Foco, com certeza, está na moda e é questão central no mundo complexo em que vivemos. A palavra é foco e não mais enfocar ou focalizar. Foco mesmo! Mais curtinha, mais fácil, causa maior impacto. De acordo com o Online Etymology Dictionary (www.wtymonline.com), focus, do latim, significava, no século XVII, “fogo, lareira”, mas logo passou a ser usada na matemática como ponto de convergência, por provável analogia com o ponto de combustão das lentes. Seu uso expandiu-se no

último século e hoje ter foco quer dizer ser objetivo para atingir algo, seja do ponto de vista pessoal ou profissional. É por meio do foco que direcionamos nossa atenção e energia e temos mais chance de conquistar melhores resultados. Contudo, foco não é uma ação instantânea, mas algo que exige continuidade, o que é o maior desafio para a maioria das pessoas. Num exemplo simples: você está, neste momento, lendo a Estilo Damha. Segundo pesquisas recentes, durante esta leitura você vai ficar distraído entre 20% e 40% do tempo. Imagine se estivesse lendo um contrato importante ou um comunicado sobre sua saúde. Em seu livro recém-publicado (Foco: a atenção e seu papel fundamental para o sucesso, Editora Objetiva, 2013), Daniel Goleman, o guru da inteligência emocional, destaca que manter o foco é um dos principais responsáveis pelo sucesso na vida e que isso pode ser melhorado com treinamento. É exatamente a habilidade de manter o foco que transforma você em um especialista no que deseja, em um profissional de sucesso na vida e em uma pessoa considerada mais confiável pelos colegas. Contudo, para se ter foco é importante saber o que se quer e definir prioridades, organizar o tempo 36 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

de modo realista e saber dizer não às fugas de atenção. Há uma relação importante entre motivação e foco, e isso ocorre em um círculo virtuoso: a motivação aumenta o foco e este aumenta a motivação. Motivação vem de mover e emoção, e é o que nos dá o prazer necessário para fazer sacrifícios e se dedicar a uma meta importante. É preciso dominar três tipos de foco (Harvard Business Review, dezembro de 2013) para se ter sucesso: Foco interno – significa estar em contato com as próprias necessidades e, para tanto, identificar os sinais fisiológicos que seu corpo envia, o que o coloca em sintonia com sua intuição e valores, permitindo que você tome melhores decisões. Foco no outro – relacionado à empatia e que requer três habilidades específicas: empatia cognitiva, que procura entender a perspectiva de outra pessoa; empatia emocional, que significa sentir o que o outro sente; e preocupação empática, que é entender que a outra pessoa precisa de você. Foco externo – é aquele concentrado no mundo exterior e que nos ajuda a transitar pelo mundo que nos rodeia.


COLUNA comportamento Mara Behlau Perder o foco é muito fácil, e as distrações, extremamente poderosas, podem ser de natureza sensorial (como luzes, sons, ruídos, cheiros) ou emocional (como questões internas que nos influenciam). Há ainda distrações mistas nos tirando do foco, que são as redes sociais, internet, celular. Um levantamento do Conselho Nacional de Segurança dos EUA indicou, em maio de 2013, que 25% dos acidentes de carro no país foram causados pelo uso do celular enquanto se dirigia. Celular e direção causam tantos danos quanto dirigir alcoolizado, e o risco de acidentes ao se falar ao telefone, ou digitar uma mensagem de texto enquanto se dirige, pode aumentar em 400%. O maquinista do trem que descarrilou na Espanha, em julho de 2013, matando 79 pessoas, assumiu que estava ao telefone, falando com seu colega de trabalho, e não percebeu que o trem atingira o dobro da velocidade permitida para o trecho nem que estava em um local de curva acentuada. Quando nosso foco fica dividido, nosso cérebro funciona de forma mais lenta e tem mais chances de

errar. A ciência cognitiva comprovou que dividir a atenção em muitas tarefas (multitarefa) é um mito; na verdade, o que fazemos é trocar rapidamente o foco da atenção, o que enfraquece nossa concentração e favorece erros. Do mesmo modo que um computador com vários programas abertos fica mais lento e pode até mesmo travar, ao tentarmos nos dedicar a uma tarefa qualquer sem deixar nossa mente limpa, podemos apresentar queda de rendimento, redução de criatividade e até mesmo bloqueio na resolução de um problema. Um bom exercício, ao começar a fazer qualquer atividade que exija foco, é inicialmente identificar como está seu corpo e se há algo que possa ser feito para melhorar o conforto físico na tarefa, se há alguma preocupação emocional que precise ser atendida ou deixada de lado para que não interfira, além de verificar a possibilidade de desligar os aparelhos eletrônicos de conexão externa à tarefa por determinado período. Quando você consegue domar sua mente e manter o foco, o resultado é mais rápido e de melhor qualidade. Embora até se consiga

chegar a um resultado semelhante agindo distraidamente ou em modo de multitarefa, o processo pelo qual se passa para chegar ao fim desejado é geralmente mais penoso e desgastante. Se você é adepto da tecnologia e reconhece que precisa de ajuda externa, pode usar aplicativos para auxiliá-lo a desenvolver seu foco. Fica a sugestão de cinco deles: Stayfocusd – ajuda a selecionar os sites nos quais se desperdiça mais tempo e a controlar um período determinado de uso; Wunderlist – lista de tarefas on-line em forma de agenda diária que pode ser dividida por áreas; Lumosity – jogo para melhorar diversas funções do cérebro; Fit Brains – ajuda a identificar as áreas específicas do cérebro para melhorar o rendimento, com impacto particular sobre foco mental e atenção; e Clkwrk Brain – jogos de atenção, com diversos graus de dificuldade. Acima de tudo, observe-se e aja com propósito. Render mais, refletir profundamente, tomar melhores decisões, ser um líder humano e ter sucesso, tudo isso exige foco. Dá muito trabalho, mas essas conquistas são altamente motivadoras.

Aplicativos e jogos que ajudam a manter o foco: tecnologia também pode atuar a favor da concentração 37 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


COLUNA ser mãe Sofia Benini

Sobre filhos, marido e prioridades O companheiro, e não os filhos, é a pessoa mais importante da sua vida. Foi o que ouvi um dia de uma espanhola querida e desde então mudei minha maneira de enxergar a família

Sofia Benini

É mãe da Mabi e do Alfonso, dois bebês que todos os dias lhe ensinam algo novo sobre a deliciosa – e também difícil e cansativa – arte de ser mãe. É jornalista e já foi editora da revista Pais e Filhos. Mora com a família no residencial Damha III de São José do Rio Preto e divide suas peripécias como mãe de dois em oblogdasofia.com.

Foto: Divulgação

S

er casada com um espanhol me proporciona muitas coisas boas. Comer jamón serrano com fre­ quência e tomar vinho gran reserva sem ter de pagar os olhos da cara por eles são algumas delas, mas não as mais importantes. Aprendi com minha família de além-mar alguns valores que norteiam minha vida. Estou hoje aqui para falar um pouco deles. Já havia reparado que na Espanha os casais têm bem mais filhos que nós e são mais unidos. Com três, quatro ou cinco crianças, vejo marido e mulher saindo à noite

com bem mais frequência do que eu e meu Javi fazemos tendo apenas dois. Não vejo mães tão estressadas, nem tão relaxadas com a aparência e nem tão distantes de seus companheiros como vejo por aqui. Claro que o nascimento de um filho muda a dinâmica de um casal em qualquer lugar do mundo, mas de alguma forma as espanholas conseguem levar a maternidade com mais leveza – e essa leveza só faz bem pra elas mesmas, pro relacionamento com o marido e com os filhos. Sempre matutei muito tentando decifrar o que é que elas faziam de diferente. E pouco a pouco fui descobrindo. Um dia, em meio a uma conversa de família, ouvi minha sogra bravejar em defesa de um pensamento que nunca tinha visto por aqui . Ela dizia assim que o marido e a mulher devem ser a prioridade um do outro, e não os filhos. Porque os filhos a gente ama e os educa, mas devemos criá-los para o mundo. Em algum momento eles vão embora, e é assim que tem de ser. Quem fica é o seu companheiro – a pessoa que você escolheu para estar ao seu lado nessa fase da vida. E com quem você começou e vai terminar essa grande aventura. Não conheço tantas espanholas assim pra fazer um grande estudo 38 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

de caso, mas em geral posso dizer que elas são muito mais mulheres do que mães. O curioso é que isso não faz delas piores mães – mas bem melhores companheiras para seus maridos. Elas se esforçam muito mais pra fazer programas sem filhos e me espanto ao perceber que nos jantares de gente grande ninguém fica elucubrando sobre as genialidades do filho- fala-se de assunto de gente grande. Elas não sentem tanta culpa por que não amamentaram, ou porque trabalham fora, ou porque deixam os filhos na escolinha de dia ou com a babá pra sair à noite. Elas são mais seguras do quão boas são para seus filhos e reconhecem quão essencial é, para elas e para a família, dar atenção para aquilo que lhes é importante além dos filhos. Com isso, o que vejo são mulheres menos cansadas, mais saudáveis emocionalmente e com casamentos mais sólidos. Amo meus filhos. Todos os dias tento ser a melhor mãe para eles. Mas tento também controlar essa síndrome da mãe perfeita, que não existe, e na ânsia de atingi-la corremos o risco de perder outras coisas igualmente importantes pelo caminho. É nisso que venho pensado ultimamente, queridos leitores. Espero ter inspirado alguém com minhas filosofias.


COLUNA ser m達e Sofia Benini

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COLUNA moda Juliana Cordeiro

O que fizemos com o glamour? Encontre o glamour que está dentro de você e coloque-o à vista

Juliana Cordeiro

Consultora de estilo pessoal e especialista em compras personalizadas. Escreve no blog Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br). Visite a fanpage: Facebook/semespartilhos e o instagram: julianaguisilincordeiro.

Fotos: Divulgação

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nquanto eu (e milhões de outras pessoas) assistia à cerimônia do Oscar no último dia 2 de março, fique pensando o que aquele evento tinha de especial para mobilizar tanta gente. Paramos diante da TV para ver o desfile de mulheres lindas, com vestidos luxuosos, cabelos bem feitos, maquiagem exuberante, joias que só materializamos em sonhos. É o glamour que nos captura, nos prende diante da TV, nos arranca suspiros e faz a gente imaginar como seria vestir-se de gala. Ser cobiçada, fotografada aos montes, ter o nome chamado por uma multidão de fãs.

Cá entre nós, eu me contentaria apenas em usar um vestido de gala feito sob medida que carrega em si todo o talento de um grande estilista, de subir em um salto trabalhado e brilhar com a preciosidade das pedras. Acho que a praticidade do século XXI, a correria do dia a dia, a necessidade de mobilidade, a igualdade dos sexos e a independência feminina, em todos os sentidos, fizeram com que a gente deixasse um pouco de lado as caudas e os longos e déssemos lugar aos práticos, às vezes curtos, agarrados, menos elegantes. Na luta por nosso espaço, já não sabemos mais como ser femininas, vestimos o que está mais em evidência e, como um bando, esquecemos nossa identidade. E nessa confusão toda o glamour tem sérias dificuldades de encontrar um lugar. Recentemente, estive em Minas Gerais pela primeira vez para dar consultoria de estilo a três mulheres incríveis. Além de me encantar com o jeito mineiro, observei em todas elas um toque de sofisticação que só precisava ser um pouco mais lapidado. Já não é de hoje que a moda mineira figura entre as mais importantes do país, ao lado de Rio e de São Paulo, e ainda assim, quando saí com uma das minhas clientes para a fase das compras em um shopping de Belo Horizonte, me surpreendi ao ver a quantidade de mulheres bem arru40 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

madas caminhando pelos corredores. E não é um bem arrumado básico. Elas se enfeitam, gostam de brilho e sabem usá-lo ainda que durante o dia. Diferentemente das dificuldades que a praticidade trouxe a muitas mulheres, as mineiras se mantiveram glamorosas. Mas, então, se a gente suspira ao ver celebridades e tem saudades do glamour, como adotar isso na rotina sem parecer exagerado ou inadequado? O jeito mais simples, certeiro e atual é: 1. Misturar tecidos mais chiques, brilhosos, mas nem por isso ostensivos, ao jeans, às calças de alfaiataria. 2. Trocar o blazer por um casaco de tweed ou de seda. 3. Colocar um pouco de brilho nos pés com um sapato de verniz ou detalhe em metal ou pedraria. 4. O salto alto sempre tem muito glamour e sensualidade. 5. Investir em peças de chamois ou couro que, quando misturadas à seda e ao tweed, deixam a roupa mais moderna e sempre elegante. 6. Trocar a calça de alfaiataria por uma de seda ou de couro.


COLUNA moda Juliana Cordeiro

Se tudo isso lhe parecer muito estranho, vá acrescentado o glamour aos poucos. Uma boa maneira de começar é substituindo uma regata de algodão por uma de seda, por exemplo. Até mesmo a calça jeans tradicional pode ser trocada por uma resinada. Experimente também as peças de couro ecológico. O segredo está em encontrar o glamour que está dentro de você e colocá-lo à vista, a serviço do embelezamento do mundo. Que tal compartilhar todo seu potencial?

Look total seda é pura sofisticação. Uma pitada de glamour no dia-a-dia

Misturar seda e tweed deixam o jeans mais nobre e o tweed ganhar um ar mais esportivo

O couro traz um pouco de brilho a looks básicos como este. Os sapatos estampados garantem cor e informação de moda

Couro + tweed fazem uma composição rock chic

Peças em chamois ou couro e um pouco de brilho nos pés deixam o look mais elegante

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gastronomia Cervejas Artesanais

Santo lúpulo Paixão nacional, a cerveja é unanimidade no gosto dos brasileiros. Na onda do homebrewing, os apreciadores da bebida se rendem à moda das cervejas artesanais, não só como consumidores, mas também como produtores Texto: Thatiana Miloso Fotos: DIvulgação

As confreiras da Maltemoiselles: sentadas à mesa, Júlia Reis e Faby Zanelati. Em pé, da esquerda para a direita: Tatu Damberg, Joana Santana, Elaine Rezende, Aline Araújo e Larissa Januário.

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sugestivo nome Maltemoiselles, um trocadilho para as palavras malte (principal ingrediente da cerveja) e mademoiselles (senhorita, em francês), já diz tudo: nessa confraria formada só por integrantes do sexo feminino são as mulheres quem produzem suas próprias cervejas. A ideia inicial desse grupo de amigas era se reunir para experimentar cervejas diferentes, bater papo e dar boas risadas. Mas a curiosidade, potencializada pela paixão pelo lúpulo, falou mais alto e os encontros sem um fim definido se transformaram em deliciosas sessões de produção e degustação da bebida. Desde 2010, as “confreiras” da Maltemoiselles se reúnem

uma vez por mês para produzir artesanalmente suas próprias cervejas, ao bom e velho estilo homebrewing [produção caseira], que cada vez mais se difunde entre os amantes do malte. Obviamente, o setor cervejeiro não computa números de casos como o da Maltemoiselles, mas a verdade é que a produção de cerveja artesanal tem aumentado substancialmente. Segundo a Associação Brasileira de Bebidas, estima-se que existam mais de 200 microcervejarias no país, concentradas principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Em termos de representatividade, a bebida feita artesanalmente corresponde a apenas 0,15% do mercado cervejeiro existente no Brasil.

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gastronomia Cervejas Artesanais Se os números oficiais ainda são tímidos, o mesmo não se pode dizer da paixão de grupos como a Confraria Maltemoiselles pela bebida. Durante os encontros, realizados sempre na casa de uma das confreiras, a cerveja é o assunto principal. Enquanto trabalham na produção da bebida e discutem sobre as diversas possibilidades de harmonização, elas experimentam novos rótulos artesanais garimpados na capital paulista e em outras cidades do Brasil. As preferidas entre as confreiras são as India Pale Ales (IPAs), cerveja encorpada e com aroma de lúpulo bastante definido e fresco. “Já produzimos black IPA, IPA com single hop [que leva apenas uma variedade de lúpulo], IPA com cardamomo [planta da família do gengibre], entre tantas outras. O legal

da produção de cerveja é que há dezenas de estilos a serem descobertos com aromas e sabores muito diferentes”, conta Júlia Reis, beer sommelier e integrante da Confraria. Cada vez que as confreiras se reúnem, são produzidos lotes de 20 litros de cerveja, que elas fazem questão de tomar entre si ou na companhia de amigos. Para os que pretendem se aventurar na produção artesanal da bebida, Júlia dá a dica: “Para muitas pessoas, cerveja é sinônimo da lager amarelinha e frisante que tomamos bem gelada. Há opções doces, amargas, mais alcoólicas, mais escuras, mais ácidas. A dica é provar muitas e descobrir a que mais gosta, para então começar a produzir. Se você nunca saiu das american lagers, experimente uma weizen ou witte bier”, aconselha a sommelier.

Ponto de Partida

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Produção artesanal da bebida tem atraído cada vez mais os brasileiros 43 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

alte pilsen, malte ale, malte torrado, malte vienna. Lúpulo de amargor, lúpulo de aroma, lúpulo de acabamento. Levedura ale, levedura lager. Brassagem, alta fermentação, baixa fermentação. Confuso? Embora os ingredientes sejam familiares, os processos de produção da cerveja requerem um conhecimento básico no assunto. Se você é daqueles que não têm paciência nem tempo para ser um cervejeiro autodidata, um bom ponto de partida é fazer um curso em uma das cervejarias-escolas que começam a despontar no cenário gastronômico nacional. Geralmente, os cursos de apenas um dia são suficientes para que venha à tona aquele mestre cervejeiro que existe em cada um de nós, apreciadores da bebida. Um desses lugares é a Sinnatrah Cervejaria-Escola. Desde 2009, o biólogo e cervejeiro Rodrigo Louro e seu sócio, Alexandre Sigolo, uniram o hobby de produzir cerveja em casa à vocação acadêmica de cada um para propagar a cultura cervejeira no Brasil. A escola oferece 12 modalidades de cursos (veja box), além de workshops e organização de eventos.


gastronomia Cervejas Artesanais “Apostamos no potencial de uma atividade que na época não tinha muitos adeptos. Com a popularização do homebrewing, a procura pelos cursos dobrou no último ano. Quase dois mil alunos já fizeram nossos cursos, e muitos deles acabaram levando esse hobby a sério, atuando profissionalmente no mercado”, conta Rodrigo Louro. O cervejeiro ressalta que não é preciso ter conhecimento no assunto para fazer boa parte dos cursos existentes na área. No curso básico de cerveja artesanal, por exemplo, sete horas são suficientes para ensinar um pouco da teoria e prática àqueles que querem se aventurar na produção caseira da bebida. Para deixar os leitores da Estilo Damha com aquela sede deliciosa de cerveja, Rodrigo Louro revela a receita de uma das bebidas produzidas com exclusividade pela casa. Não perca na página seguinte e... saúde!

A cerveja Sinnatrah B’IPa, produzida pela cervejaria-escola que carrega o mesmo nome: alunos levam para casa a bebida produzida em aula

Já pensou em produzir sua própria cerveja? Curso de Cerveja Artesanal Básico

Durante 7 horas, os alunos aprendem sobre teoria e prática necessárias para a produção caseira. Aborda estilos de cerveja, matérias-primas, equipamentos cervejeiros, modo de preparo completo de uma leva de 20 litros da bebida, passando por sanitização de equipamentos, mosturação, clarificação, filtração do mosto, fervura, dosagem do lúpulo, resfriamento do mosto, dosagem da levedura, fermentação, maturação, carbonatação e envase. No final, os alunos levam para casa a cerveja produzida na aula.

Confira alguns dos cursos oferecidos pela Cervejaria-Escola

Criando Melhores Cervejas Avançado

Este curso é voltado a cervejeiros iniciados que querem dar um salto de qualidade em suas produções. Aqui eles aprendem sobre background bioquímico do processo, técnicas avançadas de brasagem, rampas de mostura, uso de maltes especiais, moagem, adjuntos “do bem”, late hopping, first wort hopping, separação do trub, dry hopping, boas práticas de fermentação, entre outros macetes do universo cervejeiro.

Curso Básico de Harmonização de Cervejas

Nesta modalidade, voltada para quem não pretende produzir, mas apenas conhecer um pouquinho mais sobre cerveja, o chef Ronaldo Rossi ensina os alunos a harmonizar a bebida com queijos, embutidos, comidas de boteco e sobremesas.

Para mais informações sobre os cursos, consulte o site www.sinnatrah.com.br

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gastronomia Cervejas Artesanais

Suco de Cevadis,

pilsen feita pela Sinnatrah Cervejaria-Escola Lúpulo, um dos principais ingredientes da cerveja

Ingredientes: • 4.700 g de Malte Pilsen • 550 g de Malte Vienna • 30 g de Malte Cara 120 • 70 g Czech Saaz (aroma de lúpulo) (3,0%), adicionado durante a fervura, após 60 minutos de fervura • 70 g Czech Saaz (3,0%), adicionado durante a fervura, após 15 minutos de fervura • 35 g Czech Saaz (3,0%), adicionado durante a fervura, no primeiro minuto da fervura

Instruções para cada etapa: MOSTURA: 15 L a 55°C por 15 min; 66°C por 60 min; 75-77°C por 15 min LAVAGEM: pelo menos 15 L a 75-77°C, ou até reunir 24 L antes da fervura FERVURA: 90 min seguindo adições de lúpulos e especiarias conforme indicado nos ingredientes FERMENTAÇÃO/MATURAÇÃO: 13 dias a 10°C; 3 dias a 22°C (ou temperatura ambiente); 15 dias (mínimo, o ideal é pelo menos 30 dias) a 1°C (ou temperatura de geladeira comum: 4-6°C); primming com açúcar branco comum (5 g/L), mantendo de 7-10 dias à temperatura ambiente.

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gastronomia Cervejas Artesanais

Para beber e degustar os sabores Karavelle Brewpub, São Paulo (SP)

Stadt Jever Pub, Belo Horizonte (MG)

O espaço convidativo e os tanques de fermentação como parte da decoração já dizem tudo: na cervejaria Karavelle, vale a pena sentar, degustar e ver o tempo passar enquanto saboreia as seis variedades da cerveja produzida pela casa. Se der sorte, pode esbarrar com o sócio ilustre da Karavelle, o músico Seu Jorge, que costuma aparecer frequentemente por lá.

Aconchego Carioca, Rio de Janeiro (RJ)

O tradicional pub de BH é também a casa da Wäls, cervejaria que colocou definitivamente os mineiros no mapa da cerveja artesanal do país. Chopes e cervejas como Jever Pilsener, Dubbel, Quadruppel, Trippel, Witte e Petroleum são ótimas pedidas para quem gosta de experimentar as variações de aromas do malte.

Casa das Cervejas, Maceió (AL)

Neste ícone da cidade maravilhosa, os cariocas têm ao alcance das mãos 170 rótulos organizados em 55 estilos. Para os leigos no assunto, o cardápio traz pequenos textos que explicam as características de cada tipo de cerveja comercializada. Entre as atrações da casa está a concorrida Biritis, que leva o rosto do humorista Mussum estampado no rótulo.

Boutique do Godofredo, Brasília (DF)

Para os lupomaníacos que estão pelas bandas do Distrito Federal, a Boutique do Godofredo é uma simpática loja que conta com nada menos do que 500 rótulos das melhores cervejas artesanais do mundo. Em meio aos engradados da bebida que fazem parte da decoração, experimente uma Duvel, cerveja belga que passa por três fermentações, a última delas dentro da própria garrafa. Um sabor único!

As cervejas artesanais estão conquistando cada vez mais os brasileiros. Para nossa sorte, bons lugares não faltam para comprar ou degustar (com moderação!) a bebida

Considerada um dos lugares com as melhores opções de cervejas artesanais do estado de Alagoas, a Casa das Cervejas fica na famosa orla de Jatiúca. A seleta carta inclui desde as superalcoólicas austríacas (com 14% de álcool) até os raros rótulos feitos pelos monges trapistas belgas, como a Chimay Blue. De dar água na boca.

Empório da Cerveja, Feira de Santana (BA)

Na cidade considerada a porta de entrada para o sertão baiano, nada melhor que degustar uma boa cerveja para amenizar o calor. No Empório da Cerveja, não faltam ótimas opções: belgas, inglesas, alemãs, irlandesas, russas, espanholas, escocesas, francesas e muitas outras nacionalidades que reúnem o melhor do lúpulo. Para quem aprecia o tipo Weiss, um dos destaques da casa é a alemã Paulaner.

Belgian Dash, Goiânia (GO)

O premiado templo cervejeiro do Centro-Oeste possui uma carta com mais de 150 etiquetas importadas de 16 países, para alegria dos visitantes. Entre tantos rótulos que reúnem a nata da cerveja artesanal, é possível degustar no pub goiano iguarias como as belgas Duchesse de Bourgogne, Delirium Tremens e Liefmans Fruitesse. 46 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


COLUNA ECONOMIA Eduardo Amuri

Como decidir qual sonho realizar primeiro? O ideal é encontrar um equilíbrio em que cada meta impulsione a outra

Eduardo Amuri

Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no PapodeHomem (papodehomem. com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com).

Foto: Divulgação

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gente escolhe qual TV por assinatura vamos contratar, qual plano de internet, qual marca de roupa e quantas vezes por semana comeremos fora. Seguindo, acabamos, de maneira proposital ou não, adotando um padrão de gastos, que, salvo as oscilações que por ventura ocorram, replicaremos mês após mês. Possivelmente, esses gastos somados serão confrontados com os ganhos, resultando em um valor. É o quanto sobra (ou falta!) todo mês. Supondo que os gastos totalizem R$ 3.000, e os ganhos sejam de R$ 4,000, temos R$ 1.000 sobressalentes. É o dinheiro que pode ser investido em prol de voos maiores, supondo que essa pessoa já tem uma pequena reserva para emergências. Viajar, trocar a mobília, trocar o carro, fazer um curso. Como decidir qual realizar primeiro? É bem comum que, ao final do processo de consultoria financeira,

com a vida já mais organizada, surja a seguinte questão: eu não tenho um sonho só, então… invisto pesado em um deles, para concretizá-lo mais rápido, ou fraciono essa economia e tento viabilizar mais de um? Vamos considerar que, na situação descrita acima, a pessoa queira fazer uma viagem, por R$ 4.000; fazer um curso, por R$ 3.000; e reformar a casa, por R$ 12.000. Para fazer tudo, então, ela precisaria de R$ 19.000. São vários caminhos possíveis. Poderia focar 100% na reforma e fazê-la em 1 ano, por exemplo, ou poderia dividir os R$ 1.000 de todos os meses entre reforma e curso e realizar o curso depois de 6 meses, e a reforma em 24. Realizar primeiro os mais baratos geralmente não é boa ideia, por conta de nossa tendência de evitar caminhadas muito longas. Muito provavelmente a reforma seria deixada de lado eternamente, já que “um sonho” pequenininho puxaria outro, que puxaria outro, que puxaria outro, e os mais trabalhosos e custosos ficam sempre para depois. Aportar tudo no mais caro também é um caminho bem perigoso, simplesmente porque o sentimento de missão cumprida é um excelente combustível para que a gente mantenha o trem nos trilhos. Investir tudo na reforma e só ver algum resultado depois de um ano é dar margem para 47 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

que, lá pelo quinto ou sexto mês, o ânimo oscile e os R$ 1.000, que antes sobravam, ganhem um destino cruel: sejam gastos com algo que não seja importante de verdade. O ideal é encontrarmos um equilíbrio entre as metas mais caras e as mais baratas, de modo que uma impulsione a outra. O processo longo de realização do objetivo mais caro funciona como se fosse um “alvará” para os objetivos menores, para que eles sejam buscados sem culpa: se ele, que é o mais caro, está sendo buscado, tudo bem investirmos nos outros menores e possivelmente menos importantes. Já os objetivos mais curtos servem de respiro e incentivo: é como se, de tempos em tempos, nós parássemos e nos déssemos “parabéns!”, e essa dinâmica nos ajudasse a manter a roda girando. A exceção para a sugestão acima fica por conta dos casos mais extremos, em que um ponto realmente precisa ser sanado o mais rápido possível. Uma dívida bancária, sobre a qual incorrem juros agressivos, por exemplo. Mais importante do que o que decidimos a respeito da aplicação do valor que sobra é a inevitável reflexão que os números provocam. Os objetivos que você listou retratam bem seus sonhos? É pra lá que você realmente quer ir?


COLUNA gastronomia Marcio Moreira

Hambúrguer É difícil encontrar quem não goste

Marcio Moreira

Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. Hoje presta serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em boa parte do país.

Foto: Divulgação

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hambúrguer, apesar de ser considerado uma instituição norte-americana, só chegou ao país pelas mãos de imigrantes alemães, vindos dos arredores da cidade de Hamburgo. A história desse bife de carne moída começou no fim do século XVII, quando tribos nômades da Ásia Ocidental desenvolveram a técnica de temperar a carne bovina, finamente picada, a fim de evitar seu perecimento. A iguaria teve bastante aceitação, uma vez que dispensava o manuseio do fogo nos acampamentos. Marinheiros alemães que faziam

a rota do Báltico conheceram a receita, porém, torceram o nariz para a carne crua. Levaram, então, a ideia para casa, mas passaram a cozinhar a carne. O sucesso foi tal que rapidamente virou um prato típico da culinária alemã. Mas vale enfatizar que ninguém sabe ao certo a verdadeira história da origem do tão famoso hambúrguer que pode ser encontrado em todos os cantos do mundo. Há hipóteses distintas, mas que seguem o mesmo princípio básico: primeiramente, era apenas pão e carne, e com o passar dos anos foi ganhando aperfeiçoamentos e novos ingredientes. Reza a lenda que a adesão dos brasileiros ao hambúrguer se deve ao americano Robert Falkenburg, campeão de tênis em Wimbledon e que abriu em 1952, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira lanchonete para venda desse tipo de sanduiche. Os padrões americanos já eram respeitados, e o local foi frequentado por vários famosos da época. Para fazer um bom hambúrguer caseiro é imprescindível uma combinação de carnes, porque assim se enriquece o sabor, uma vez que cada corte tem suas características próprias, quantidade de sangue e consistência. Este é o segredo, o “blend perfeito”, o que faz os hambúrgueres serem diferentes em cada lugar que comemos. 48 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Outro ponto essencial é a quantidade de gordura e qual tipo será usado. Já vimos muitas recomendações, mas o ideal é que pelo menos a porcentagem de gordura seja entre 15% e 20% do peso da carne limpa. Fará toda a diferença ao montar os hambúrgueres e também no preparo e suculência. O hambúrguer que vou apresentar hoje é feito com a carne da raça bovina Angus, mas você pode escolher o tipo de carne de que mais gostar. Usarei o coxão duro e a famosa bananinha, que é a carne que fica entre as ripas da costela bovina. E por que Angus é a melhor carne? Porque ela é muito macia, graças à camada de gordura contida nela, que é considerada perfeita, nem fina, nem grossa. E ainda é marmorizada, ou seja, ela é entremeada na musculatura do animal, o que acaba deixando a carne mais magra, mas com o mesmo sabor da carne mais gorda, sem necessariamente consumir tanta gordura. Isso é um dos fatores para que o nosso hambúrguer seja tão especial. Não é à toa que a raça obtém os melhores prêmios do setor em diversas partes do mundo. Ela atende a mercados exigentes como o europeu, por exemplo, por ser de altíssima qualidade. Vamos à receita?


COLUNA gastronomia Marcio Moreira

Ingredientes:

Para o hambúrguer • 100 g de coxão duro de angus • 100 g de bananinha de angus Para temperar o hambúrguer • Sal temperado* • Caldo aromatizado**

Hambúrguer Inconfidentes Modo de preparo do hambúrguer:

Corte separadamente a carne em cubos pequenos. Leve ao processador, primeiro, a bananinha de angus e dê 3 pulsadas de 2 segundos. Em seguida, acrescente o coxão duro de angus e dê 8 pulsadas de 2 segundos. Retire do processador e modele no formato de hambúrguer com auxílio das mãos. Reserve. Aqueça bem a chapa ou uma frigideira de teflon. Tempere a o hambúrguer com o sal da casa e coloque-o na chapa. Borrife com o caldo da casa e coloque um abafador. Grelhe por 6 minutos, de vez em quando borrifando com o caldo da casa. Vire o hambúrguer, borrife mais caldo e grelhe por mais 6 minutos. Coloque o queijo da Serra da Canastra ralado e abafe para derreter o queijo. Dica: Se não tiver processador, pique a carne na ponta da faca ou peça a seu açougueiro para fazer isso pra você.

Para montagem do hambúrguer • 1 pão de hambúrguer • Manteiga para pincelar o pão • 2 fatias finas de bacon (parte com mais carne) tostadas no forno ou micro-ondas • 1 colher (sopa) de melado de cana para pincelar bacon • 3 folhas de couve cortadas em fatias bem finas e fritas em óleo até ficar crocante • 50 g de queijo da Serra da Canastra ralado no ralo grosso

Montagem do hambúrguer:

Corte o pão ao meio, pincele um pouco de manteiga e coloque na chapa até dourar. Pincele o melado nas duas fatias de bacon. Coloque o hambúrguer no pão já dourado, seguido do bacon e da couve frita. Tampe com a outra metade do pão e sirva acompanhado de pepino em conserva, french fries (fitas francesas), catchup e maionese caseira.

• 100 g de sal grosso • 1 colher (sopa) de pimenta do reino preta em grãos • 1 colher (sopa) de pimenta do reino branca em grãos • 1 colher (chá) de pimenta calabresa seca • 1 colher (chá) de fumaça líquida (opcional)

Modo de preparo:

No liquidificador, moa as pimentas e bata com o sal grosso, retire, coloque a essência defumada e misture bem. Dica: Este sal é excelente para seus grelhados do dia a dia.

Ingredientes:

**Caldo aromatizado

*Sal Temperado

Ingredientes:

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• 50 ml de caldo de carne concentrado líquido • 250 ml de água • 20 ml de fumaça líquida (opcional)

Modo de preparo:

Misture todos os ingredientes e coloque num borrifador.


COLUNA automóveis Joel Silveira Leite

Porsche, o mito Aceleramos o Panamera híbrido, o superesportivo com conforto de um sedã

Joel Silveira Leite

É jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites Autoinforme (carros) e Ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL, e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio.

Foto: Divulgação

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relógio principal do painel é o do conta-giros, como convém a um legítimo esportivo. É assim que você começa a conhecer o Porsche Panamera: instalando-se no banco do motorista e examinando com cuidado todos os botões do enorme console, os relógios, a tela digital, enfim, os ícones que indicam cada uma das tecnologias aplicadas nesse Grand Turismo de quatro portas, um esportivo que atende a uma família limitada, uma vez que o carro oferece só dois lugares, mas honestos, no banco de trás.

Aceleramos, com exclusividade para a revista Estilo Damha, esse ícone dos esportivos nas ruas de São Paulo e na rodovia rumo ao interior do estado, numa versão que traz o sistema híbrido, com um motor elétrico auxiliar que leva a potência do carro a absurdos 380 cavalos, e, o mais importante, seu consumo é de 12,5 km/l na cidade e 16,3 km/l na estrada. O ícone menos conhecido do sofisticado painel é justamente a tela onde você acompanha o comportamento e a relação dos dois motores. Logo na primeira acelerada é o motor elétrico que entra em ação, uma vez que ele tem mais torque na saída do que o motor a gasolina, este mais indicado para altas velocidades, retomadas e ultrapassagens. O elétrico volta a ser a melhor opção em velocidade cruzeiro. Assim, eles trabalham em conjunto durante todo o tempo, ora privilegiando o uso de um, ora do outro. O sistema híbrido é usado pela Porsche também no Panamera novo, que em breve começa a ser vendido no Brasil, mas com um sistema de alimentação elétrica adicional: o sistema plugar, ou seja, a bateria pode ser alimentada também na corrente elétrica da casa ou escritório. Ela pode ser carregada durante a noite, na 50 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

garagem, o que dá ao carro mais autonomia do motor elétrico, com redução ainda maior do consumo de combustível fóssil. O motor elétrico do Panamera híbrido avaliado é alimentado apenas com a energia reaproveitada, obtida nas freadas e nas desacelerações. O carro tem ainda a opção de andar somente no modo elétrico, mas, como a bateria é alimentada pelo uso do motor a combustão, a autonomia só com eletricidade é muito pequena, três ou quatro quilômetros. Esse desempenho aumenta muito no caso da versão que possibilita o uso de tomada para carregar a bateria na corrente elétrica. Mas, voltando aqui para o Panamera, é incrível a quantidade de botões à disposição. A ignição é no lado esquerdo, característica dos carros da marca; na tela de cristal líquido, a principal informação é sobre o sistema de energia, que indica qual a energia que está movendo o carro on-line. Você sabe exatamente quando está consumindo gasolina e quando está consumindo energia elétrica, por isso, em pouco tempo saberá como se comportar na direção para melhor aproveitar os recursos da tecnologia e obter sua melhor performance com economia.


COLUNA automóveis Joel Silveira Leite

A dirigibilidade é o ponto forte: você nem percebe que está dirigindo um carro de 5,015 m de comprimento

como quer dirigir: sistema normal, sport ou com suspensão dura. Se quiser apenas alterar a dureza da suspensão, terá maior estabilidade ou maciez, como preferir, mas ao usar o modo sport todo o carro começa a se comportar como um legítimo esportivo: muda todo o mapeamento do motor, ele passa a ter uma resposta mais rápida do acelerador, a troca de marchas passa a ser feita de maneira mais esportiva, a suspensão fica mais dura e o carro, mais rígido e mais

estável. Você percebe claramente o veículo colado no chão. Até o barulho do motor fica mais agressivo. A dirigibilidade é o ponto forte. O Panamera é um carro grande, tem 5,015 m de comprimento. Mas ao volante você não percebe que está dirigindo um carro desse porte, ao contrário, tem a impressão de que está com um carro pequeno, tamanha é a agilidade e a dirigibilidade, mesmo no modo normal de direção. O modo sport apenas tonifica essa sensação.

O Panamera tem o comportamento de um super esportivo com o conforto de um sedã de luxo 51 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Fotos: Oswaldo L. Palermo

A tela, de sete polegadas, informa ainda a pressão dos pneus, dados de navegação, controle de áudio e telefone, além das informações comuns, como situação da bateria, reservatórios de água e de óleo. O primeiro botão no console central é o que aciona a asa traseira. O sistema funciona automaticamente quando o carro passa de 100 km/h, mas se o motorista quiser, por uma questão de estilo, pode armar a asa a qualquer momento. Você controla também a forma


COLUNA automóveis Joel Silveira Leite

Fotos: Oswaldo L. Palermo

Você sabe quando está consumido gasolina ou energia elétrica, o que garante melhor uso da tecnologia e melhor performance com economia

Embora a parte posterior seja caída, como um hatch, o Panamera tem espaço e conforto de sobra na traseira. É considerado um carro familiar, e seu proprietário com certeza usa motorista particular. Mas, como todo Porsche, é um carro para o dono dirigir. O carro avaliado custa R$ 600 mil, mas o sistema híbrido eleva o preço para R$ 840 mil. Já vem com um pacote completo de equipamentos, porque o consumidor brasileiro, ao contrário do europeu e do estadunidense, quer tudo a que tem direito. E, cá entre nós, por um preço desses, tem de ter muito direito mesmo!

O relógio principal do painel é o do conta giros, como convém a um legítimo esportivo 52 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


COLUNA automóveis Joel Silveira Leite

Ninho de Porsches

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Fotos: Oswaldo L. Palermo

o clássico 911 ao superesportivo Spyder de R$ 2,3 milhões, a lista de Porsches oferecidos no mercado brasileiro chega a sete. Basta ser Porcshe para ser um esportivo, um nome que se confunde com velocidade e emoção. Boxster – Roadster, conversível de dois lugares com motor central de 265 e 315 cv. R$ 349 mil a R$ 399 mil. Cayman – Mesma plataforma e motorização do Boxter, mas é fechado. R$ 350 mil. 911 – O clássico da família, nas versões cupê, conversível e targa, com opção de motor de 400 cavalos e turbo 3.8, de 560 cv. Cayene – Utilitário esportivo grande, com potências de 300 cv a 500 cv + o híbrido. Panamera – O Grand Turismo de quatro portas; tem as mesmas motorizações que o Cayene. Macan – Utilitário esportivo menor do que o Cayene, chega ao Brasil em maio (aspirado e turbo). 918 Spyder – O superesportivo da marca, dois lugares, híbrido e que custa uma pequena (ou não tão pequena) fortuna: R$ 2,3 milhões.

Ninho de Porsches

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Porsche, o homem

erdinand Porsche já era um ícone do mundo do automóvel quando seu filho, Ferry, iniciou a construção dos carros que levam o nome da família. Ferdinand era projetista de automóvel e, na década de 1930, foi convidado pelo governo alemão para construir um carro popular. Saiu de suas pranchetas o projeto do Volks

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(povo) wagen (carro), que mais tarde se tornaria a maior fabricante de veículos da Alemanha. Ferry iniciou a produção dos veículos Porsche somente em 1948. Hoje, a Porsche é um mito sobre rodas. Vendeu, no ano passado, 120 mil unidades em todo o mundo, e com a chegada do Macan deverá atingir 180 mil unidades em 2014.

O Caçador de Segredos

swaldo L. Palermo, o fotógrafo desta matéria especial para a Estilo Damha, é conhecido como o “Caçador de Segredos”. Em sua longa carreira profissional, iniciada em O Estado de S.Paulo em 1965, revelou os mais importantes segredos das montadoras. É um dos mais experientes jornalistas do setor automobilístico.

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negógios Segurança da Informação

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Informações

protegidas,

riscos minimizados Estudo da Cisco aponta carência mundial de um milhão de profissionais capacitados em Segurança da Informação; adoção de condutas simples no ambiente de trabalho é o primeiro passo para proteger os dados de sua empresa Texto: Thatiana Miloso

alarme foi dado por Edward Snowden, o ex-analista da CIA que denunciou o maior escândalo de espionagem eletrônica envolvendo o governo dos Estados Unidos. Uma vez jogadas na rede mundial de computadores, informações confidenciais de empresas podem chegar às mãos erradas, revelando dados estratégicos capazes de fazer verdadeiros estragos no mundo dos negócios. Sua empresa pode não ser uma Petrobras ou algum outro nome que chame a atenção dos agentes da CIA e outras agências governamentais mundo afora, mas, mesmo assim, lembre-se de que, enquanto você lê este texto, há milhares de hackers a postos e prontos para invadir um sistema. E, por uma grande ironia do destino, pode ser justamente o seu. A blindagem para esse tipo de crime comum no ambiente corporativo está em duas palavras: Segurança da Informação. Um estudo recente da Cisco, divulgado em janeiro de 2014, revelou que há uma carência mundial de um milhão de profissionais capacitados nessa área. Sem dúvida que se trata de um trabalho complexo e que exige amplo conhecimento, mas o que muitos não sabem é que a adoção de condutas simples no dia a dia de trabalho já pode fazer uma enorme diferença na proteção de dados estratégicos para a empresa.

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E

mbora os riscos envolvidos na Segurança da Informação englobem diversas categorias da rotina corporativa, a web é a grande vilã do vazamento de dados. O gerente de Tecnologia da Informação (TI) da Encalso Construções, Marcio Saragiotto, explica que a principal porta de entrada para os crimes cibernéticos são as senhas e os e-mails e sites contendo malwares (softwares que se infiltram nos computadores causando danos ou roubo de informações).

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negógios Segurança da Informação “Vírus e programas espiões costumam se infiltrar nos computadores através de e-mails. Se desconfiar, descarte-os instantaneamente, pois só o fato de abrir o e-mail ou clicar em seu link já permite que o malware se instale no computador”, ressalta Saragiotto. As senhas também merecem atenção especial. Para o especialista em TI da Encalso, a regra é clara: nunca compartilhe uma senha. Além disso, é preciso evitar as combinações óbvias, como data de nascimento e a tradicional 1234. “As melhores senhas são aquelas que misturam letras, números e símbolos”, complementa. E não é só o universo on-line que deve ser alvo de políticas visando à Segurança da Informação. As ameaças também envolvem questões físicas que, na teoria, são simples de serem combatidas, desde que haja comprometimento dos funcionários em adotar condutas que podem minimizar riscos. Entre esses procedimentos estão desde prestar atenção à entrada de

pessoas estranhas nos escritórios até o cuidado com o armazenamento de documentos importantes. “A melhor maneira para a proteção dos dados é um esforço multidisciplinar no sentido de mitigar os principais riscos do ambiente corporativo. Revisão de processos e implantação de ferramentas para controle de acessos e monitoramento são parte das ações técnicas possíveis”, avalia Saragiotto. Atualmente, existe um projeto de implantação de uma política de Segurança da Informação nas empresas do Grupo Encalso Damha. Os resultados dessa soma de esforços, segundo ele, não apenas são positivos como já contribuíram para a identificação de falhas em tempo real. “Essa política está promovendo uma mudança cultural nas empresas do grupo, alterando naturalmente o comportamento dos profissionais. É aí que os melhores resultados aparecem”, finaliza Saragiotto.

• Evite usar nomes próprios em geral, como lugares, países, estados, cidades ou pessoas. • Evite utilizar substantivos em qualquer idioma, como “love”, “peace”, entre outros. • Evite utilizar seu login ou qualquer variação dele (duplicado ou invertido, por exemplo). • Evite usar informações a seu respeito, como data de nascimento, casamento, número de telefone, nome dos filhos ou cachorros. Só utilize essas informações se elas forem combinadas com outros caracteres ($, @, #). • Oito caracteres é um bom tamanho para uma senha. Misture letras, números e símbolos. • Nunca anote sua senha em agendas, arquivos, post-its ou outros lugares de fácil acesso. O ideal é memorizá-la.

Foto: Arquivo

Alguns passos para uma senha segura:

Fonte: Serasa Experian

Dicas para manter seu e-mail imune aos malwares : • Mantenha o programa de leitor de correio eletrônico sempre atualizado. • Desative a visualização de e-mail em HTML. • Desative as opções de execução automática de arquivos anexados. • Desative a execução de JavaScript e Java. • Deixe seu antivírus em modo de atualização automática. • Não clique em links recebidos por e-mail. Fonte: Serasa Experian

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Marcio Saragiotto, gerente de TI da Encalso Construções: proteção dos dados envolve esforço multidisciplinar


COLUNA turismo Alex Souza

qual a melhor forma de pagamento em viagens internacionais? Cartão de crédito, dinheiro vivo e cartão pré-pago têm seus prós e contras

Alex Souza

É jornalista de viagens há nove anos, período em que visitou mais de 15 países e boa parte do Brasil. Produz e edita conteúdos de texto e foto relacionados a turismo. Em 2013 foi premiado na categoria “Jornalista Revelação” pela Comissão Europeia de Turismo.

Foto: Divulgação

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maneira de se planejar uma viagem internacional varia de pessoa para pessoa, de família para família, de casal para casal. Mas, de maneira geral, a primeira etapa costuma ser a escolha do destino, do lugar para o qual se vai viajar – embora, muitas vezes, mudemos o país ou cidade inicialmente imaginados em função das variáveis citadas a seguir. Depois, inicia-se a pesquisa pelos preços das passagens aéreas, as melhores combinações de voos, as conexões menos demoradas, as companhias com as quais temos cartão de mi-

lhagem. Terceiro passo: a definição do meio de hospedagem, caso os anfitriões não sejam familiares ou amigos. Tudo isso, se somos nós mesmos quem montamos nossa viagem. Há muita gente, por outro lado, que simplesmente liga para a agência de viagens e diz: “Quero viajar. Para onde você sugere?”, e o agente inicia seu trabalho de consultoria. Em um caso ou em outro, um dos últimos fatores para os quais damos atenção no planejamento de nossas viagens é o modo como iremos efetuar o pagamento das futuras compras. Muitas vezes, até sabemos quanto poderemos gastar, mas pensamos menos em como vamos gastar: usando cartão de crédito, dinheiro vivo, cartão de viagens pré-pago? Até o final do ano passado, uma modalidade que vinha crescendo na preferência dos brasileiros era o cartão pré-pago, cujo um dos principais benefícios era a não cobrança de uma taxa chamada IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre cada transação efetuada, ao contrário do que ocorre quando usamos cartão de crédito. Em 27 de dezembro, no entanto, o governo passou a praticar sobre as compras feitas com cartão pré-pago no exterior a mesma alíquota incidida sobre os cartões de crédito: 6,38%. Diante 58 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

disso, qual o melhor meio de pagamento a ser utilizado em uma viagem internacional? Todas as três modalidades mais utilizadas têm seus prós e contras. Dê uma olhada: • Cartão de crédito: a possibilidade de somar pontos em programas de fidelidade a partir do pagamento da fatura. Porém, muitas vezes, o câmbio pode estar a R$ 2,00 no início da viagem e a R$ 2,50 no dia do fechamento da fatura. É um risco. • Dinheiro vivo: não há os 6,38% de IOF. E, se planejar a viagem com meses de antecedência, o viajante pode ir comprando o papel moeda pouco a pouco. Desta forma, os gastos da viagem estão todos “pagos” previamente, e o viajante não terá surpresas com a fatura do cartão de crédito diante da flutuação cambial. Por outro lado, carregar dinheiro vivo pode nem sempre ser confortável e seguro. • Cartão pré-pago: é uma ótima maneira de ter controle sobre os gastos, pois a pessoa viaja sabendo quanto pode gastar e, se precisar, pode efetuar o recarregamento do cartão. Agora, é só escolher a modalidade que mais tem a ver com o seu perfil. Boa viagem!


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turismo Bali

Slow Bali

Mais do que point para surfistas, a ilha indonésia é procurada por turistas do mundo todo pelo viés espiritual e cultural, perfeito para viagens sem pressa e cheias de tranquilidade Texto e Fotos: Alex Souza

Em borda infinita de hotel na praia de Seminyak, turista relaxa enquanto observa as manobras de um surfista 60 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


turismo Bali

Adolescentes balinesas cheias de estilo em frente a um dos incontáveis templos da ilha

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eche os olhos e tente me descrever o que vem à sua imaginação, caro leitor, neste exato instante em que lhe passo uma tarefinha: pensar em Bali. É sério, concentre-se por alguns segundos e me diga quais são os cenários, os visuais, as formas, as cores trazidas por sua mente agora que você é estimulado a imaginar aquela pequena ilha do exótico sudeste asiático, bem longe do Brasil e dos nossos problemas cotidianos, recheada de praias paradisíacas envoltas por natureza intocada, ondas perfeitas para surfistas e desenhadas por um mar verde-esmeralda, talvez azul-turquesa, uma rede entre coqueiros onde eu deito e sinto a brisa... Ops, era para você estar me falando sobre Bali mas, vejam só, bastou um descuido e estou eu viajando em imagens que, quase invariavelmente, são as que vêm à cabeça dos brasileiros que nunca estiveram na mais

famosa ilha da Indonésia. Para os que assistiram ao filme Comer, Rezar, Amar, rodado parcialmente em Bali, é provável que referências ligadas a templos e budas, ou algo do tipo, também façam parte dessa sequência de imagens imaginadas. Particularmente, o que este jornalista pensava de Bali era bem o que foi descrito acima, que poderia ser assim resumido: trata-se de mais um daqueles paraísos praianos na Terra, os quais a gente só vê nos documentários dos canais fechados. Tanto que me causou surpresa, certa vez, quando um amigo, recém-chegado de uma viagem à Tailândia, Camboja, Vietnã e Indonésia, disse-me ter amado principalmente a Tailândia, mas não ter gostado tanto assim de Bali. “Como assim?”, lembro ter pensado. “Mas Tailândia, Vietnã, Bali... Como pode haver uma discrepância tão grande de opinião sobre eles se tudo ali é mais ou menos a mesma coisa? Não é?”

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turismo Bali

Templo Taman Ayun: quanto mais alto o altar, mais deuses são “honrados”

Pois bem, não é. Se o viajante quer conhecer as tão comentadas praias daquela região da Ásia, deve ir à Tailândia e à estonteante Halong Bay, no Vietnã. Em Bali, belas praias também existem, mas poucas delas estão em regiões hoteleiras e áreas urbanas. São de acesso não tão simples, geralmente usufruídas apenas por surfistas, e só serão encontradas se você alugar o veículo mais popular da ilha – as motos de baixa potência – e for atrás por si só ou com a ajuda de um guia contratado. As praias das principais cidades, como Kuta e Seminyak, onde estão inclusive alguns dos hotéis mais importantes do destino,

ótimos restaurantes, agito e lojas de artesanato, são de areia dura, escura e, em algumas partes, razoavelmente suja por conta de sacos plásticos, embalagens de produtos alimentícios e demais resíduos característicos da ação humana. Mas, então, se Bali não é aquilo que a minha imaginação dizia, se as praias não são aquelas dos nossos sonhos, por que valeria a pena encarar horas e horas em aos menos três voos e gastar alguns preciosos reais para visitá-la? E mais: qual a origem dessa aura que envolve a ilha? Por que ela é um destino turístico tão comentado mundo afora?

Slow Travel

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Obras de artistas locais no interior de um templo

om a massificação do turismo e a ‘pacotização’ geral das viagens, ocorridas em âmbito global já há alguns anos e em países emergentes, como China e Brasil, principalmente nesta última década, o espírito de viajar, para muitos, tornou-se uma extensão do espírito corporativo e agitado do dia a dia: as viagens, assim como o trabalho, precisam ser produtivas. Naquelas duas semanas de férias na Europa, vou conhecer uma cidade por dia em nove diferentes países. Vou ter horário para acordar, para pegar os trens, transfers, voos. Vou encontrar o guia que fala português, incluso no meu pacote, às sete da manhã, no lobby do hotel, e seguir até o ônibus para fazer o city tour na companhia de mais 40 turistas. Vou ser levado para os locais turísticos, terei de me apressar e me acotovelar para tirar uma foto, pois o ônibus sai em dez minutos...

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turismo Bali Ufa! Cansa, não cansa? Ser um viajante atuando nesses moldes desgasta, e você acaba não vivenciando a essência do lugar onde escolheu estar. No entanto, é possível, se esta for sua vontade, viajar de outra forma. E foi na contramão desse modo ‘produtivo’ de viajar que surgiu o conceito de Slow Travel, que, basicamente, estimula viagens mais tranquilas, sem pressa. Ou seja, o viajante não fica mais ticando insaciavelmente sua lista de países, cidades e atrações visitadas. Ele escolhe um lugar e ali fica por dias, semanas, meses. Sem horários, sem ônibus com guias, muitas vezes sem hotéis com as características tradicionais. Mas com caminhadas descompromissadas que geram descobertas, visitas a lugares recomendados pelo dono daquela lojinha gostosa com quem você conversou um tempão, hospedagem na casa de um nativo, numa propriedade rural, num bangalô... No Slow Travel, a prioridade é a fruição. E Bali é o destino perfeito para o viajante que opta por essa forma de viajar.

Pôr do sol em Tanah Lot, muito procurado por visitantes e nativos

Nusa Dua, uma das praias urbanas mais bonitas

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Cultura e espiritualidade

a ilha, praticamente toda a população é da religião hinduísta, na qual os adeptos devem rezar três vezes ao dia diante de altares em que depositam oferendas aos mais de 30 deuses – eles também creem em espíritos bons e maus. Os altares são construídos nos quintais, fazendo das casas verdadeiros templos particulares que, aliados aos chamados templos públicos, formam um visual bem peculiar e autêntico para quem circula pelas ruas. Além dos templos públicos e particulares, ou da família, há ainda os templos funcionais (dedicados aos deuses do mar e da prosperidade) e os territoriais (dedicados à trindade de deuses: Brahma, da criação; Vishnu, da proteção; e Shiva, da criação e da destruição). E nas montanhas e

costas litorâneas também são construídos templos públicos, voltados à honra do “ser supremo”: Ida Sanghyang Whidi. Diz-se que o hinduísmo praticado na Indonésia é diferente do indiano, principalmente no que se refere à arquitetura dos templos e ao fato de que, na Indonésia, os deuses não têm forma e, consequentemente, não são colocados nos altares dos templos, ao contrário do que ocorre na Índia. As vacas também são sagradas, mas não ficam nas ruas e, sim, nos campos, ajudando na agricultura. Extremamente cordial e amigável, o povo de Bali, de tempos em tempos, promove festividades relacionadas às suas crenças que podem ser acompanhadas pelos turistas.

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turismo Bali O que chama a atenção, portanto, de turistas do mundo todo em relação a Bali é o mix de fatores, como a relação de outros séculos dos balineses com o hinduísmo e a manutenção de costumes, de templos seculares e, por consequência, da essência desse povo, elementos considerados exóticos para os ocidentais e que sugerem um mergulho interno por meio de práticas como ioga e meditação, ou, até mesmo, pela simples observação do modo pelo qual os nativos levam a vida. Embora point mundial para viagens de surfe, graças às ondas consideradas perfeitas encontradas na ilha, Bali é mais procurada pelo turismo espiritual e cultural. A personagem Liz, interpretada por Julia Roberts em Comer, Rezar, Amar, exemplifica bem o que quer a maior parte dos turistas em Bali: durante a estada no destino, ela pratica as meditações aprendidas dias antes na Índia e vai diariamente “ter” com um xamã hinduísta. Entre uma coisa e outra, ela pedala pelos campos de arroz da zona rural e apenas em uma ou duas situações contracena com Javier Bardem em um ambiente de praia.

Hotéis

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utro aspecto que favorece a ida de turistas a Bali é a grande oferta hoteleira, para todos os gostos e bolsos. Em Ubud, considerada a capital espiritual e cultural da ilha e onde esteve a personagem de Julia Roberts (ela existe na vida real!), um dos destaques é o Four Seasons Sayan. O empreendimento, por ser de grande porte e pertencer a uma rede de luxo canadense, em tese não combinaria com uma das características do Slow Travel, que sugere hospedagens mais intimistas com nativos.

Os tradicionais campos de arroz de Bali em frente a apartamentos do Four Seasons Sayan 64 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


turismo Bali

A incrível piscina com borda infinita do Alila Ubud

Porém, o conceito trabalhado pelo resort é totalmente slow, estimulando os hóspedes ao contato com a natureza, ao acordar ouvindo o som dos pássaros, a refeições mais longas com receitas locais. O hotel está localizado na montanha, às margens do rio Sayan, em uma área de oito hectares toda circundada por mata nativa. Os hóspedes costumam se hospedar, em média, por três ou quatro noites. No período, muitos deles deixam o hotel apenas uma única vez, para visitar Ubud. A dica é aproveitar as diversas possibilidades de tratamentos do spa, todas, sem exceção, influenciadas por elementos de ioga e meditação. Outra atividade interessante oferecida aos hóspedes é uma caminhada matinal pelas áreas verdes do resort, na qual o guia explica os costumes e tradições de Bali, a religião hinduísta, e ensina os hóspedes a plantar arroz, este que é um dos principais elementos da cultura balinesa. Outro hotel com conceito similar é o Alila Ubud, com uma espetacular piscina de borda infinita com vista para as montanhas da região.

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Visto e alimentação

alimentação em Bali não possui tantos elementos com os quais não estejamos acostumados, embora tudo seja bastante apimentado. Tome cuidado! Os pratos são à base de arroz, verduras e carne de porco. Interessante o fato de haver na ilha arroz com quatro cores, todas naturais: dois tons de branco, roxo e preto. Para entrar na Indonésia, os brasileiros têm de providenciar o visto, que pode ser obtido ao entrar no país, em Jacarta. No entanto, recomenda-se que o viajante faça contato com a Embaixada do país em Brasília: (61) 3443-8800 e www.embaixadadaindonesia.org. É necessário vacina contra a febre amarela.

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viagem do leitor Cancún

Cancún para ver, ouvir

e sentir

Nadar com golfinhos é uma das atrações do parque ecológico Xcaret: sonho realizado

Quem?

Fotos: Arquivo Pessoal

Renan Araujo O que faz? Analista Contábil Onde mora? Catanduva (SP)

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VIAGEM DO LEITOR

Dicas e roteiros de viagens dos leitores da revista Estilo Damha. A próxima dica pode ser a sua. Fale conosco: estilodamha@estilodamha.com.br

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viagem do leitor Cancún

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Vida noturna

os primeiros dias, aproveitei para conhecer a infraestrutura do hotel e suas redondezas, além de explorar a cadeia de entretenimento que faz de Cancún um dos lugares mais requisitados do México. Para quem não dispensa uma boa balada, a cidade tem ótimas opções, com uma variedade de casas noturnas que recebem gente do mundo todo. Entre tantas danceterias e night clubs, o destaque vai para dois ícones da noite Cancúnense: o famoso Coco Bongo e o Señor Frog’s. O primeiro é uma atração à parte, com sua extraordinária mistura de ritmos que vai dos flashbacks dos anos 70 e 80 ao Dance, Hip Hop e outros estilos que contagiam os visitantes e fazem todos dançar.

Renan diante da fachada do Coco Bongo, a principal casa noturna de Cancún 69 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Foto: Arquivo Pessoal

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onhecer Cancún estava nos meus planos de viagem há muito tempo. Afinal, o famoso balneário localizado na costa caribenha do México reúne atrativos turísticos indispensáveis aos jovens viajantes: belezas naturais de tirar o fôlego, atividades radicais, passeios no coração da cultura maia, além de uma vida noturna com muito agito e badalação. Após muito planejar, eu e um amigo deixamos o Aeroporto Internacional de Guarulhos rumo a Cancún em novembro de 2013, ansiosos pelos oito dias que viriam pela frente. Foram nove horas de voo até a Cidade do México e mais duas horas até nosso destino final. Embora tenha sido tomado pela exaustão típica de uma longa viagem, foi impossível não se animar ao ver, da janela do táxi, a impressionante efervescência nas ruas da cidade. Como já era tarde da noite, Cancún estava toda iluminada, com bares e casas noturnas cheios de cores, gente jovem nas ruas, um clima contagiante que parecia ter sido orquestrado para nos dar as boas-vindas.


viagem do leitor Cancun

E não é só a música que faz do Coco Bongo a melhor balada da cidade: a noite nesse lugar incrível também conta com a performance de acrobatas voadores, dançarinos, iluminação com efeitos policiais, balões gigantes, bolhas de sabão e explosões de confetes e serpentinas. Como diz uma das músicas temas do filme O Grande Gatsby: “a little party never killed nobody”. Encarar uma noitada também exige estar com a barriga cheia, e Cancún é perfeita para isso. Em todos os bares e restaurantes, o contato com a tradicional culinária mexicana é inevitável e bem diferente. A comida é regada a muita pimenta, e entre minhas opções preferidas estavam os vários tipos de tortillas e a típica guacamole com totopos (purê de abacate acompanhado de lascas de tortillas). Para beber, não poderia faltar a mexicaníssima tequila: a dica é experimentar a “caipirinha” feita com a bebida, deliciosa! Vista geral de Xcaret, destino perfeito para apreciar as belezas naturais da costa caribenha

Xcaret, paraíso ecológico

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noite em Cancún realmente é muito convidativa, mas vale a pena maneirar porque há muita coisa bonita para ver nessa viagem. No quesito belezas naturais, as praias da cidade e arredores são incrivelmente lindas, e o azul-turquesa que costumamos ver nas fotos é 100% verdadeiro. Entre as tantas opções de passeios disponíveis, decidi visitar Xcaret, parque ecológico situado na Riviera Maia. Com diversos programas de conservação e reprodução da flora e fauna típicas da região, como as tartarugas marinhas, o local abriga o primeiro borboletário do México e um impressionante aquário de recifes de corais que é considerado um dos únicos do mundo. Esse parque tão bem estruturado também conta com praias particulares, lagoas e rios subterrâneos onde é possível mergulhar ao lado de peixes, além de cenotes, poços gigantes comuns nessa parte da Riviera Maia. Foi em Xcaret que tive uma das experiências mais marcantes da minha vida: o tão sonhado nado com os golfinhos, animais inteligentes, dóceis e muito bem treinados que me proporcionaram algo único e indescritível.

Foto com as araras: um dos souvenirs que os visitantes de Xcaret podem levar para casa 70 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


viagem do leitor Cancún

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A grandiosidade maia

último passeio em terras mexicanas foi também um dos mais aguardados: conhecer as ruínas de Chichén Itzá, centro político e econômico da civilização maia, localizada a cerca de 200 km de Cancún. É lá que está a gigantesca pirâmide de Kulkucán, monumento considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo. Estar em Chichén Itzá nos dá a verdadeira noção da grandiosidade do império maia, e não há como não se entusiasmar com as histórias contadas pelos guias que trabalham no local. O Templo de Chac-Mool, a Praça das Mil Colunas, o Templo dos Guerreiros, o observatório El Caracol e o Campo de Jogos dos Prisioneiros são algumas das estruturas que podem ser admiradas e

que demonstram o extraordinário compromisso com a composição e o espaço arquitetônico dos “engenheiros” dessa grande civilização. Sem dúvida, Cancún é uma cidade referência no turismo mundial e faz jus a toda sua fama, pois reúne vários dos elementos que uma cidade com sua reputação precisa ter: é extremamente segura e limpa, os ônibus são eficientes e estão à disposição de todos, sua cultura é rica, a gastronomia é de primeiríssima qualidade, as belezas naturais impressionam e são muitas as opções de compras. Além de tudo isso, essa cidade da costa caribenha também é perfeita para quem viaja à procura de agito, badalação e atividades radicais. Estar em Cancún foi inesquecível e, com certeza, eu retornaria!

Renan diante da gigantesca pirâmide de Kukulcán, símbolo da cidade maia de Chichén Itzá 71 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


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Decolando com os pĂŠs no chĂŁo

entrevista Igor Rickli

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entrevista Igor Rickli

Pode-se dizer que a vida de Igor Rickli, pelo menos a profissional, começou aos 30: depois do merecido sucesso do vilão Alberto Albuquerque, seu personagem na novela Flor do Caribe, ele deixa a carapuça de bad boy de lado para encarnar o maior mocinho de todos os tempos: Jesus, o protagonista da megaprodução teatral Jesus Cristo Superstar Texto: Thatiana Miloso e Daniele Globo Fotos: Marcos Rezende Lima

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io de Janeiro, início de 2012. Na coxia do teatro do Fashion Mall, Igor Rickli se preparava para mais uma noite de apresentação do espetáculo Judy Garland – O Fim do Arco-Íris. Enquanto repassava as cenas e falas em sua cabeça, o ator, então com 29 anos, nem de longe imaginava que seu desempenho naquela noite mudaria para sempre sua vida. Na plateia, dois grandes diretores da TV e cinema brasileiros, Manoel Carlos e Jayme Monjardim, prestavam atenção em cada movimento e cada expressão daquele homem de traços fortes e olhar penetrante. No dia seguinte, veio a chance que ele tanto aguardava desde os 17 anos, quando deixou o interior do Paraná em busca do sonho de se tornar ator: uma ligação de Monjardim e o convite para integrar o elenco do filme O Tempo e o Vento. A mudança estava prestes a começar. De lá para cá, em apenas dois anos, Igor Rickli brilhou. No épico do cinema adaptado também para a minissérie homônima da Globo, seu personagem Bolívar arrancou elogios do público e suspiros das fãs. Na TV, estreou como antagonista na novela Flor do Caribe, fazendo de seu personagem, Alberto, um dos vilões mais odiados dos últimos tempos. Na pele do bad boy, a encarnação do homem problemático foi tão visceral e convincente que lhe rendeu o status de artista revelação. E não foi só isso: com Alberto, Igor Rickli alçou o estrelato e conquistou o respeito do show business. Agora, poucas semanas após estrear no palco do Complexo Tomie Ohtake a megaprodução Jesus Cristo Superstar, ele não só tem a responsabilidade de interpretar nos palcos o protagonista do aclamado musical “broadwayriano”, Jesus, como também ganhou a grande oportunidade de se consolidar como o novo talento da dramaturgia brasileira. Para quem já estava há anos e anos na estrada, sem deixar se abater com os vários “nãos” ouvidos pelo caminho, o desafio do momento é mais que bem-vindo. Ciente do sucesso, mas sem qualquer resquício de vislumbramento e com os pés totalmente fincados no chão, Igor Rickli prova que veio para ficar, como demonstra na entrevista a seguir.

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entrevista Igor Rickli

Tudo tem a hora certa na vida (...), é preciso aceitar e acreditar que, se não está acontecendo, é por alguma razão

ED – Em uma entrevista recente você atribui a guinada em sua carreira ao diretor Jayme Monjardim, que, após vê-lo no teatro, o chamou para o elenco do filme O Tempo e o Vento e também para a novela Flor do Caribe. Como foi essa “descoberta”? IR – Na época eu estava em cartaz no Rio de Janeiro com a peça Judy Garland – O Fim do Arco-Íris, quando fui visto pelo Jayme [Monjardim] e pelo Maneco [Manoel Carlos], que estavam na plateia. No dia seguinte, o Jayme me ligou, convidando para fazer parte do elenco do filme O Tempo e o Vento, que inclusive acabou de virar minissérie na TV Globo. Logo que terminamos as gravações do filme, recebi um novo convite do Jayme, desta vez para interpretar o vilão Alberto, na novela Flor do Caribe. O Jayme foi uma pessoa muito importante na minha vida, sou imensamente grato a ele. Com a novela, milhares de coisas brotaram e graças a Deus tudo tem fluído muito bem para mim.

Estilo Damha – O público, ao ver um novo rosto na tela da TV, muitas vezes acha que a pessoa chegou lá da noite para o dia, não imagina que por trás de um bom papel está uma vida toda de trabalho. Embora tenha despontado em 2013, com a novela A Flor do Caribe, você subiu ao palco pela primeira vez aos 6 anos. Como foi essa trajetória até chegar à Globo? Igor Rickli – Comecei bem pequeno, fazendo curso de teatro em Carambeí, cidade do interior do Paraná onde nasci. Fazia as peças de teatro da igreja, escola e de todos os outros lugares onde havia a possibilidade de subir ao palco e interpretar. Sempre me jogava nessas coisas porque tinha certeza de que era esse o caminho que queria seguir pelo resto da vida. As pessoas achavam isso engraçado, pensavam “de onde esse garoto está tirando essa ideia?”. Mas eu coloquei na cabeça, tracei uma reta e fui fazendo cursos aqui e ali. Como no interior é difícil ter acesso às produções, aos trabalhos que pintam na área, deixei o Paraná com 17 anos para estudar teatro em São Paulo, época em que acabei fazendo também uns trabalhos como modelo, para ajudar a me manter. Essa experiência em São Paulo, no entanto, não foi tão boa e acabei voltando para casa, o que foi bom porque fui convidado para fazer um filme chamado A Saga, que conta a história da colonização do Paraná. Durante as filmagens fiz alguns contatos legais que me incentivaram a ir para o Rio de Janeiro. No Rio, me matriculei em vários cursos de interpretação e, de lá, segui para Nova York e Los Angeles para estudar teatro. Logo que voltei ao Brasil fui escalado para o elenco da peça Hair, meu primeiro musical, um trabalho que me deu bastante projeção.

ED – Ao chamar a atenção de alguém do calibre do Monjardim, você imaginou que sua carreira poderia tomar um rumo totalmente diferente? IR – Eu tinha, sim, a ideia do peso que o Jayme tem em mudar a vida de um ator com ambição de engrenar na carreira. Tudo o que eu quero e tudo o que queria naquela época era trabalhar. Não é o sucesso ou a vitória em si que estão em jogo, mas, sim, a vontade de trabalhar, fazer o que eu amo. Se você tem a chance de fazer isso aliado a profissionais de qualidade, é algo maravilhoso. Claro que quando o Jayme apareceu fiquei um pouco chocado, porque partiu dele todo o convite e eu nem imaginava que isso pudesse acontecer. Esperei muito por isso, tomei muitos “nãos” da Globo pelo caminho, fiz muitos testes e foi muito difícil lidar com cada recusa. Mas acredito que tudo tem a hora certa na vida, não adianta bater tanto a cabeça, é preciso aceitar e acreditar que, se não está acontecendo, é por alguma razão. E, quando as coisas começaram a acontecer para mim, foi de uma forma muito tranquila e positiva. ED – Nesses trabalhos citados você contracenou com grandes nomes da dramaturgia brasileira, como Fernanda Montenegro, Juca de Oliveira, Sergio Mamberti. Trabalhar com atores com essa bagagem televisiva ajuda na formação de um ator? IR – Ajuda demais, demais. O Sergio é como um “avô”, tenho um enorme carinho por ele, o jeito como conduzia as cenas, todo o conhecimento que me passava, era incrível estar ao lado dele.

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entrevista Igor Rickli Pessoas como o Sergio são bibliotecas ambulantes, eles têm um conhecimento tão grande que conseguem transmiti-lo até no jeito de falar com você. Para o jovem ator, isso é o máximo, porque você troca e aprende com eles. Ao contrário do que muitos podem pensar, são pessoas generosas que gostam do vigor de um artista jovem que está querendo aprender. Foi fundamental ter essas pessoas na minha carreira, sou extremamente grato e tenho um carinho profundo por eles. ED – Na novela, você foi muito elogiado pela forma como interpretou o vilão Alberto. Como conseguia entrar num personagem tão complexo, que dava medo no público? IR – Me arrepio só de lembrar, até minha mulher tinha medo dele. Foi uma coisa enlouquecedora. Sou um ator visceral, gosto de sentir o sangue esquentar. Então, a preparação para o Alberto foi muito profunda, tinha até as músicas específicas que ouvia para ir entrando no personagem. Junto com as coach de elenco, criei toda uma história para ele, pesquisamos de onde o Alberto poderia ter vindo, quais eram suas dores, suas aflições. Imaginava que ele, quando criança, havia sido trancado em um bunker pelo avô, então, fomos criando essas sensações de dor e abandono. Foi uma loucura, aquilo mexeu muito comigo, e graças a Deus pude contar com a paciência dos meus amigos, minha mulher e meus irmãos. A gente gravava todo dia, e tinha horas que eu realmente surtava. Mas foi muito enriquecedor, cada personagem que entra expande você por dentro e aí você passa a ver a vida com outra visão. Mas, quando você deixa o estúdio, é preciso se desligar do personagem. Tem uma chave em nossa cabeça que temos que ligar, é fundamental aprender a fazer esse acesso. Na época em que eu não acionava essa chave, chegava nervoso em casa. Mas então pensava: “essa não é a minha vida, estou feliz, não preciso criar esse clima, quem está sofrendo é o Alberto e não o Igor”. Entendi que acionar essa chave era o modo de segurança e isso foi o que me salvou.

“Não é o sucesso ou a vitória em si que estão em jogo, mas, sim, a vontade de trabalhar, fazer o que eu amo” 77 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


entrevista Igor Rickli ED – Falando agora do presente, você acabou de estrear um dos papeis que talvez fique para sempre marcado na sua carreira: o Jesus, do musical Jesus Cristo Superstar. Como foi a preparação para esse personagem? IR – Para mim, sempre foi um sonho fazer esse musical. A preparação foi intensa, difícil, mas extremamente prazerosa. Passávamos o dia no teatro estudando, ensaiando as cenas, fazendo as marcas, e o resultado de todo esse trabalho é uma peça bem visceral. Até a polêmica que ela está gerando está sendo muito legal. Sem dúvida, o musical representa um marco na minha vida, sem falar que estou tendo a oportunidade de interpretar um cara que é o máximo. Estou muito feliz, principalmente ao ver a resposta do público, pois é para ele que a gente faz tudo isso.

O vilão Alberto, da novela Flor do Caribe, rendeu ao ator o status de artista revelação de 2013

Fico feliz que a maturidade tenha me dado a chance de poder interpretar esse papel com toda humildade, sabedoria e discernimento

ED – Você já cantava antes? Seu personagem atinge notas de um tenor, então, não estamos falando de uma missão tão simples. IR – Eu cantava desde pequeno, mas fiquei muito tempo sem estudar. E, quando você fala em cantar profissionalmente, é uma coisa bem delicada, porque a voz se torna um instrumento que você tem que cuidar, e há vários cuidados específicos que eu não fazia. Quando comecei a atuar em Hair, passei a me policiar mais, só que aí veio a novela e dei uma boa relaxada nisso. Quando soube que haveria audições para a peça, comecei novamente a cuidar da voz, a fazer milhões de aulas com vários professores, para poder afinar esse aparelho. Foi um desafio vocal imenso, e cantar realmente está sendo uma das coisas mais difíceis para mim, mas estamos superando isso, graças ao apoio de vários profissionais feras que estão me ajudando nesse processo. ED – Quanto tempo o musical ficará em cartaz? E quais são seus projetos após essa temporada nos palcos? IR – Ficamos no Complexo Tomie Ohtake até junho e, dependendo da repercussão, poderemos levar a peça para o Rio de Janeiro. Fora isso, tenho contrato com a Globo e há a possibilidade de começar a gravar uma nova novela no final do ano. Tenho um relacionamento muito bacana com a Globo e vejo um cuidado muito grande da TV comigo, o que me deixa muito feliz. Tudo o que quero é continuar atuando por muitos anos, pois gosto de estar em contato com o público, gosto de sentir a resposta das pessoas nas ruas, de conversar, acho que tenho vocação para ser ator. Às vezes até levo esse feedback a sério demais, porque já me abalei muito com as críticas. Mas estou aprendendo que é preciso entender, ponderar e filtrar. É um processo de aceitação.

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entrevista Igor Rickli ED – Você não parece se deslumbrar com a fama. Estar numa relação séria, já que você está há quatro anos casado com a cantora Aline Wirley, ajuda a manter os pés no chão? IR – Totalmente. Antes de conhecer a Aline, eu estava sempre em busca de alguma coisa. Quando conheci a Pretinha, essa busca cessou, fiquei em paz comigo mesmo e passei a focar no que precisava fazer. Ela me traz essa segurança e eu dou essa segurança para ela; sei que também faço isso no papel de marido, e com ela ao meu lado me sinto tranquilo para poder fazer minhas escolhas profissionais. Esse relacionamento é fundamental na minha vida, ele me amadureceu, então, quando a gente fala de alma gêmea, pode ser piegas, mas é fato, ela me completou. Eu era inseguro, era maluco e, quando conheci a Aline, tudo fez sentido, as coisas começaram a fluir diferente na minha vida. Sou muito grato a ela.

ED – E agora, para encerrar, você tem medo que a fama seja algo efêmero na sua vida? IR – Não, não tenho esse medo. Independentemente da peça, sempre tive um lado espiritual e sei muito bem que não estou aqui somente para trabalhar. Eu, Igor, vim para este mundo com o propósito de ser feliz, de fazer algo positivo em prol da minha família, meus amigos e para mim mesmo. Estou aqui para me aperfeiçoar, evoluir enquanto pessoa, e é isso o que busco. Acho que, se eu estou forte, as pessoas do meu lado estarão fortes. Não tenho medo de que isso tudo que estou vivendo acabe amanhã, não tenho medo de ficar no ostracismo. Acho que temos que ir transmutando e entender as respostas que o universo nos dá. Sou um cara de fé e acredito numa lei universal em que tudo tem um propósito. E o meu está muito claro.

Quer ver mais fotos do ensaio de Marcos Rezende Lima com Igor Rickly? Visite nossos perfis: Instagram/@damhaurbanizadora Facebook/damhaurbanizadora

“Não tenho medo de ficar no ostracismo” 79 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


cultura Vitorino Campos

O novo baiano No seleto mundo da moda, ele é unanimidade. Quase dois anos após sua estreia no São Paulo Fashion Week (SPFW), Vitorino Campos se consolida como novo talento da moda brasileira, com coleções que exaltam a mulher chic e contemporânea Texto e entrevista: Thatiana Miloso, Nicole Tomaso e Lilia Campos

Foto: Adriano Damas

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revista Vogue deu a ele o título de embaixador da moda baiana. A Elle o colocou entre os sete nomes da alta costura sob medida no país. A L’Officiel, outra bíblia do mundo fashionista, o indicou como um dos cinco estilistas da América Latina com futuro promissor na moda internacional. Jornalistas especializados no assunto, famosos por não economizarem críticas, também se renderam a sua alfaiataria sofisticada, com acabamento impecável e tecidos nobres. Sim, o estilista de apenas 25 anos, nascido e criado em Feira de Santana (BA), é realmente uma unanimidade. Apesar da pouca idade, Vitorino Campos acumula uma extensa bagagem no mundo da moda. Criado na fábrica de uniformes da mãe e no ateliê de costura da tia, ele passou a infância brincando de fazer roupas com massinhas de modelar. “Os retalhos de tecidos e linhas acabaram virando brinquedos. Quando chegou o momento de escolher uma profissão, a moda foi o caminho natural”, revela o estilista. Natural e, de certa forma, precoce. Aos 16 anos, Vitorino foi emancipado pelos pais para poder abrir, em Feira de Santana, sua própria loja, a Tap Rumbeira, que, além de marcas diversas, vendia também sua própria label. Poucos anos depois, ele se mudou para Salvador para cursar a Faculdade de Design e Gestão de Moda. Foi nessa época que a grande oportunidade bateu à sua porta. Ao vencer o concurso Novos Talentos, promovido pelo Shopping Barra, o estilista recebeu como prêmio o passaporte para desfilar sua coleção no Rio Moda Hype, evento que acontece durante a semana de moda do Rio de Janeiro. “A partir daí a label Vitorino Campos passou a ser comercializada na Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal”, conta. 80 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Modelos desfilam para a marca na edição outono/inverno 2014 do SPFW: modelagem e acabamento impecáveis aliados a tecidos nobres contribuem para a sofisticação característica das peças do estilista

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Fotos: Divulgação

Era a vitrine de que ele precisava para ganhar o resto do Brasil. Ao lado da sócia Natália Tróccoli, a marca Vitorino Campos cresceu e, desde 2012, integra o line-up oficial do SPFW, maior evento de moda do país. Atualmente, a label está presente em mais de 30 pontos de vendas nas principais capitais brasileiras, além do e­-commerce de luxo Farfetch. Por que Vitorino Campos se transformou, rapidamente, na nova sensação da moda brasileira? As silhuetas enxutas, as saias lápis, as calças estruturadas e outras peças que compõem o ar ladylike característico de suas coleções unem com maestria a modelagem e acabamento impecáveis à elegância de materiais como o zibeline, seda italiana e lã de camelo. Na última edição do SPFW, por exemplo, a calça metade zibeline, metade cetim duchese com um toque de alpaca foi uma das peças em tecido fundido cujo resultado belíssimo arrancou elogios inflamados dos fashionistas. O mesmo se pode dizer das releituras de pied-de-poule (fundo branco) e pied-de-coq (fundo bordô) em lã de camelo do avesso, escovada para dar um efeito felpudo, que encheram os olhos dos experts em moda. As inspirações de Vitorino? “Fico muito ligado a tudo o que acontece ao meu redor. Pessoas, cores, paisagens, músicas. A música, aliás, é normalmente o grande ponto de partida das minhas coleções. Ao contrário da maioria, não tenho Ipod ou outros aparatos do tipo, ainda coleciono CDs. A cada viagem pelo mundo, compro uma grande quantidade de álbuns, e quando volto para casa vou ouvindo um por um. E, assim, as coleções começam a surgir”, revela o estilista. Definitivamente, a trajetória ascendente do garoto que saiu de Feira de Santana para fazer sua história no universo fashionista parece estar só começando. Depois de brilhar nas passarelas do Brasil, ele foi convidado para ir a Paris, capital do prêt-à-porter, para visitar ateliês de grandes marcas da alta costura. Entre uma visita e outra, encontrou-se com o alto escalão de labels como Gucci, Hermès e Balenciaga. Pelo jeito, o trabalho de Vitorino Campos no mundo da moda está apenas começando.

Foto: Estúdio Gato Louco

cultura Vitorino Campos


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Sonho Grande

O LOBO DE WALL STREET

IN BETWEEN DREAMS

Este livro relata os bastidores da trajetória de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, desde a origem e fundação do banco Garantia até suas maiores e atuais aquisições, nada menos que as marcas americanas: Budweiser, Burger King e Heinz. Com uma gestão focada em meritocracia, simplicidade e administração de custos estes empresários além de realizarem seus sonhos (e estarem entre as 10 pessoas mais ricas do Brasil sendo que Jorge Paulo Lemann foi listado em março de 2013 pela revista forbes como o 33º mais rico do mundo), fizeram muitos de seus funcionários se tornarem sócios milionários. Uma leitura agradável, que reforça a tese que para vencer é preciso muito empenho, objetividade e resiliência.

Quando soube do lançamento de mais um filme do Leonardo DiCaprio, sem mesmo saber o título, tampouco ter lido alguma crítica, pensei: tenho que assistir. Não pela beleza do ator, mas sim pela admiração que sempre tive por sua interpretação. Este filme é ‘um soco no estômago’ – se assim posso classificar. O cara faz, acontece, persuade e ainda tem a aprovação e admiração de todos os seus colaboradores. É uma verdadeira amostra de que o ser humano é uma máquina propulsora, com uma necessidade incontida de explorar o novo, desafiar a rotina e conquistar vitórias. São 180 minutos de manipulação, ostentação, sexo, drogas e traições. Mas são 3 horas de lições de motivação, superação, trabalho em equipe e fé nas suas próprias mudanças, adaptações e habilidades. Um filme cru, real, hilário, veloz e inteligente. Jack Hody Johnson é um cantor, compositor e surfista americano nascido no Havaí. Aproximou-se mais da música aos 17 anos, quando sofreu um acidente ao participar de uma competição de surfe. Jack Johnson ficou 90 dias se recuperando e durante esse período começou a compor influenciado por ídolos como Bob Marley, Bob Dylan, Ben Harper e Jimy Hendrix. Ouço suas músicas, pois nos faz pensar e nos sentir bem. Tanto em momentos felizes quanto tristes. Sem muitas complexidades e efeitos de som, ótimas letras, e aquele sentimento de que o mundo pode ser um ótimo lugar de se viver. Gosto bastante do seu terceiro lançamento, o CD In Between Dreams, lançado em 2005. As 14 faixas trazem o melhor do Surf Music e elementos de Reggae e Blues e foi quando alcançou o topo de sua carreira. Uma das minhas músicas preferidas é “Better Together”. 84 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Fotos: Divulgação

LER, VER e OUVIR Dicas de quem faz parte do dia a dia da Damha

Leandro Gonçalves Gerente Comercial

Anna Carolina Cavalcante Analista de Marketing

Cássio Luís Giorgi Filho Departamento Comercial


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MALÉVOLA

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m dos filmes mais aguardados da Disney para 2014 não é uma animação, ao contrário do que muitos possam pensar. Trata-se de Malévola, sob a direção de Robert Stromberg, que possui em seu portfólio filmes como Piratas do Caribe: No Fim do Mundo, A Bússola de Ouro (ambos de 2007) e Jogos Vorazes (2012). Diferentemente do conto de fadas que o originou, Malévola, que terá Angelina Jolie no papel principal e Elle Fanning como a princesa Aurora, é contado a partir do ponto de vista da vilã, cujo coração endurece após uma série de infortúnios. Jovem belíssima, com alma pura e assombrosas asas negras, Malévola cresce em um entorno idílico, um aprazível reino na floresta, até que um dia um exército de invasores humanos ameaça a harmonia do local. A menina luta para proteger seu reino, mas sofre uma traição que a deixa decepcionada e insensível e a faz lançar uma maldição sobre Aurora. As filmagens de Malévola estão em curso e a estreia do longa da Disney está marcada para 30 de maio.

NA TEIA DA ARANHA

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ara os amantes das histórias em quadrinhos, está chegando aos cinemas O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro. O filme vem cheio de efeitos sonoros e especiais que dão ao longa um ar completamente Hollywoodiano. É o primeiro filme do Homem-Aranha a ser totalmente filmado em Nova York. Ou seja, é a primeira vez que o herói mais nova-iorquino dos quadrinhos realmente salta com suas teias pelos arranha-céus da cidade. E, como já sabemos, a batalha mais importante do Homem-Aranha é a que acontece dentro dele mesmo: a luta entre as obrigações do dia a dia de Peter Parker e as responsabilidades extraordinárias do Homem-Aranha. Mas, em O Espetacular Homem-Aranha 2, Peter Parker descobrirá que um conflito ainda maior está por vir. O longa está previsto para estrear no Brasil em 01 de maio de 2014 e traz a mesma equipe do filme anterior, O Espetacular Homem-Aranha (2012), com Marc Webb na direção e Andew Garfield e Emma Stone no elenco. O vilão, Electro, é interpretado por Jamie Foxx.

SUA VOZ DENTRO DE MIM

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Fotos: Divulgação

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eunindo as memórias de Emma Forrest desde a infância, passando pelo complicado relacionamento com o ator Colin Farrell, que a levou finalmente a buscar ajuda, até as sessões com o discreto Dr. R. – psiquiatra que a salvou e que morreu de câncer durante o tratamento de Emma –, Sua Voz Dentro de Mim é um relato sincero e corajoso. O livro recebeu críticas positivas, e a história chegará aos cinemas com Emma Watson e Stanley Tucci. Em Sua Voz Dentro de Mim está bem claro que o livro é mais um daqueles retratos tristes em que, por mais que a gente chore junto com a protagonista, insistimos em prosseguir e saber o que o destino reservou para ela. Em outros momentos, você vai rir, mesmo que sem perceber, pois a autora surpreende ao ser divertida, apesar de tudo. Uma desejada crônica sobre perda e cura. Em tempo: também chama a atenção, neste livro, a capa belíssima. Ela tem um quê de aquarela, guache, pintura e cores.


UM SORRISO OU DOIS

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m sorriso ou dois é o que o publicitário Frederico Elboni espera arrancar das pessoas. Dono de um dos sites mais acessados na internet (o Entenda os Homens tem mais de 5 milhões de visitas mensais), o jovem morador de Blumenau conquistou admiradores de estante ao lançar aquele que, segundo ele, é o primeiro livro de muitos que virão. Um Sorriso ou Dois é composto de contos, crônicas e textos opinativos. Para Frederico Elboni, não existe certo ou errado quando os sentimentos estão em pauta. O que importa é encontrar harmonia e equilíbrio entre quem somos e o que fazemos; entre nossas ações e nossa perspectiva diante da vida. E, consciente de que mulheres trazem na bagagem alguns conflitos internos, esse jovem autor se dirige a elas: mulheres apaixonadas, decepcionadas, ingênuas, destemidas… Todas ansiosas por palavras que estampem em seu rosto um incessante sorriso. Ou dois.

MARIA RITA CANTA SUA VOLTA ÀS BATUCADAS

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epois de interpretar as canções imortalizadas na voz de Elis Regina no disco Redescobrir (2012), Maria Rita prepara um novo rebento. Recém-lançado, o álbum Coração a Batucar marca o reencontro da musicista com o samba. Nesse álbum merecem destaque “Meu Samba, Sim Senhor”, “Mainha Me Ensinou” e a música de Arlindo Cruz, Marcelinho Moreira e Fred Camacho: “Rumo ao Infinito”. O sexto álbum assinala um momento especial da artista, confirmando o imenso carinho de Maria Rita pelo samba. Mas o samba da Maria Rita é diferente, cheio de personalidade, o que levou Samba Meu, seu terceiro álbum, a ser um tremendo sucesso de crítica e público, chegando a ser lançado simultaneamente nos Estados Unidos, América Latina, México, Portugal, Israel e Reino Unido. Esperamos que o samba traga ainda mais bons ventos ao novo trabalho e que o “Coração” da cantora possa “Batucar” cada vez mais pelo gênero que é a sua casa, a sua praia, a combinação perfeita.

Rock de Verdade

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erta vez, Eddie Vedder disse que a felicidade que tanto procuramos somente podemos encontrá-la no brilho dos olhos das pessoas a quem fazemos felizes. Agora, é uma questão de dias para os fãs do vocalista do Pearl Jam ficarem felizes e com um brilho especial nos olhos, afinal, ele está chegando ao Brasil para shows. O cantor se apresenta em São Paulo nos dias 7 e 8 de maio, no Citibank Hall. Depois, no dia 11, é a vez do Rio recebê-lo, na casa de mesmo nome. A abertura dos shows será feita pelo irlandês Glen Hansard, conhecido pelo filme Apenas uma Vez, e pelo duo de folk Swell Season. 86 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Fotos: Divulgação

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A música que vem da

alma

Fantástico Urbano, CD inaugural da cantora paulista Regina Dias, homenageia a riqueza musical do Brasil com canções que exalam sensibilidade Texto: Thatiana Miloso

elas canções que nascem todos os dias de norte a sul desse verdadeiro continente brasileiro, se descobre um país que se canta, se encanta, se multiplica, se veste de poesia e compõe melodias feitas a partir de campos, cidades, sóis ardentes e luas enamoradas. Sambas de roça, maracatus urbanos, violões tropicais, pandeiros punk, numa trama fantástica que une 500 anos da musicalidade de um povo.” É com essas palavras cheias de sentimentalismo que a cantora Regina Dias descreve seu primeiro CD, Fantástico Urbano, álbum que promete emocionar o público com a multiplicidade e riqueza de sons dos diferentes Brasis que inspiram e instigam a cantora paulista. A voz suave e cheia de personalidade de Regina dá vida a 15 canções de compositores independentes de várias regiões do país, do Pará ao Rio Grande do Sul. A visão estética do disco é inspirada nas linhas da artista plástica Odilla Mestriner (1928-2009), tia de Regina, a

quem ela faz uma homenagem ilustrando o álbum com fragmentos de telas pintadas pela artista. “São obras que traduzem o Brasil industrial e sonhador. A fusão dessas riquezas e incongruências brasileiras também é o horizonte musical deste disco, com uma sonoridade sofisticada, límpida, mas influenciada pelos ritmos e poesias incrustados nas raízes do país”, conta Regina. Embora Fantástico Urbano seja seu primeiro CD, a cantora já é uma veterana dos palcos. Na estrada desde 1979, a artista, que reside em São Carlos (SP), traz no currículo centenas de espetáculos que lhe renderam uma legião de fãs por todo o Brasil. O ouvido apurado, a voz impecavelmente afinada e a sensibilidade ao interpretar grandes nomes da música brasileira, como Elis Regina e Maysa, são apenas alguns dos motivos para gostar – e se emocionar – com a cantora. Vale a pena conferir. Mais informações: reginnadias@gmail.com

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Fotos: Andri de Oliveira/DAOC Design & Fotografia

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Regina Dias: voz impecavelmente afinada e interpretações marcantes de grandes divas da MPB


Arquitetura Slow Living

Portas abertas ao

dolce far niente

Batizado de “Casa do Pátio”, o projeto assinado pelo renomado arquiteto Leo Romano traduz a essência do slow living, com amplos espaços que privilegiam o tempo do descanso e a vida em família Texto: Thatiana Miloso Fotos: Edgard Cesar 88 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Arquitetura Slow Living

As linhas simples e retas da fachada despertam a curiosidade dos visitantes

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o ser contratado para projetar esta casa na capital de Goiás, o arquiteto Leo Romano tinha pela frente um desafio inspirador: criar uma residência totalmente aberta ao lazer, mas sem comprometer o uso cotidiano dos espaços. A principal exigência dos proprietários, pais de três filhos pequenos, era ter uma casa onde pudessem aproveitar ao máximo o tempo livre na companhia das crianças. Um lugar onde fosse possível adotar um estilo de vida mais slow, priorizando a qualidade dos momentos em meio à agitada rotina do dia a dia. Para atender às necessidades do casal, Leo Romano criou um projeto de 570 m² que se desenvolve em um único pavimento, com a área de lazer disposta estrategicamente na parte central do terreno. Esse espaço composto

por varanda, cozinha gourmet, piscina, deck e um amplo gramado serviu de base para a distribuição dos demais ambientes da casa, compondo uma espécie de “pátio” que coloca o lazer como o grande protagonista do projeto. Se as áreas internas surpreendem, o mesmo se pode dizer da fachada. Linhas simples e retas com influência da arquitetura moderna ganham elementos surpresas como um breeze em madeira e pequenas aberturas em forma de desenhos que compõem um interessante jogo de texturas com a porta de entrada principal. “Tenho bastante admiração pela simplicidade das linhas. Gosto quando externamente a arquitetura desperta a curiosidade do observador. Nesta casa, isso acontece com frequência; o interior é uma surpresa bastante positiva”, revela o arquiteto.

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Arquitetura Slow Living

No projeto em formato de “U”, a varanda com cozinha gourmet, a piscina com raia e deck para tomar sol e o verde do paisagismo compõem o grande pátio que norteia os demais ambientes da casa. Desenhos brasileiros foram levados em consideração na escolha do mobiliário. Nomes como Sérgio Rodrigues, Jader Almeida e Bernardo Figueiredo estão entre os designers que assinam móveis e objetos de decoração.

O colorido dos móveis, além de dar um ar descontraído aos ambientes, ajuda a quebrar os tons bicromáticos do projeto, em que sobressaem a cor branca e o ocre da madeira 90 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Arquitetura Slow Living

As grandes portas de blindex das suítes do casal e dos três filhos dão acesso total à área de lazer, além de permitirem a entrada de luz e ventilação natural. Em harmonia com a fachada externa, o interior da casa também mantém as linhas retas que dão forma ao projeto.

Da suíte do casal é possível ver a piscina e o deck 91 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Arquitetura Slow Living

A atmosfera descontraída e ao mesmo tempo elegante também é um dos destaques da “Casa do Pátio”. Integradas, sala de TV e jantar ganham aberturas generosas que garantem conforto térmico e acústico.

Destaque para o piso limestone importado de Portugal, que está presente em todos os ambientes da residência 92 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


Arquitetura Slow Living

Neste projeto, no qual o interno e o externo se fundem, a cozinha gourmet é uma extensão da cozinha principal. A continuação da bancada para a varanda e a repetição das cadeiras reforçam ainda mais a integração dos ambientes.

Claras e cleans, cozinhas principal e gourmet mantêm a linha de sofisticação dos demais ambientes da casa 93 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


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My pet Stand Up Dog

Bom pra

cachorro! Stand Up Dog, uma nova moda invade os mares

Texto: Nicole Thomaso Fotos: Arquivo Pessoal

Cecília Canetti e o labrador Polo treinam stand up dog no Rio de Janeiro: muito treino para o SUPDOG

S

e você estiver em uma praia e, de repente, encontrar um cachorro em cima de uma prancha de stand up paddle (SUP), não estranhe: desde 2013, a nova moda que invadiu os mares de todo o Brasil também fisgou em cheio os donos de pets praticantes do esporte, que decidiram encarar o desafio de levar os bichinhos para surfar. A moda não só pegou como também ganhou grandes proporções. No último mês de fevereiro, o Clube do Totó e a empresa BeerDog promoveram, no Rio de Janeiro, a segunda edição do SUPDOG, competição que reuniu cachorros praticantes de stand up paddle de várias partes do Brasil. Com muita música, entretenimento, brincadeira, pelo molhado e surf, muito surf, o campeonato foi um sucesso. Entre os participantes, Cecília Canetti e o labrador

Polo foram um dos destaques do torneio. Para não fazer feio, ela e seu pet treinaram exaustivamente para a competição, sob o sol escaldante da Barra da Tijuca. “Durante um período treinamos quase todos os dias, fazendo um percurso de 300 metros parecido com o da competição. Infelizmente, acabamos não vencendo por causa de uma falha no percurso. Mas só de participar e ter essa experiência junto com o Polo foi maravilhoso”, relembra Cecília. E se engana quem pensa que o stand up dog é só para cachorros de raças “amigas” da água: o buldogue francês Huba, de 1 ano e 5 meses, também é praticante do esporte e já se tornou um habitué dos mares da região de Ubatuba (SP). Semanalmente, ele pega carona na prancha de sua dona, a surfista Monica Estrela, e a acompanha durante a prática do esporte.

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My pet Stand Up Dog “Desde bebezinho, o Huba curtia ficar zanzando pelas pranchas que ficavam espalhadas pela casa. Ao longo dos meses, ele foi mostrando seu gosto pela água: primeiro a da torneira, depois da piscina, até começar a se aventurar em cachoeiras e no mar. Isso me incentivou a levá-lo para as remadas comigo. Na primeira vez, eu estava muito mais tensa do que ele, mas até parece que o Huba nasceu para isso!”, conta a surfista. Antes que você saia por aí levando seu dog para o mar, as veterinárias da COBASI e Sepetiba Pet Shop, Christiane Perine e Mariana Ricci, e o praticante do esporte Reynaldo Teruel, alertam que alguns cuidados devem ser tomados antes de colocar o bichinho em cima de uma prancha. “São medidas que irão garantir o bem-estar dos animais e evitar que a atividade lhes traga algum problema. Acredito que qualquer esporte que aproxime o dono, seu pet e a natureza, e que seja prazerosa para ambos, só traz efeitos benéficos, desde que praticado com segurança e responsabilidade. Os cães sempre procuram estar ao lado de seus proprietários, o que traz a sensação de bem-estar”, explica Christiane Perine. Vai cair na água com seu melhor amigo? Então se ligue nas orientações dos veterinários e... bom mergulho!

Monica Estrela e seu cão Huba: desde bebê circulando pelas pranchas da casa, o mar foi um caminho natural para o buldogue francês

Cuidados do stand up dog: • O esporte não é aconselhável para animais deprimidos fisicamente, cardiopatas, obesos ou para raças braquicefálicas (como Buldogues, Pug, Boston Terrier, Pequinês, Boxer, Shih Tzu, Dogue de Bordeaux ou qualquer outra raça com a cara “amassada”). • Deve-se evitar a prática do esporte nos horários mais quentes do dia. Também é recomendável o uso de filtros solares próprios para cães.

• Os animais não devem ser alimentados imediatamente antes da prática do esporte. • Animais praticantes de esportes devem fazer exames médicos periódicos. • No caso do stand up dog, é importante que os bichos usem colete salva-vidas. • Após a entrada no mar, os animais devem ser banhados com shampoo neutro.

Sobre a prancha, Cecília e Polo observam o pôr do sol: com adoção de alguns cuidados, esporte é saudável para os cães 97 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


faça o bem Make-a-wish

Fábrica de

Sonhos Presente em quase 50 países, a fundação Make-A-Wish foi criada há 33 anos com uma nobre missão: transformar em realidade o sonho de milhares de crianças e adolescentes vítimas de graves doenças

Texto: Thatiana Miloso Fotos: Divulgação

Cláudia Lombardi, diretora executiva da Make-A-Wish Brasil

E

m meados de 1980, o garotinho norte-americano Chris Greicius, então com 7 anos, alimentava o desejo de um dia tornar-se policial. Mas havia um grande obstáculo para a realização deste sonho: Chris sofria de leucemia, doença maligna que atinge os glóbulos brancos do organismo. Ao saber disso, Tommy Austin, policial amigo da família, decidiu que de alguma forma alegraria Chris e faria com que ele se esquecesse, ao menos por alguns instantes, de toda dor e sofrimento causados pelo tratamento, prometendo ao menino uma carona no helicóptero da polícia do Arizona. Porém, com a ajuda de Ron Cox, oficial do Departamento de Segurança Pública (DSP) do Estado, Austin planejou muito mais. No dia 29 de abril de 1980, eles levaram o garoto para fazer um tour com o helicóptero do DSP. Ao final do passeio, a aeronave pousou no quartel-general, onde a

tropa aguardava Chris para a solenidade surpresa que o transformaria no primeiro patrulheiro honorário da história do Departamento de Segurança Pública do Arizona. A experiência não terminou por aí: dois dias depois, em 1º de maio, os oficiais presentearam o menino com uma farda oficial customizada especialmente em seu tamanho. Até hoje, os que estavam presentes naquela ocasião contam que o sorriso do garoto iluminou tudo e todos que estavam ao redor. Um dia depois, Chris voltou a ser hospitalizado e sua única exigência foi que arrumassem o quarto de maneira que pudesse olhar para o uniforme. No dia 3 de maio, ainda contagiado pela alegria de ter seu grande sonho realizado, o jovem guerreiro faleceu. Mas ele jamais poderia imaginar que sua história seria a inspiração para a criação da maior organização realizadora de desejos do mundo, a fundação Make-A-Wish.

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faça o bem Make-a-wish Embora a organização já exista há 33 anos, a filial brasileira foi fundada em 2008, dois anos após o fundador Salim Tannus conhecer o trabalho da organização nos Estados Unidos. Como o próprio nome sugere, a Make-A-Wish foi criada especialmente para realizar desejos de crianças e adolescentes que, em comum, convivem com o doloroso fardo de serem portadores de graves doenças que colocam suas vidas em risco. Ao reunir esforços para transformar o desejo desses jovens em realidade, a fundação acredita trazer à tona a esperança necessária na luta pela vida. “Para uma criança gravemente doente, ter um sonho realizado significa que nada é impossível. Significa recuperar a esperança e a força para continuar a lutar”, salienta Claudia Lombardi, diretora executiva da Make-A-Wish Brasil. Como todo trabalho sério e muito bem organizado, a seleção dos jovens que terão seus desejos realiza-

dos é pautada por algumas regras. As ações da MakeA-Wish são destinadas a crianças e adolescentes com idade entre 3 e 18 anos incompletos e que possuam alguma doença grave (a organização tem uma lista com 120 doenças elegíveis). A indicação pode ser feita pelos pais, responsáveis legais, equipe médica ou pela própria criança (veja box). Com a indicação em mãos, a organização atesta com os médicos a gravidade da doença e, dessa forma, define se a criança poderá ou não ser atendida pela fundação. “A partir desse momento, o sonho entra na fila. Hoje temos um prazo médio de 18 meses para a realização de sonhos. Quando chega a vez de realizá-lo, um grupo de voluntários começa o trabalho de descoberta do verdadeiro sonho. Começam aí as etapas de planejamento das ações, criação de script, planejamento financeiro, captação de recursos e, finalmente, a realização do desejo”, explica Claudia.

Vagner queria conhecer os jogadores do Corinthians: sonho realizado 99 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


faça o bem Make-a-wish

O Poder de um Desejo

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ma pesquisa realizada em 2011 nos Estados Unidos, sob encomenda da Make-A-Wish, apontou que 89% dos pais que tiveram filhos atendidos pela fundação observaram um incremento na força emocional da criança, enquanto 81% observaram que a vontade de continuar o tratamento aumentou. Outros 75% também relataram que a realização do sonho interferiu diretamente no aumento da força e da saúde física. Somente no Brasil, mais de 700 crianças e adolescentes já tiveram desejos realizados pela organização. Para Claudia, todo sonho é especial, assim como o envolvimento dos voluntários é sempre muito intenso. Entre

as centenas de crianças brasileiras já atendidas, ela cita a menina Jaine, primeira a ter um desejo realizado no país. “A experiência de Jaine, que queria conhecer o mar, é algo muito marcante. A Make-A-Wish Brasil tinha apenas 20 dias de existência e conseguiu mobilizar uma quantidade enorme de parceiros para a realização desse sonho. Jaine, que era cadeirante, pôde ver o oceano de cima, em um passeio de helicóptero, e também pôde entrar no mar, com a ajuda de uma equipe de mergulhadores profissionais”, relembra Claudia. Com 110 voluntários ligados diretamente à causa e 200 voluntários corporativos, a Make-A-Wish é, sem dúvida, uma entidade que Faz o Bem!

A menina Julia, que sonhava conhecer a atriz Rosanne Mulholland, a professora Helena da novela Carrossel

Como participar: Crianças e adolescentes com idade entre 3 e 18 anos incompletos podem ser indicados pelos pais, responsáveis legais, equipe médica ou por eles mesmos. Para isso, é necessário enviar um e-mail para o endereço: contato@makeawish.org.br O e-mail deve ter informações como:

• Nome completo • Data de nascimento • Doença • Desejo • Nome dos pais/responsáveis legais • Contatos • Hospital de tratamento • Médico da criança 100 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

Como ajudar: As doações podem ser feitas através do site: http://makeawish.org.br/doe


faรงa o bem Make-a-wish

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COLUNA condomínio Marcio Rachkorsky

EM BRIGA DE MARIDO E MULHER... Como agir quando acontece uma briga feia no apartamento ou na casa ao lado?

Marcio Rachkorsky

Advogado especializado em condomínios há mais de 20 anos, comentarista e apresentador da TV Globo/SP e comentarista na Rádio CBN. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de S. Paulo, aos domingos.

Foto: Divulgação

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iz a sabedoria popular que, “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Ou seja, não se deve interferir quando um casal está brigando, pois logo eles farão as pazes e quem interferiu certamente vai se dar mal. O ditado é sábio, mas tem lá suas exceções. Semanas atrás acompanhamos, estarrecidos, o caso do marido que agrediu

a esposa e se jogou da janela com o filho do casal, em Osasco (SP). Uma tragédia lamentável, chocante mesmo, sobretudo para quem tem filhos pequenos. Acompanhei, meses atrás, outro caso em que o marido, após uma discussão, esfaqueou a esposa, matando-a dentro do condomínio, na presença da filha. Quem não se lembra do fato ocorrido em Goiânia, em que uma menina era mantida sob cárcere privado no apartamento de uma psicopata, em condições deploráveis, sujeita a todo tipo de tortura física e emocional. Em todos os tristes episódios que aconteceram nos condomínios, algumas importantes e preocupantes coincidências: os vizinhos e funcionários acompanhavam frequentes brigas; ouviam gritos e palavrões; e notavam algo de estranho no comportamento das famílias, expondo principalmente as crianças. Mas, em todos os casos, os vizinhos preferiram não se envolver. Afinal de contas, nunca sabemos de que forma as pessoas reagirão a uma interferência externa, sobretudo em suas vidas pessoais. Há um paradoxo incompreensível, pois as pessoas optam por morar de forma coletiva, compartilhando espaços comuns, mas não selam boas amizades com seus vizinhos, limitando-se 102 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

ao protocolar bom-dia, boa-noite. E, com certeza, a falta de amizade e o afastamento entre os vizinhos contribuem para a ocorrência de graves tragédias familiares. Assim, diante de tal cenário, como agir quando acontece uma briga feia no apartamento ou na casa ao lado? Qual o limite entre a discrição e a omissão? Não existe uma regra bem definida, mas vale elencar algumas dicas importantes, que podem evitar uma tragédia anunciada: • Procure conhecer seus vizinhos e manter com eles uma boa relação de amizade e cooperação. • Ao notar graves brigas frequentes, escolha uma boa oportunidade para conversar com o vizinho e oferecer ajuda. • Em caso de brigas com aspectos de violência física, não hesite em chamar a Polícia Militar. • Quando observar crianças expostas a riscos (físicos ou emocionais), converse com o síndico do condomínio ou com o presidente da associação de moradores e acione o conselho tutelar, que costuma agir muito bem para preservar a integridade das crianças e adolescentes.


RC Vips Lançamento da revista na capital paraibana

DAMHA

Ricardo e Humberto

NEWS Tudo que acontece na Damha Urbanizadora você fica sabendo aqui

Mais informações, visite nossos perfis: Instagram/damhaurbanizadora Facebook/damhaurbanizadora

Fotos: Divulgação

Thayse Gomes e Pâmela Bório, 1ª Dama do Estado da Paraíba

Bairro Sustentável Associação conquista certificação ISO 16001, principal selo de Responsabilidade Social

Golf Top 10 Ranking da revista Exame coloca Damha Golf Club entre os melhores do Brasil

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DAMHA NEWS

Associação do Village Limeira escolhe nova diretoria

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ara a Damha Urbanizadora, o relacionamento com seus clientes vai muito além da venda de lotes urbanizados. Após a entrega de cada empreendimento, a empresa se faz presente no dia a dia dos moradores auxiliando nas mais diversas questões que envolvem a vida em um condomínio. Uma das formas de se relacionar com os clientes é por meio do apoio dado às Associações de Moradores dos empreendimentos, entidades que realizam um trabalho fundamental para a boa condução da gestão condominial. Em Limeira, a Associação do Village Damha promoveu, no final de fevereiro, uma Assembleia na qual foram eleitos os novos membros da Diretoria Executiva e dos Conselhos Deliberativo e Fiscal. O grande número de pessoas que compareceu à reunião mostra o quanto os moradores do Village Limeira valorizam o trabalho da Associação, que se tornou um importante instrumento para o exercício da cidadania. Um grande exemplo!

Moradores do Village Damha Limeira participam da Assembleia que elegeu a nova diretoria

Damha marca presença em festa da RC Vips

Daniele, Claudinei, Ricardo Castro (anfitrião), Luiz, Anna Carolina e Karla

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Fotos: Divulgação

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Damha Urbanizadora prestigiou em João Pessoa (PB), no dia 13 de fevereiro, o lançamento da revista RC Vips, produzida pelo empresário e colunista social Ricardo Castro. Realizada no restaurante Sagae, a festa, com status de megaprodução, contou com a presença de vários convidados ilustres, como a cantora Renata Arruda e a primeira-dama da Paraíba, Pâmela Bório. Presente nas páginas da RC Vips com uma reportagem sobre o Village Damha Parahyba, a Urbanizadora foi convidada a distribuir no evento a 9ª edição da revista Estilo Damha. Sem dúvida, uma ótima oportunidade para divulgar a marca Damha na bela capital paraibana.


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Feijão delícia

Festa também marcou lançamento da Estilo Damha

A promoter Licia Fabio, dona da festa, e o chef Edinho Engel

Fotos: Divulgação

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agito contagiante de Salvador (BA) marcou o lançamento da revista Estilo Damha na esfuziante capital baiana. A entrada em grande “estilo” na terra de todos os santos ocorreu no último dia 22 de fevereiro e o palco foi o badaladíssimo evento “Feijão Amado D’Licia”, organizado pela promoter Licia Fabio. Embalada pelo cantor Margary Lord e com cardápio assinado pelo chef Edinho Engel, a feijoada, que é considerada uma das festas pré-carnavalescas mais esperadas do ano, foi realizada no restaurante Amado e contou com a presença de cerca de 500 convidados, entre eles celebridades como a apresentadora Astrid Fontenelle. Para pontuar o lançamento da revista, a Damha Urbanizadora distribuiu aos convidados a edição de fevereiro/março 2014, que trouxe na seção Futuros Lançamentos uma reportagem especial sobre Camaçari, cidade baiana que em breve receberá um empreendimento da empresa. Muito elogiada por todos, a publicação marcou, oficialmente, a chegada da Damha na bela e ensolarada Bahia. Axé!

A apresentadora Astrid Fontenelle foi uma das convidadas que não poupou elogios à revista

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Damha anuncia patrocínio ao ASA de Arapiraca

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Damha Urbanizadora anunciou, no final de fevereiro, o patrocínio à equipe ASA de Arapiraca, um dos mais tradicionais times de futebol de Alagoas. O apoio faz parte da estratégia de fortalecimento da marca Damha em Arapiraca, cidade onde a empresa lançará em breve um empreendimento às margens do Lago da Perucaba. O condomínio, que será construído em parceria com o Grupo Coringa, marcará a chegada da Damha ao Estado de Alagoas. “O incentivo à prática esportiva torna-se uma extensão dos valores da empresa, fazendo com que o patrocínio ao ASA, orgulho dos arapiraquenses, seja, além de uma demonstração da vontade da Damha de se aproximar do público local e mostrar seu comprometimento com a cidade, também uma forma de traduzir parte do significado do melhor conceito de urbanismo do Brasil”, explica Luiz Lissner, Diretor Comercial da Damha Urbanizadora.

O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho, recebeu de Sergio Lúcio, Vice Presidente de Marketing do Asa Oficial, a nova camisa do ASA com patrocínio da Damha Urbanizadora

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primeiro empreendimento da Damha Urbanizadora em João Pessoa (PB) já encanta os moradores da região. Em um único dia, 50% dos lotes do Residencial Village Damha Parahyba foram vendidos. “Já no primeiro dia do lançamento superamos 50% de lotes vendidos. Ficamos muito felizes com a aceitação do povo da Paraíba que nos recebeu de braços abertos e entendeu prontamente o conceito do nosso empreendimento, que prima por qualidade de vida e segurança. Outro ponto muito bem avaliado por nossos

clientes foi a localização do empreendimento, próximo as praias do Conde e da capital paraibana.”, explica Leandro Gonçalves, gerente comercial da Damha. Com 637 lotes e área total de 466,7 mil m², o Village Damha Parahyba está localizado em meio ao paraíso, a apenas 17 km de João Pessoa, em um dos locais mais bonitos do litoral reconhecido por suas belezas naturais. O Residencial foi projetado a partir de um conceito urbanístico premiado e reconhecido pela qualidade de sua infraestrutura, segurança e respeito ao meio ambiente. Fácil entender o sucesso de vendas.

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Fotos: Divulgação

Paraíba aprova residencial da Damha Urbanizadora


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Damha de casa nova

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Dr. Anwar Damha e a esposa, Márcia Damha, cortam a fita inaugural, observados pelos filhos e nora

Fotos: Divulgação

o mês de fevereiro, o Grupo Encalso Damha inaugurou as instalações de sua nova sede, em São Paulo. Localizada na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, próximo ao Parque do Ibirapuera, o novo escritório fica numa das regiões mais valorizadas da capital paulista. Para marcar oficialmente o início das atividades no endereço recém-inaugurado, o fundador do Grupo, Dr.

Anwar Damha, surpreendeu os colaboradores da Encalso Construções e da Damha Urbanizadora com uma visita ao local. Na ocasião, ele e a esposa, Márcia Damha, foram convidados a cortar a fita inaugural que simbolizou a estreia dos trabalhos na nova sede. Apesar da mudança de endereço, os contatos telefônicos da Damha Urbanizadora e da Encalso continuam os mesmos.

Entrada da nova sede do Grupo Encalso Damha: mudança para uma das regiões mais valorizadas de São Paulo 107 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


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5º Golfe à Fantasia do Damha misturou golfe e Carnaval

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Damha Golf Club, de São Carlos (SP), comemorou o Carnaval em grande estilo no sábado, dia 1º de março, com a realização do 5º Golfe à Fantasia Damha Golf Club, evento inovador no qual os golfistas vestem fantasias para jogar no Damha Executive Course, o campo de par 3 do empreendimento. Mais uma vez, o ponto alto do evento foi a diversão, que marcou o jogo. Vestidos com fantasias que iam de palhaço e mulher-gato a mergulhador e corintiano, os golfistas caíram na folia numa animada happy hour que encerrou a festa. O Golfe à Fantasia abriu o calendário 2014 do Damha Golf Club (DGC), considerado um dos melhores e mais animados clubes de golfe do Brasil. Já no dia 29, aconteceu a primeira etapa da Taça Ricardo Rossi, circuito que homenageia um dos maiores golfistas que o Brasil já teve e que assina o design do Damha Golf Club.

Maria Rita, Fátima e Maria Beatriz

Carlos Gonzales, presidente do DGC, e Richard Niel

Nesse mesmo dia também ocorreu o Pé na Areia, quando foram premiados os campeões da Taça Ricardo Rossi 2013. A festa aconteceu à noite, numa das bancas de areia do campo, que foi ambientada como se fosse uma praia. Outro destaque do calendário do Damha é um evento semelhante ao Golfe à Fantasia: o Arraial Damha Golf Club, marcado para 7 de junho, quando os golfistas jogam trajando roupas caipiras. “Desde o início, sempre quisemos mostrar para as pessoas que o golfe é um esporte divertido, por isso criamos esses eventos temáticos”, diz Carlos Gonzalez, presidente do clube. Esse é um dos motivos que levam o Aberto Damha Golf Club – Taça Gocil de Golfe, que este ano acontece de 11 a 13 de setembro, a ser considerado o mais animado campeonato de golfe amador do Brasil.

Da esquerda para direita: Janaìna, Ivan, Jô, Paulo Pinheiro, Flavia, Cidinho, Luiz Fernando, Erica, Eduardo, Angélica e Tiago

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Fotos: Divulgação

Descontração foi o forte do evento


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Damha Golf no TOP 10 da revista Exame

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Fotos: Divulgação

nanimidade entre os especialistas.” Com elogios como esse, a revista Exame classificou o Damha Golf Club como um dos 10 melhores campos de golfe do Brasil. O ranking, publicado no final de fevereiro, foi elaborado pelos especialistas no esporte Álvaro Almeida, Marco Frenette e Antônio Padula. Localizado em São Carlos (SP), dentro do Parque Eco Esportivo, o Damha Golf Club recebe semanalmente jogadores de todo o Brasil, que se deslocam até a cidade apenas para usufruir da infraestrutura do local. Na reportagem publicada pela revista, Álvaro Almeida descreve o campo como um lugar “muito bem desenhado, com alto grau de sofisticação no paisagismo”. Para Padula, a manutenção impecável e a qualidade da área de treino estão entre os fatores que mais chamam a atenção no complexo. Frenette, por sua vez, destaca o atendimento: “Excelente atendimento e uma das sedes mais belas e aconchegantes do país”. Um lugar top, em todos os sentidos.

Qualidade do desenho e paisagismo sofisticado também foram elogiados pelos especialistas

A sede do Damha Golf Club ao entardecer: considerada uma das mais belas e aconchegantes do país 109 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014


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Associação Bairro Sustentável conquista Certificação ISO 16001

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Associação Bairro Sustentável (ABS), criada pela Damha Urbanizadora com a finalidade de atuar junto às comunidades da área de influência de seus empreendimentos com ações de responsabilidade social, é pioneira no setor da Urbanização a conquistar a certificação ISO 16001, respaldada pela NBR 16001:2012, norma que estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão eficaz da Responsabilidade Social. A certificação foi conferida pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, após auditoria no sistema de Gestão da Responsabilidade Social da ABS. A norma tem por proposta orientar as empresas sobre como implantar um sistema de gestão dos processos de Responsabilidade Social de forma eficiente, considerando os requisitos legais e éticos da empresa e a preocupação com a cidadania, o desenvolvimento sustentável e a transparência nas atividades da organização. Além disso, a certificação também visa ao incentivo da Responsabilidade Social na gestão das empresas. Mais um instrumento que vem validar o comprometimento da empresa com a cidadania.

Alunos da EMEF Profº Luiz Roberto Salinas Fortes, em Araraquara: construção de horta foi uma das ações desenvolvidas pela ABS que demonstram a Responsabilidade Social da empresa

Corrida beneficente em Araraquara

Vencedores da Corrida de Rua Social Village Araraquara exibem as medalhas 110 | Estilo Damha - Abril | Maio 2014

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oradores do Village I Araraquara e convidados participaram, no último dia 23 de fevereiro, da “1ª Corrida de Rua Social Village Damha I Araraquara”, promovida pela Damha Urbanizadora em parceria com a Associação Residencial Village Damha. Com um percurso de 6 km para homens e 4 km para mulheres, a prova teve por principal objetivo contribuir com as crianças carentes da cidade. Para isso, no lugar da taxa de inscrição, cada participante entregou aos organizadores da corrida um kit de material escolar. Os itens arrecadados foram doados aos alunos da rede pública municipal, em uma ação conjunta da Associação dos Moradores e da Associação Bairro Sustentável. Um saudável ato de solidariedade!


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Foto: Filippe Araújo

Oficina de educação ambiental em Barra dos Coqueiros

Professores da rede pública de ensino de Barra dos Coqueiros conhecem empreendimento da Damha Urbanizadora na cidade

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s professores da rede pública de ensino de Barra dos Coqueiros (SE) participaram, nos dias 24 e 25 de fevereiro, de um treinamento promovido pela Associação Bairro Sustentável com o objetivo de incentivar os alunos a contribuírem para a preservação e conservação dos recursos naturais, culturais e históricos da região. As atividades foram realizadas em grupo, em sala de aula, no Centro Comunitário Sócio Cultural de Barra dos Coqueiros. No primeiro dia, foram abordados temas como os princípios e base da educação ambiental, gestão

de resíduos sólidos e elaboração de projetos. No segundo, os participantes fizeram uma visita orientada ao Rio Sergipe. Partindo do Terminal Hidroviário até o manguezal, eles debateram assuntos como noções de ambiente natural e gestão dos recursos hídricos. Ao final do treinamento, foram realizadas apresentações das manifestações culturais locais e os professores visitaram as obras do empreendimento da Damha Urbanizadora na cidade, onde puderam conhecer as ações executadas em prol da preservação do meio ambiente.

Projeto piloto de reaproveitamento de água em São Carlos

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vitar o desperdício de água também é uma preocupação da Damha Urbanizadora. Em São Carlos (SP), no empreendimento Damha Golf, a empresa deu início a um projeto piloto de captação e reaproveitamento de água nas edificações de uso comum. A Urbanizadora já oferece um manual de normas construtivas para os futuros moradores do empreendimento, no qual é possível conferir elementos de sustentabilidade obrigatórios, como aproveitamento das águas pluviais coletadas de telhados e controle do consumo

deste recurso tão precioso com torneiras de fechamento automático, sistemas de descarga com fluxo duplo, arejadores de torneiras, entre outros. Fernanda Toledo, presidente da Associação Bairro Sustentável, explica que, em um cenário ideal, dependendo do equipamento usado na construção, é possível fazer uma economia de até 76% no consumo de água. O meio ambiente, sem dúvida, agradece.

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ossos leitores arrasaram com as fotos de seus pets! Foram tantas imagens, tantos bichinhos lindos, que ficou difícil selecionar apenas seis fotografias. Como temos um “fraco” por esses animais que são nossa alegria, quebramos as regras do concurso e, especialmente nesta edição, selecionamos nove das dezenas de imagens enviadas! Continuem participando, o tema do próximo concurso é “meu jardim”. Pegue sua câmera, inspire-se e capte o melhor da natureza em sua casa. Envie sua foto e endereço completo para o e-mail estilodamha@estilodamha.com.br e boa sorte!

Concurso

“PROFISSÃO: FOTÓGRAFO”

Fotógrafo: Rafael Ferezini - Pet: Cristal Cidade: Piracicaba/SP Fotógrafo: Eduarda Franzon - Pet: Petit Cidade: Florianopólis/SC

Fotógrafo: Elissandra Melito - Pet: Belinha Cidade: São Carlos/SP

Fotógrafo: Olga Ferrarin - Pet: Mell Cidade: São Carlos/SP

O Concurso Fotográfico “PROFISSÃO: FOTÓGRAFO”, desenvolvido pela Revista Estilo Damha, tem como objetivo incentivar a arte da fotografia e interação dos moradores dos residenciais Damha com a revista. Ao enviar sua foto, o leitor concorda que: Artigo 1º: Todas as fotos enviadas são automaticamente autorizadas nas publicações da Damha Urbanizadora. Artigo 2º: A partir do envio da foto, menores de 18 anos, estão automaticamente autorizados a terem sua imagem veiculada pelos seus responsáveis que as enviaram. Artigo 3º: Fica ainda autorizada, de livre e espontânea vontade, a cessão de direitos da veiculação das imagens não recebendo qualquer tipo de remuneração. Artigo 4º: Serão selecionadas as 6 melhores fotos, de acordo o corpo de jurados de editores da Revista Estilo Damha e que estejam de acordo com o tema divulgado.

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Fotógrafo: Izabela Oliveira - Pet: Frederico Cidade: Assis/SP

Fotógrafo: Guilherme Noma - Menino: Danilo - Pet: Zezé Cidade: Prudente Prudente /SP

Fotógrafo: Sofia Gomes - Pet: Marley Cidade: Jaboatão dos Guararapes/PE

Fotógrafo: Maria Eugenia Nunes - Pet: Ballu Cidade: Recife/PE

Fotógrafo: Melissa Bonafim Bueno - Pet: Snow Cidade: Mirassol/SP

Todos os participantes do concurso fotográfico (edição 10) ganharam um mimo da Furacão Pet End.: Rua Hipólito José da Costa, 578 - São Carlos/SP www.furacaopet.com.br

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Programa de Relacionamento Damha para Você encerra 1ª edição com sucesso

Patagônia, na Argentina, uma das opções de viagem disponíveis aos ganhadores

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Damha Urbanizadora lançou o programa de relacionamento Damha para Você em abril de 2013, com o objetivo de estreitar o relacionamento e a parceria com os clientes de seus empreendimentos e também com os interessados em seus diversos produtos. Um ano depois, o programa encerra a sua 1ª edição com absoluto sucesso e alto índice de adesão. Mais de 4.000 pessoas interagiram ativamente durante todo o período, recebendo as comunicações por e-mail, acessando o site semanalmente e somando os pontos nas diversas ações propostas. Para se ter uma ideia do nível de comprometimento dos participantes, 25 cadastrados chegaram ao final do programa com chances de ganhar os prêmios principais. Por meio do portal exclusivo damhaparavoce.com.br, os participantes puderam saber todas as informações e novidades da Damha Urbanizadora, como os mais recentes lançamentos, andamentos das obras e prêmios conquistados, entre outros. Além de ter acesso direto à Revista Estilo Damha e às galerias de fotos e vídeos. As Pesquisas de Avaliação trimestrais também foram um

diferencial que o programa trouxe pois, por meio delas, foi possível deixar opiniões importantes sobre vários assuntos de interesse. A Gerente de Relacionamento da Damha Urbanizadora, Fernanda Toledo, comenta: “os resultados nos mostram que essa iniciativa inédita foi muito acertada. Tanto os comentários que recebemos nas pesquisas de avaliação, como o reconhecimento que tivemos de todos, indicam que essa preocupação com o relacionamento é extremamente importante. O objetivo é sempre estar cada vez mais próximo de quem sempre confiou na nossa empresa”. Mais do que a participação efetiva, a Damha Urbanizadora agradece a todos pela oportunidade de estabelecer um contato direto por meio deste novo canal exclusivo, que permanece no ar mesmo após o encerramento da 1ª edição do programa, bem como o e-mail relacionamento@damha.com.br. E, até o dia 12 de maio, os ganhadores das viagens (categoria CLIENTES) e dos tablets (categoria GERAL) serão conhecidos e seus nomes divulgados no portal. Continue de olho e, em breve, traremos novidades!

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Foto: Freeway Viagens

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