Tratamento O tratamento da vaginose bacteriana em gestante portadora do HIV não difere da gestante não portadora desse vírus32. O metronidazol via oral é considerado o tratamento de escolha para vaginose bacteriana durante a gravidez174. As diferenças na distribuição das doses diárias desse medicamento (tornando os esquemas mais simples e aumentando as taxas de aderência) não interferem na sua efetividade, pois a dose diá ria não muda. Boas taxas de adesão e cura são obtidos com metronidazol (500mg VO de 12/12 horas ou 250mg VO de 8/8 horas, por um período de sete dias). Igualmente efetivo é o uso desse medicamento na dose de 400mg VO, de 12/12 horas175. Para gestantes com intolerância ao metronidazol pode ser utilizada a clindamicina (300mg VO, de 12/12 horas, por sete dias). Como a vaginose bacteriana não é considerada de transmissão sexual, não está indicado o tratamento do parceiro168,176. Lembrar que a dose única do metronidazol não é indicada durante a gravidez (efetividade terapêutica inferior), assim como a clindamicina na forma de creme vaginal, por sua incapacidade de reduzir as taxas de trabalho de parto pré-termo32,177. Por vários anos, os obstetras evitaram o uso do metronidazol no tratamento da vaginose bacteriana em gestantes, temendo seus efeitos mutagênicos. Entretanto, nos últimos 20 anos as pesquisas trouxeram importantes informações demonstrando que o uso desse medicamento era seguro em gestantes32,178,179.
Tricomoníase A tricomoníase vulvovaginal é causada pelo Trichomonas vaginalis, protozoário que acomete com maior frequência mulheres de baixo poder aquisitivo, com precários hábitos higiênicos e/ou múltiplos parceiros sexuais31,50.
Complicações maternas e fetais Os efeitos deletérios da tricomoníase sobre os indicadores de saúde materna e perinatal associam-se com fetos de baixo peso, rotura prematura das membranas, infecções pós-natais, prematuridade e febre puerperal180,181. No entanto, não se pode afirmar se a tricomoníase seria a real causadora dessas complicações ou se seriam consequências de outras infecções a ela associadas, a exemplo da vaginose bacteriana, gonorreia e infecções causadas pelo estreptococo do grupo B e pelo papilomavírus. Sem dúvida, essas associações reforçam as iniciativas já existentes, visando o melhor controle dessa vaginite no período pré-natal.
Diagnóstico Entre as manifestações clínicas da tricomoníase, destaca-se a volumosa descarga vaginal amarelo-esverdeada, bolhosa e de odor desagradável, que varia na dependên91