Revista Postais 01 - 2013

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Helena de Oliveira B. Negro

Estes caminhos eram utilizados pelos correios condutores de malas ou “pedestres” – empregados citados na carta de setembro de 1833 (fig. 1). As malas eram grandes sacolas cheias de cartas, que levavam a marca do selo das armas imperiais e seguiam lacradas até o destino, que, muitas vezes, não seria o ponto final de entrega, mas sim um posto ou agência de Correios responsável pela continuidade da viagem. Tais sacolas reuniam as cartas de toda a vila ou cidade da qual o pedestre partiu (figura 2).

Transcrição do texto da figura 2: [...] sobre o qual cumpreme dizer-lhe que do ponto do Bananal, para este pouca demora ha nos Pedetres, mas sim me informão os mesmos ser ademora do Bananal para a Corte, e quando acontessa ha ver do Bananal para este de pronpto lhe cómunicarei. Figura 2. Ofício emitido na vila de Areias em 19 de novembro de 1833.

O trecho citado faz referência ao porto do Bananal, importante ponto de escoamento de mercadorias da época e também um meio de comunicação no Vale do Paraíba. Ele fazia o elo entre o transporte terrestre e o fluvial, realizado através do rio Bananal. Outros rios eram utilizados para realização deste tipo de envio, como o Tietê, por exemplo. A bandeira de Fernão Dias Pais que “acompanhou o curso do rio Tietê até a foz do rio Paraíba” (Paulis, 2000, p.97), fazia do Tietê não somente um roteiro de penetração, mas também um meio para navegação e transporte, pois

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Até início do século XIX esteve ativa, como via de penetração, quando começou a declinar, face às facilidades apresentadas pelos caminhos de terra, mais curtos e possibilitando o


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