Gazeta do Oeste

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02 OPINIÃO

:: GAZETA DO OESTE :: DIVINÓPOLIS - QUARTA-FEIRA, 05/10/11

Evandro Araújo

editorial

A

De papo pro ar

população acha que o futuro é hoje, mas os políticos imaginam que é depois de amanhã. Por esse motivo esses últimos obedecem alegremente o calendário pagão prevendo decisões para depois do carnaval, ou de preferência, para os dias que abrem o período eleitoral. Quem se lembra das campanhas de antigamente vislumbra ainda um JK ou Getúlio Vargas na garupa do derradeiro vagão discursando mais de ano antes do pleito. Haverá de recordar o romance de Mário Palmério, Vila dos Confins, retrato das eleições mineiras com todos os seus percalços e vantagens. Havia sim, o debate político, o confronto de ideias, e ganhava aquele que realmente mostrasse melhor conteúdo. Os coronéis não deixavam por menos e tentavam, (às vezes conseguiam) vencer a competência a poder de recursos financeiros. Mas prevalecia o debate político. Roberto Jefferson em suas perorações contra o PT garantiu que não se faz uma eleição de deputado federal por menos de R$1.5 milhão. Seja quem e de que partido for o encarregado da encomenda, ele irá gastar esta verba, garante o ex-deputado e ainda presidente do PTB. Por esse motivo a postergação das pré-candidaturas. Vigora a especulação, até que os caciques decidam de que lado ficar. Mas há também o atraso conveniente. A desculpa invariável é a de que há de se esperar o ‘mercado’ acalmar para que sejam feitas as apostas. Através desse expediente os medalhões “É uma loteria intrincada costumam se safar até o mês de junho, quando tranquilamente na qual só não ganha quem examinam as pesquisas. Não não jogou. Eleitores e cabos correm riscos desnecessários. eleitorais são as vítimas Quem se arrisca são os eleiprincipais do compasso de tores e partidários dos figurões, espera, da demora em abrir que pagam o repto da lentidão as cortinas do espetáculo.” das lideranças. São pegos de calça na mão, quando não há mais possibilidade de desconfigurar o quadro. Reversão muito menos. Simpatizantes, observadores, críticos, analistas, não devem se sujeitar a esse tipo de indecisão, que só faz bem aos que controlam os acontecimentos. Os simpatizantes, porque ficam impedidos de opinar sobre os desdobramentos, já que as coisas acontecem de súbito; observadores não podem fazer projeções por igual motivo; críticos já perderam o ‘time’, o momento certo para tecer comentários; e aos analistas já terão negado o conteúdo. Mas de um modo geral a maioria cai na armadilha e até abona a comodidade dos candidatos e caciques. Motivo pelo qual, mesmo perdendo, eles nunca deixam de ganhar. Passados os momentos de impacto, baixada a poeira, apuradas as urnas, se sentam eles em torno da ceia de reconciliação, a despeito de judeus comemorando o ano novo judaico, e onde apenas se escuta o ídiche, ininteligível para a distinta torcida. É uma loteria intrincada na qual só não ganha quem não jogou. Eleitores e cabos eleitorais são as vítimas principais do compasso de espera, da demora em abrir as cortinas do espetáculo. Mineiro faz política é armado de espingarda, escondido atrás do cupim, de tocaia, esperando que o alvo pare na tarefa de abrir a porteira, para só então, e definitivamente, mandar chumbo no compadre. Feito o serviço, vai ser o primeiro a chegar ao povoado espalhando a notícia de que algo de errado acontecera na cava do nhambu, onde um conhecido candidato jaz estirado de papo pro ar.

ÓRGÃO Do grupo Gazeta do Oeste de comunicação ltda

FUNDADOR: Antônio Eustáquio Rodrigues Cassimiro (1947 2004)

Diretor PRESIDENTE Fernando Marcos Rodrigues

Diretor DE MARKETING Leonardo Marcos Rodrigues

EDITORA CHEFE Liziane Ricardo

contato@evandroaraujo.jor.br

VOTO DISTRITAL

Sempre fui a favor do Voto Distrital. Acho que seria muito bom em um país em que os políticos agem da forma que a gente sabe. O Voto Distrital abre uma nova dinâmica política entre representantes e representados e estabelece uma relação mais próxima e vigiada entre eleitos e eleitores. E a ideia começa a ganhar força no Brasil. Hoje, os representantes do povo no Legislativo (deputados federais, deputados estaduais e vereadores) são eleitos pelo voto proporcional, isto é, os partidos políticos ganham cadeiras em proporção ao número de votos que seus candidatos recebem em todo o Estado (ou cidade). Quanto mais candidatos, mais votos. O Voto Distrital é um sistema de voto majoritário no qual um Estado (ou cidade) é dividido em pequenos distritos com aproximadamente o mesmo número de habitantes. Cada partido indica um único candidato por distrito. Cada distrito elege um único representante pela maioria dos votos. Vamos tomar a eleição de 2012 como exemplo. Divinópolis seria dividida em regiões. Cada partido indicaria o seu candidato para aquela região. O mais votado da região seria eleito. Assim, toda a cidade estaria representada. E ficaria mais fácil para o eleitor cobrar. As campanhas serão realizadas em áreas com menor extensão e população do que hoje. Isso aumentará o acesso à política. Campanhas mais baratas abrem espaço para candidatos com menos recursos financeiros. Um líder comunitário, por exemplo, poderá mobilizar seu distrito para a campanha, com chances reais de vitória. Campanhas menos dispendiosas reduzem a influência de corporações e grupos de interesse no processo eleitoral. No sistema distrital, partidos que quiserem eleger muitos representantes terão que ganhar eleições em vários distritos. Só partidos com maior enraizamento na sociedade terão condições de eleger mais deputados ou vereadores. Não haverá lugar para os partidos de “aluguel” ou para pequenas legendas que só sobrevivem em coligação com os grandes partidos. Já esta em tramitação um projeto de lei que determinará que as eleições para as Câmaras Municipais em municípios com mais de 200 mil habitantes sejam feitas pelo sistema majoritário, ou seja, poderemos ter mudanças em 2016. BOLSA Engraçado, depois do ‘Caso de Adimóveis’, aquela onda de investidores divinopolitanos na Bolsa de Valores diminuiu. E por falar nisso, o pessoal que ‘investiu’ com a Adimóveis recebeu alguma coisa? JUROS Não tem jeito. A gente não aprende mesmo. De cada três brasileiros, dois não fazem ideia da taxa de juros que pagam na hora de comprar um bem, de contratar um serviço ou de pegar dinheiro emprestado no banco: 67% não sabem qual o valor das taxas cobradas. A situação representa um risco para o comprador, que pode ver sua dívida crescer mais rápido que sua capacidade de pagamento. Na divisão por faixa etária, os jovens com idade entre 25 e 34 anos lideram a falta de informação relacionada aos juros: 68% desconhecem as taxas cobradas. O primeiro é a dificuldade do brasileiro em lidar com um tema mais técnico. “Grande parte da população tem dificuldade em entender a dinâmica e o cálculo das taxas de juros sobre a compra. A segunda é que a cultura do crédito é relativamente recente no País. Muitas vezes, por comodidade, o brasileiro faz o empréstimo mais fácil e não consulta outras instituições e modalidades de crédito em busca de taxas mais baixas. QUEIMA Que ‘queimada de filme’ do Toddynho. Consumidores reclamaram de irritação, ardência e lesões na mucosa da boca. Em Divinópolis, problema ainda não repercutiu nas gôndolas. Pior para o ‘Todinho’, colega nosso aqui da Gazeta. Antes, era chamado de ‘pequeno, chato e enjoativo’.

Agora também dá queimação. DUAS RODAS Como dinheiro parece não ser problema para alguns apaixonados por motos em Divinópolis, em breve, a gente vai ver pelas ruas da cidade a CVO Ultra Classic Electra Glide, topo de linha da marca Harley-Davidson. A moto custa nada menos que R$ 104,9 mil. O modelo é o máximo em tecnologia e conforto disponível na linha Harley. Seu motor de 1800 cm³ é o maior produzido pela marca. As manoplas têm aquecimento, há equipamento de som com Ipod incluso, lanternas com LEDs e sistema de navegação GPS à prova d’água. A moto tem suspensão traseira ajustável a ar e freios com ABS de série. GOOGLE STREET Quer uma dica de um bom programa: entrar no Google Street e rodar pelas ruas de Divinópolis procurando gente conhecida nas imagens fantásticas apresentadas pela gigante da internet. Pena que ainda falta muita rua para ser mapeada, mas já dá pra se divertir. CORRIDA DE RUA Atenção empreendedores: Corrida de rua é opção. Atividade reúne hoje 4,5 milhões de adeptos no país e abre espaço para empresas. Em Divinópolis, já são centenas de praticantes e o número está em pleno crescimento. Está aí o pessoal da Acord que não me deixa mentir.

Conversa com a Presidenta

Coluna semanal da Presidenta Dilma Rousseff

Anisio Willibald Schunke, 54 anos, agricultor em Gurupi (TO) – Ano após ano perco parte da minha produção por causa das chuvas, ou da seca, ou de pragas. É difícil morar e sobreviver no campo. O que o seu governo pensa disso? Anísio, o governo federal dispõe de vários instrumentos de proteção contra os riscos que ameaçam a produção agrícola. Os agricultores familiares que fazem empréstimos pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contam com o Seguro da Agricultura Familiar (Seaf). O agricultor paga 2% do valor do contrato de empréstimo e aciona o seguro se as suas perdas superam 30% da produção. Outro seguro vinculado ao Pronaf é o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF). Quando o preço do produto fica abaixo do custo de produção, o agricultor tem desconto no saldo devedor do financiamento de custeio. Para os agricultores do semiárido nordestino, dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri (MG), e do norte do Espírito Santo, há o Garantia-Safra. Este programa assegura uma renda aos produtores de milho, arroz, feijão, mandioca e algodão dos municípios que perderem a metade ou mais da safra com seca ou enchentes. Para a agricultura empresarial, temos o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Nas modalidades pecuária, florestal e aquícola (criação de peixes, crustáceos, etc.), o governo federal arca com 30% do preço do seguro rural, com limite de R$ 32 mil por produtor, por ano. Já na modalidade agrícola, a participação do governo vai de 40 a 70% do preço do seguro, com limite de R$ 92 mil por produtor, por ano. Alexandre Rocha de Carvalho, 48 anos, pastor em Barreiras (BA) – Aqui em Barreiras necessitamos de uma universidade federal e de uma delegacia da Polícia Federal urgente. Temos boas notícias para você, Alexandre. Até 2014, nós vamos implantar duas novas universidades na Bahia e uma delas será em sua cidade, Barreiras. Será a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufoba), onde hoje é o campus da Universidade federal da Bahia (UFBA). Além da sede em Barreiras, a Ufoba terá três campi universitários, nas cidades de Barra, Bom Jesus da Lapa e Luiz Eduardo Magalhães. Estamos trabalhando para interiorizar o ensino superior e o ensino técnico. Essa expansão para localidades do interior do Brasil, permitirá que os nossos jovens realizem o sonho de estudar, de ter uma profissão, sem precisar se deslocar para os grandes centros urbanos. Com isso, estimulamos o desenvolvimento das pequenas cidades, que podem contar com profissionais qualificados. Quanto à presença da Polícia Federal, o município já conta hoje com um Posto Avançado da instituição, que atua nas ocorrências policiais, atendendo 31 municípios da Subseção Judiciária de Barreiras. Fábio José da Silva, 40 anos, representante comercial em Goiânia (GO) – Gostaria de saber qual será ou se já existe uma política para o mercado de trabalho não excluir as pessoas acima de 40 anos. Nós temos trabalhado para gerar cada vez mais empregos e oportunidades de trabalho para beneficiar os brasileiros de todas as faixas etárias. Tomamos diversas medidas que levam em conta a necessidade de preservar e ampliar o número de empregos, como o Plano Brasil Maior, para fortalecimento da indústria nacional, o Crescer, programa de microcrédito para pequenos empreendedores e as obras do PAC, só para dar alguns exemplos. Criamos o Pronatec, que vai financiar cursos técnicos e tecnológicos para 8 milhões de pessoas, e vamos construir 208 novas escolas técnicas, 4 universidades e abrir 47 campi universitários. E temos sido muito bem sucedidos em nossa estratégia. Enquanto outros países sofrem com desemprego crescente, nós criamos, de janeiro a agosto, nada menos que 1,8 milhão de novos empregos com carteira assinada. O índice de desemprego em agosto ficou em 6%, a menor taxa para este mês desde 2002. E um fato que muito nos alegra, Fábio, é que os trabalhadores de faixas etárias mais altas têm sido beneficiados porque as próprias empresas estão reconhecendo o valor da experiência. Em 2003, segundo o IBGE, 39,9% do total das pessoas ocupadas tinham mais de 40 anos e, em 2010, esse índice tinha chegado a 44,4%.

BOA NOTÍCIA Com exceção do Cruzeiro, uma boa notícia para os times mineiros. Atlético e América não jogam no meio de semana! E hoje tem Guarani.

Assessores Jurídicos Dr. Márcio F. Vaz • Dr. Mauro M. Nogueira • Dr. Breno M. de Faria Administração, Redação E GRÁFICA: Rua Rio Branco, 948 - Porto Velho • Divinópolis (MG) • CEP 35.500-430 TELEFONE: (37) 3222-6322 • www.g37.com.br • gazeta@gazetaoeste.com.br O jornal não é solidário com conceitos emitidos em colunas e matérias assinadas.

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