Fão Natural... Património natural a preservar no Parque natural do Litoral Norte

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F茫o Natural... ...patrim贸nio natural a preservar no Parque Natural do Litoral Norte

Carlos Rio




Carlos Rio

Fão Natural... ...património natural a preservar

1º edição 500 exemplares

2009


Título Fão Natural... ...património natural a preservar no Parque Natural do Litoral Norte

Texto, fotografia e concepção gráfica Carlos Rio

Prefácio Paulo Mota (Biólogo)

Copyright 2009 Carlos Rio Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida de qualquer forma, sem a autorização, por escrito, do autor. Carlos Francisco da Costa Palma Rio Fão - Portugal carlospalmario@netcabo.pt www.fao-natural.blogspot.com

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Prefácio A vontade que o Carlos Palma Rio sempre evidenciou para se levantar a horas consideradas impróprias, seja para explorar os encantos ambientais de Esposende, seja pelo simples prazer de observar a fauna local ou até para ir anilhar aves para a Lagoa de Apúlia, fica aqui exposta pelo excelente conjunto de imagens com que nos brinda do vasto espólio que já me foi dado a conhecer. No entanto o autor não se fica apenas pela captura de belos momentos da Essência Natural que a zona onde vive produz, também é uma pessoa que se rege pelo rigor científico, ao pretender sempre o máximo de esclarecimentos sobre a nomenclatura dos nomes taxonómicos dos indivíduos e sobre a pesquisa das características ecológicas da totalidade das espécies que congela nas suas imagens. Livros como este são instrumentos de melhoria do conhecimento dos portugueses e de todos aqueles que se passeiam pelos nossos espaços naturais. São livros de divulgação natural, com a qualidade deste, que ajudam a que se crie uma consciencialização para a protecção de muitas espécies em perigo de extinção que ocorrem em Portugal. O nosso país pela sua localização geográfica tem recursos faunísticos e florísticos únicos no mundo, sendo desbaratados muitas vezes pela ganância do momento, impedindo que as gerações vindouras tenham o prazer de os conhecer no seu meio ambiente natural. Se tal desaparecimento permanente ocorrer são obras como esta que permitirão no futuro manter o registo da sua presença nos tempos actuais. Hoje em dia, a população portuguesa, cada vez mais urbana, desconhece a Diversidade Biológica que existe perto de si e são obras como esta que vêm ajudar a colmatar esse facto, aumentando o nível da qualidade de vida de cada um de nós … Esta obra é o testemunho do amor que o Carlos Palma Rio tem pelo Património Natural nacional e em particular pela Natureza que ocorre em Fão-Esposende, bem como mais um incentivo para todos perceberem da necessidade de preservar os recursos naturais disponíveis em Portugal. Se apenas uma pessoa ao ver este livro ficar sensibilizado para a Conservação da Natureza penso que um dos principais objectivos do Carlos e do Fão Natural…património natural a preservar no Parque Natural do Litoral Norte foi cumprido. Paulo Mota Biólogo

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Apresentação Não sou nem tenho pretensões a ser fotógrafo. Este livro não é, por isso, uma mostra fotográfica. Não pretendo mostrar fotografias, pretendo mostrar registos de espécies, exclusivamente feitos em Fão em áeras que fazem parte do Parque Natural do Litoral Norte. Estas e outras fotografias estão reunidas num Blogue, na Internet, e esta publicação marca uma etapa no trabalho desenvolvido nesse espaço imenso. Nem todas as imagens terão a qualidade que gostaria, mas, como já disse, o que se pretende é mostrar a diversidade da fauna local. Como o Blogue Fão Natural está sempre em actualização, vou melhorando as fotos das espécies na medida em que for possível. Não há grupos de Gorilas selvagens como no Ruanda ou uma Chita emboscada na savana aguardando o melhor momento para lançar a sua corrida sobre uma presa, mas há a nossa fauna e, por mais incrível que possa parecer, as sensações são semelhantes ao observar os seus comportamentos e constatar a diversidade existente. Quem faz fotografia da natureza, ou tenta, como é o meu caso, entra num jogo difícil de controlar, pois exige sensibilidade, muita paciência, tempo e sorte. Andar no campo quase sempre sozinho, esperar horas no mesmo sítio, camuflado, escondido, à espera de uma ave que acaba por não chegar, andar sem rumo e ser surpreendido por um animal que não se espera encontrar e não conseguir fotografar, observar uma raridade mas a luz impedir a fotografia ou não ter o equipamento mais apropriado no momento certo, são algumas das contrariedades que vão surgindo… Mas também são essas contrariedades que me fazem avançar, não desistir. Descobrem-se sempre coisas novas, comportamentos novos, locais novos. Chegar a casa e ver as fotos, eliminar as que nos pareciam boas, aproveitar aquelas que nos pareciam más, tentar arranjar alguma que, por ser única, não se pode apagar apesar de não estar em condições, guardar e classificar as fotografias segundo a espécie, o estudo das espécies, são também horas de trabalho de quem gosta de fixar a natureza através de um click. Tento mostrar a beleza da fauna local numa tentativa de ajudar a sua preservação e a dos seus habitats. Sensibilizar para a existência, que a tanta gente passa despercebida, da variedade e riqueza faunística da nossa área. Vendo o que é bonito, percebe-se o que está ou que pode vir a ficar mal… Conhecendo o que existe percebe-se o que pode vir a acabar… Espero que este muito modesto trabalho contribua de alguma forma para essa sensibilização que cada vez é mais importante. Obrigado a todos pelo incentivo e pelos ensinamentos.

Membro do grupo Fotógrafos de Natureza de Portugal Membro do grupo Aves de Portugal Membro da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Membro do Grupo de Trabalho de Fotografia da Natureza, do Ambiente e Documental - Quercus 4


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A vila de Fão está situada numa área privilegiada do Parque Natural do Litoral Norte, o que faz com que seja apetecível para os mais experimentados observadores e fotógrafos de aves, para os principiantes e para os simples apreciadores da natureza. A zona da restinga, os prados marítimos e sapal, as margens do rio Cávado, as zonas de pinhal e de matas de folhosas, são locais ricos de biodiversidade. Com os cuidados devidos toda esta área permite passar um tempo inesquecível junto da natureza. De toda a biodiversidade existente, as aves são o “alvo” mais fácil e preferencial. Não devemos, nunca, esquecer que não vale tudo para conseguir uma boa fotografia. Pessoalmente entendo que mais vale um registo mau do que perturbar a ave, sobretudo na época de nidificação. A fotografia execelente, mais tarde ou mais cedo, acabará por ser possível. Estamos tão habituados a ver aves no campo, nos jardins e parques, nas cidades, nas nossas varandas, que não nos damos ao trabalho de pensar que ave é esta ou aquela, de onde vem, o que faz por aqui… Identificar cada uma delas permite-nos conhecer os seus hábitos, as suas origens, e muitas vezes surpreendermo-nos com aspectos que nunca imaginámos, como por exemplo, os milhares de quilómetros que uma pequena ave faz nos seus movimentos migratórios. A identificação pode ser complicada em alguns casos, mas é compensadora. Deixo aqui algumas dicas, alguns cuidados, algumas ideias sobre a observação e/ou fotografia de aves. Locais e número de registos, aproximado, feitos em cada um deles

Como identificar O tamanho - Um passo importante na identificação de uma ave é fazer a avaliação do seu tamanho o mais correctamente possível. A melhor forma de o fazer é comparar com aves que conhecemos bem no tamanho e na forma. Assim, quando nos deparamos com uma ave desconhecida, saber se a mesma é mais ou menos do tamanho e da forma de um Pardal, por exemplo, já é um primeiro passo. A cor - Outro factor importante na identificação são as cores e como estão distribuídas pelas diversas partes do corpo da ave. Deve-se tentar perceber, por exemplo, se a parte de cima do corpo tem uma cor diferente da parte de baixo e anotar essas diferenças. Atenção à incidência da luz porque pode iludir-nos. Características específicas - Devem-se procurar marcas que a maior parte das aves possui para ajudar na identificação: manchas no peito, desenhos na face, uma crista, os olhos podem ter anéis característicos, padrões nas asas, etc. Forma e silhueta - Uma forma do corpo mais arredondada ou alongada, o pescoço mais ou menos curto, o bico mais fino ou mais grosso, curto ou comprido, são também elementos importantes a apontar para posterior identificação. Comportamento e tipos de voo - O comportamento e o voo das aves é também uma forma de identificação importante e eficaz. Por exemplo: há aves que peneiram e depois fazem um voo picado para caçar a presa avistada, como o Peneireiro-vulgar, há o voo ondulado e irregular do Pica-pau, há aves que se alimentam no chão e outras nas árvores, há patos que se alimentam à superfície e outros mergulhando. 5


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Cantos e chamamentos - Uma das formas mais eficiente de identificar aves são os seus cantos, principalmente para aquelas de difícil avistamento por terem como habitats áreas de difícil acesso e penetração. Plumagens - A plumagem também é muito importante na identificação pois as nuances são muitas, conforme as diferentes estações do ano, a idade e o sexo do indivíduo. Quando observar O nosso país tem quase 300 espécies registadas, umas são residentes e portanto passam cá todo o ano e outras são migradoras. O nosso território é local de passagem migratória para umas espécies e de invernada para outras. Das regiões mais setentrionais da Europa as aves que lá se reproduzem fogem do Inverno e deslocam-se para sul. Algumas passam essa estação em Portugal e outras vão para África. Outras passam o Inverno em África e chegam, para se reproduzirem, na Primavera. Portugal e a nossa área especificamente, no Inverno, são pontos privilegiados para observação de aves aquáticas. Estas aves provêm do Norte e Centro da Europa. A Primavera é a estação em que inúmeras aves chegam a Portugal para reprodução. No Outono, podem-se observar, sobretudo na zona costeira, grandes bandos de aves em passagem migratória. Portanto, temos aves todo ano para observar, fotografar e estudar. As melhores horas do dia para fazer observação são o amanhecer e o entardecer, já que são os momentos do dia em que as aves estão mais activas. O vento e a chuva não ajudam muito esta actividade, uma vez que as aves estão mais refugiadas. É importante ter em conta que não devemos importunar as aves e na altura da nidificação os cuidados devem ser redobrados. Devemos respeitar o meio ambiente, não deixando lixo, não destruindo, enfim, deixando os locais como os encontramos, respeitar as leis e regulamentos em vigor. O material Binóculos, telescópios, guias de campo, máquina fotográfica, material de camuflagem (caso seja preciso) Caderno de campo - Um bloco onde devem ser apontados todos os pormenores das aves observadas, os locais onde são feitas as observações, a data e hora, comportamentos menos comuns, etc. Roupa - Roupa discreta e confortável, calçado resistente e confortável. Ter em conta as condições atmosféricas e os locais que se vão visitar, para fazer uma escolha mais acertada das roupas e calçado. Na fotografia ou na observação, a boa relação com toda a biodiversidade existente é fundamental. A Liga Portuguesa para a Conservação da Natureza produziu, em 2007, o código de conduta para o Fotógrafo de Natureza. Em Portugal parece que é o único código sobre esta matéria e, pela sua importância, é aqui reproduzido. - Todas as fotografias deverão ser tiradas com os seres vivos a fotografar no seu habitat natural, pelo que a recolha de plantas ou a captura de animais para fins fotográficos é inadmissível; - A actividade fotográfica deve implicar o mínimo de impactos no ambiente circundante aos seres vivos a fotografar, sendo necessário tomar precauções para que a sua protecção natural não seja danificada; - A fotografia de aves no ninho encontra-se excluída do âmbito da Fotografia de Natureza, procurando assim evitar-se a indução de perturbações em ninhos de aves mais sensíveis; 6


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- A fotografia de cavidades de nidificação ou na proximidade de locais de nidificação deve ser dissuadida, se existir a mínima possibilidade de perturbação; - Deve ser evitada a perturbação de animais à procura de alimento ou a transportar alimento para as áreas de procriação; - Os locais de abrigo dos animais não devem ser objecto de perturbação em quaisquer circunstâncias; - Devem ser evitados quaisquer comportamentos que possam prejudicar os animais; - Bom-senso. Outra questão sensível tem a ver com as dúvidas que surgem quando nos deparamos com um animal ferido, o que fazer? Como fazer? Os passos seguintes serão os mais indicados: 1- Recolher o animal com todos os cuidados, usando uma toalha, um casaco, ou outra alternativa, cobrindo-lhe a cabeça de forma a tranquiliza-lo. 2- Colocar o animal numa caixa de cartão, tendo o cuidado de a perfurar para estabelecer circulação de ar. 3- Contactar entidades vocacionadas para o tratamento de animais ou que os encaminhem para os locais apropriados. Clínica Veterinária e Centro de Reabilitação de Animais Parque Biológico de Gaia Telefone: 227 878 129 SEPNA - Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente - GNR Linha SOS: 808200520 Parque Natural do Litoral Norte Telefone: 253 965 830 4- Enquanto não for entregue a uma dessas entidades deve-se manter o animal num local tranquilo, escuro ou com pouca luz e com uma temperatura amena. Deve-se, também, evitar muitos contactos, não alimentar nem dar qualquer tipo de medicamento. Não se pretende que esta publicação seja um guia, mas é com toda a certeza uma ajuda. Estão aqui registadas 115 espécies de animais, uns que nos visitam regularmente nos períodos migratórios, outros que são residentes, outros que passam acidentalmente ou intoduzidos e ainda alguns que vieram cá parar por fuga de cativeiro e que acabaram por ir ficando, como é o caso das aves mostradas nas três últimas páginas dedicadas a este tema. Muitas espécies faltam, mas há muitos condicionalismos que vão impedindo esses registos. Há medida que alguns desses condicionalismos forem sendo ultrapassados, os novos registos e fotos com melhor qualidade de registos já feitos, serão actualizados no Blogue www.faonatural.blogspot.com. Aves, répteis e anfíbios, borboletas e mamíferos, podem aqui ser observados... Mas há muito mais para ver, é só ir para o campo. Vale a pena experimentar!

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As aves são seres maravilhosos e por isso não posso deixar de fazer uma introdução a este tema. Os cantos melodiosos de um Melro ou de um Pintassilgo, os voos planados e magníficos de uma Águia-de-asa-redonda ou os voos acrobáticos de uma Andorinha, as diferentes arquitecturas dos seus ninhos, a multiplicidade de habitats, a Coruja-do-mato que caça de noite, o Gavião que faz perseguições fantásticas de dia, o grande tamanho de uma Cegonha e o tamanho mínimo de uma Carriça… A forma de adaptação ao seu meio também é extraordinária... Os bicos curtos e grossos para comer sementes dos fingilídeos, as garras curvas e bicos fortes das rapinas, os bicos compridos ou pernas mais compridas das limícolas, são algumas das suas adaptabilidades ao meio onde vivem. Mas o que mais me fascina são os movimentos migratórios das aves. Porque migram e como o fazem são perguntas que todos colocamos e que têm provocado interessantes estudos por parte da comunidade científica. A ave que faz a migração mais longa é a Andorinha-do-mar-árctica (Sterna paradisea), voando 18 mil quilómetros do Árctico ao Antárctico, da área de nidificação à área de invernada de onde, passados alguns meses, parte para iniciar a viagem em sentido contrário. 36 mil quilómetros num ano! O fascínio pela migração das aves vem desde a antiguidade, aliás os naturalistas dessa altura até pensavam que as aves hibernavam porque em determinadas alturas do ano deixavam de as ver. Também havia, como Aristótoles (Sec. III A.C.), quem pensasse que algumas espécies se transformavam noutras, como os Rabirruivos se transformavam em Piscos. Uma ideia engraçada que a tinha a ver com a partida de uma espécie e com a chegada de outra. Nos dias de hoje já não se pensa desta forma pois o recurso a novas tecnologias tem esclarecido muitas dúvidas sobre as migrações, mas simultaneamente também vão surgindo novas interrogações. Sabe-se, com grande segurança, que cerca de 5000 milhões de aves, de 190 espécies, todos os anos efectuam migrações da Europa e da Ásia para África e que um movimento semelhante acontece com 200 espécies da América do Norte em deslocação para Sul. Porquê? O que motiva tais movimentos? Como é que as aves sentem que chegou o momento de começar a migração? Como se orientam em percursos de milhares de quilómetros? Parece que a principal motivação tem a ver com a alimentação. Em certas regiões do planeta e durante certas alturas do ano a alimentação escasseia devido às condições meteorológicas características do Inverno. Se as aves se mantivessem nessas áreas com certeza morreriam. A solução é a procura de outras zonas com mais abundância de alimento e regressar na Primavera ao local de origem. Estes movimentos não se resumem a partes da população de determinadas espécies, mas sim a todos os indivíduos dessa espécie. Apesar de se perderem nos movimentos migratórios milhares de aves, por esgotamento, por acidentes, porque locais onde eram feitas paragens intermédias para descanso e alimentação foram, de um ano para o outro, destruídas pelo homem, por efeito de predadores e outros factores, estas migrações são fundamentais para as espécies e compensam as perdas. Não se tem a certeza absoluta sobre o que determina, em dado momento, o início dos movimentos da migração. Para complicar ainda mais esta incógnita, há espécies diferentes que migram para os mesmos locais, mas partem dos mesmos sítios em alturas diferentes. O sistema hormonal das aves parece ser um dos factores mais importantes na determinação do momento do início da migração. À medida que os dias, no Norte, se tornam mais pequenos, altera-se a produção hormonal e as aves começam a preparar-se para a migração. O clima e a disponibilidade de alimento também têm influência no momento escolhido para dar início a esse movimento. Estas viagens são muito complexas quer pelas distâncias quer pelos obstáculos (naturais e não só) a ultrapassar. A forma como se orientam nestas grandes deslocações também não está por completo esclarecida. O sol, as estrelas, o campo magnético da Terra, o relevo do terreno, grandes massas de água ou grandes manchas florestais, são um conjunto de factores que têm importância no sistema de orientação das aves. Todos em conjunto, só alguns deles ou um só, são dúvidas que ainda persistem. 9


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Os comportamentos migratórios de algumas espécies têm sofrido algumas alterações. O caso do Chamariz ou Milheirinha (Serinus serinus) é disso exemplo com o alargamento, nos últimos 100 anos, a partir da sua área residente no Mediterrâneo para toda a Europa. No entanto a essa população Mediterrânica mantém-se residente e a restante efectua movimentos migratórios. Temos em Portugal um caso paradigmático deste fenómeno, a Cegonha-branca (Ciconia ciconia) que era uma visitante estival e agora uma grande parte da sua população reside no nosso território. Muitos factores contribuem para este fenómeno, mas segundo Brian Huntley, da Universidade de Durham, as espécies estão a reagir às alterações climáticas. Afirma este investigador que o facto de as aves e borboletas poderem voar longas distâncias, faz com que reajam primeiro às alterações climáticas, seguindo-se mais tarde outros animais e plantas. Um estudo sobre 42 espécies demonstrou claramente que aves pouco comuns no Reino Unido (entre 1980 e 2004), passaram a ser mais comuns e, outras que eram mais comuns, começaram a escassear. A área em que fiz as fotografias aqui expostas, sobretudo o estuário do Cávado, recebe muitas espécies durante os períodos de migração usando-a como abrigo temporário de descanso e obtenção de alimento nos seus percursos migratórios. É por isso muito importante a sua preservação. A preservação e conservação para além de competirem às entidades conhecidas, competem também a cada um de nós em particular, quer através de novos comportamentos quer de novas atitudes, afinal estamos a cuidar da nossa casa.

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Apresentação das aves Este capítulo das aves tem uma apresentação que pode parecer confusa mas obedece a um sistema de organização cientificamente aceite (organização sistemática), que agrupa as aves por ordem filogenética, ou seja, por ordem aproximada de evolução. A vantagem deste tipo de organização é que facilita a comparação entre os indivíduos porque as espécies semelhantes, normalmente, são apresentadas lado a lado. Neste caso as cores representam cada um desses grupos de espécies semelhantes.

Chapins e Trepadeiras

Aves de presa

Papa-figos, Picanços, Gralhas e Estorninhos

Limícolas

Cartaxos, Melros e Tordos

Gaivotas, Andorinhas-do-mar e Araus

Felosas, Rouxinóis, Toutinegras, Estrelinhas e Papa-moscas

Garças

Cotovias, Andorinhas e Petinhas

Lagópodes, Perdizes, Codornizes, Grous e afins

Pardais, Tentilhões e Escrevedeiras

Cisnes, Gansos e Patos

Pombos e Cucos

Corujas e Mochos

Carriça e afins

Pardelas, Corvos-marinhos, Gansos-patolas e Pelicanos

Pica-paus e afins

Exóticas, acidentais e fugas de cativeiro

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Chapim-real

Chapim-carvoeiro

Chapim-rabilongo

Parus major Ave pequena com 13 a 15 cm de comprimento. Reproduz-se em todo o tipo de bosques, em jardins e parques. Alimenta-se de insectos e sementes. Nidifica em caixasninho grandes, cavidades nas árvores, condutas de ar e até mesmo em caixas do correio. É das aves mais comuns e abundantes nos nossos bosques. Faz uma postura entre Março e Maio, com 8 a 13 ovos brancos com manchas avermelhadas e a incubação tem duração de 13 a 14 dias. As crias, indefesas e penugentas, fazem o primeiro voo entre os 16 e os 21 dias.

Parus ater É o mais pequeno de todos os chapins. Reproduz-se sobretudo em bosques de coníferas, geralmente com alguns abetos altos e, localmente, em florestas de pinheiros ou mistas. Faz o seu ninho em forma de taça em buracos de árvores e por vezes no meio de raízes ou nas rochas. A postura entre Abril e Maio é de 7 a 9 ovos brancos com manchas avermelhadas, e a incubação tem a duração de 14 a 18 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo entre os 16 e os 19 dias de vida. A sua dieta é feita essencialmente à base insectos e sementes.

Aegithalos caudatus Reproduz-se em locais com muitos arbustos, bosques mistos ou de árvores caducidófilas, com vegetação arbustiva variada. É residente e bem distribuido no nosso território. O ninho, feito na divisão de um ramo, é uma estrutura esférica com uma pequena abertura. Tem paredes de 2,5 a 3 cm de espessura, tecidas com musgo, líquenes e cascas de árvores. A parte exterior é coberta com teias de aranha e crisálidas de insectos, constituindo uma camuflagem perfeita. Faz uma a duas posturas entre Março e Abril, com 8 a 12 ovos brancos e a incubação feita pelo casal de forma revezada, tem a duração de 12 a 14 dias. As crias são indefesas e nuas e fazem o seu primeiro voo entre os 14 e os 18 dias. As crias da primeira postura, ajudam os progenitores a alimentar as mais novas. Alimenta-se de insectos e sementes.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Paridae GÉNERO: Parus ESPÉCIE: P. Major

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Paridae GÉNERO: Parus ESPÉCIE: P. Ater

ORDEM: Passeriformes FAMÍLA: Aegithalidae GÉNERO: Aegithalos ESPÉCIE: A. caudatus

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Chapim-de-poupa

Trepadeira-comum

Parus cristatus Este Chapim é uma pequena ave Residente, com 10 a 12 cm de comprimento. Vive preferencialmente em florestas de coníferas, com troncos de árvores velhas cobertos de musgo e líquenes. Normalmente é avistado junto de outros tipos de Chapins. Apesar de não ser muito tímido, as aproximações não são fáceis e é muito activo. Faz o ninho num buraco escavado por ele no tronco de uma árvore velha. A única postura é feita entre Abril e Maio, com 4 a 8 ovos brancos com pintas púrpuras, e a incubação tem a duração de 13 a 18 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre os primeiros 17 e os 21 dias de vida. Alimenta-se de insectos e sementes.

Certhia brachydactyla Pequena ave Residente, com 12 a 13cm de comprimento, que habita em bosques de coníferas, preferindo áreas densas. Muito semelhante à Trepadeira-dos-bosques (Certhia familiaris). Trepa as árvores procurando alimento, normalmente pelo lado mais escondido do sol, para ajudar na camuflagem. Alimenta-se de insectos que encontra entre as cascas do pinheiro. O seu ninho tem a forma de taça e é feito por trás das cascas das árvores. Faz uma ou duas posturas, entre Março e Maio, com 6 ou 7 ovos brancos com manchas avermelhadas. A incubação tem a duração de 15 dias. As crias são indefesas e penugentas.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Paridae GÉNERO: Parus ESPÉCIE: P. cristatus

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Certhiidae GÉNERO: Certhia ESPÉCIE: C. brachydactyla 13


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Estorninho-malhado

Pega

Gaio

Sturnus vulgaris Ave agressiva e ruidosa, espécie abundante e de grande sucesso. Nidificante familiar em quintas, áreas sub-urbanas e bosques (especialmente com carvalhos). Os bandos pós reprodução, por vezes enormes, alimentam-se em campos, jardins, cerejeiras. Insectos, sementes e frutos, são a sua alimentação preferida. Tem um comprimento entre os 10 e os 22 cm. O ninho é desajeitado e feito no buraco de uma parede, num rochedo ou num edifício. As populações do Norte e Leste da Europa, migram para Ocidente. Faz uma a duas posturas entre Abril e Maio, com 5 a 7 ovos azuis-claros. A incubação dura 12 a 15 dias. Indefesas e penugentas, as crias fazem o primeiro voo entre os 20 e os 22 dias.

Pica pica A Pega é um grande corvídeo, com 42 a 50 cm de comprimento, residente e bem distribuída em Portugal e toda a Europa, com excepção da Islândia. Habita em bosques, charnecas e jardins e em áreas urbanas, próximo do homem, de onde tira vantagens quer na alimentação (restos de alimentos), quer na sua protecção. Muitas vezes andam em grandes bandos. Alimenta-se de insectos, ovos, crias de aves, carne morta e sementes. Faz o ninho na cúpula de uma árvore e tem uma postura entre Abril e Maio, com 5 a 8 ovos azuis-claros com manchas cor de azeitona. A incubação tem a duração de 17 a 18 dias e as crias, indefesas e nuas, efectuam o primeiro voo entre os 22 e os 28 dias.

Garrulus glandarius É o corvídeo mais colorido da família. Tem um comprimento que varia entre os 32 e os 36 cm de comprimento e uma envergadura de 50 a 56 cm. Em Portugal é comum e Residente em todo o país, mas mais frequente no norte e centro do que no sul. Prefere florestas de carvalhal, local onde encontra a sua alimentação preferida, as bolotas, que vai armazenando para o Inverno enterrando-as no chão e, assim, mantém um stock para as alturas de mais escassez, fazendo desta uma das aves com mais memória visual. A sua alimentação varia entre as larvas de borboleta e escaravelhos, as bolotas, frutos e sementes e às vezes crias de outras aves. Faz uma postura entre Abril e Maio, com 5 a 7 ovos e incubação de 16 dias. As crias são nuas e indefesas e voam a primeira vez aos 19-20 dias.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Sturnidae GÉNERO: Sturnus ESPÉCIE: S. Vulgaris

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Corvidae GÉNERO: Pica ESPÉCIE: P. pica

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Corvidae GÉNERO: Garrulus ESPÉCIE: G. Glandarius

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Pisco-de-peito-ruivo

Pisco-de-peito-azul

Cartaxo-comum

Erithacus rubecula Estas aves são das mais dóceis e facilmente se aproximam dos humanos. São bastante comuns por todo o país. Existem exemplares residentes, mas durante o Inverno migram para Portugal muitas aves oriundas de países mais a norte. Notáveis alguns exemplares que chegam de zonas como a Rússia ou Escandinávia, o que para uma ave tão diminuta é espectacular. São maioritariamente insectívoros, mas podem também ingerir frutas e bagas. Gostam de estar em zonas arborizadas e durante a reprodução preferem zonas com alguma humidade, como sejam jardins frondosos, silvados junto a cursos de água, salgueirais, etc. Faz 2 a 3 posturas entre Abril e Junho, com 5 a 6 ovos e a incubação dura 12 a 15 dias. As crias efectuam o primeiro voo entre os primeiros 12 a 15 dias e são penugentas e indefesas.

Luscinia svecica Esta ave tipo Cartaxo, com 13 a 15 cm de comprimento, é sobretudo Invernante em Portugal, passando alguns indivíduos a caminho de África. Habita junto de zonas húmidas com alguma vegetação, como caniços, juncos e amieiros. Alimenta-se de insectos. Faz uma a duas posturas entre Maio e Junho, com 5 a 7 ovos esverdeados com manchas avermelhadas e a incubação tem a duração de 13 a 15 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo aos 14 dias.

Saxicola torquata Pequena ave com 11 a 13 cm de comprimento. Reproduz-se em áreas abertas, com vegetação escassa ou rasteira, também em urzais e giestais. Ocorre tanto em zonas de baixa altitude, perto do mar, como em charnecas a maior altitude. Nidifica perto do solo, em giestas ou moitas. Fácil de observar e pouco tímido. Faz 2 a 3 posturas entre Abril e Junho, com 5 a 6 ovos azuis-claros com manchas castanhas e a incubação tem a duração de 15 dias. Entre os 12 e os 13 dias as crias, indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Erithacus ESPÉCIE: E. rubecula

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Turdidae GÉNERO: Luscinia ESPÉCIE: L. Svecica

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Saxicola ESPÉCIE: S. Torquata 15


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Melro-preto

Chasco-cinzento

Rabirruivo

Turdus merula Ave com 25 cm de comprimento, Residente e bem distribuida. Habita em jardins e parques, bosques de folhas caduca e mistos e charnecas. Alimenta-se de vermes, insectos, bagas e frutas. Uma a duas posturas por ano, entre Março e Maio, com 4 a 6 ovos azuis-claros com manchas avermelhadas. A incubação é de 11 a 17 dias e as crias indefesas e penugentas efectuam o primeiro voo entre os 12 e os 19 dias.

Oenanthe oenanthe Ave com 15 a 15,5 cm de comprimento e visitante estival no nosso território. Raramente pousa mais alto que um rochedo ou uma cerca. Reproduz-se em campos abertos com prados e pedregosos, prados litorais, terrenos agrícolas com muros de pedra. No Sul da Europa reproduz-se a grandes altitudes nas zonas alpinas. Esta ave inverna na África tropical, mesmo as aves que nidificam na Gronelândia e no Canadá, o que faz dela uma espécie migradora de longa distância, cruzando oceanos de forma ininterrupta. Alimenta-se de insectos e aranhas que captura no solo. Faz o ninho em buracos, fendas de rochedos, muros de pedra e até tocas de coelho. A postura é feita entre Abril e Maio, com incubação de 14 dias. Aos 15 dias de vida as crias fazem o seu primeiro voo.

Phoenicurus ochruros Ave com 14 a 16 cm de comprimento e relativamente comum. É sobretudo sedentário, mas Invernante no Sul. Os indivíduos das montanhas nidificam em falhas rochosas e buracos por baixo de pedras, enquanto os urbanos nidificam em buracos nas paredes e muros, debaixo de telhados, em celeiros. O ninho é feito de ervas secas, plantas e musgo, podendo ser revestido por pêlo e penas. Alimenta-se de insectos e suas larvas, aranhas e bagas. Faz 2 a 3 posturas, entre Abril e Junho, com 4 a 6 ovos brancos e incubação de 12 a 16 dias. As crias, indefesas e penugentas, efectuam o primeiro voo entre os 12 e os 19 dias.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Turdus ESPÉCIE: T. merula

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Oenanthe ESPÉCIE: O. oenanthe

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Phoenicurus ESPÉCIE: P. ochruros

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Tordoveia

Tordo-comum

Turdus viscivorus Ave com 26 a 29 cm de comprimento, o maior de todos os Tordos, que se distribui de uma forma mais ou menos generalizada por todo o país, apesar de ser ausente em algumas áreas do litoral. Reproduz-se em matagais, zonas de pinhal, parques. É uma ave Residente, mas de observação pouco comum já que é uma ave muito discreta e na nossa zona pouco abundante. O ninho tem a forma de uma taça e é construído na bifurcação de uma ramo de uma árvore. Entre Março e Abril, faz duas posturas com 4 a 5 ovos azuis com manchas avermelhadas, e a postura tem a duração de 12 a 15 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo aos 20 dias. Alimenta-se de insectos, bagas e vermes.

Turdus philomenos Ave com um comprimento variável entre os 22 e os 24 cm que habita sobretudo em charnecas, bosques e campos. Alimenta-se de vermes, caracóis, insectos e bagas. Faz o ninho em forma de taça, em árvores ou moitas. A Portugal chegam indivíduos da Escandinávia, Alemanha, Suíça, Polónia, do Reino Unido e Irlanda. Há também indivíduos que migram inicialmente para os Países Baixos, Bélgica e Noroeste de França, deslocando-se em Dezembro/Janeiro para Portugal e Espanha. Esta ave só migra quando é necessário e só quando as condições não são favoráveis, não permitindo sobrevivência. Entre Março e Junho faz 2 a 3 posturas com 4 a 6 ovos, com incubação de 11 a 15 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo aos 15 dias.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Turdus ESPÉCIE: T. viscivorus

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Turdidae GÉNERO: Turdus ESPÉCIE: T. philomenos 17


Fão Natural...

Felosa-comum

Felosa-musical

Felosa-poliglota

Phylloscopus collybita Habita e reproduz-se nos bosques abertos mas também surge em jardins e em vegetação arbustiva. É uma ave normalmente solitária que esvoaça, levanta voo e pousa na vegetação, com um comprimento entre os 10,5 e os 11,5 cm. Alimenta-se de insectos esvoaçando em redor da folhagem em alimentação contínua, por vezes alimentando-se no solo. O ninho é uma cúpula no solo, a postura é de 4 a 9 ovos brancos com manchas púrpuras. A incubação tem a duração média de 13 dias, as crias são penugentas e indefesas e fazem o seu primeiro voo entre os 12 e os 15 dias. 1 a 2 posturas em Abril e Maio.

Phylloscopus trochilus Esta pequena ave, com 10,5 a 11,5 cm de comprimento, apanhada na hora do banho, distribui-se pelo Norte da Europa e Ásia. Em Portugal a grande maioria dos indivíduos é observada na sua passagem para a África Tropical, onde passa o Inverno. Alimenta-se sobretudo de insectos, embora no Outono também de bagas. Habita em charnecas, bosques e sebes, em matas jovens, jardins e parques. Constrói o ninho em forma de taça e envolto em penas, em sebes junto ao solo. Faz uma a duas posturas entre Abril e Maio, com 13 a 14 dias de incubação. Os ovos, entre 4 e 9, são brancos com manchas púrpuras. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 12 e os 15 dias.

Hippolais polyglota Pequena ave, com 12 a 13 cm de comprimento, que é muito semelhante à Felosa-amarela, reproduz-se em florestas caducidófilas com vegetação arbustiva e clareiras e também em vegetação mais baixa (silvas, urzes-brancas, framboeseiras) com árvores dispersas. Visita-nos no Verão e inverna em África. Normalmente faz uma postura, mas às vezes duas, entre Maio e Junho, com 4 ovos rosados e manchas pretas, e a incubação tem a duração de 12 a 13 dias. As crias nascem nuas e indefesas e fazem o primeiro voo aos 12 dias. Alimenta-se de insectos.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Sylviidae GÉNERO: Phylloscopus ESPÉCIE: P. Collybita

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Sylviidae GÉNERO: Phylloscopus ESPÉCIE: P. trochilus

ORDEM: Passeriformes FAMÍLA: Sylviidae GÉNERO: Hippolais ESPÉCIE: H. Polyglotta

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Fão Natural...

Fuínha-dos-juncos

Papa-moscas-preto

Papa-amoras

Cisticola juncidis Ave pequena que se reproduz-se em áreas planas e abertas, erva alta ou campos. É Residente e o seu território estende-se desde a zona do Mediterrâneo através da Península Ibérica até às costas Francesas do Canal da Mancha. Duas a três posturas entre Março e Maio, de 4 a 6 ovos azuis-claros com ou sem pintas escuras, e 10 dias de incubação. As crias são nuas e indefesas. Alimenta-se de insectos.

Ficedula hypoleuca Esta ave que nos visita na parte mais quente do ano, passando o Inverno na África tropical, tem um comprimento que varia entre os 12 e os 13 cm. Habita em parques e florestas de caducidófilas e mistas e tem preferência por carvalhais antigos que lhe proporcionam grandes quantidades de insectos. Instala-se com muita facilidade em caixas ninho. O ninho é feito num buraco de uma árvore e tem a forma de taça. Faz uma postura por ano, entre Maio e Junho, com 6 a 7 ovos de cor azul-turquesa e a incubação tem a duração de 12 a 13 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 13 e os 15 dias. Alimenta-se de insectos que apanha em voo e nos finais do Verão e no Outono também se alimenta de bagas.

Sylvia communis Esta pequena ave, com 13 a 14 cm de comprimento, assemelha-se muito à Toutinegra-tomilheira (Sylvia conspicillata). É uma visitante estival bem distribuída por toda a Europa com excepção do norte da Escandinávia e inverna em África, a sul do Saará. Reproduz-se em terrenos agrícolas com sebes, em charnecas, bosques, orlas de matas. Alimenta-se de insectos e bagas. O ninho é feito na vegetação, junto ao solo e com a forma de taça. Faz 2 posturas, entre Maio e Junho, com 4 a 5 ovos azuis-claros com manchas cor de azeitona e a incubação tem a duração de 11 a 13 dias. As crias são indefesas e nuas e efectuam o primeiro voo entre os 10 e os 12 dias de vida.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLA: Cisticolidae GÉNERO: Cisticola ESPÉCIE: C. juncidis

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Muscicapidae GÉNERO: Ficedula ESPÉCIE: F. hypoleuca

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Sylviidae GÉNERO: Sylvia ESPÉCIE: S. communis 19


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Toutinegra-dos-valados Sylvia melanocephala Também conhecida por Toutinegra-decabeça-preta é essencialmente Residente, tem como território na Europa principalmente as regiões mediterrânicas, estendendo-se até à Síria e à Jordânia, estando limitada em África até Marrocos. O seu território tem sido alargado desde o final do sec. XIX, desde Malta ao sopé dos Alpes italianos, o sul de França, a Bulgária e a Roménia. Reproduz-se em arbustos altos e matas abertas com muita vegetação arbustiva. Faz um ninho em forma de taça normalmente junto à base de arbustos densos. Faz 2 posturas entre Março e Maio, com 3 a 4 ovos brancos de tonalidade variável, com pintas castanhas. A incubação dura 13 a 14 dias, e as crias, indefesas e nuas, fazem o seu primeiro voo aos 11 dias. Alimenta-se de insectos.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Sylviidae GÉNERO: Sylvia ESPÉCIE: S. melanocephala 20


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Alvéola-amarela

Alvéola-cinzenta

Alvéola-branca

Motacilla flava Esta ave visita-nos entre Abril e Setembro, depois de passar o Inverno em África. Mede cerca de 16 cm e reproduz-se em pântanos, prados alagados, margens de lagos e clareiras alagadas. Alimenta-se de insectos e suas larvas que apanha no solo. Faz uma ou duas posturas anuais com 5 a 6 ovos acinzentados, com manchas castanhoescuras, entre Maio e Junho e a incubação tem a duração de 12 a 14 dias. As crias, penugentas e indefesas, fazem o primeiro voo aos 17 dias.

Motacilla cinerea Esta é a maior das Alvéolas, com comprimento que varia entre os 17 e os 20 cm. Apesar de haver uma população Invernante, é uma Residente bem distribuída, que habita junto de cursos de água com árvores nas proximidades, lagos e albufeiras. O ninho é construído em forma de taça numa fenda nas rochas, em pontes de pedra, moinhos, sempre junto de água. Alimenta-se de insectos. Entre Abril e Maio, faz uma postura, às vezes duas, com 4 a 6 ovos castanho-claros com manchas acinzentadas. A incubação tem a duração de 11 a 14 dias e as crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo aos 17 dias.

Motacilla alba Tem um comprimento de 17 cm, mais ou menos, é observada, habitualmente, junto de massas de água permanentes ou temporárias, campos, jardins e parques, embora a sua capacidade de adaptação lhe permita ocupar biótopos mais secos. O ninho é uma estrutura consideravelmente grande, feito com galhos, lâminas de relva e folhas. Tem duas posturas, Abril e Junho, de 5 a 6 ovos cinzentos com manchas castanhas, e uma incubação de 12 a 14 dias, as crias são indefesas e penugentas e efctuam o primeiro voo entre os 13 e os 16 dias. A sua alimentação é essencialmente à base de insectos. As populações do sul e oeste europeus não são migratórias, mas as dos restantes territórios migram para o Mediterrâneo e para a África tropical.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Passeridae GÉNERO: Motacilla ESPÉCIE: M. Flava

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Motacillidae GÉNERO: Motacilla ESPÉCIE: M. cinerea

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Passeridae GÉNERO: Motacilla ESPÉCIE: M. alba 21


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Andorinha-das-chaminés

Petinha-dos-prados

Hirunda rustica Esta ave que nos visita no Verão tem um comprimento, quando adulto, que varia entre os 17 e os 21 cm. Inverna em África. Muito conhecida pelos seus voos rasantes quando caça insectos em voo e pelos seus característicos ninhos feitos em forma de taça, com lama e plantas, que observamos nos beirais, debaixo de pontes e nas chaminés. No ninho, os casais alisam as penas um do outro e trocam chilreios amorosos, à semelhança dos Periquitos. Emitem sons diferentes de alarme, conforme o perigo venha de um gato ou de uma ave de rapina, por exemplo. Fazem 2 a 3 posturas entre Maio e Junho, com 4 a 5 ovos brancos sarapintados de vermelho e incubação de 14 a 16 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 17 e os 24 dias.

Anthus pratensis Espécie bem distribuída e abundante nos terrenos pantanosos litorais e nas praias de Inverno, charnecas, estuários e campos. Comprimento entre os 14 e os 15 cm, tem um tipo de voo directo e peneira. O ninho tem a forma de taça e é feito no solo. Faz uma a duas posturas, entre Abril e Junho com 3 a 5 ovos de cor variável e pintas castanhas, e com incubação entre os 11 e os 15 dias. As crias são indefesas e penugentas, efectuando o primeiro voo entre os 10 e os 14 dias de vida. Alimenta-se de insectos. Residente bem distribuída no Noroeste da Europa, visitante estival da Islândia, Escandinávia e Europa Oriental. Apenas no Inverno na Península Ibérica.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Hirundinidae GÉNERO: Hirundo ESPÉCIE: H. rustica

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Passeridae GÉNERO: Anthus ESPÉCIE: Anthus pratensis

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Pintarroxo

Verdilhão

Milheirinha

Carduelis cannabina Ave com 14 cm aproximadamente, que habita em paisagens abertas com sebes e arbustos. As áreas de frutíferas, os jardins e parques, também são zonas da sua preferência. Alimenta-se de plantas herbáceas e sementes. Nidifica sob sebes, arbustos ou árvores jovens. Quase sempre faz 2 posturas, entre Abril e Junho, com 4 a 6 ovos azuis-claros com manchas avermelhadas. A incubação é de 10 a 14 dias e as crias, indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo entre os 14 e os 17 dias.

Carduelis chloris É o maior e mais comum de todos os fringilídeos, entre os 14 e os 15 cm de comprimento, encontrando-se numa vasta variedade de habitats sentindo-se melhor em campos arborizados e jardins, onde se reproduz. Por ser resistente ao frio muitos indivíduos invernam no Norte mas, outros, migram para Oeste e Sudoeste da Europa. Muito cauteloso, é tímido por vezes. Nidifica em árvores, arbustos ou nos beirais das janelas. O ninho tem a forma de taça. Duas a três posturas entre Abril e Junho, de 4 a 6 ovos azuis-claros com manchas pretas e incubação de 12 a 14 dias. As crias são penugentas e indefesas, efectuando o primeiro voo entre os 13 e os 16 dias. A sua alimentação tem como base as sementes e bagas.

Serinus serinus Ave tipo tentilhão, com 11 a 12 cm de comprimento e muito comum em todo o território nacional. Habita em pequenos bosques, pomares, jardins e parques de preferência com algumas coníferas. Nidifica relativamente alto e faz o ninho, normalmente, numa forquilha pequena, com a forma de taça e é feito com ervas, caules de plantas, musgo e líquenes, forrado com penas, pêlo e matéria vegetal macia. Alimenta-se de sementes e rebentos de amieiro e vimieiro. Faz uma a duas posturas entre Abril e Maio, com 4 ovos azuis-claros e pintas castanhas, a incubação tem a duração de 13 dias, as crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo aos 14 dias.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringillidae GÉNERO: Carduelis ESPÉCIE: C. cannabina

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringilidae GÉNERO: Carduelis ESPÉCIE: C. chloris

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringillidae GÉNERO: Serinus ESPÉCIE: S. Serinus 23


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Pardal-montês

Pardal-comum

Escrevedeira-de-garganta-preta

Passer montanus Ave pequena com 12,5 a 14 cm, que se reproduz em bosques, charnecas, jardins e áreas cultivadas. Pode ser confundido com a fêmea do Pardalcomum (Passer domesticus). Nidifica em cavidades naturais de árvores, em cavidades nas rochas ou edifícios. É Residente no nosso território. Faz 2 a 3 posturas por ano com 4 a 6 ovos cinzento-claros e manchas castanhas. A incubação dura 11 a 14 dias e as crias são nuas e indefesas. Alimenta-se de insectos e sementes.

Passer domesticus Uma ave bastante conhecida e comum, com comprimento que varia entre os 14 e os 15 cm. É uma ave Residente e bem distribuida por todo o território nacional, formando grandes bandos depois das colheitas de Verão. Nidifica por baixo de telhas, condutas de ar, recantos de edífícios, muros e por vezes em árvores. Faz 2 a 3 posturas, entre Abril e Junho, com incubação que varia entre os 11 e os 14 dias. Os ovos são cinzentos manchados. As crias, nuas e indefesas, efectuam o seu primeiro voo aos 15 dias. Alimentam-se de sementes, insectos, pão e até de restos da nossa comida, como o arroz, por exemplo.

Emberiza cirlus Ave com um comprimento que varia entre os 15,5 e os 16,5 cm e habita em campos e sebes, charnecas e margens dos bosques. Pousa tanto na vegetação como no solo. É Residente, mas tem-se observado algum declínio em algumas áreas. A fêmea pode ser confundida com a fêmea da Escrevedeira-amarela. Nidifica no meio de moitas a baixa altura, e o ninho tem a forma de taça. Faz 2 a 3 posturas entre Maio e Junho, com 3 a 4 ovos brancos com manchas pretas. A incubação tem a duração de 11 a 13 dias, e as crias, indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo aos 12 dias. Alimenta-se de sementes e bagas.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Passeridae GÉNERO: Passer ESPÉCIE: P. montanus

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Passeridae GÉNERO: Passer ESPÉCIE: P. domesticus

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Emberizidae GÉNERO: Emberiza ESPÉCIE: E. cirlus

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Fão Natural...

Pintassilgo

Tentilhão

Lugre

Carduelis carduelis É uma ave com 12 a 13 cm de comprimento que se reproduz em bosques mistos e bosques de folha caduca, pinhais e jardins. Faz o ninho, em forma de taça, nas copas das árvores. Entre Abril e Maio faz duas posturas de 4 a 7 ovos azuis com manchas pretas, e a incubação tem a duração de 12 a 14 dias. As crias são penugentas e indefesas e fazem o primeiro voo entre os 13 e os 16 dias. Alimenta-se principalmente de sementes de cardo. Infelizmente é alvo de grandes capturas, o perigo maior que enfrenta.

Fringilla coelebs Ave com 14 a 16 cm de comprimento, Residente e Invernante. Habita em todos os tipos de bosques, paisagens com sebes, parques e jardins e bem distribuído. Alimenta-se de sementes, frutos e cereais, apesar de na época de nidificação também se alimentar de insectos e aranhas. O ninho, feito numa bifurcação de ramos, tem a forma de taça, é muito bem cuidado e é camuflado com líquenes e musgo. Faz 1 a 2 posturas por ano, com 4 a 5 ovos azuis-claros e manchas avermelhadas. A incubação tem a duração de 11 a 13 dias e as crias, indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo entre os 12 e os 15 dias.

Carduelis spinus Este pequeno fringilídeo, 11 a 12,5 cm, habita em charnecas, sebes e bosques. Nidifica quase sempre em ramos exteriores de pinheiros, a 5 metros de altura. Faz uma a duas posturas, entre Abril e Maio, com 4 a 6 ovos azuis-claros e manchas avermelhadas, com incubação de 11 a 14 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo ao fim de 13 a 15 dias. Alimenta-se de sementes e, para criar os juvenis, também de insectos.

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringillidae GÉNERO: Carduelis ESPÉCIE: C. carduelis

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringillidae GÉNERO: Fringilla ESPÉCIE: F. coelebs

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Fringillidae GÉNERO: Carduelis ESPÉCIE: C. spinus 25


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Pombo-torcaz

Pombo-das-rochas

Rola-turca

Columba palumbus Este é o maior de todos os pombos, com um comprimento entre os 39 e os 44 cm. É Residente e abundante. Habita em florestas e bosques, campos e charnecas. Faz o ninho numa plataforma de ramos, normalmente a alturas elevadas.Tem 3 posturas por ano, entre Abril e Junho, de 2 ovos brancos, com incubação de 17 dias. As crias indefesas e penugentas fazem o primeiro voo entre os 29 e os 35 dias. Alimenta-se de sementes e grãos.

Columba livia Esta é uma espécie que se encontra distribuída por tudo o mundo, com excepção do continente da Antártida. A população selvagem (o original Pombo-dasrochas) reproduz-se e nidifica em penhascos íngremes no litoral e na montanha. Ao longo dos tempos, os Pombos-das-rochas que foram domesticados e foram fugindo do cativeiro, cruzaram-se com as populações selvagens, dando origem a indivíduos com diversas plumagens, que vamos vendo nos parques, nas cidades, enfim, em todo o lado, o Pombo-doméstico. Faz 2 a 3 posturas entre Março e Setembro, com 2 ovos brancos e a incubação tem a duração de 17 a 19 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre os 30 e os 35 dias de vida. Alimenta-se de sementes e grãos.

Streptopelia decaocto Ave com 31 a 34 cm de comprimento, que se reproduz próximo de quintas, em cidades, parques, jardins, onde houver árvores densas para que possa nidificar. Invadiu a Europa nas últimas décadas. É Residente e está a sofrer algum declínio. Alimenta-se de sementes e grãos. Pode fazer 2 a 5 posturas de 2 ovos brancos, entre Março e Setembro, o período de incubação é de 14 dias, e as crias, indefesas e penugentas, efectuam o primeiro voo aos 18 dias.

ORDEM: Columbiformes FAMÍLIA: Columbidae GÉNERO: Columba ESPÉCIE: C. palumbus

ORDEM: Coloumbiformes FAMÍLIA: Columbidae GÉNERO: Columba ESPÉCIE: C. livia

ORDEM: Columbiformes FAMÍLIA: Columbidae GÉNERO: Streptopelia ESPÉCIE: S. decaocto

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Carriça

Ferreirinha

Troglodytes troglodytes Ave pequena tem 9 a 10 cm de comprimento. É Residente e reproduz-se em matas com densa vegetação arbustiva, em grandes clareiras e matagais densos e, frequentemente, em vegetação ripícola e em jardins; também em ilhas áridas com arbustos e muros. A dimensão muito pequena realçada pelo pescoço curto e a cauda curta caricata que mantém geralmente erguida, conferem-lhe o aspecto de uma pequena bola. As posturas são feitas entre Abril e Maio, com 5 a 8 ovos brancos e manchas vermelhas, com incubação de 14 a 17 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 15 e os 20 dias.

Prunella modularis Ave de pequenas dimensões, 13 a 14 cm de comprimento, Residente e habita em parques, jardins, bosques, matagais e bosques de coníferas preferencialmente jovens. Alimenta-se de insectos, mas no Outono e Inverno também come sementes e bagas. O ninho tem a forma de taça, é feito com ramos e muito musgo e instalado em arbustos ou em pinheiros jovens, quase junto do solo. A postura é feita entre Abril e Maio, às vezes duas, com 4 a 5 ovos azuis brilhantes, com incubação de 12 a 13 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o seu primeiro voo aos 12 dias.

(Capturado para anilhagem)

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Certhiidae GÉNERO: Troglodytes ESPÉCIE: T. troglodytes

ORDEM: Passeriformes FAMÍLIA: Prunelliidae GÉNERO: Prunella ESPÉCIE: P. modularis 27


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Peto-verde

Pica-pau-grande-malhado

Guarda-rios

Picus viridis Esta linda ave tem um comprimento de 30 a 36 cm e uma envergadura de 45 a 51 cm, sendo o maior pica-pau existente no nosso território. Reproduz-se em bosques com árvores de folhas caducas ou mistos, parques e áreas agrícolas com pastagens. Possuem um bico forte e uma língua alongada para apanharem formigas, sua fonte principal de alimentação. O ninho é feito num buraco numa árvore e tem 6 a 7 cm de entrada. Uma postura entre Abril e Maio, com 5 a 8 ovos brancos e incubação de 18 a 19 dias. As crias são indefesas e nuas e fazem o primeiro voo entre os 18 e os 21 dias. A incubação é partilhada pelos dois progenitores, sendo que o macho ocupa essa tarefa exclusivamente durante a noite.

Dendrocopos major Esta ave com 23 a 26 cm de comprimento e 38 a 44 cm de envergadura, existe em todo o território nacional. As áreas com abetos e pinheiros são as suas preferidas para reprodução já que as sementes das coníferas são um alimento muito importante, sobretudo no Inverno. A sua alimentação principal, para além das sementes, são os insectos, que procura por baixo das cascas de pinheiro, e por vezes também consome ovos e crias de outras aves. O seu ninho é feito num buraco de árvore, entre os 3 e os 5 metros do solo com um diâmetro na entrada de 5 a 6 cm e por vezes com pedaços de madeira no fundo. A sua postura é feita entre Maio e Junho, de 4 a 7 ovos brancos e com incubação de 16 dias. As crias são nuas e indefesas e fazem o seu primeiro voo entre os 18 e os 21 dias.

Alcedo atthis Esta magnífica ave é Residente, Migradora de Passagem e Invernante, sendo oriundas da Europa Ocidental as aves que por cá passam o Inverno. Habita em cursos de água, lagoas costeiras, paúis e barragens. Alimenta-se principalmente de peixe, que apanha mergulhando na água a pouca profundidade a partir de um poiso ou peneirando. Faz 2 posturas entre Abril e Junho com 6 a 7 ovos brancos, com incubação de 19 a 21 dias. As crias são indefesas e nuas e fazem o seu primeiro voo entre os 23 e os 27 dias. É uma ave pouco abundante e, sobretudo a Norte do Douro, em declínio.

ORDEM: Piciformes FAMÍLIA: Picidae GÉNERO: Picus ESPÉCIE: P. Viridis

ORDEM: Piciformes FAMÍLIA: Picidae GÉNERO: Dendrocopus ESPÉCIE: D. major

ORDEM: Coraciiformes FAMÍLIA: Alcedinidae GÉNERO: Alcedo ESPÉCIE: A. Atthis

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Águia-de-asa-redonda

Águia-pesqueira

Gavião

Buteo buteo Ave de rapina relativamente comum, com um comprimento que varia entre os 46 e os 58 cm e envergadura entre os 110 e os 132 cm. O seu habitat são as florestas ou pequenos bosques com acesso a descampados, campos de cultivo, prados e pântanos, onde faz as suas caçadas. Alimenta-se de aves, coelhos, répteis, anfíbios, insectos e minhocas. Pode ver-se pousada em cercas ou postes à procura das presas. Plana voando em círculos e faz mergulho aéreo. O ninho é feito com gravetos numa árvore. A única postura é de 2 a 3 ovos azuis-claros, com incubação de 36 a 41 dias, e é feita entre Abril e Junho. As crias são indefesas e penugentas e têm o seu primeiro voo aos 45 dias.

Pandion haliaetus A Águia-pesqueira é uma ave de rapina de grande porte. Muitas vezes, quando avistada a longa distância é confundida com uma grande gaivota. Morfologicamente está especialmente adaptada ao tipo de alimentação que é quase em exclusividade, peixe. Possui patas grandes e fortes, garras longas e curvadas, superfície inferior dos dedos coberta por pequenos espinhos e o dedo exterior reversível. Esta espécie encontra-se normalmente associada a zonas húmidas de média ou grande dimensão, águas doces, salobras ou salgadas. Tem o estatuto de vertebrado em perigo de extinção. Está, desde há uma década, extinta em Portugal como reprodutora.

Accipter nisus Ave com 35 a 41 cm de comprimento e 67 a 80 cm de envergadura, a fêmea é maior que o macho, como na maior parte das rapinas. A sua forma de voo quando se eleva em altitude assemelha-se à do Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus), semelhança que desaparece quando o Gavião persegue, de forma energética, pequenas aves. É uma ave Residente embora também haja uma população Invernante. Reproduz-se em florestas, perto de povoações, em parques. Faz uma postura por ano, entre Abril e Junho, com 4 a 5 ovos brancos com manchas castanhas e a incubação tem a duração de 42 dias. As crias são indefesas e penugentas e fazem o seu primeiro voo aos 32 dias. Alimenta-se de pequenas aves.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Accipitridae GÉNERO: Buteo ESPÉCIE: B. buteo

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Pandionidae GÉNERO: Pandion ESPÉCIE: P. haliaetus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Accipitridae GÉNERO: Accipeter ESPÉCIE: A. nisus 29


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Tartaranhão-ruivo-dos-pauis

Peneireiro-vulgar

Circus aeruginosus É uma ave de rapina grande (43 a 45 cm de comprimento e 115 a 140 cm de envergadura), sendo a maior do grupo dos Tartaranhões e maior que a Águia-de-asaredonda, esta, comum na nossa zona. Reproduz-se em lagos e rios de água doce e pouco profunda. Alimenta-se de pequenos mamíferos, aves, insectos, ovos. O ninho é feito numa plataforma em caniçais altos. Faz uma postura entre Abril e Maio, com 4 ou 5 ovos de cor branca-azulada, e incubação de 33 a 38 dias. As crias, indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo entre os 35 e os 40 dias. Esta fotografia de tão pouca qualidade vale exclusivamente pelo registo da espécie nesta áera.

Falco tinnunculus Ave de rapina com 33 a 36 cm de comprimento. O seu habitat são campos de cultivo, charnecas, povoações, escarpas, florestas e pântanos. É solitário, voa alto em círculos e peneira. Faz o ninho em saliências rochosas, em árvores ou cavidades em edifícios. Uma postura entre Abril e Junho, com 4 a 5 ovos brancos sarapintados de castanho. A incubação tem a duração de 27 a 29 dias, as crias são indefesas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre os 27 e 39 dias. Alimenta-se de pequenos mamíferos e aves. Residente comum e bastante disseminado, mas mesmo assim ainda não me foi possível uma fotografia com melhor qualidade.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Accipitridae GÉNERO: Circus ESPÉCIE: C. aeruginosus

ORDEM: Falconiformes FAMÍLA: Falconidae GÉNERO: Falco ESPÉCIE: F. tinnunculus

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Tarambola-dourada

Tarambola-cinzenta

Combatente

Pluvialis apricaria A Tarambola-dourada, tem 25 a 28 cm de comprimento e 53 a 59 cm de envergadura. O seu habitat e local de reprodução são charnecas, turfeiras, campos e pântanos. Os bandos migradores são densos e voam rapidamente. Raramente avistada a andar na água, é tímida e cautelosa. Alimenta-se de insectos, vermes, bagas e sementes. O ninho é uma depressão no solo. Caminha, corre, levanta voo e pousa no solo. Tem uma postura entre Abril e Junho, com 4 ovos castanhos-amarelados com manchas castanhas, com incubação de 27 a 28 dias, as crias são activas e penugentas e fazem o primeiro voo às 4 semanas. Reproduz-se na Islândia, no Norte da GrãBretanha e na Escandinávia.

Pluvialis squatarola Ave com 27 a 30 cm de comprimento e 71 a 83 cm de envergadura, Migradora de Passagem e Invernante. Alguns indivíduos podem permanecer no nosso território no período estival. As aves que nos visitam são oriundas da Sibéria. Habita em estuários e salinas, terrenos alagados, orla costeira. Apesar de comer insectos e minhocas, a sua alimentação principal são os moluscos e os crustáceos. O período reprodutivo situa-se entre Junho e Julho, faz uma postura de 3 ou 4 ovos, e a incubação tem a duração de 26 a 27 dias. As crias efectuam o primeiro voo entre os 35 e os 45 dias. O ninho é instalado no solo.

Philomachus pugnax Também conhecida em Portugal como Gambeta ou Carrapateiro, esta limícola pouco comum, tem um comprimento de 20 a 30 cm e uma envergadura de 48 a 58 cm. É uma Migradora de Passagem e Invernante de forma escassa. Ocorre sobretudo no litoral em estuários, salinas, terrenos alagados e arrozais, mas também já foram observados no interior e em grandes concentrações. Reproduz-se na Escandinávia, na Holanda, Alemanha e Polónia. Inverna em África. O ninho é uma cavidade no solo. Faz uma postura entre Maio e Abril com 4 ovos cor de azeitona e manchas castanhas. A incubação tem a duração de 20 a 21 dias e as crias são activas e penugentas. Efectuam o primeiro voo entre os 25 e os 28 dias. Alimenta-se de insectos, moluscos, crustáceos, rãs e pequenos peixes.

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Pluvialis ESPÉCIE: P. apricaria

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Pluvialis ESPÉCIE: P. squatarola

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Philomachus ESPÉCIE: P. pugnax 31


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Perna-verde

Perna-vermelha

Fuselo

Tringa nebularia Esta ave tipo limícola de tamanho médio, 29 a 32 cm de comprimento, é Invernante e Migradora de Passagem. Distribui-se ao longo da faixa costeira em estuários, terrenos alagados, salinas, arrozais e barragens. Alimenta-se caminhado e correndo, na maré vasa, sobretudo de insectos e larvas. Os crustáceos, moluscos, anfíbios, pequenos peixes e às vezes pequenos roedores, também fazem parte de sua alimentação. Faz o seu ninho numa cavidade no solo, em terreno aberto. A postura, de 4 ovos castanhos-amarelados com manchas castanhas, é feita entre Maio e Junho e a incubação tem a duração de 24 a 25 dias. As crias são activas e penugentas e efectuam o primeiro voo entre os 25 e os 30 dias.

Tringa totanus Esta ave, com 24 a 27 cm de comprimento e 47 a 53 cm de envergadura, tem o estatuto de conservação de Pouco Preocupante enquanto Visitante e Migrador de Passagem e de Criticamente em Perigo enquanto nidificante (pensa-se que esta população seja inferior a 50 indivíduos), no nosso território, segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. Em termos Europeus a sua população é considerada em declínio. Reproduz-se em pântanos quer costeiros quer de interior, em prados húmidos e albufeiras. São muito tímidos e de aproximação difícil. O ninho é feito no solo numa simples cavidade. A única postura anual é feita entre Maio e Junho, com 4 ovos cor-de-azeitona e manchas escuras. O tempo de incubação não é perfeitamente conhecido. As crias são activas e penugentas. Alimenta-se de moluscos e crustáceos.

Limosa lapponica Esta ave do tipo límicola, com um comprimento entre os 36 e os 40 cm, habita nos estuários, praias e pântanos de água doce. É um migrador e um numeroso visitante invernal. Reproduz-se no extremo norte da Escandinávia. O seu ninho é uma cavidade revestida no solo. Os seus ovos, provenientes de uma postura feita entre Maio e Junho, em número de 4 e de cor de azeitona com manchas castanhas, têm uma incubação de 21 a 23 dias. Alimenta-se de moluscos e vermes.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Tringa ESPÉCIE: T. nebularia

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Tringa ESPÉCIE: T. totanus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Limosa ESPÉCIE: L. lapponica

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Maçarico-das-rochas

Maçarico-galego

Maçarico-de-bico-direito

Tringa hypoleucos Esta ave, tipo límicola de tamanho pequeno, é Residente, Migrador de Passagem e Invernante. Distribui-se por todo o país, mas muito mais comum na faixa litoral, em estuários, salinas, cursos de água, terrenos alagados, paúis, arrozais. Alimenta-se caminhado no chão ou na maré vasa, de insectos e larvas, moluscos e crustáceos. Às vezes alimenta-se também de pequenos peixes e girinos. Faz o ninho no solo escondido na vegetação mais densa. Faz uma postura entre Maio e Junho, com 4 ovos, castanhos-amarelados com manchas castanhas, a incubação tem a duração de 20 a 23 dias. As crias, activas e penugentas, fazem o primeiro voo entre os 21e os 26 dias.

Numenius phaeopus Ave de tamanho médio, com 40 a 42 cm de comprimento e 76 a 89 cm de envergadura. No nosso território é Invernante e Migradora de Passagem duplamente, entre Abril e Maio na migração pré-nupcial e entre Agosto e Setembro, na migração pós-nupcial. Encontra-se sobretudo na orla costeira em estuários, salinas, terrenos alagados e arrozais. Alimenta-se de caranguejos e outros crustáceos, moluscos e menos frequentemente de pequenos peixes, répteis e até aves. Entre Maio e Junho, faz somente uma postura de 4 ovos castanhos-esverdeados, com manchas castanhas. O período de incubação é de 25 a 28 dias e as crias, activas e penugentas, estão prontas a voar entre os 35 e os 45 dias.

Limosa limosa Esta ave limícola de tamanho relativamente grande, de 40 a 44 cm de comprimento e 70 a 82 cm de envergadura, é uma Migradora de Passagem e Invernante. É uma ave que tem o estatuto de comum no nosso território, sendo que as nossas zonas húmidas recebem uma grande percentagem destas aves que invernam na costa oeste da Europa. Habitam em pântanos, estuários, terrenos alagados, salinas e arrozais. Alimentam-se de invertebrados, anelídeos, moluscos, crustáceos, girinos, ovos de peixe e de anfíbios. O ninho é feito no solo numa cavidade e disfarçado pela vegetação rasteira. Faz uma postura entre Abril e Junho com 4 ovos verdes com manchas castanhas. A incubação dura 22 a 24 dias e as crias activas e penugentas, efectuam o primeiro voo às 4 semanas.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Tringa ESPÉCIE: T. hypoleucos

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLA: Charadriidae GÉNERO: Numenius ESPÉCIE: N. phaeopus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Limosa ESPÉCIE: L. limosa 33


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Borrelho-grande-de-coleira

Borrelho-pequeno-de-coleira

Borrelho-de-coleira-interrompida

Charadrius hiaticula Embora seja uma Migradora de Passagem e Invernante, esta ave também pode permanecer durante o período de Verão. As aves que chegam a Portugal, sendo que uma grande percentagem se fixa na Ria Formosa, são oriundas da Europa Ocidental e Setentrional. O seu habitat distribui-se pela orla costeira, estuários, arrozais, terrenos alagados e salinas. Alimenta-se de invertebrados durante a maré vasa. Faz o ninho numa pequena depressão no solo, a descoberto, às vezes no meio da vegetação, mas sempre perto da água. Faz 2, às vezes 3, posturas, com 4 ovos castanhos-amarelados e manchas castanhas, entre Abril e Julho. A incubação é de 23 a 26 dias, as crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo ao fim de 15-23 dias.

Charadrius dubius Ave de 15 a 18 cm de comprimento e 32 a 35 cm de envergadura. Visita-nos no Verão e é Migrador de Passagem em Março e Outubro e inverna em África. A sua reprodução é feita em terreno sem vegetação, perto de água, normalmente arenoso e com cascalho. Tem preferência por margens e estuários de cursos de água doce e o ninho é uma depressão descoberta no solo. Faz um postura, entre Março e Junho, com 4 ovos castanhos-amarelados com pintas e manchas castanhas e a incubação tem a duração de 24 a 26 dias. As crias são activas e penugentas e fazem seu primeiro voo entre os primeiros 21 e 24 dias de vida. Alimenta-se de insectos e moluscos.

Charadrius alexandrinus Esta ave, com 17 a 19 cm de comprimento, é Residente e Migradora de Passagem. Em Portugal distribui-se por toda a faixa costeira, do Minho ao Algarve, podendo ocorrer ainda que em pequeno número, em barragens e açudes do interior, sobretudo no Alentejo. Alimenta-se de insectos, crustáceos e vermes, na maré vasa. O casal, que pode estar junto durante vários anos, faz o ninho numa depressão no solo e trata em conjunto das crias. A postura que é feita entre Abril e Junho, é de 3 ovos castanhos-amarelados com manchas pretas. A incubação tem a duração de 24 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o primeiro voo aos 25 dias.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Charadiidae GÉNERO: Charadrius ESPÉCIE: C. hiaticula

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Charadrius ESPÉCIE: C. dubius

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Charadrius ESPÉCIE: C. alexandrinus

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Rola-do-mar Arenaria interpres Ave com 21 a 24 cm de comprimento e envergadura de 43 a 49 cm. É Migradora de Passagem dupla e Invernante. Habita em estuários e praias, preferindo zonas pedregosas ou rochosas. A sua alimentação é muito variada, mas prefere invertebrados que procura no chão levantando pedras e algas com o bico, para apanhar a presa que está por baixo ( na galiza chama-se, por causa deste comportamento, Revuelve piedras). O seu ninho é uma cavidade no solo e faz uma postura de 4 ovos esverdeados com manchas castanhas, entre Maio e Julho. A incubação tem a duração de 22 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre os 19 e os 21 dias.

ORDEM: Cinconiiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Arenaria ESPÉCIE: A. interpres 35


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Pernilongo

Abibe

Pilrito-comum

Himantopus himantopus Esta ave limícola de tamanho médio, é extremamente elegante graças às suas pernas que podem medir até 17 cm. Habita em salinas, lagoas costeiras, terrenos alagados e pauis, charcos, barragens e pisciculturas. Alimenta-se de invertebrados, sobretudo aquáticos, como: insectos aquáticos e suas larvas, borboletas e suas larvas e gastrópodes, girinos, peixes e seus ovos. O ninho é feito em zonas de água pouco profunda, ficando normalmente exposto. Faz uma postura de 3 a 5 ovos castanhosamarelados com pintas pretas. A incubação tem a duração de 24 a 26 dias e as crias, activas e penugentas, fazem o seu primeiro voo entre os 28 e os 32 dias.

Vanellus vanellus O Abibe-comum é uma ave com 28 a 31 cm de comprimento e 67 a 72 cm de envergadura. Apesar de parecer preto e branco, tem tons esverdeados e púrpura. É uma ave Residente aumentando muito a sua população no Inverno, com grandes bandos que chegam do norte e leste da Europa. Frequenta zonas abertas do interior ou da costa, como campos de cultivo ou prados costeiros e pastos junto de lagos. No Inverno forma grandes bandos em campos de cultivo e pântanos. O ninho é uma cavidade coberta no solo. Faz uma postura por ano, entre Março e Abril, com 4 ovos castanhos-amarelados e manchas pretas. A incubação tem a duração de 24 a 29 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo aos 33 dias. Alimenta-se de insectos e minhocas.

Calidris alpina Ave tipo limícola de tamanho médio com 16 a 19 cm de comprimento, Invernante e Migradora de Passagem. Distribui-se sobretudo na faixa litoral, mas também, em número bastante inferior, no interior. Os estuários, as salinas, terrenos alagados, arrozais e barragens, são os seu habitat. Alimenta-se sondando as lamas da vasante com o bico ou capturando as presas à superfície da água. Pequenos invertebrados, insectos, crustáceos e bibalves, são a base da sua alimentação. Entre Maio e Julho faz a sua única postura com 4 ovos esverdeados com manchas castanhas e a incubação tem a duração de 21 a 22 dias. As crias, activas e penugentas, fazem o primeiro voo aos 25 dias.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Himantopus ESPÉCIE: H. himantopus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Charadriidae GÉNERO: Vanellus ESPÉCIE: V. vanellus

ORDEM: Charadriiformes FAMÍLIA: Scolopacidae GÉNERO: Calidris ESPÉCIE: C. alpina

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Gaivota-de-asa-escura

Gaivota-de-patas-amarelas

Alcatraz-pardo

Larus fuscus Esta é uma Gaivota grande, com 51 a 56 cm de comprimento, que habita sobretudo em pântanos, turfeiras, no mar e estuários, campos e praias. É Residente e muito comum. Alimenta-se de tudo o que encontra, facto que podemos muito bem observar aqui em Fão. Faz o ninho numa cavidade no solo. Uma postura entre Abril e Junho, com 3 ovos cor de azeitona e manchas escuras, com duração 25 a 29 dias de incubação. As crias são activas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 35 e os 40 dias.

Larus michahellis Muito parecida com a Gaivota-argêntea, é uma ave grande com 51 a 58 cm de comprimento e 120 a 140 cm de envergadura. Alimenta-se praticamente de tudo e é frequente observá-la a alimentar-se em lixeiras. É muito comum. Habita em cidades, estuários, rochedos no mar, praias e pântanos. Observa-se na costa mas também é possível vê-la no interior. Normalmente nidifica em colónias em ilhas perto da costa, em penhascos e lagos. O ninho é uma taça feita com vegetação, em rochedos, dunas e até em edifícios. Tem uma postura entre Abril e Maio, com 2 a 3 ovos e incubação de 25 a 33 dias. As crias são parcialmente activas e penugentas e efectuam o primeiro voo às 6 semanas.

Larus canus Este indivíduo apresenta plumagem de Inverno, altura em que nos visita. É uma ave com 40 a 46 cm de comprimento e envergadura de 100 a 115 cm. Reproduz-se no Norte e Ocidente da Europa em colónias ou isolado, em ilhas, pântanos, ao longo da costa ou lagos interiores. Constrói os ninhos perto da água, no solo, normalmente em cima de grandes pedras e às vezes em cima de postes de amarração em portos. Raramente também faz o ninho em cima de árvores ou telhados. Alimenta-se de minhocas, insectos e moluscos. Faz uma postura de 3 ovos verdes-claros com manchas castanhas, em Maio, com incubação de 22 a 27 dias. As crias são parcialmente activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo às 4 semanas.

ORDEM: Cinconiiformes FAMÍLIA: Laridae GÉNERO: Larus ESPÉCIE: L. fuscus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Laridae GÉNERO: Larus ESPÉCIE: L. michahellis

ORDEM: Cinconiiformes FAMÍLIA: Laridae GÉNERO: Larus ESPÉCIE: L. canus 37


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Guincho

Andorinha-do-mar-comum

Larus ridibundus Espécie comum que se reproduz colonialmente em lagos com extensos caniçais ou em áreas pantanosas, bem como em lagoas perto da costa. Migrador do extremo Norte, retira-se no Inverno quando há gelo. Alimenta-se de invertebrados e sementes em terrenos arados, pântanos, na linha de costa. Não é tímido. O ninho é uma cavidade ou uma taça de vegetação. Faz uma postura entre Abril e Maio, com 3 ovos castanhos-amarelados e pintas pretas. A incubação tem a duração de 21 a 26 dias. O primeiro voo das crias, parcialmente activas e penugentas, é feito entre as 5 e as 6 primeiras semanas.

Sterna hirundo Ave de tamanho médio, 20 a 36 cm de comprimento, que no nosso território é Migradora de Passagem e Invernante. Habita em zona costeiras, estuários, salinas e lagoas costeiras. Alimenta-se principalmente de pequenos peixes e às vezes de crustáceos e insectos. Obtém o alimento com mergulhos na água em voo picado e voos rasantes, sempre com um voo forte. Reproduz-se entre Maio e Julho. Faz uma postura com 2 a 3 ovos de cor creme e manchas pretas, com incubação de 20 a 23 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre os 24 e os 28 dias. O ninho é uma cavidade nua, a descoberto, no chão.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Laridae GÉNERO: Larus ESPÉCIE: L. ridibundus

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Laridae GÉNERO: Sterna ESPÉCIE: S. hirundo

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Garça-boieira

Garça-branca

Garça-imperial

Bubulcus ibis Garça de tamanho médio e muito comum e Residente em Portugal, podendo no entanto haver uma migração parcial para o norte de África durante o Inverno. Frequenta zonas abertas de vegetação rasteira, pastagens, cursos de água, prados húmidos, arrozais e pauis. Alimenta-se principalmente de insectos, mas também os moluscos e girinos, peixes, répteis e pequenos mamíferos, fazem parte da sua alimentação. Está associada ao gado, pois alimenta-se dos animais que este vai espantando. O ninho é instalado em caniçais, arbustos ou árvores. As posturas podem ir até três, mas o comum é uma postura única de 4 a 5 ovos. A incubação é de 22 a 26 dias, e as crias fazem o seu primeiro voo aos 30 dias, aproximadamente.

Egretta garzeta É uma ave residente, apesar de parte da população nidificante efectuar, eventualmente, movimentos migratórios para o norte de África e costa mediterrânica. Habita nas orlas costeiras, estuários, arrozais, valas, pauis, barragens, pisciculturas e lagoas costeiras. Alimenta-se de crustáceos, pequenos peixes e insectos, mas também de pequenos vertebrados e moluscos. Vive em colónias e normalmente em associação com outros tipos de garças. Os ninhos são feitos no solo, em caniçais ou árvores. Faz normalmente uma única postura, entre Abril e Junho, de 3 a 5 ovos claros, com incubação de 21 a 23 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo aos 35-40 dias.

Ardea purpurea Ave grande com 70 a 90 cm de comprimento e 110 a 145 cm de envergadura, que visita o nosso território entre Abril e Outubro, invernando na África tropical, a sul do Saará. É uma ave pouco comum e vulnerável no que diz respeito ao seu estado de conservação. O seu habitat são os estuários, rias e lagoas costeiras, arrozais, cursos de água. Nidifica em caniçais, onde faz o ninho sobre a água ou junto à água numa plataforma feita com caniços. Raramente usa as árvores para instalar o ninho. Faz uma única postura de 4 a 6 ovos azuis-esverdeados, com 14 a 18 dias de incubação, entre Abril e Maio. As crias são indefesas e penugentas e fazem o primeiro voo entre os 42 e os 46 dias. Alimenta-se de peixes, insectos, crustáceos e anfíbios.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLA: Ardeidae GÉNERO: Bubulcus ESPÉCIE: B. ibis

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Ardeidae GÉNERO: Egretta ESPÉCIE: E. garzetta

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Ardeidae GÉNERO: Ardea ESPÉCIE: A. purpurea 39


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Garça-real

Papa-ratos

Ardea cinerea Ave de grande tamanho com 90 a 100 cm de comprimento, Residente e Invernante. A população Invernante é maior do que a Residente. As colónias mais importantes localizam-se no Alto Alentejo. Habitam na orla costeira, nos estuários e lagoas costeiras, pauis, arrozais, barragens. Nidifica em colónias ou isoladamente e faz o ninho em árvores e às vezes em escarpas. Reproduz-se entre Maio e Junho, faz uma postura de 3 a 5 ovos azuis-esverdeados claros, a incubação é de 24 a 26 dias. As crias indefesas e penugentas, fazem o seu primeiro voo entre os 45 e os 55 dias. Alimenta-se principalmente de peixe mas também de moluscos, crustáceos, insectos e pequenos vertebrados. A alimentação também varia conforme o habitat e a altura do ano.

Ardeola ralloides Esta ave visita-nos entre Março e Setembro, apesar de haver alguns registos no Inverno. Os indivíduos que nidificam em Portugal passam o Inverno no Norte de África até às regiões a sul do Saara. Está classificada em Portugal como uma ave muito rara. Habita em arrozais, cursos de água, pauis e zonas costeiras. A sua alimentação baseia-se em larvas de insectos, pequenos peixes e anfíbios. Às vezes também se alimenta de insectos, aranhas, moluscos e crustáceos e ocasionalmente de pequenas aves. Reproduz-se em colónias, normalmente associada a outros tipos de garças, entre Maio e Junho. Faz uma postura de 4 a 6 ovos, azuis-esverdeados, com incubação de 24 dias e as crias indefesas e penugentas fazem o seu primeiro voo ao fim de 40 dias, aproximadamente.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Ardeidae GÉNERO: Ardea ESPÉCIE: A. cinerea

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Ardeidae GÉNERO: Ardeola ESPÉCIE: A. ralloides

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Perdiz-comum

Galeirão

Alectoris rufa Esta ave Residente, com um comprimento que varia entre os 32 e os 35 cm, reproduz-se sobretudo em terras baixas, em diversos habitats onde se incluem os pastos, urzais, terrenos de cultivo rochosos ou arenosos não lavrados e com vegetação rasteira, prados costeiros. Voa apenas quando é pressionada e rente ao solo. É gregária, avistando-se quase sempre mais do que um indivíduo. O seu ninho é feito numa concavidade no solo, com a particularidade de muitas vezes haver dois ninhos, um incubado pela fêmea e o outro pelo macho. Faz 1 ou 2 posturas entre Abril e Maio, com 10 a 16 ovos amarelados e manchas vermelhas. A incubação tem a duração de 23 a 25 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o primeiro voo aos 10 dias. Alimenta-se de sementes, folhas e insectos.

Fulicra atra Ave tipo pato com 36 a 40 cm de comprimento. Defende o seu território de uma forma muito agressiva e ameaçadora, atacando qualquer intruso que se aproxime. Vive em rios com água lenta, lagos e charcos, sempre com muita vegetação. O ninho, mais ou menos visível, é feito em forma de taça volumosa com caniços, junto dos caniçais. É omnívoro, mas em grande parte alimentase de plantas. Faz duas posturas por ano, entre Março e Junho, com 6 a 9 ovos castanhos-amarelados com manchas pretas e a incubação tem a duração de 21 a 24 dias. As crias são activas e penugentas e fazem o seu primeiro voo entre as 6 e as 8 semanas.

ORDEM: Galliformes FAMÍLIA: Phasianidae GÉNERO: Alectoris ESPÉCIE: A. Rufa

ORDEM: Gruiformes FAMÍLIA: Rallidae GÉNERO: Fulicra ESPÉCIE: F. atra 41


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Pato-real Anas platyrhynchos Ave de grande tamanho, comum em Portugal, distribuindo-se por todo o território. À sua população residente, juntam-se muitas outras, no Inverno, oriundas da Europa Central e do Norte. Habita em barragens, estuários, prados húmidos, pauis, cursos de água e lagoas costeiras. Faz o ninho no chão no meio da vegetação densa. A sua única postura, feita entre Março e Julho, é de 10 a 12 ovos, cremes, e tem a duração de 27 a 29 dias. As crias são activas e penugentas e efectuam o primeiro voo aos 50-60 dias. A sua alimentação inclui vegetação, invertebrados terrestres e aquáticos. Às vezes pode também comer anfíbios e peixes.

ORDEM: Anseriformes FAMÍLIA: Anatidae GÉNERO: Anas ESPÉCIE: A. platyrhynchos 42


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Mocho-galego

Bufo-pequeno

Athene noctua O Mocho-galego, com um tamanho entre os 23 e os 27 cm de comprimento, reproduz-se em áreas abertas com uma mistura de campos, matas pequenas, jardins e charnecas e também em áreas semidesérticas. Sedentário, o facto de ter hábitos parcialmente diurnos faz com que seja relativamente fácil observá-lo. Alimenta-se de aves pequenas, pequenos mamíferos, insectos, pequenos anfíbios e cobras. Faz o ninho num buraco de árvore ou edifício, pode ter até 2 posturas entre Abril e Maio de 3 a 5 ovos brancos, com uma incubação de 28 a 29 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo ao fim das primeiras 4 ou 5 semanas de vida. Residente bem distribuído, ausente na Islândia, no Norte da Grã-Bretanha e Escandinávia.

Asio otus Não é a melhor pose mas foi a possível e como é uma ave de difícil observação, achei importante a sua inclusão. É uma ave com 31 a 37 cm de comprimento e 86 a 91 cm de envergadura. Reside e reproduz-se em florestas, próximo de áreas abertas e campos de cultivo, em pinhais. Tem hábitos nocturnos, usando a noite para caçar ratos, o seu principal alimento. Utiliza ninhos, em árvores, já abandonados por outras espécies. Normalmente só faz uma postura por ano, entre Fevereiro e Maio, com 4 a 5 ovos brancos e incubação de 25 a 30 dias. As crias são indefesas e penugentas e efectuam o primeiro voo aos 23 dias de vida.

ORDEM: Strigiformes FAMÍLIA: Strigidae GÉNERO: Athene ESPÉCIE: A. noctua

ORDEM: Strigiformes FAMÍLIA: Strigidae GÉNERO: Asio ESPÉCIE: A. otus 43


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Corvo-marinho-de-faces-brancas

Ganso-patola

Phalacrocorax carbo Esta ave de grande tamanho é Invernante e Migrador de Passagem. A população invernante em Portugal tem vindo a crescer e é oriunda da Europa Setrentrional, Central e Ocidental, sobretudo das Ilhas Britânicas. Os estuários, as lagoas costeiras, pisciculturas, barragens, a orla costeira, açudes, são os seus habitats. Alimentam-se principalmente de peixe, mas também alguns crustáceos e anfíbios. Os seus mergulhos oscilam entre 1 e 3 metros de profundidade, mas podem ir até aos 9 metros. O ninho é um monte de algas marinhas, feito em falésias ou árvores e são reutilizados sucessivamente. A postura, entre Abril e Julho, é de 3 a 4 ovos, azuis-claros, com incubação de 28 a 29 dias. As crias, nuas e indefesas, efectuam o seu primeiro voo entre os 50 e os 60 dias.

Morus bassanus Grande ave marinha, com 85 a 95 cm de comprimento e 170 a 190 cm de envergadura, Migradora de Passagem. Nidifica em colónias em ilhas muito isoladas ou costas rochosas de difícil acesso, no Norte do Atlântico, particularmente no Oeste da Escócia. Deslocam-se no alto mar para o Oeste de África e para o Mediterrâneo, embora alguns indivíduos se mantenham todo o ano nos locais de reprodução. É nestes movimentos que se podem observar na costa de Portugal. Alimenta-se de peixe fazendo mergulhos picados, a alta velocidade, podendo atingir os 40 metros de profundidade. Faz os ninho com algas, em falésias e escarpas íngremes. A única postura é feita entre Abril e Junho, com um ovo branco e incubação de 43 a 45 dias. As crias que fazem o primeiro voo às 14 semanas, são indefesas e penugentas.

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Phalacrocoracidae GÉNERO: Phalacrocorax ESPÉCIE: P. carbo

ORDEM: Ciconiiformes FAMÍLIA: Sulidae GÉNERO: Morus ESPÉCIE: M. bassanus

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F達o Natural...

Pato-carolino Aix sponsa

Marrequinha-de-coleira

Pato-das-bahamas

Callonetta leucophrys

Anas bahamensis 45


F達o Natural...

Piadeira-do-chile Anas sibilatrix

Ganso-marisco

Cisne-mudo

Branta leucopsis

Cygnus olor

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F達o Natural...

Bico-de-lacre Estrilda astrild

Ganso-do-egipto

Merganso-capuchinho

Alapochen aegyptiacus

Lophodytes cucullatus 47



Fão Natural...

Lagarto-de-água

Sardão

Lagartixa-de-bocage

Lacerta schreiberi Lagarto de tamanho médio e aspecto robusto, que pode atingir 125 mm de comprimento, cabeça-corpo. Possui uma longa cauda que pode medir até duas vezes o tamanho do corpo. A sua alimentação é baseada em pequenos invertebrados, em especial mosquitos, moscas, gafanhotos e escaravelhos. Entre os seus principais predadores, destacam-se diversas aves de rapina, cegonhas e alguns mamíferos, como a gineta e a lontra. A fuga, a camuflagem entre a vegetação e a capacidade de libertar a cauda voluntariamente quando ameaçado, constituem os seus principais mecanismos de defesa contra os predadores. Ocorre nas zonas relativamente húmidas, encontrando-se associado a habitats próximos de cursos de água com coberto vegetal denso.

Lacerta lepida É o maior lacertídeo da nossa herpetofauna, atingindo entre 150 a 260 mm de comprimento, cabeça-corpo. Está activo entre Março e Outubro. Utiliza como refúgio tocas escavadas por si ou aproveita as de outros animais. Na reprodução, na Primavera, acentua-se o carácter territorial dos machos, sendo frequente as lutas violentas entre eles. Alimenta-se de escaravelhos, borboletas, gafanhotos, abelhas, aranhas e centopeias e também vegetais e frutos. Pode também capturar lagartixas e pequenos mamíferos, ovos e crias de aves. Quando se sente encurralado, quer por um predador quer pelo Homem, eleva a cabeça e abre muito a boca, podendo mesmo chegar a morder. Pode ser encontrado nos areais costeiros, charnecas, matagais, terrenos cultivados e bosques.

Podarcis bocagei Lagartixa de tamanho médio, com cerca de 7 cm de comprimento, cabeça-corpo. A sua actividade inicia-se em FevereiroMarço e prolonga-se normalmente até Novembro. Se a temperatura não descer abaixo dos 10ºC podem ser encontrados indivíduos activos todo o ano. O acasalamento dá-se entre Março e Julho. A postura é de dois a nove ovos e tem a duração de dois a três meses. Os ovos eclodem entre Junho e Setembro. Tem uma longevidade máxima de quatro anos. Alimentação é insectívora, alimentando-se principalmente de aranhas e escaravelhos. Ocorre em bosques de caducidófilas, em áreas de matos e zonas abertas, seu habitat mais característico. É uma espécie endémica da Península Ibérica.

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Lacertidae GÉNERO: Lacerta ESPÉCIE: L. schreiberi

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Lacertidae GÉNERO: Lacerta ESPÉCIE: L. lepida

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Lacertidae GÉNERO: Podarcis ESPÉCIE: P. bocagei 49


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Lagartixa-do-mato

Licranço

Cobra-lisa-meridional

Psammodromus algirus É a maior lagartixa do seu género, podendo o corpo atingir 9 cm e a cauda o dobro do tamanho do corpo, excepto quando regenerada. Encontra-se em todo o país. Apesar de se dar bem numa grande variedade de habitats, é nos bosques e matas mediterrânicas que é mais comum. É essencialmente insectívora, alimentando-se de aranhas, formigas, escaravelhos e gafanhotos. Por vezes também se alimenta de sementes e pequenas lagartixas, mesmo da sua espécie. Reproduz-se na Primavera até ao início do Verão. Em liberdade pode viver até aos 7 anos.

Anguis fragilis Apesar do seu aspecto e de ser vulgarmente conhecida como tal, este animal não é uma cobra. Trata-se, na verdade, de um lagarto. É um réptil da ordem dos Sáurios, com membros ausentes e pertence à família dos Anguídeos. E das características que distinguem as cobras dos lagartos destacamse as seguintes: - os lagartos possuem pálpebras móveis e as cobras não; - a língua dos lagatos é dividida em vez de bifurcada, como nas cobras; - na troca da pele dos lagartos, esta sai em farrapos em vez da pele inteira como ocorre nas cobras. Os adultos podem medir, em alguns casos, 50 cm de comprimento.

Coronella girondica É uma cobra de pequeno tamanho, aproximadamente 70 cm, apesar de já terem sido observados alguns indivíduos maiores. Tem hábitos essencialmente nocturnos e crepusculares, mas em dias nublados também podem ser observadas de manhã, como foi o caso deste indivíduo. Apesar de o seu período de actividade mais intensa se situar entre Março e Novembro, pode permanecer activa todo o ano. Alimenta-se sobretudo de lagartos, osgas e outras cobras, no caso do adulto, e o juvenil, insectos e outros invertebrados. As aves de rapina, outras cobras e alguns mamíferos, são os seus predadores. É pacífica, morde raramente e a mordedura é inofensiva. A sua defesa faz-se sobretudo libertando uma secreção nauseabunda. Ocorre no país inteiro, embora em populações fragmentadas.

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Lacertidae GÉNERO: Psammodromus ESPÉCIE: P. algirus

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Anguidae GÉNERO: Anguis ESPÉCIE: A. fragilis

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Colubridae GÉNERO: Coronella ESPÉCIE: C. girondica

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Cobra-de-água-viperina

Cobra-de-escada

Sapo-comum

Natrix maura Esta serpente, muito comum, tem um tamanho médio que varia entre os 65 e os 70 cm, mas podendo alcançar os 130 cm. Vive em lagos, cursos de água, charcos e pântanos. Também ocorre em pauis costeiros e outros locais com águas salobras. Alimentase de anfíbios, peixes pequenos e invertebrados. Por vezes também se alimenta de pequenos mamíferos e répteis. Quando é ameaçada pode fazer-se de morta e libertar uma secreção nauseabunda. Como mecanismo de defesa expande a cabeça, dando-lhe uma forma triangular, emite silvos e projecta a cabeça ameaçando morder. Este comportamento aliado ao seu padrão de cores e formas, faz com que nestes momentos se assemelhe a uma Víbora. No entanto muito raramente morde e não é venenosa.

Elaphe scalaris Esta cobra pode atingir com alguma frequência os 200 cm. Tem sobretudo hábitos diurnos, embora nos meses mais quentes do ano também possa ser avistada no crepúsculo e à noite. No sul de Portugal é activa todo o ano e nas zonas mais frias, a norte, permanece inactiva por longos períodos de tempo. É agressiva e muito ágil, trepando árvores para apanhar sol e procurar alimento. Alimenta-se de lagartixas e sardões, juvenis de coelho e lebre e aves, exercendo uma acção predadora muito importante nos ninhos. Habita em matos, charnecas, clareiras de pinhais e bosques, campos agrícolas. Surge também nos muros de pedra e ruínas. Em determinadas situações mata por constrição. A sua mordedura não é prejudicial ao homem. Esta foto mostra um juvenil.

Bufo bufo É o maior anuro da fauna portuguesa. Sapo robusto que, em geral, mede 60 a 150 mm de comprimento, embora algumas fêmeas possam atingir cerca de 220 mm. Possui hábitos crepusculares e nocturnos. Reproduzse entre Novembro e Abril. Os adultos só recorrem à água no momento da reprodução, fazendo longas migrações, podendo percorrer vários quilómetros em busca do local de reprodução, que por norma é o mesmo todos os anos. Normalmente vivem entre 7 a 10 anos. Em cativeiro podem viver mais de 30 anos. A sua alimentação consiste em centopeias, escaravelhos, moscas, borboletas, lesmas, minhocas e mesmo outros anfíbios. Habita em zonas agrícolas e de montanha, montados e bosques de caducidófilas.

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Colubridae GÉNERO: Natrix ESPÉCIE: N. maura

ORDEM: Squamata FAMÍLIA: Colubridae GÉNERO: Elaphe ESPÉCIE: E. scalaris

ORDEM: Anura FAMÍLIA: Bufonidae GÉNERO: Bufo ESPÉCIE: B. bufo 51


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Sapo-de-unha-negra

Rã-verde

Tritão-marmorado

Pelobates cultripes Possui hábitos estritamente nocturnos, passando o dia enterrado em buracos . Nas zonas mais frias passa por um período invernal mais ou menos prolongado, enquanto que em algumas regiões do sul permanece activo durante todo o ano. O período reprodutor depende das condições atmosféricas, em especial da ocorrência de precipitação. Alimenta-se de escaravelhos, lesmas, formigas, minhocas, gafanhotos, borboletas, mosquitos e larvas de insectos. Vive em locais de solo pouco compactado, como zonas arenosas, dunas costeiras, campos de cultivo, pastagens e zonas planálticas. Ocorre principalmente no Sul e Centro do país, estendendo-se a Norte por uma estreita faixa fronteiriça. Encontra-se também ao longo da costa até Esposende.

Rana perezi Rã de grande tamanho, cujo comprimento atinge frequentemente 75 mm e pode, mais raramente, alcançar os 100 mm. Apresenta actividade tanto nocturna como diurna. Durante o dia é frequente observá-la a apanhar sol nas margens ou sobre plantas nos meios aquáticos onde habita. A maturidade sexual é atingida aos quatro anos de idade e a longevidade máxima ronda os 10 anos. A sua dieta baseia-se em insectos, aranhas, minhocas, crustáceos, moluscos e mesmo pequenos peixes e anfíbios, incluindo indivíduos da sua própria espécie. É uma espécie que aparece sempre associada a massas de água, ocupando praticamente todos os tipos de habitats aquáticos independentemente do biótopo circundante.

Triturus marmoratus Este é um tritão de tamanho médio e que pode medir 16 cm. Este individuo é uma fêmea e distingue-se do macho, de entre outras diferentes características, pela lista alaranjada ao longo do dorso. Os seus hábitos são predominantemente aquáticos durante a fase de reprodução e terrestres fora desta época. É activo sobretudo à noite, embora se possa observar durante o dia na fase aquática. Reproduz-se entre Outubro e Maio. Alimentam-se de larvas de insectos aquáticos, minhocas, lesmas, caracóis. Habitam charcos de águas paradas, ribeiros com pouca corrente de águas, poços, tanques. Distribui-se por toda a Península Ibérica até ao Sul de França. No nosso país pode ser avistado em todo o território desde o nível do mar até cerca dos 1900 mt de altitude na Serra da Estrela.

ORDEM: Anura FAMÍLIA: Pelobatidae GÉNERO: Pelobates ESPÉCIE: P. cultripes

ORDEM: Anura FAMÍLIA: Ranidae GÉNERO: Rana ESPÉCIE: R. perezi

ORDEM: Caudata FAMÍLIA: Salamandridae GÉNERO: Triturus ESPÉCIE: T. marmoratus

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Cauda-de-andorinha

Melanargia lachesis

Pavão-diurno

Papilio machaon Esta borboleta tem uma envergadura que se situa entre os 6 e os 8 cm. Variando com as regiões os ovos são postos sobre as folhas da planta que a lagarta usará como alimento, normalmente nas folhas de cenoura, da arruda e do funcho. A eclosão dá-se cerca de uma semana após a postura. O desenvolvimento da lagarta tem a duração de um mês, mais ou menos. As lagartas têm actividade diurna e quando ameaçadas libertam um líquido alaranjado de intenso odor que afasta os predadores. As lagartas avistam-se no Outono mais facilmente e os adultos entre Fevereiro e Dezembro. O seu habitat são os bordos de campos, as pradarias, jardins, campos e prados abandonados. A sua maior ameaça são a destruição do habitat e o uso de pesticidas.

Melanargia lachesis Espécie de borboleta diurna bem disseminada em Portugal. A fêmea é maior e mais clara que o macho. Possui uma envergadura de asas entre os 50-58 mm. Hiberna sobe a forma de lagarta. Podemos observá-la de Junho a Agosto, raramente em Setembro, voando até aos 1200 metros de altitude.

Inachis io É considerada uma das mais bonitas borboletas de Portugal. Tem uma envergadura entre os 50 e os 64 mm e pertence à família dos Ninfalídeos. Ilude os seu predadores com os dois ocelos de cor azulada, que se confundem com 2 enormes olhos. A metamorfose da lagarta tem a duração de duas semanas e depois de nascer em Julho voa até Maio. Na fase adulta hiberna, saindo para voar nos dias de sol. Os ovos são postos em grupo, sobre urtigas, daí a importância de manter essa planta nos terrenos incultos e húmidos, e da manutenção das orlas dos campos de uso agrícola. É frequente no norte de Portugal, nas pradarias floridas nas orlas das florestas, e até aos 1200 metros de altitude. No centro é rara e inexistente no sul.

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Papilionidae GÉNERO: Papilio ESPÉCIE: P. machaon

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Nynphalidae GÉNERO: Melanargia ESPÉCIE: M. lachesis

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Nynphalidae GÉNERO: Inachis ESPÉCIE: I. io

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Almirante-vermelho

Malhadinha

Borboleta-da-couve

Vanessa atalanta Borboleta da família Nymphalidae, os machos e fêmeas são semelhantes na sua aparência. A envergadura dos machos é de 62-73 mm e das fêmeas de 70-76 mm. Durante os meses mais frios, o Almirante-vermelho migra para paragens mais amenas e pode chegar a percorrer mais de 2000 km para encontrar um ambiente mais favorável à sua sobrevivência. Está presente na Europa meridional, no Norte de África e na Ásia. Em Portugal é bastante frequente podendo ser observada em todo o País. Os adultos preferem espaços abertos com flores, bosques, prados, jardins e florestas pouco densas. Quando pousa em locais com flores mantém as asas abertas confundindo os predadores com o colorido da paisagem. Alimenta-se de folhas de urtiga, pequenas lagartas e néctar de flores.

Pararge aegeria Esta espécie elege as gramíneas secas como fiéis depositárias dos seus ovos, postos isoladamente. Habita locais húmidos, escuros e com vegetação abundante, nas margens de rios. Os machos são muito territoriais e podem ser vistos a executar voos verticais espiralados com outros machos que tenham invadido os seus domínios. A borboleta Pararge aegeria possui marcas circulares nas asas posteriores, chamadas ocelos, que chamam a atenção das aves predadoras. Se uma ave bica essa marca, ou se arranca um pedaço da asa nessa região, ela não compromete a integridade da borboleta e, apesar do ataque, ela pode continuar a voar. Esta espécie não está ameaçada, apesar de ter desaparecido das florestas transformadas em monoculturas.

Pieri rapae É uma das borboletas mais comuns em toda a Península Ibérica, sendo das primeiras espécies a ser observada na Primavera e uma das últimas a desaparecer no Outono. Cientistas descobriram que certas lagartas produzem e segregam os seus próprios repelentes de insectos. Este mecanismo de defesa pode explicar como estes insectos conseguem distribuir-se em tantos e diferentes locais.

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Nynphalidae GÉNERO: Vanessa ESPÉCIE: V. atalanta

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Nynphalidae GÉNERO: Pararge ESPÉCIE: P. aegeria

ORDEM: Lepidoptera FAMÍLIA: Nynphalidae GÉNERO: Pieri ESPÉCIE: P. rapae 55



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Doninha

Esquilo-vermelho

Ouriço-cacheiro

Mustela nivalis Este Mustelídeo é o mais pequeno carnívoro existente no nosso País, é uma espécie comum e tem uma distribuição uniforme de norte a sul do país. Os campos agrícolas, sobretudo aqueles que se encontram separados por muros de pedras, são o seu espaço preferido. Geralmente são animais solitários e activos tanto de dia como de noite. Os mamíferos são a sua principal dieta, nomeadamente os roedores. As aves, répteis e ovos, podem também ser consumidos. É em Fevereiro que se inicia a época de acasalamento, nascendo as crias entre Abril e Maio após um período de gestação que varia entre os 34 e os 37 dias. Normalmente nascem 4 a 6 crias, que são amamentadas durante um mês e meio, sendo que só a progenitora participa nos cuidados parentais.

Sciurus vulgaris Distribui-se por toda a Europa, excepto Islândia e as ilhas do Mediterrâneo e habita em bosques de caducidófilas, de coníferas, parques e jardins. Diurno, vive sobretudo nas árvores e é, quase sempre, um animal solitário. Armazena alimentos para o Inverno nos troncos ocos ou enterra-os no solo. Alimenta-se de sementes e casca de árvores, nozes, bagas silvestres, cogumelos, rebentos e caules frescos, insectos, ovos e crias de aves. Durante os meses de Inverno, o Esquilovermelho procura com a ajuda do seu excepcional faro, os frutos e as sementes que foi escondendo e enterrando durante o Outono, mas, como não conseguirá encontrar todos os esconderijos utilizados, é precisamente assim que contribui para a reprodução de diversas árvores no bosque.

Erinaceus europaeus Mamífero existente em toda a Europa com excepção do norte da Escandinávia e na Islândia. Habita em orlas dos bosques com moitas, parques urbanos e jardins. É nocturno e vespertino apesar dos jovens também serem diurnos. Vive solitáriamente. Alimenta-se de insectos, caracóis, ratos , rãs, serpentes e fruta. Hiberna de Outubro até Abril. Tem cerca de 40.000 espinhos, que são pêlos transformados. Eriça-os quando está em perigo ou quando se assusta. Adopta a forma de bola enrolando-se sobre si e eriçando os espinhos, evitando ser atacado.

ORDEM: Carnívora FAMÍLIA: Mustalidae GÉNERO: Mustela ESPÉCIE: M. nivalis

ORDEM: Rodentia FAMÍLIA: Sciuridae GÉNERO: Sciurus ESPÉCIE: S. vulgaris

ORDEM: Erinaceomorpha FAMÍLIA: Erinaceidae GÉNERO: Erinaceus ESPÉCIE: E. europaeus 57


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Rato-do-campo

Coelho-bravo

Apodemus sylvaticus Este pequeno roedor, que mede 7 a 9 cm de comprimento e com a cauda de igual comprimento, vive em toda a Europa, em campos, junto a caminhos, em parques e nas orlas dos bosques. Torna-se mais activo ao fim do dia e à noite. Faz os ninhos e armazena alimentos em galerias subterrâneas, escavadas por si ou em tocas de outros roedores que entretanto foram abandonadas. No Inverno costuma abrigar-se em construções edificadas pelo homem. Alimenta-se de sementes, rebentos de plantas, bagas e cogumelos, minhocas, caracóis e insectos. Tem a particularidade de dar saltos grandes, que podem atingir os 80 cm. Tem 3 ou 4 partos por ano, com 3 a 8 crias em cada ninhada. As cobras, alguns mamíferos e as aves de rapina, são os seus principais predadores.

Oryctolagus cuniculus Mamífero com 34 a 45 cm de comprimento, encontra-se disseminado por todo o País. É encontrado em diferentes tipos de habitats que vão desde os terrenos secos e arenosos, às planícies e pastos, parque e zonas montanhosas. Normalmente mais activo ao início do dia, vive em colónias e habita em luras que a própria colónia constrói. Ervas, cascas de árvores e frutos, fazem parte da sua dieta, que é exclusivamente herbívora. Aqui, no Sul da Europa, procriam todo o ano. Têm 4 a 6 partos por ano, a gestação tem a duração de 4 a 5 semanas e as ninhadas são compostas por 4 a 7 crias que nascem sem pêlo e cegas. São amamentadas durante 4 semanas, tornando-se independentes a partir dessa altura. As colónias são bem organizadas, chegando a haver combates rituais para estabelecer hierarquias dentro do grupo. Defendem o território da colónia ferozmente, podendo mesmo causar ferimentos graves nos invasores.

ORDEM: Rodentia FAMÍLIA: Muridae GÉNERO: Apodemus ESPÉCIE: A. sylvaticus

ORDEM: Lagomorpha FAMÍLIA: Leporidae GÉNERO: Oryctolagus ESPÉCIE: O. cuniculus

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Fão Natural...

"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais...os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento.” (Charles Darwin)

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F達o Natural...

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F茫o Natural... ...patrim贸nio natural a preservar

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Agradecimentos Ao Paulo Mota pelas palavras e pelo enriquecimento que deu a este trabalho... Ao João Jaques que me trouxe para esta actividade... Ao Jorge Silva pelos alertas e dicas tão importantes que me vai dando... Ao pessoal do Aves de Portugal, pelos ensinamentos, pela partilha, pelo convívio e visitas a Fão... À Câmara Municipal de Esposende e à Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, pelos apoios imprescindíveis à edição deste trabalho... Ao João Branco e ao Grupo de Trabalho de Fotografia da Natureza, do Ambiente e Documental da Quercus, pela aposta e confiança neste projecto... Ao Joaquim Jorge pelo “empurrão”... À Luzia Silva pela revisão e amizade... A todos quantos me têm apoiado, incentivado e obrigado a fazer mais e melhor... Ao meu Pai, pelo orgulho que sei que sentiria...

À Tita, à Patrícia e ao Tiago, que fazem de mim o homem mais feliz do Mundo!


Bibliografia AAVV. Guia Fapas, Anfíbios e Répteis de Portugal. Porto: FAPAS, 2001. AVES , guia claro e simples para a sua identificação. Rio de Mouro: Everest Editora, Lda. 2007. BEJCEK, Vladimir; STASTNY, Karel. Enciclopédia das aves, as várias espécies e seus habitats. Lisboa: Livros e livros, 2002. CARLSON, Kevin; CARLSON, Christine. À descoberta das aves de Portugal. Lisboa: Lello Editores, 1997. FARINHA, João Carlos; COSTA, Helder. Guia de Campo das Aves Aquáticas de Portugal. Lisboa: Instituto de Conservação da Natureza. 1999. GOODERS, John. Guia de Campo das Aves de Portugal e da Europa. Lisboa: Temas e debates-Actividades Editoriais, Lda. 2000. HOFMANN, Helga. Mamíferos. Rio de Mouro: Everest editora, Lda. LAMBERT, L., PEARSON, A..Aves. Lisboa: Plátano Edições Técnicas. 1998. LIVRO vermelho dos vertebrados de Portugal. Lisboa: Instituto de Conservação da Natureza; Assírio & Alvim. 2008 MARAVALHAS, Ernestino. As borboletas de Portugal. Porto: Ernestino Maravalhas. 2003. MULLARNEY, Killian; SVENSSON, Lars; ZETTERSTROM, Dan; GRANT, Peter J.. Guia de Aves, o guia de campo mais completo das aves de Portugal e da Europa. Lisboa: Assírio & Alvim, 2003.

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Foto de: Fernando Eurico

Grupo de Trabalho de Fotografia da Natureza, do Ambiente e Documental - Quercus-ANCN


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