Gazeta do Oeste

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04 OPINIÃO

:: GAZETA DO OESTE :: DIVINÓPOLIS - SEXTA-FEIRA, 06/04/12

editorial

Sempre é tempo de recomeçar

P

áscoa, seja ela, cristã ou judaica, significa sempre renovação. É inerente do ser humano acreditar que sempre é tempo de recomeçar, que haverá sempre uma saída das situações em que a vida moderna nos colocou. Independente de religião ou credo, será sempre um tempo de recarregar energias, respirar fundo e seguir em frente. Esse é o sentido, digamos interior da Páscoa. Porém a sociedade voraz e consumista, faminta de dinheiro, trocou o cordeiro pelo coelho. Aliás, um coelho quase milagroso, versátil que verte ovos de chocolate de todos os tamanhos e para todos os gostos. Para o consumismo insaciável, a essência da Páscoa não tem a menor importância, o que importa é vender, vender muito. Para uma sociedade materialista é difícil pensar em renovação e recomeço, quando existe tanta coisa a consumir e o stress do dia a dia nos impede até de pequenas paradas para respirar. Preocupante é o fato de ser literalmente engolidos por essa cultura sem nenhuma reação, nos conformamos como o cordeiro imolado, ou melhor, como um inocente coelhinho. Nossos filhos são levados a assimilar mais o consumo através do chocolate, do que a verdadeira necessidade de revermos conceitos e procurarmos as escolhas corretas. Precisamos “Esse editorial começou investir mais tempo ensinando aos falando de Páscoa e reconossos filhos sobre a Páscoa. meço, pois esperamos que Por mais que seja realmente neste mês de abril em que a normal,viver a Páscoa dessa forma, comemoramos, nós tenhao coelho é um intruso que nada tem mos nosso renascimento a ver com a festa da Páscoa. Não se trata aqui de falso de caráter crítico social e moralismo. comecemos a exercer mais Não estamos proibidos de o nosso direito e dever de comer chocolate, mas não devecidadãos. mos ignorar o verdadeiro sentido Infelizmente no Brasil dessa época. Professemos qual parece que estamos tão religião seja, acreditemos ou não, esse tempo é primordial a todos, acostumados a ver coisas erquando se comemora a Páscoa, radas em tantos segmentos parece que começamos a viver que acabamos achando que novamente com novas esperanças, tudo é normal.” como no ano novo, quando sempre esperamos algo melhor para o ano seguinte. O errado não é e nem pode ser tomado como normal nem banal. A violência está em toda parte, vemos crianças serem mortas em assaltos, pessoas mortas por balas perdidas a toda hora, desmandos em todos os níveis de governo, (e nos três poderes, difícil conseguir dizer qual é o pior). Só vemos os políticos falarem a respeito enquanto as notícias são manchetes, mas no dia seguinte eles já se esqueceram do que prometeram e continuam legislando em causa própria. Como já é rotina, há pouco tempo no Brasil, a máquina pública cria dificuldades para vender facilidades, enquanto educação, cultura, saúde, segurança e outras áreas que seriam importantes para o povo não são valorizadas. Não se trata de pessimismo, mas se não fizermos alguma coisa séria e rapidamente não poderemos reclamar depois, pois a culpa também é nossa, pelo silêncio, pelo medo, pelo egoísmo de vermos nosso próximo sofrendo e acharmos que está tudo bem, pois não é conosco. Esse editorial começou falando de Páscoa e recomeço, pois esperamos que neste mês de abril em que a comemoramos, nós tenhamos nosso renascimento de caráter crítico social e comecemos a exercer mais o nosso direito e dever de cidadãos. Infelizmente no Brasil parece que estamos tão acostumados a ver coisas erradas em tantos segmentos que acabamos achando que tudo é normal. ÓRGÃO Do grupo Gazeta do Oeste de comunicação ltda

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Diferença entre homens e mulheres Porque a maioria dos homens só consegue fazer uma coisa de cada vez? Por que as mulheres prestam tanta atenção a detalhes? Por que quando estressados os homens se calam e as mulheres falam tanto? Parte destas respostas está no nosso cérebro! O cérebro de homens e mulheres é diferente! Uma das diferenças refere-se à maneira segundo a qual os homens e as mulheres resolvem problemas, se comunicam, orientam-se no espaço e visualizam os objetos tridimensionais, entre outras. Ao realizar todas essas tarefas, os homens e as mulheres são extremamente distintos. O cérebro feminino, por exemplo, tende a ser mais organizado para dar conta da linguagem. No cérebro da mulher, a fala tem duas áreas específicas. O fato de terem os centros da fala em ambos os lados do cérebro tornam as mulheres boas de conversa. E como a fala é restrita a áreas específicas, o cérebro fica livre para executar outras tarefas, permitindo que façam várias coisas ao mesmo tempo. Mulheres tendem a ser empáticas, ou seja, tem mais facilidade em identificar emoções nas outras pessoas e em responder de forma apropriada a estas emoções. Na orientação espacial, os homens se saem melhor. Na média, o sexo masculino tem também mais facilidade em visualizar objetos em rotação, identificar figuras geométricas escondidas num desenho mais amplo, calcular distâncias e velocidades. Nestas tarefas homens utilizam de forma significativa os dois lados de uma região cerebral chamada hipocampo – possível explicação para a vantagem masculina. Homens têm o cérebro mais bem estruturado para entender sistemas baseados em regras rígidas de causa e conseqüência. Daí a maior habilidade masculina nas ciências exatas e na orientação espacial. Segundo o pesquisador Simon Baron-Cohen, as diferenças entre o cérebro masculino e o feminino são, ao lado de fatores culturais, responsáveis por aptidões mais tipicamente masculinas ou femininas. Durante a maior parte do século XX, essas diferenças foram explicadas pelo condicionamento social, ou seja, somos como somos por causa das atitudes de nossos pais e professores, da sociedade. Meninas se vestem de rosa e ganham bonecas, meninos se vestem de azul e ganham uniformes de jogadores de futebol. Meninas são delicadas e meninos não choram. Acreditava-se, que quando uma criança nasce, sua mente é como uma página em branco, que vão sendo preenchidas no decorrer da vida. Recentes estudos de biologia mostram um panorama bastante diferente, onde os hormônios e o cérebro são os principais responsáveis por nossas atitudes, preferências e comportamentos. O modo com o cérebro é estruturado e os hormônios que circulam pelo corpo são dois fatores que determinam em grande parte nossa forma de pensar e agir. Segundo Allan e Bárbara Pease, homens e mulheres evoluíram de formas diferentes. Os homens, durante a pré-história, eram responsáveis pela caça e as mulheres ficavam na caverna, cuidando da prole. Como caçador, o homem precisava ser capaz de identificar e perseguir alvos distantes. Desenvolveu assim uma visão focal, tipo “túnel”. Já a mulher precisava de um raio de visão que lhe permitisse perceber algum predador se aproximando, uma visão periférica mais ampla. É por isso que o homem moderno consegue facilmente encontrar o caminho de um bar muito afastado, mas tem muita dificuldade em achar qualquer coisa na geladeira, ou no armário. Como resultado, seus corpos e cérebros tomaram rumos diversos no processo de evolução e se transformaram para se adaptar melhor as funções específicas. Assim, por milhões de anos, as estruturas dos cérebros de homens e mulheres foram se formando de maneiras diferentes. Hoje, sabemos que homens e mulheres processam a informação de modos distintos. Pensam diferentes. Muitas vezes os relacionamentos não dão certos porque os homens não compreendem que as mulheres não são como eles, e as mulheres porque esperam que os homens se comportem do mesmo modo que elas. Pesquisas realizadas nos países ocidentais mostram que cerca de 50% dos casamentos acabam em divórcio, e os relacionamentos mais sérios não duram muito. Homens e mulheres de todas as culturas, credos e raças vivem em constante duelo com seus parceiros por causa de opiniões, comportamentos, e atitudes e crenças. O relacionamento fica difícil quando homem e mulher não reconhecem que são biologicamente diferentes, e cada um quer que o outro atenda as suas expectativas. Contudo reconhecer que somos diferentes, nem melhores nem piores, apenas diferentes, é imprescindível para um bom relacionamento. Andreza Silva Psicóloga CRP 04/27079

Brasil é o menos competitivo entre os emergentes Um estudo realizado pela KPMG Internacional, uma das mais respeitadas empresas mundiais do setor de auditoria, divulgado esta semana, revela o que falo muito em nossas colunas semanais, e que já não é novidade a ninguém; o Brasil é o menos competitivo entre os emergentes. Dos chamados BRIC`s, Brasil, Rússia, Índia e China, incluindo também agora o México, o Brasil é o último lugar em termos de competitividade, principalmente pelos custos de contratação exorbitantes e o alto custo tributário. O Brasil hoje tem custos de produção equiparados com os custos de países desenvolvidos, como o Reino Unido, mas perde bastante competitividade internacional pelo alto custo sem a contraparte do Governo, como acontece nos países desenvolvidos, onde a carga tributária e os custos salariais acabam sendo revertidos direta ou indiretamente ao empresariado na forma de incentivos, infraestrutura, qualificação de mão de obra, facilidade logística e consumo elevado, pelo melhor poder aquisitivo dos assalariados. “Os níveis salariais brasileiros, incluindo o salário mínimo, estão significativamente acima daqueles de outros países com alto crescimento estudados, e a alta carga tributária também causa impactos no desempenho total do País”, afirmou, em nota, Roberto Haddad, sócio da área de Tributos Internacionais da KPMG no Brasil. Os países com menor custo de produção foram China, no setor de manufatura, e Índia, no segmento de serviços. Além de impostos, mão de obra, serviços públicos e imóveis, o estudo analisou também questões demográficas, educação, infraestrutura e condições de trabalho. O Brasil hoje ocupa o quinto lugar dentre as 14 economias estudadas, e em último lugar dentre os emergentes. Assim sendo, fica fácil entender nossas vagarosas taxas de crescimento do PIB em relação aos demais emergentes. Uma máquina do Governo inchada, uma tentativa populista de aumentar o poder aquisitivo do trabalhador na marra, a falta de uma política tributária adequada que dá a contraparte para a população faz com que o Brasil fique cada vez mais longe do ranking dos melhores países. Se o Governo enxugasse a máquina pública, gastasse melhor as cifras exorbitantes que arrecada, talvez não fosse preciso aumentar tanto o salário mínimo, o que desoneraria o custo de contratação, geraria mais empregos, mais consumo, aumentando ainda mais a arrecadação do Governo, o que abriria brechas para redução de carga tributária em definitivo, aumentando a competitividade do país. Mas para mascarar a sua incopetência em gerir melhor o dinheiro público e manter seu nível de popularidade, o Governo onera e dificulta a vida de quem quer e precisa gerar emprego e renda. O brasileiro precisa realmente viver melhor, mas isso não implica em ter um salário maior. Imagine você hoje, que um brasileiro ganhando um salário mínimo, R$622,00, que é alto para quem paga, e baixo para quem ganha, mal consegue viver. E onde esta o erro? Se quem paga mal consegue pagar, e quem recebe mal consegue viver? No Governo. Se um brasileiro ganhando um salário mínimo, tivesse educação de qualidade para seus filhos, saúde , saneamento, moradia, transporte público, dentre outros serviços básicos com qualidade para a população evitaria que este mesmo trabalhador gastasse dinheiro pagando por esses serviços que é de responsabilidade do Governo. Assim, empresas poderiam contratar mais, ter melhores condições para crescer, produzir, e assim arrecadar mais para o Governo sem precisar de aumento na carga tributária, pelo contrário, abriria espaço para cortes definitivos na carga pesada de tributos, o que reduziria os preços dos alimentos, vestuário, serviços, reduzindo o custo de vida, e aumentando o poder aquisitivo da população consideravelmente, sem precisar aumentar drásticamente o custo de contratação, formando assim, um ciclo virtuoso de crescimento e geração de renda de forma eficaz e inteligente. Leonardo Cavalcante Diretor de relacionamento da Fractal Investimentos (www.fractalinvestimentos.com.br)


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