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ARLINDA LAMEGO

UM ENSAIO SOBRE A MULHER Arlinda Lamego

Sem incorrer na evolução das espécies, a história da civilização sobre a criação do ser humano encontra-se no segundo capítulo da Bíblia hebraica, Gênesis 2:7. O símbolo do mito de origem pressupõe uma cosmogonia e uma hierofania, ou seja uma cosmogênese por revelação do sagrado. Traz sentido à história, ao inconsciente e às religiões. Deus criou o homem e a mulher no Jardim do Éden, o lugar sagrado onde o pecado não poderia habitar.

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Criou o primeiro homem à sua imagem e semelhança no sexto dia da criação, Adão, a partir da terra. Soprou em suas narinas o espírito divino. Segundo Gênesis 2:18-24, Deus lhe fez uma ajudadora idônea. Fez Adão adormecer, formou a mulher a partir de uma das costelas, um osso do lado protege o coração, sinônimo de alma. Fechou depois com carne. Alude à igualdade, mesma natureza e essência, espiritual e material, entre homem e mulher.

A palavra mulher deriva do latim, muliere, fêmea do ser humano adulto, com distinções biológicas e socioculturais. Na Bíblia, (Gênesis, 2:20-24; Provérbios, 19:14; Eclesiastes, 9:9;Êxodo, 20:12), a mulher é portadora da divindade de Deus.

Em 2018, as mulheres correspondiam a 49,6% da população humana mundial.

Em hebraico, as nomenclaturas são derivadas uma da outra, homem é Ish, enquanto mulher se traduz Isshah, tal como menino e menina, em português. Disse Adão: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne”, ou seja sou eu fora de mim, foi tirada de mim e algo lhe falta, a mulher é tomada dele.

Adão fala na terceira pessoa, sem mencionar a ação de Deus. Sem consentir com a perda, a relação não é plena.

Na estranheza da situação, Adão considera Eva como um bem que possui. Toma-a como sua. Coloca-se no centro. Tenta controlar o que lhe escapa. Adão não a trata como sujeito, não reconhece a alteridade da constituição da mulher Eva, em seu contraste, distinção e diferença, a situação de ser outro, não eu. Na relação com o outro o ser humano admite seus limites.

O medo da diferença traz insegurança na relação com o outro, a parte que não tenho e que não sou. Lembra que não sou tudo. O outro é um mistério e cada um é um mistério para si mesmo. O outro traz o que não espero, mas se espera do outro o que se quer. Cada um será um lado, uma parte.

A relação da humanidade é afetada por uma perda. Ao se inventar a alma gêmea no amor, observa-se a si mesmo no outro, no preencher das suas faltas, a sensação de não sentir mais falta de nada. O mandato espiritual foi dado a Adão. Foi responsabilizado por Deus pelo pecado de Eva. Adão culpabilizou Eva em Gn. 3:12: “a mulher que me deste por esposa”.

Há um consenso de que as mulheres herdaram culpa e astúcia da bíblica Eva. Seriam naturalmente más, indignas de confiança e moralmente inferiores, amaldiçoadas a uma culpa eterna com punições de menstruação, gravidez e parto dolorosos pelo próprio Deus. Eva é culpabilizada de seu próprio pecado, do pe-

cado de Adão, do pecado original da humanidade e da morte do Filho de Deus.

O inferno é aqui, a culpa é da mulher. Ao comer o fruto proibido, Eva diz, em Gn. 3:13: “a serpente me enganou”. Deus lhe diz: “Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará”.

Após saírem do Éden, o terceiro capítulo do Livro de Gênesis fala que a primeira atitude foi Adão foi dar à sua esposa o nome de Eva, cujo significado é mãe, já que ela seria a mãe da humanidade.

A maternidade é a mais alta dignidade que Eva recebeu de Deus. A restauração do homem e da mulher seria através de um descendente desta, que um dia pisaria a cabeça da serpente. Para purificar os seres humanos, Jesus Cristo é o descendente prometido: “Vindo, pois, a plenitude dos tempos, enviou Deus seu Filho, nascido de mulher...”

As filhas de Eva eliminaram a subordinação feminina, a sexualidade e procriação diante da contracepção médica. Isso implicou em uma revolução na vida social. Há 61 anos, em 1960, foi criada nos Estados Unidos a pílula anticoncepcional. A mulher passou a exercer autonomia, poder de decisão, controle sobre sexualidade e quando ou se quiser engravidar. Isso quebrou uma das muitas peças de sustentação do machismo e poder masculinos. Após a Queda no Éden, (Gn 3.16.), Deus fez a promessa da salvação da humanidade na semente da mulher, na sua descendência. Segundo o livro de Gênesis na Bíblia todos descendem de Eva. Os homens se empoderaram ao considerar ter a primazia e serem detentores da procriação como semente de fecundação das mulheres. As filhas de Eva não são fêmeas de animais com instinto de reprodução.

Entretanto, a ciência comprova a descendência feminina através de um grupo pequeno de mulheres que viveram na África há cerca de 200 mil anos, denominada Eva Mitocondrial. Dá base a análise do DNA das mitocôndrias diferentes do DNA do núcleo da célula com testes genéticos. Cada mitocôndria contém DNA mitocondrial e as sequências deste DNA revelam uma filogenia molecular. Há um orgânulo celular das mitocôndrias presente em todas as pessoas a partir de um núcleo fundador que sofre mutações em rápidas proporções. O DNA mitocondrial é transmitido à prole apenas pela linhagem feminina.

Deus tornou a mulher necessitada de proteção com uma gravidez sofrida e a colocou em posição frente ao marido para lhe conferir proteção.

Observa-se um ritual ainda hoje encenado na cerimônia de casamento. O pai da moça a conduz até o noivo, a entrega ao marido com um beijo e se despede da filha, muda-se o dono. No Velho Testamento, era obrigação de a mulher chamar o marido de patrão e senhor.

A tradição judaico-cristã na Bíblia impactou negativamente as mulheres. O cristianismo silenciou a mulher.

O apóstolo Paulo estabeleceu que a mulher não podia falar dentro da igreja em virtude do comportamento das mulheres romanas pagãs, que falavam alto em público e no templo.

Paulo diz no Novo Testamento (I Timóteo 2:11-14): “Uma mulher deve aprender em calma e total submissão. Eu não permito a uma mulher ensinar ou ter autoridade sobre um homem; ela deve ser calada. Porque Adão foi feito primeiro, e depois Eva. E Adão não foi o que perdeu, foi a mulher que perdeu e se tornou pecadora”.

Agostinho, doutor da Igreja Católica, disse: “A mulher é uma besta insegura e instável”.

Cristóvão afirmou: “Entre todos os animais selvagens, não há nenhum mais daninho do que a mulher”.

As leis de Manu, que compilaram as civilizações antigas, designavam a mulher como incapaz: “A mulher não pode se governar por si mesma”.

Na Rússia, a sabedoria popular dizia que em dez mulheres existe apenas uma alma (já tinha alma, ufa! Mesmo que pequena). Na Grécia Antiga, Pitágoras, escreveu: “Existe o princípio bom que criou a ordem, a luz e o homem, e um princípio mau que criou o caos, as trevas e a mulher”. Há passagens bíblicas em que a mulher é

Confúcio, na China, consolidou o papel de submissão e invisibilidade às mulheres, a maior virtude seria a obediência e não se enquadrava no mais baixo estatuto social. Na China, a clivagem entre o masculino e o feminino desaguou em consequências graves.

No Velho Testamento, em Eclesiastes 7:26-28, escrito por Salomão já idoso, na chamada Literatura da Sabedoria, encontra-se: “Eu acho a mulher um pouco pior do que a morte, porque ela é uma armadilha, cujo coração é um alçapão e cujas mãos são cadeias. O homem que agrada a Deus foge dela, mas ao pecador ela o aprisionará ... enquanto eu estava procurando, e não estava encontrando, achei um homem correto entre mil, mas não encontrei uma só mulher correta entre todas elas”. Ainda na Bíblia, Salomão, o mais sábio dos homens, tinha mil mulheres, 300 concubinas e 700 princesas.

A mulher era apedrejada no meio da rua se fosse apanhada com outro homem. A adúltera não morreu porque Jesus não autorizou.

Tertuliano foi mais brando que Paulo e disse “às queridas irmãs” na fé: “Vocês sabem que cada uma de vocês é uma Eva? A sentença de Deus sobre o sexo de vocês subsiste até agora: a culpa necessariamente subsiste também. Vocês são a porta de entrada para o Diabo: Vocês são a marca da árvore proibida: Vocês são as primeiras desertoras da divina lei: Vocês são aquelas que persuadiram o homem de que o diabo não precisava ser atacado. Vocês destruíram tão facilmente a imagem de Deus, o homem. Por causa de sua deserção, o Filho de Deus teve que morrer". Agostinho, fiel ao legado de seus antecessores, escreveu: “Qual é a diferença, seja uma esposa ou uma mãe, ainda assim é da Eva tentadora que devemos nos precaver em qualquer mulher. Eu não consigo ver qual o uso que uma mulher pode ter para um homem, exceto a função de dar à luz crianças". Séculos mais tarde, Tomás de Aquino considerava defeito ser mulher: “Com relação à natureza individual, a mulher é defeituosa e mal feita, porque a força ativa na semente masculina tende para a produção de uma perfeita semelhança no sexo masculino; enquanto a produção da mulher provém de um defeito na força ativa ou de alguma indisposição material, ou mesmo de algumas influências externas”.

Para Martinho Lutero mulheres não traziam benefício, a não ser ter crianças, apesar das consequências. Não via problema em que se cansassem ou morressem de parto, “é para isso que estão aqui”.

Observam-se comportamentos patriarcais desde os tempos bíblicos, no comportamento social de Abraão e Sara. Para servir a Abraão e não perdesse o casamento. A maternidade era o único destino para a mulher, considerado dever religioso e cívico. Abraão queria um filho e Sara deu o corpo da escrava. Não era só o homem que tinha o pátrio poder sobre o corpo e o trabalho da mulher. Historicamente, a mulher também subjugou outras mulheres. A escrava era seu patrimônio.

A infertilidade para a mulher eram perdas social e emocional terríveis. Sem parir a linhagem, o homem podia se divorciar, ou tomar outra mulher. São exemplos bíblicos de infertilidade e sofrimento Sara, Rebeca, Raquel, Ana, Mical, Izabel. A falta de descendência anulou casamentos reais. Como vaso que recebia a semente do homem, a gravidez da rainha era símbolo para alianças de paz. A maternidade perpetua dinastia e a linhagem, o futuro do reino, preferencialmente homens. Constava na coroação da soberana. Muitas pereceram no parto por serem recém entradas na puberdade, outras estavam esgotadas por muitos filhos e partos prematuros. A grande oportunidade do exercício do poder era ser rainha regente em nome de um filho menor de idade.

As altas taxas de mortalidade infantil determinavam que as famílias tivessem elevado número de filhos, mesmo para os mais abastados. As fidalgas tinham índices de fertilidade mais baixos, com abortos naturais, por incompatibilidades sanguíneas existentes entre os cônjuges.

a imperatriz do Brasil de 1822 a 1826 e rainha de Portugal por oito dias, em 1826. Maria Leopoldina era sexta filha do segundo casamento de Francisco 1º, imperador da Áustria. Também foi cunhada do imperador Napoleão Bonaparte, casado com sua irmã Maria Luísa. Casou-se aos 20 anos e morreu aos 29 anos, após 9 gravidezes, sete filhos e dois abortos. As causas da morte da Princesa tiveram hipóteses de infecção puerperal de um aborto após um espancamento pelo marido mesmo grávida.A humilhação de Leopoldina por ser obrigada a conviver com a amante do marido sob o mesmo teto do Palácio de São Cristóvão, por ordem de D. Pedro como dama de companhia da Princesa.Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, gerou cinco filhos de D. Pedro, mas apenas dois chegaram à vida adulta: Isabel Maria de Alcântara Brasileira, duquesa de Goiás e Maria Isabel II de Alcântara Bourbon, condessa consorte de Iguaçu. Cada mulher gerava de 8 a 12 filhos, partos consecutivos para garantir a sobrevivência da dinastia. Algumas rainhas foram bem sucedidas em exercer o poder em nome de um homem devido o marido ausência, guerra ou trabalhos diplomáticos, ou por morte ainda em nome de um filho herdeiro menor de idade na morte do marido.

Virgindade não é mais requisito para a anulação de casamento da Folha de S.Paulo

Os homens que se casarem a partir do dia 11 de janeiro não terão mais o direito de devolver suas mulheres se descobrirem que elas não são virgens. Essa é a principal mudança na legislação sobre o casamento introduzida pelo novo Código Civil, que elimina vários dispositivos considerados machistas no código que vigorava desde 1916. Segundo a legislação vigente, no prazo de dez dias após o matrimônio, o marido pode pedir anulação de casamento, sob o argumento de que desconhecia o fato de sua mulher não ser virgem. Isso é considerado “erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge”.

O prazo de dez dias para a apresentação da ação é concedido pela lei para que os peritos possam verificar se a mulher era ou não virgem quando se casou. Especialistas em medicina legal dizem que muitas injustiças foram cometidas em relação à anulação de casamentos, principalmente porque, segundo eles, é comum o rompimento do hímen sem ter havido relação sexual.

Apesar de a Constituição de 1988 ter igualado homens e mulheres perante a lei, alguns dos maiores especialistas em direito civil brasileiro não questionam a vigência do dispositivo que permite a anulação do casamento por “defloramento da mulher ignorado pelo marido”.

Com o novo código, não há mais dúvida: a virgindade deixa de ser requisito legal para que a mulher possa se casar.

A lei que vigora a partir do dia 11 de janeiro prevê quatro situações para a anulação do casamento.

A primeira diz respeito à identidade, à honra e à “boa fama” do outro cônjuge, podendo o casamento ser anulado, desde que o conhecimento do erro “torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado”.

A segunda é a prática de crime por um dos cônjuges antes do casamento, ignorada pelo outro, desde que “por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal”.

A terceira trata da ignorância por um dos cônjuges de que o outro tenha, desde antes do casamento, “defeito físico irremediável ou moléstia grave e transmissível..., capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência”. A última é a ignorância por um dos cônjuges, anterior ao casamento, de que o outro tem “doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado”. (ROBERTO COSSO)

O papel é simbólico da virgindade feminina é componente social importante em muitas culturas. A virgindade da noiva honrava quem soube protegê-la e respeitá-la. As moças virgens eram objetos de troca entre as famílias. Outrora, dizia respeito às relações familiares e de estado. Desposar uma virgem tinha a fantasia de conjurar a morte de uma linhagem na herança biológica do sangue tido como superior, nome tradicional, bens e poderes,

além de assegurar a paternidade. Antes, a vinda ao mundo de uma criança integrava plenamente a esposa na família e na comunidade do marido. A virgindade traz muito sobre a história das mulheres, a história do corpo, a história do gênero. Especialistas em medicina legal dizem que é comum o rompimento do hímen sem ter havido relação sexual. O hímen intacto não diz tudo. Sem penetração vaginal, muitas experimentaram jogos sexuais com um ou mais parceiros.

No mundo ocidental contemporâneo, a virgindade feminina não tem mais o mesmo significado e valor, é considerada exigência abusiva masculina. Na cultura muçulmana, ainda é importante atestado de virgindade e reconstituições de hímen. A virgem, (vierge) é a menina púbere que não teve relações sexuais completa

Durante os séculos cristãos, muitas mulheres exprimiram autonomia para preservar a virgindade como liberdade e poder. Dentre muitas, Genoveva de Paris, Catarina de Siena, Joana d’Arc, Teresa de Ávila, Elisabete I, rainha da Inglaterra, Palas Atena.

A rica herdeira americana, Paris Hilton, célebre por seus escândalos, declarou que faria uma cirurgia de reconstituição do seu hímen quando decidisse se casar. Uma estudante americana leiloou sua virgindade para financiar seus estudos. Antes de Freud, no século XIII, Tomás de Aquino afirmava que a volúpia é irreversível.

Na satisfação não apenas carnal, em certas sociedades, a referência a uma mulher solteira como mulher, pode ser suposição de não-virgindade, um insulto à moça e a sua família.

A virgindade foi objeto na religião cristã de transfiguração, idealizada como acesso à santidade. Em “Cântico dos cânticos”, na negação da sexualidade, a virgindade mística evoca na alma humana o erótico. Para se dedicar a Deus, o cristianismo inventa no feminino, uma transcendência e espiritualidade sublime como esposas do Cristo.

A dimensão do papel social entre natureza e cultura da virgindade no Código Civil elimina dispositivos que vigoravam desde 1916. Os homens tinham o direito de devolver aos pais se descobrissem que não eram virgens. Para a menina, o primeiro ato sexual completo é uma “defloração”, deixa marcas em sua vagina; para o menino, é uma “iniciação”, porque não altera o pênis. A legislação vigente dá prazo de dez dias após o matrimônio como “erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge” para que os peritos verifiquem se a mulher era ou não virgem quando se casou O marido pode pedir anulação de casamento sob o argumento de que desconhecia o fato de sua mulher não ser virgem. É concedido pela lei.

A Constituição de 1988 igualou homens e mulheres perante a lei, mas permite a anulação do casamento por “defloramento da mulher ignorado pelo marido”. Embora a virgindade deixe de ser requisito legal para que a mulher possa se casar, prevê quatro situações para a anulação do casamento.

A primeira diz respeito à identidade, à honra e à “boa fama” do outro cônjuge, a prática de crime por um dos cônjuges antes do casamento, a ignorância por um dos cônjuges de que o outro tenha, desde antes do casamento, “defeito físico irremediável ou moléstia grave e transmissível capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência” e a ignorância por um dos cônjuges de que o outro tem “doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado.

Em 1918, no artigo “O tabu da virgindade”, Freud descobriu que certos povos primitivos, um notável da comunidade deflorava a noiva um pouco antes das núpcias, prática que provocava frigidez.

A palavra debutante deriva do francês, ‘debut’, traduzido como “estreia na vida social”, ou seja, a menina já tem condições de assumir a maternidade. O ritual de celebração do baile de debutante, aos 15 anos, ainda hoje é pertinente. Uma menina que menstrua é considerada mulher e pode gerar uma gravidez.

Apesar de algo tão natural na vida feminina, a menstruação já foi e ainda é encarada de forma negativa e cercada de mitos.

O sangue da menstruação é adotado como filosofia e símbolo sagrado em muitas tradições.

A série da Netflix e livro do mesmo nome “Tenda Sagrada”, de Anita Diamant, mostra turbulências de ser mulher na antiguidade. É um lugar em que as mulheres se reuniam durante os ciclos menstruais. Tem Dinah como protagonista, a filha do terceiro patriarca do Velho Testamento, Jacó . “A Tenda Vermelha” expressa o Sagrado Feminino e mergulha na sabedoria feminina .

O encontro das mulheres objetiva o crescimento, o aprendizado para o corpo, o autoconhecimento em um ambiente seguro, com amor e acolhimento dignos de irmãs, que passam pelo campo mental.

As mulheres se expressam sobre sua vida, dificuldades, entendimentos e compartilham nesse ambiente seguro, aprender com a experiencia do outro e acolher nossas dores com possibilidade de cura.

É um momento de equilíbrio do masculino e feminino em cada uma, curar feridas. A mulher sabe dores e sabores de Ser Mulher. Interessante também ver o livro Lua Vermelha, de Miranda Gray, como fonte de empoderamento sexual e espiritual na sabedoria do sagrado com arquétipos da condição feminina nas simbologias e mitos.

Antes, as meninas e mulheres usavam panos dobrados e colocados entre as pernas como absorventes que, depois de lavados e secos, voltavam a ser usados. Muitas meninas menstruavam sem saber do que se tratava, pensa que está ferida. Mães não tocavam no assunto, muitas nem sabiam que poderiam engravidar e que no mês seguinte voltaria a menstruar. Era comum que passasse o sangue na saia.

Embora desaparecida na maioria das culturas, a sociedade ainda atribui um tabu e mitos sobre a menstruação, para que o sangue não lhe “subisse à cabeça”. Alguns mitos inundaram e descreviam o momento sobre o universo feminino e ainda sobrevivem, como pânico e medo. Cólicas eram comuns no período e ninguém podia saber, pois disseminaram-se mitos por muitos anos. Tabus culturais estigmatizaram o período menstrual, com informações erradas sobre a menstruação e, por conseguinte, a mulher era considerada impotente “naqueles dias”. Locais davam licença de três dias para a mulher menstruada, principalmente se fossem funcionárias públicas.

Eram usados nomes pela sociedade como boi, chica, doente, bode, bodinho.

A religião dava toque negativo às mulheres menstruadas no conceito de impureza ou potencialmente má.

Na sociedade patriarcal, o período menstrual era visto como algo sujo e impuro, e era o período de purificação da mulher. Desde a antiguidade, as mulheres são consideradas misteriosas e o tabu da menstruação baseia-se no obscuro feminino. Ninguém podia pisar a água da lavagem, usar perfumes, carregar peso, não se podia comer laranja, ingerir cítricos, sobretudo limões, pois o ácido deste alimento pode cortar o sangramento, não podia lavar a cabeça ou andar descalça. Sexo durante a menstruação causava nojo, embora os corpos femininos fossem inundados de sémen.

Menstruação é a descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês. O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio, que é a membrana interna do útero, se desprende.

Hoje em dia, chama-se à mulher menstruada de inconstante, instável, carente, hipersensível, mal-humorada. Na esteira do preconceito, hoje se mudou o tema para TPM ou síndrome pré-menstrual, como forma clara de discriminação.

Quando a mulher emite opinião contundente de que é emitida por descontrole hormonal, não legítima, ou “está naqueles dias”.

Por causa dos numerosos tabus em torno do período, as mulheres, muitas vezes, se mantém afastadas de atividades sociais, evitando piadas que as envergonham no enraizamento dos tabus menstruais nas culturas, crenças e histórias. A mudança desses tabus devem ser estruturais.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o sofrimento da mutilação genital feminina tem estatísticas de 200 milhões de meninas e mul-

heres em 30 países na África e no Oriente Médio, em alguns lugares da Ásia e da América Latina e entre populações imigrantes na Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia. A prática é adotada ainda, apesar de 24 de países terem leis ou formas de proibição contra a MGF. Onde a mutilação é ilegal, como no Reino Unido, a prática tem crescido em bebês e crianças e é impossível de ser detectada, pois as crianças não estão nas escolas ou com idade insuficiente para denunciar. Em algumas culturas, a mutilação genital é um rito de passagem à vida adulta e um pré-requisito para o casamento, como meio de preservar a virgindade. O procedimento torna a mulher “casável” e amplia o prazer masculino. É tabu discutir a mutilação nas comunidades. Muitas delas passam por processo similar à circuncisão na infância, entre os 4 e os 10 anos de idade.

Passa por aceitação social, religião, desinformação sobre higiene. Geralmente é feito contra a vontade da mulher, mas muitas evitam se posicionar contra, por medo de não conseguirem se casar ou serem consideradas promíscuas.

Por medo de sofrer retaliações de seus futuros maridos, mulheres no Sudão são submetidas à mutilação genital antes de seus casamentos para fingir que ainda são virgens.

São vários tipos: clitoridectomia inclui costura e deixa pequena abertura para o fluido menstrual e a urina; excisão do clitóris e dos pequenos lábios; Infibulação inclui todos os tipos de mutilação, como perfuração, incisão, raspagem e cauterização do clitóris ou da área genital. A sigla MGF, mutilação genital feminina, consiste no corte ou a remoção deliberada da genitália feminina externa e com frequência inclui sutura para estreitar a abertura vaginal, processo conhecido como infibulação, que se desfazem nas relações sexuais.

Em muitas culturas onde a virgindade antes do casamento é valorizada, mulheres fazem cirurgias de reconstrução de hímens para esconder sinal anterior de atividade sexual.

Militantes contra a mutilação genital feminina esperam que as coisas mudem, mas o país rejeitou lei restritiva de controle de ação das mulheres como Autoridades controlam a vestimenta da mulher oriental, com quem falam, escolha do emprego, sob pena de punição de açoitamento, apedrejamento e execução.

A palavra genérica para vestimentas islâmicas é burca é, mas é apenas um tipo. No mundo ocidental, o termo burca se popularizou para se referir às vestes femininas islâmicas que cobrem todo o corpo da mulher.

Há vários tipos dessas vestimentas, dependendo do país ou região. A ampla variedade dificulta a diferenciação, mas alguns termos se consolidaram. O niqab é um véu sobre uma outra vestimenta de corpo inteiro com apenas uma abertura diante dos olhos. Cobre o rosto e o pescoço. É usado na Arábia Saudita, no Iêmen, no Omã e nos Emirados Árabes Unidos.

No Irã é usado o xador. Em persa, significa tenda. Cobre todo o corpo, uma espécie de capa sobre a roupa, mas deixa o rosto descoberto. Nos tempos do xá, ou antes da Revolução Islâmica de 1979, chegou a ser proibido. O governo queria modernizar o país, aproximando-o dos hábitos do Ocidente.

Muitas mulheres muçulmanas usam apenas véus. O mais comum no Ocidente é o hijab, que significa véu ou cobertura. Ele cobre a cabeça e o pescoço, deixando o rosto livre. Hijabs existem nas mais variadas cores e estampas.

O al-amira é uma variação do hijab. É uma espécie de touca, cobre a cabeça de forma justa, e a segunda é um véu que veste sobre a primeira, cobre o pescoço até os ombros. O khimar é mais longo, chegando até a cintura, e é às vezes usado com um niqab, que cobre o rosto e deixa apenas os olhos livres. Por fim, a shaila é muito popular na região do Golfo Pérsico. É um véu longo e retangular, às vezes transparente, envolto ao redor da cabeça e preso na região dos ombros com alfinetes. O termo hijab é designação genérica para todos os tipos de véus. Hijabs devem ser usados em público ou diante de homens estranhos, e seu uso remete à interpretação de um trecho do Alcorão. O hijab é usado no mundo muçulmano como referência

mundial das roupas femininas ou véu, a depender da escola de pensamento islâmica. Remete como nova sutura vaginal em um momento do direito de ter relações sexuais nos dias de hoje.

A vestimenta ou véu é preconizada para privacidade, modéstia e moralidade, para esconder os olhares. O hijabe é obrigatório na Arábia Saudita, na República Islâmica do Irã, governos regionais na província Indonésia de Achém.

Na Europa, alguns países proibiram fuso do véu em público. Mulheres em diferentes partes do mundo sofreram pressões para o uso ou o não uso do véu.

Simbolicamente o sexo feminino é representada pelo espelho na mão de Vénus, o símbolo abstrato de Vénus, um círculo com uma pequena cruz equilateral embaixo (Unicode: ♀). Na mitologia romana remete à deusa mitológica Vénus e à Afrodite na mitologia grega. É ligada ao amor, à beleza, à feminilidade, e ao elemento Cobre na antiga alquimia . Nas Escrituras Sagradas, quase todas são consideradas heroínas ou como amadas parceiras colaboradoras dos heróis, como companheiras de vida de seus maridos. São de extrema relevância: Ana, mãe de Samuel, Jael, Isabel, Maria, Maria Madalena Noemi, Rute, Ana, profetisa, Febe, Priscila, Débora, Sara, Rebeca, Raquel, Miriã, Raabe, Abigail, Hulda, Ester, Judite e sem esquecer de Eva. Há cerca de meia dúzia de vilãs e antagonistas: a esposa de Potifar, Dalila, Jezabel, Atalia, Herodíade, Salomé e Safira. Dalila cortou o cabelo de Sansão e o submeteu à humilhação e à morte pelos filisteus. A Bíblia celebra e reconhece o valor de mulheres virtuosas, e estabelece a submissão integral da mulher a seu marido como o padrão ideal para a vida no lar. Institui também o dever do marido de amar sua mulher mais que a si mesmo, de maneira sacrificial, e se for necessário, até com o custo de sua própria vida. Joseph Campbell diz que a criação de Eva é uma metáfora da costela de Adão criada pela tradição religiosa hebraica. Exemplificaria o distanciamento dos hebreus da religião dos povos antigos, culto à Mãe Terra, Mãe Cósmica ou Deusa Mãe, cujas raízes remontam aos registros pré-históricos do Paleolítico e do Neolítico. Portanto, a hipótese levantada por Campbell, de uma Deusa-Mãe presente subliminarmente e implicitamente no relato de Gênesis, não passa de uma especulação imaginada pelo próprio Campbell, sem qualquer amparo no relato bíblico; é, aliás, contrária ao que diz o próprio texto e rechaçada pelos demais textos das Escrituras.

Ao longo dos anos, contra a reflexão crítica, mulheres foram perseguidas no modo de agir e de pensar. A ficção, poesia e não ficção são armas contra as desigualdades de gênero, violência e a luta por reconhecimento e mais direitos. Aponta-se a falta de equidade em áreas como a ciência ou em posições de poder, mas na literatura há também um número menor de mulheres que conseguem reconhecimento sobre suas obras. Em 115 anos, apenas 13 mulheres receberam o prêmio Nobel de Literatura. Toni Morrison é a única mulher negra que recebeu um Prêmio Nobel de Literatura. O machismo está entranhado no seio social, atravessa a todos, sem exceção, inclusive nas mulheres, que educam seus filhos e perpetuam comportamentos costumes e modos de pensar de muitos séculos.

Estudos mostram que a mulher é interrompida ao falar mais de 130% que os homens. Estes lhe tomam a palavra para explicar o que ela está explicando de forma pessoal, embora diferente, que dizem aa mesma coisa. Presta-se mais atenção quando o homem fala em relação à mulher. É comum se dizer que a mulher está naquela reunião porque é bonita, encarar a mulher como seres inferiores, insuficiente para entender determinado assunto. Muitas das vezes ela tem formação e dominam o assunto. São formas de calar a voz da mulher. É diferente de ter um contraponto, um argumento para complementar a sua ideia. É explicar tudo que ela já falou e lhes geram insegurança.

Esse hábito ou comportamento reflete a crença de que mulheres e suas vozes valem socialmente menos do que os homens. Na avaliação da professora da Harvard Francesca Gino isso se deve a preconceitos inconscientes sobre gênero. Acostuma-se pensar que homens são líderes e mulheres subordinadas. Segundo ela, essas crenças estão profundamente arraigadas e lista como combater. Reconhecer que fazemos suposições sexistas sem

perceber, consumir filmes e séries com representações plurais de mulheres e grupos marginalizados, conhecer pessoas estereotipadas, como LGBT, ter empatia pelos interlocutores.

Além do mansplaining, existe o manterrupting, que são muito parecidos. O homem interrompe sem constrangimento e com confiança as falas das mulheres, não a deixa terminar e explica para elas e aos presentes o que ela estava a dizer. Essas atitudes acontecem em todas as áreas da vida das mulheres, seja no espaço acadêmico, no mercado de trabalho, relacionamentos amorosos e no ambiente familiar. No ambiente profissional, mal ouvem o que fala ou a consideram agressiva. Se o homem fala a mesma coisa, seus amigos considera a ideia boa ou brilhante.

Concedido por Brasil e Portugal a escritores lusófonos, o Prêmio Camões homenageou apenas 6 mulheres em 28 anos.

Considera-se violência o uso de força física, psicológica, intelectual, constranger, tolher liberdade, incomodar, impedir que outra pessoa manifeste desejo e vontade, ameaçar, espancar, lesionar, matar, coagir, submeter o outro a domínio.

A violência de gênero no século XIX mostra historicamente o direito de voto, até hoje com pouca representação no executivo, legislativo, judiciário. Há a desigualdade no trabalho, dimensão relacional com os homens e o poder.

Gênero pode ser confundido com sexo. Enfatiza anatomia, aborda diferenças socio culturais, por desigualdade econômica, e política, colocando a mulher em situação inferior.

Há a prática de violência doméstica e sexual quando as partes envolvidas não cumprem papéis e funções ditas normais pelo parceiro.

Desde 1970, violência de gênero é igual à violência contra a mulher. É ter um comando masculino como agressor, dominador, disciplinador.

O Dia Internacional da Mulher é uma celebração de conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, sendo adotado por diversos países e pela Organização das Nações Unidas. A partir do final do século XIX começou a luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho na Europa e nos Estados Unidos. As manifestantes da época questionavam as jornadas de trabalho de 15 horas diárias, baixos salários e discriminação de gênero. O primeiro Dia da Mulher foi celebrado nos Estados Unidos em maio de 1908. Em agosto de 1910, a jornalista e política feminista Clara Zetkin propôs a realização anual de uma jornada pela igualdade de direitos das mulheres, sem uma data específica . Em 25 de março de 1911, as péssimas condições de trabalho levaram a um incêndio da fábrica de camisas em Nova York, que mataria 146 pessoas, das quais 129 mulheres porque uma porta estava fechada para impedir a fuga das trabalhadoras.

O 8 de março de 1917 teve manifestação com mais de 90 mil mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, durante a Primeira Guerra Mundial conhecida como “Pão e Paz”.

A manifestação foi o marco oficial para a escolha do Dia Internacional da Mulher no 8 de março, oficializada em 1921. A data foi esquecida e recuperada com o movimento feminista nos anos 60. A Organização das Nações Unidas, por exemplo, somente reconheceu o Dia Internacional da Mulher em 1975.

Depois da Segunda Revolução Industrial, as fábricas incorporaram as mulheres como mão de obra barata. No entanto, devido às condições insalubres de trabalho, os protestos eram frequentes. Nas primeiras décadas do século, as mulheres começam a lutar pelo direito ao voto e à participação política.

Hoje, o caráter é festivo e comemorativo, mas o Dia Internacional da Mulher continua como uma conscientização nas desigualdades de gênero em todas as sociedades.

O prefixo latino trans no termo mulher trans foi usada pela primeira vez em 1996. Esta definição é amplamente aceita e usada no Oxford English Dictionary. Quer dizer através, além, do outro lado de, que vai além, na descrição de homem para mulher como transgênero, transsexual. Há conotação negativa como aberração para mulher trans. Sua

expressão de gênero fez dela um alvo para feminicídio. Não são eventos isolados nos diferentes contextos socioeconômicos.

O FEMINICÍDIO são mortes intencionais e violentas de mulheres em decorrência de seu sexo, POR SER MULHER São resultado das diferenças de poder entre homens e a manutenção dessas diferenças.

A Lei do Feminicídio, de 2015, para misoginia e discriminação de gênero, pode ser de natureza subjetiva ou objetiva, isolada ou simultânea, motivo fútil e torpe, por agressão física ou psicológica, abuso ou assédio sexual, tortura, mutilação genital, espancamento e a morte em decorrência da violência. A Polícia Civil registrou aumento ano a ano cerca de 32%, em 7,5% nas tentativas de feminicídio e aumento de 1% na concessão de medidas protetivas e aumento considerável por convívio entre autor e vítima na pandemia e feriados .Se a documentação de identidade civil ou registro de nascimento, passaporte estiverem corretos, poderá figurar como vítima do crime de feminicídio.Bom frisar que nem todos os assassinatos de mulheres são considerados feminicídios.

O sexo é biológico. Gênero é uma construção social. As pessoas que não se identificam e se expressam diferentemente de seu sexo biológico são chamadas pelo termo transgênero, um termo hiperônimo, que é o termo genérico ou mais geral para pessoas com variância de gênero, inclusive pessoas transexuais.

Uma mulher trans ou mulher transexual é uma pessoa que nasceu do sexo ou género masculino que se identifica como pertencente gênero feminino. Chama-se transgênero o transitar em identidade de gênero e seus papéis e cisgênero é a linearidade com seu gênero. É diferente de homossexualidade.

A pessoa pode sentir disforia de gênero, que é o desespero entre identidade de gênero e o sexo atribuído ao nascer. A escolha da sexualidade de uma pessoa trans transita por vários termos, heterossexual, bissexual, homossexual, assexual. As mulheres trans enfrentam uma vasta quantidade de discriminação, uma trans misoginia, um subconjunto de transfobia para emprego e moradia, enfrentam violência física e sexual, inclusive crimes de ódio por parceiros ou parceiras. Procedimentos para transição de gênero com terapia hormonal e cirurgia de redesignação sexual já é legal no Brasil. Terapias hormonais para características sexuais secundárias, seios, redistribuição da gordura corporal, baixa relação cintura-quadril, estão liberadas a partir dos 16 anos. Cirurgias para mudança de sexo na rede pública de saúde do SUS, por orientação do Conselho Federal de Medicina, a partir dos 18. É um direito de mudar nome social .

A discriminação de mulheres trans que pertencem a uma minoria racial é mais severa pelo maior enfrentamento da intersecção de transfobia e racismo.

Em geral a identificação se dá na primeira infância, com a rejeição ao corpo e escolha de papeis, de roupas e forma de agir. Utilizam-se estratégias de enfrentamento para a família, escola, sociedade, para acolhimento, fortalecimento, evitar depressão, sofrimento, mutilação, fobia social, diminuir preconceito e discriminação.

O Dia das Mulheres deve homenageá-las também. (Artigo apresentado na AJEB-SP em 8 de março de 2021)

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