Revista Farma News PE - 3ª Edição

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Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco

EDIÇÃO 03 | OUTUBRO DE 201 9

MUITO ALÉM DO TRADICIONAL Práticas Integrativas e Complementares possuem eficácia comprovada e conquistam espaço no mercado de saúde

FARMACÊUTICOS ONCOLÓGICOS Cresce a procura por profissionais capacitados na área para atuarem com maestria nas várias etapas da terapia antineoplásica

ENTREVISTA: JACKELINE DOS SANTOS Aos 36 anos, ela se tornou a primeira mulher trans de Pernambuco a atuar como farmacêutica

NA ROTA DOS ENGENHOS Casas-grandes e senzalas abrigam hoje pousadas e restaurantes atraentes em diversas cidades do interior de Pernambuco


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CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE PERNAMBUCO DIRETORIA Dra. Gisêlda Castro Lemos de Freitas | PRESIDENTE Dra. Sarah Christine Cavalcanti Ximenes | VICE-PRESIDENTE Dr. Leandro de Albuquerque Medeiros | SECRETÁRIO GERAL Dra. Joyce Nunes dos Santos | TESOUREIRA PLENÁRIO CONSELHEIROS REGIONAIS EFETIVOS Dra. Aexalgina de Aguiar Tavares Rocha Dr. Aldo César Passilongo da Silva Dr. André Santos da Silva Dr. Everton Guedes de Brito Dr. Flávio Henrique Lago Guimarães Dra. Gisêlda Castro Lemos de Freitas Dra. Joyce Nunes dos Santos Dr. Leandro de Albuquerque Medeiros Dr. Marcos André Cunha de Oliveira Dr. Olavo Barbosa Bandeira Dr. Ricardo Eugênio de Oliveira Cabral Dr. Samuel Daniel de Sousa Filho Dra. Sarah Christine Cavalcanti Ximenes Dra. Sheila Elcielle D’almeida Arruda Dr. Tayronni Meneses de Castro CONSELHEIROS REGIONAIS SUPLENTES Dr. Clayton Anderson de Azevedo Filho Dra. Veridiana Ribeiro da Silva Dr. Vohnson Francisco Machado de Miranda ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Francisco Libório L. Brito | JORNALISTA – DRT-PE 2.192 Ewerton Oliveira | ESTAGIÁRIO

VIP COMUNICAÇÃO Direção Geral: Carmen de Queiroz Projeto Gráfico e Diagramação: Daniel Ferreira Fotógrafo: Paulo Fonseca Rua Quarenta e Oito, nº244, sl 103 Espinheiro, Recife/PE CEP 52020-060 F. (81) 3033-4194 viprevista@viprevista.com.br

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CONTEÚDO / SEÇÕES 08 CARTA AO LEITOR 10 ENTREVISTA 14 NA PRÁTICA

32 CONSELHO ATIVO 48 TURISMO


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CARTA AO LEITOR Chegamos à terceira edição da Farma News PE com o compromisso de oferecer informações qualificadas para que você saiba de tudo que está acontecendo em nossa profissão. Por isso, um dos destaques desta edição é o crescimento das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde. Com eficácia comprovada, as práticas são utilizadas no tratamento de diversas doenças e não possuem efeitos adversos. Outra área em ascensão dentro da farmácia é a oncológica. No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registradas 582.590 novas incidências, em 2018. O número de pessoas afetadas por este problema deve aumentar ainda mais nos próximos anos. Mas não é só na área oncológica que existem novas oportunidades para o farmacêutico. Muitos profissionais estão partindo para o sonho de investir em um negócio próprio. Claro que empreender não é fácil e para ter sucesso são necessários cuidados, planejamento e muita orientação. Mas o crescimento no número de estabelecimentos de propriedade de farmacêuticos mostra que, com muito trabalho, os resultados aparecem. Já são 305 farmácias/drogarias, 114 farmácias de manipulação, 4 farmácias homeopáticas, 27 distribuidoras e 141 laboratórios de análises clínicas abertas no Estado. Todos com uma coisa em comum: foram abertos e são administrados por farmacêuticos. Nesta edição, trazemos também uma entrevista com Jackeline dos Santos, primeira mulher trans a se tornar farmacêutica em Pernambuco. Ela se revela apaixonada pela profissão, que escolheu enquanto se prepara para novos desafios. Em conversa com a Farma News PE, a nova profissional da Farmácia contou sua trajetória e discutiu questões que ainda impactam a vida da maioria das pessoas trans, como inserção no mercado de trabalho e apoio familiar.

Boa Leitura! Até a próxima edição. Gisêlda Castro Lemos de Freitas Presidente do CRF-PE



ENTREVISTA

“Somos iguais a todo mundo” Primeira mulher trans a se tornar farmacêutica em Pernambuco, Jackeline dos Santos se diz apaixonada pela profissão que escolheu e afirma estar se preparando para novos desafios


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Em dezembro do ano passado, Jackeline dos Santos fez história. Aos 36 anos, ela se tornou a primeira mulher trans de Pernambuco a atuar como farmacêutica. Hoje, seis meses depois de se formar, trabalha em duas farmácias no Recife e em Camaragibe e como técnica em enfermagem na UTI Pediátrica do Hospital Vasco Lucena, na Boa Vista. Moradora do Curado 2, em Jaboatão dos Guararapes, casada e mãe de dois meninos e uma menina, os três adotivos, sonha em ser professora universitária e se prepara para a seleção do mestrado ou da residência. Em conversa com a Farmanews, a nova profissional da Farmácia – profissão pela qual se diz apaixonada – contou sua trajetória e discutiu questões que ainda impactam a vida da maioria das pessoas trans, como inserção no mercado de trabalho e apoio familiar. Você é a primeira mulher trans a atuar como farmacêutica em Pernambuco. Para você, qual o significado disso? Você acha que sua história pode inspirar outras pessoas trans a seguirem a profissão? Estava conversando com um amigo, trans masculino, que ainda está na faculdade [de Farmácia], e ele disse que, quando me conheceu, ficou emocionado porque nunca tinha passado na mente dele que uma pessoa trans iria fazer Farmácia. Já fiz Pedagogia, Logística, Enfermagem, e nessas áreas conheci várias pessoas trans, mas em Farmácia não. Porque como é complicado para a gente arranjar um emprego, eu acho que muitos trans pensam: “Eu vou estudar tanto para não conseguir?”. A que você atribui essa dificuldade de inserção no mercado de trabalho? Muitas vezes as pessoas transexuais têm medo de enfrentar a sociedade e o mercado se fecha

para muitas delas porque são rotuladas como cabeleireiras ou como garotas de programa. Recentemente, eu fui a um congresso no Ceará. Um rapaz me parou e disse que eu estava perdendo muito dinheiro porque, para ele, eu deveria ir morar na Itália. Eu me virei e respondi que não precisava ir à Itália porque eu sou farmacêutica clínica. Sou loura e por conta disso muitos me perguntam se sou eu mesma que faço o meu cabelo, se eu sou cabeleireira. Assim, muita gente acaba entrando na informalidade ou na vida errada porque o mercado não absorve essas pessoas. A expectativa de vida das mulheres trans é de 30, 35 anos. Já passei dessa fase graças a Deus. Sou casada, tenho três filhos e, como qualquer outra pessoa, preciso de emprego para sustentar a minha família. Você conhece outras mulheres trans que gostariam de ser farmacêuticas ou trabalhar na área de saúde? Como é esse contato? Em Farmácia, não. Mas consegui puxar algumas para a área de saúde e adoraram. Elas sempre falam comigo, dizem que gostam de ver como tenho coragem de peitar a sociedade. Nós somos iguais a todo mundo. Temos que focar alguma coisa e ter uma profissão para que o mundo não rotule as trans e as travestis como pessoas que só vivem “do corpo” ou como cabeleireiras no mercado informal. Você já enfrentou alguma dificuldade no meio profissional por ser trans? Fiz seleção para três farmácias comerciais de grandes redes em Pernambuco e não fui bem recebida. Quando cheguei, já tinha meu nome social, mas só me tratavam como “ele”. E desde que mandei o currículo, o meu nome já era Jackeline, mas só falavam “ele faz isso, ele faz aquilo”. Antes mesmo de fazer a entrevista fui cortada. Mal tinha entrado e já me cortaram? Pode até não ser [porque


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FARMAnewsPE sou trans], mas a gente imagina. Mas também recebi o não normalmente, sabia que o meu dia ia chegar. Hoje estou em duas farmácias maravilhosas, os donos gostam mesmo de mim. Quando você decidiu ser farmacêutica? Como você descobriu sua vocação? Quando era mais nova, tinha vontade de fazer Medicina, mas como eu era pobre, achava que não tinha condições. Porque ou fazia na Universidade Federal e passava o dia todo estudando ou, se fosse estudar numa faculdade particular, teria que trabalhar para pagar o curso. Tentei então fazer Farmácia ou Nutrição na UFPE algumas vezes, mas nunca passei. Até que entrei na UVA, a Universidade do Vale do Acaraú, que era mais barata para mim, em Pedagogia. Não era exatamente o que eu queria. Gostava de ensinar, mas queria ser professora de curso superior em um curso como Farmácia. Comecei a ensinar em algumas escolas no Recife e em Jaboatão, mas não tinha abertura porque muitos pais achavam uma abominação eu estar ali na sala de aula. Depois passei para Educação de Jovens e Adultos e a receptividade foi bem melhor. Como era contrato temporário, quando mudou a gestão das escolas, não consegui renovar. Nesse meio tempo, também trabalhei numa terceirizada como gesseira no Hospital da Restauração. Apesar de não gostar, tive que fazer o técnico em enfermagem para trabalhar nessa empresa. Lá tinha uma chefe que gostava muito de mim e me colocou para ajudar o pessoal de Farmácia. Eu me apaixonei e comecei a fazer o curso na Estácio. São quantos anos de curso? Cinco. Mas concluí em quatro anos e meio. Atualmente, o que faz você se apaixonar pela profissão? A Farmácia é o coração do hospital. Na emergência, onde trabalhei por muito tempo, o médico atende,

mas o paciente precisa do medicamento para ficar bem. E é em prol do paciente que devemos trabalhar. Hoje você trabalha em duas farmácias e atua como técnica em enfermagem em um hospital. Tem mais algum objetivo? Estou na expectativa de uma vaga na farmácia do hospital. Mas também estou estudando para fazer residência ou mestrado, que seria em Medicina Tropical na UFPE. A minha próxima meta é ensinar em faculdade. O que você acha que deve ser feito para que mais pessoas trans entrem na universidade e especificamente no curso de Farmácia? Novas políticas públicas. Muitas trans têm medo da sociedade. Farmácia é um curso muito difícil, então elas têm medo de entrar. E eu só consegui fazer o curso por conta do Fies. Eu não tinha condições de pagar uma faculdade. Tem que ter incentivo, políticas públicas voltadas para que as pessoas trans tenham oportunidade, porque o mercado não abre espaço. E no meu tempo era mais fácil conseguir o Fies, agora está muito difícil. E a família? Você conta com apoio dentro de casa? Como você concilia tantas atividades com o casamento e os filhos? Minha mãe e meu pai são pais para os meus filhos também. Na minha correria, tenho mais tempo livre no fim de semana. Eles gostam de sair para shopping, cinema, parque. Mas quando eu não posso, ficam com os avós. Sempre tive o apoio dos meus pais e dou graças a Deus por eles. Quando tem apoio da família, a gente consegue. E muitas trans não têm isso.


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NA PRÁTICA

Práticas Integrativas e Complementares conquistam espaço como alternativa no tratamento das doenças A medicina complementar preconiza um resgate das práticas mais antigas sem desconsiderar os avanços da ciência. Disciplina já faz parte da grade de cursos superiores de Farmácia


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As Práticas Integrativas e Complementares (PICS) são ações em saúde, tratamentos e diagnósticos transversais ao modelo médico dominante. Por não causarem efeitos colaterais danosos, as técnicas apresentam bons resultados no controle de doenças como ansiedade, hipertensão, osteoporose, desequilíbrios hormonais, entre outras. Desde 2006, as práticas integrativas foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O documento ainda contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de serviços e produtos de homeopatia, medicina tradicional chinesa, acupuntura, plantas medicinais e fitoterapia, além de ter introduzido observatórios de medicina antroposófica, termalismo social e crenoterapia. A PNPIC foi criada com uma perspectiva consensual e é respaldada pelas diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS), que define as PCIS como sistemas que buscam estimular mecanismos naturais de prevenção e recuperação da saúde, com ênfase no atendimento humanizado. “As abordagens complementares proporcionam uma conscientização na relação entre a doença e a saúde. Essa dualidade é imprescindível para o cultivo da proatividade do paciente para com seu auto equilíbrio, já que cria uma responsabilização pelo próprio cuidado. Seja na cura, prevenção ou manutenção da saúde”, completa a farmacêutica terapeuta quântica integrativa Marise Matwijszyn. Atuando na rede SUS do Recife com Cuidados Clínicos Farmacêuticos Integrativos do Serviço Integrado de Saúde (SIS), Marise comenta que os tratamentos naturais são bem aceitos pelos pacientes. “A eficiência das PICS é comprovada no acompanhamento de exames e nos relatos dos pacientes , observando-se controle das doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, respiratórias, controle glicêmico no diabetes mellitus, etc. O segmento

Marise Matwijszyn, farmacêutica terapeuta quântica integrativa farmacoterapêutico é acompanhado de atividades terapêuticas grupais meditativas e orientações em saúde para continuidade do tratamento, troca de experiências e estreitamento dos vínculos nas rodas de conversa”, pontua. As PICS têm papel fundamental nos cuidados paliativos. Na média e alta complexidade, elas cooperam na redução do estresse e reações adversas da quimioterapia e de tratamentos invasivos. Segundo Marise, as Práticas Integrativas e Complementares deveriam estar presentes massivamente na Atenção Primária em Saúde. A PNPIC é reconhecida internacionalmente como uma experiência de referência em implantação das medicinas tradicionais e complementares em um sistema nacional de saúde. Desde sua implantação, diversos estados e municípios vêm incluindo essas práticas durante os atendimentos. Em Pernambuco, 122 municípios já utilizam práticas integrativas no tratamento de pacientes do SUS. Contudo, apenas os


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profissionais que já dispõem de regulamentação dos seus respectivos conselhos podem exercer as PCIS. A atuação do farmacêutico nesta área está regulada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), na resolução nº 585, que habilita as atribuições clínicas do profissional. “Importante parte do trabalho do cuidado clínico farmacêutico, aplicado na Secretaria de Saúde do Recife e recomendado pelo Departamento de Assistência Farmacêutico do Ministério da Saúde, são as condutas não farmacológicas. Nelas conseguimos incluir um amplo leque de terapias integrativas, como práticas corporais, respiratórias e meditativas. Há outras práticas que são normatizadas pela resolução nº 586, que regulamenta a prescrição farmacêutica, possibilitando a inclusão do uso racional e consciente de aromas, plantas medicinais, Fitoterapia Chinesa e Brasileira, suplementos, nutracêuticos e florais, por exemplo”, explica Marise. No âmbito das PICS, a atuação do farmacêutico pode se dar nos laboratórios, no ensino, além da sua mais

conhecida função que é a presença nas farmácias e drogarias, orientando em relação ao uso correto de medicamentos. “As PICS são ferramentas de grande eficiência para apoiar os pacientes que estão em processo de desmedicalização responsável, por isso são um caminho importante a ser trilhado pela profissão, em benefício da saúde e bem-estar da população”, diz a terapeuta Marise. Desde a implantação das práticas integrativas e complementares no país, o interesse das pessoas tem crescido. No SUS, são oficializadas 29 práticas, de forma integral e gratuita. Nas atividades de PICS para os tratamentos de saúde, têm-se a visão global do indivíduo em harmonia com a natureza e leis do universo. A alta demanda da população por PICS e a ampliação das implantações no SUS municipal, incentiva a melhora na qualificação dos futuros farmacêuticos. Um exemplo disso é a disciplina Práticas Integrativas e Complementares, no Curso de Bacharelado em


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de capacidade relacional com pacientes e entre outros profissionais das equipes de saúde. Os currículos dos Cursos de Farmácia ainda têm lacunas para completar nessa formação em aspectos humanísticos sociais da clínica. Quase todas as Práticas Integrativas trazem esses conteúdos em seu bojo”, comenta.

Karina Randau, professora da disciplina de Práticas Integrativas e Complementares da UFPE

Farmácia da UFPE. Ministrada pela professora Karina Randau, a disciplina eletiva foi ofertada pela primeira vez em 2017 e continua aberta a todos os cursos da UFPE. Na disciplina, os alunos aprendem sobre medicina tradicional chinesa, ventosa, massoterapia, reiki, aromaterapia, florais de Bach, plantas medicinais, fitoterapia, constelação sistêmica, meditação, Lian Gong e outras práticas corporais. Além da abordagem introdutória das PICS, os alunos ainda recebem orientações sobre o cenário da Política Nacional da Atenção Básica (PNAB), da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e dos seus marcos regulatórios. Segundo a professora, no curso de Farmácia da UFPE ainda não havia uma abordagem mais ampla, que busca apresentar para o aluno a realidade dos atendimentos na atenção básica, dando noções da proposta de acolhimento aos pacientes, e da aplicação de várias práticas integrativas previstas no SUS. “Estamos num momento em que a sociedade espera dos farmacêuticos habilidades clínicas enriquecidas

Além do desejo de integração das PCIS na grade do Curso de Farmácia, a Resolução Nº 6, do Conselho Nacional de Educação, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia, traz a prescrição, aplicação e acompanhamento das práticas integrativas e complementares, de acordo com as políticas públicas de saúde e a legislação vigente. Para Karina, a diretriz fortalece a aplicação das PICS no curso e auxilia a tarefa de concretizá-las no ensino, pesquisa e extensão. “O aprendizado das práticas integrativas fomenta a inserção do alunado num universo que, até então, não era tão focado no Curso, devido ao seu caráter mais técnico. Assim, a disciplina traz ao cenário formativo aspectos da vida humana e das problemáticas que nossos pacientes apresentam no dia a dia de um consultório farmacêutico, ajudando na formação do aluno para esse enfrentamento. O ganho é vivencial, transformador”, ressalta. Antes da disciplina sobre as PCIS na UFPE, só era ofertada apenas uma cadeira específica sobre uma das práticas, a de Homeopatia. Já amplamente conhecida e trabalhada no ensino e no tratamento, a homeopatia entende que uma dinâmica orgânica e psíquica saudável depende do equilíbrio da energia vital, e que o processo de adoecimento, por sua vez, reflete sua desarmonia. Os medicamentos homeopáticos empregam substâncias dos reinos animal, vegetal e mineral, sob as recomendações da Farmacopeia Homeopática Brasileira (FHB). Toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada, segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de agitações


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e/ou triturações sucessivas, é um medicamento homeopático, segundo a FHB. A técnica possui uma abordagem terapêutica de caráter holístico e vitalista que percebe a pessoa como um todo, não em partes, e cujo método terapêutico envolve três princípios fundamentais: a Lei dos Semelhantes; a experimentação no homem sadio e o uso de medicamentos ultra diluídos. Nesse sistema, as substâncias disponíveis na natureza têm potencial de curar os mesmos sintomas que produzem. O tratamento homeopático envolve tratamentos com base que buscam desencadear o sistema de cura natural do corpo.

que poderá guiar o paciente para a melhor conduta a ser tomada durante o tratamento. O homeopata, se receber as informações necessárias por parte do paciente e dispor do arsenal terapêutico adequado, conseguirá sucesso em sua clínica e isto vem sendo presenciado ao longo dos anos e do contato direto com a paciente de homeopatia.

Podendo ser utilizada por qualquer pessoa, de recém-nascidos a idosos, a homeopatia pode ser buscada em qualquer situação clínica, tanto nas agudas, como crônicas, e contribui ao tratar a pessoa com olhar voltado para a integralidade do cuidado. “Diferente ainda da medicina convencional, que se prende ao medicamento, na homeopatia, o medicamento é uma das possibilidades dentro do tratamento. A homeopatia é uma medicina holística. Então, medicamento homeopático ou não, não será efetivo, se outros fatores que favorecem os estados de desequilíbrio não forem corrigidos ou reorientados. Esta atenção com o paciente, quando absorvida por ele, será útil para uma vida inteira”, destaca a farmacêutica homeopata Renata Maia. Renata Maia, farmacêutica homeopática

Para Renata, o homeopata brasileiro tem uma oportunidade de desenvolvimento de trabalho que é invejada no restante do mundo. “Aqui, manipulamos mediante prescrição e com toda a individualização necessária para o atendimento das necessidades do paciente. O farmacêutico homeopata encarou, ao longo dos últimos 25 anos, uma série de desafios e vem passando por eles, de forma elogiável, com o objetivo de manter a homeopatia em alto nível de qualidade e de eficácia”. Os medicamentos homeopáticos necessitam de uma prescrição, feita por profissional habilitado, e de uma atenção farmacêutica

Comparado a muitos medicamentos alopáticos, adquiridos pelo SUS, medicamentos homeopáticos têm custo reduzido, mas esta não é a maior economia. “A experiência na clínica homeopática mostra que o sucesso terapêutico na homeopatia está na restauração de um estado de equilíbrio do paciente, que evitará o seu retorno, por diferentes queixas relacionadas, ao mesmo mal. Menos retorno, menos custo, menor demanda, maior possibilidade de melhoria na qualidade do atendimento. Todo sistema


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Marise Matwijszyn realiza atividades terapêuticas grupais meditativas

de saúde tem sempre uma equação difícil de ser resolvida: oferecer um bom serviço a baixo custo”, informa Renata. Além das vantagens econômicas, a homeopata ainda destaca que para o paciente os ganhos são múltiplos. “Diferente da medicina convencional, a homeopatia não está fundamentada, centralizada no medicamento. O foco e centro da atenção do médico homeopata são o paciente e sua condição de adoecimento”. Confira alguns exemplos de Práticas Integrativas e Complementares (PICS): Aromaterapia: Prática terapêutica secular que utiliza as propriedades dos óleos essenciais, concentrados voláteis extraídos de vegetais, para recuperar o equilíbrio e a harmonia do organismo, visando a promoção da saúde física e mental, o bem-estar e a higiene.

Constelação familiar: Método psicoterapêutico de abordagem sistêmica, energética e fenomenológica, que busca reconhecer a origem dos problemas e/ou alterações trazidas pelo usuário, bem como o que está encoberto nas relações familiares para, por meio do conhecimento das forças que atuam no inconsciente familiar e das leis do relacionamento humano, encontrar a ordem, o pertencimento e o equilíbrio, criando condições para que a pessoa reoriente o seu movimento em direção à cura e ao crescimento. Hipnoterapia: Conjunto de técnicas que, por meio de intenso relaxamento, concentração e/ou foco, induz a pessoa a alcançar um estado de consciência aumentado que permita alterar uma ampla gama de condições ou comportamentos indesejados, como medos, fobias, insônia, depressão, angústia, estresse, dores crônicas.


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Medicina Tradicional Chinesa – (Acupuntura, Auriculoterapia, Ventosaterapia, Moxabustão, Tui Ná, Lian Gong, Tai Chi Chuan, Chi kun, etc.): São todas tecnologias de intervenção em saúde que fazem parte dos recursos terapêuticos da medicina tradicional chinesa (MTC). Elas estimulam pontos espalhados por todo o corpo, ao longo dos meridianos, por meio dos movimentos corporais, da inserção de finas agulhas filiformes metálicas, da aplicação do fogo e calor (moxaterapia), sucção (ventosaterapia), entre outros. O objetivo é o estímulo ao reequilíbrio energético do organismo na promoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como a prevenção de agravos e doenças. Meditação: Prática mental individual milenar, descrita por diferentes culturas tradicionais, que consiste em treinar a focalização da atenção de modo não analítico ou discriminativo, a diminuição do pensamento repetitivo e a reorientação cognitiva, promovendo alterações favoráveis no humor e melhora no desempenho cognitivo, além de proporcionar maior integração entre mente, corpo e mundo exterior.

Reiki: Prática terapêutica de ampla aplicação, podendo ser utilizada em todos os tratamentos de saúde física e mental. A modalidade mais conhecida é através da imposição das mãos para canalização da energia universal de cura, visando promover o reequilíbrio energético, necessário ao bom funcionamento do organismo, trazendo bem-estar físico, emocional e mental. Em geral distensiona os locais onde se encontram bloqueios – “nós energéticos” – eliminando as toxinas, equilibrando o pleno funcionamento celular, e restabelecendo o fluxo de energia vital – Qi. Terapias antroposóficas: prática que amplia a concepção de saúde da medicina acadêmica buscando uma visão global do ser humano, considerando além do corpo físico, a vida psíquica e sua individualidade. Utiliza medicamentos de origem natural e diversas terapias, como massagem rítmica e euritmia. Terapia de florais: Prática terapêutica que utiliza essências derivadas de flores para atuar nos estados mentais e emocionais. A terapia de florais de Bach, criada pelo inglês Dr. Edward Bach, é o sistema precursor desta prática.



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Empreendedorismo farmacêutico Concluir a graduação nem sempre significa busca por emprego. No caso da Farmácia, o segmento oferece inúmeras possibilidades de se empreender

Muita gente entra da faculdade mirando em alcançar um bom emprego após a formatura. Apesar de bastante comum, esse sonho não é unanimidade. Para alguns, ter o próprio negócio é a meta e a carreira farmacêutica abre um leque de oportunidades nesse quesito. A abertura de uma nova farmácia ou uma indústria de medicamentos agrega uma importante contribuição para a saúde pública, facilitando o acesso aos medicamentos e aos serviços farmacêuticos, seja nas grandes ou pequenas cidades. Desse modo, percebendo a escassez no mercado farmacêutico na região de Brejo da Madre de Deus, no Agreste de Pernambuco, e onde mora há 10 anos, Homero Souza enxergou em sua área de formação a oportunidade de ter seu próprio


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empreendedores: a falta de dinheiro para investir no seu próprio negócio. Com isso, ele precisou começar já endividado, por conta de empréstimos que teve que contrair com familiares e amigos e lembra a peleja para conseguir crédito nos bancos. “No começo, tive dificuldade na parte de recursos para poder investir no meu negócio, principalmente para obter crédito junto aos bancos, porque é bem limitado para quem não consegue oferecer garantia, além das taxas que são altas. Nesse caso, tive que pedir dinheiro para alguns amigos e familiares para começar”, explica o farmacêutico.

negócio, sem abrir mão de atuar no seu nicho profissional. Recém-formado no curso de Farmácia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Homero abriu seu primeiro negócio. “Na época que comecei tinha pouco tempo de formado e só havia três farmácias em toda Brejo da Madre de Deus. Passei a observar a defasagem quando resolvi abrir a minha. Hoje, existem sete farmácias na Região, sendo quatro minhas: duas que ficam em Brejo, outra em Mandaçaia e mais uma em Jataúba”, conta o farmacêutico. Para que sua farmácia saísse do papel, Homero enfrentou algumas dificuldades sendo a principal dela a mesma que aflige a maioria dos

Para a farmacêutica e dona da Farmácia de Manipulação Definitiva, localizada no Recife, Renata Martins Picchetto, também não foi diferente na hora de concretizar o seu sonho. “Não nasci em berço de ouro, não tinha dinheiro em caixa e nem poupança. Mas quando soube que meus amigos estavam querendo mesmo vender a farmácia, demostrei interesse. Eles viram que eu queria, facilitaram a forma de pagamento e consegui comprar”, relembra. Homero explica que uma das desvantagens de abrir uma farmácia no interior do Estado é a concorrência desleal. “Muita farmácia vende medicamento sem receita, faz sonegação fiscal, ou seja, a concorrência compra e vende e não emite nota, prejudicando quem está fazendo as coisas certas”, explica. “A gente trabalha com a meta de crescimento de 20%. O ano passado não conseguimos. Mas, este ano já tem a tendência de atingir”, completou. De acordo com o Monitoramento de empreendedorismo global do Sebrae, o GEM, em 10 anos, o Brasil passou de 14,5 milhões de empreendedores para 49,3 milhões. Entre 2007 e 2017 mais que triplicou o número de pessoas


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No total, a Farmácia Manipulação Definitiva tem sete colaboradores. Já a Farmácia São Jerônimo, de Homero Souza, tem 18 funcionários. Além de empreendedores farmacêuticos, Homero e Renata também passaram a gerenciar pessoas. “Você tem que ter um trabalho árduo em treinamento e aperfeiçoamento contínuo para que você e sua equipe estejam sempre prontos para tudo de novo no ramo, com toda segurança e qualidade que essa área nos exige”, destaca a farmacêutica recifense.

Leonardo Seixas, integrante da Comissão de Empreendedorismo do CRF-PE

entre 18 e 64 anos que exerciam alguma atividade empreendedora no País. Já o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE) mostra que o empreendedorismo no ramo farmacêutico no Estado tem sido uma boa opção para os profissionais, fato comprovado pelo crescimento no número de estabelecimentos de propriedade de farmacêuticos: 305 farmácias/drogarias, 114 farmácias de manipulação, 4 farmácias homeopáticas, 27 distribuidoras e 141 laboratórios de análises clínicas. Renata conta que está atuando no mercado como empreendedora há três anos e que já vê resultado. “Hoje, clientes reconhecem a marca, indicam ‘a farmácia da Renata’, mandam resultados em seus tratamentos. Inclusive, consigo enxergar uma equipe de excelentes farmacêuticos que já estão passando pelo meu negócio. Hoje, no laboratório, tenho duas estagiárias que são estudantes de Farmácia. E fico orgulhosa demais em cada resultado das ‘minhas meninas’”, fala orgulhosa.

Para Leonardo Seixas, que integra a Comissão de Empreendedorismo do CRF-PE, vale a pena empreender visando a realização profissional. “Hoje o farmacêutico, enquanto profissional da área de saúde, vai poder se realizar no ramo. Nós, da comissão, ajudamos no planejamento, nas metas, objetivos e temos visto bons resultados”, informa. Com auxílio do Sebrae, a comissão monta fóruns e palestras para orientar sobre tributação e gestão, por exemplo, além de disponibilizar curso de Excelência Farmacêutica para fortalecer ainda mais a cultura empreendedora, conectando, capacitando e inspirando as pessoas a empreender. Segundo Leonardo, uma das ações mais importantes da comissão é o trabalho que é desenvolvido nas instituições de ensinos para estimular os estudantes. “Vale a pena empreender por duas razões, uma por realização profissional; e o segundo ponto, a liberdade de administrar o próprio negócio. Então, estimulamos o empreendedorismo e ensinamos a fazer o planejamento, pensar em metas, ter um bom objetivo e os bons resultados. É juntar o útil com o agradável. Ou seja, posso empreender e ainda me satisfazer em trabalhar na parte de saúde clínica”, finaliza Leonardo.



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Mais especialização no combate ao câncer Com o crescimento dos casos da doença, demanda por farmacêuticos oncológicos deve seguir em alta para auxiliar nos tratamentos

O câncer é uma das doenças mais temidas da atualidade. Todo mundo conhece familiar ou pessoa do ciclo social que já desenvolveu algum tipo desta enfermidade. Uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), revelou que, apenas em 2018, foram registrados 18,1 milhões de novos casos, com 9,6 milhões de óbitos associados à doença. Apenas no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), foram registradas 582.590 novas incidências. O número de pessoas afetadas por este problema deve aumentar ainda mais nos próximos anos. Caso nada seja feito para frear este crescimento, cerca de 29,4 milhões de novos casos devem ser registrados em 2040, uma expansão de 60%. Em nosso país, no mesmo período, a estimativa é de um crescimento ainda maior: 78,5%. São esperadas cerca de 998 mil novas ocorrências. “O Brasil vivencia um fenômeno conhecido como transição epidemiológica, com mudanças nas causas de mortalidade e morbidade, associadas a outras transformações demográficas, sociais e econômicas. Essa realidade apresenta as doenças

crônicas não transmissíveis como as principais causas de morte e que também levam à perda da qualidade de vida. E o câncer aparece entre as doenças crônicas não transmissíveis responsáveis pela mudança do perfil de adoecimento da população brasileira. Por conta disso, é crescente o número de serviços em oncologia que surgem, necessitando de farmacêuticos capacitados na área oncológica para atuarem com maestria nas várias etapas da terapia antineoplásica”, conta Sandra Hazin, representante da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos Oncológicos (Sobrafo) e que atua na área desde 2005. Na farmacologia, isso não seria diferente. Um dos profissionais que ajudam nesta luta é o farmacêutico oncológico. Sua responsabilidade é atuar na manipulação e no gerenciamento dos medicamentos que são utilizados ao longo do tratamento da doença. “Os pacientes oncológicos estão sujeitos ao desenvolvimento de potenciais reações adversas devido ao uso de um número variado de remédios, à margem terapêutica estreita desses


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“O aconselhamento do paciente em regime de tratamento oncológico deve ser precedido de todas as informações necessárias, desenvolvendo a confiança entre o paciente e o farmacêutico. ”

Sandra Hazin, representante da Sociedade Brasileira de Farmacêuticos Oncológicos (Sobrafo)

medicamentos, pelo tratamento prolongado e em concomitância com outros tratamentos de suporte. Nesse sentido, a participação desse profissional na área da farmacovigilância tem melhorado muito o perfil das prescrições médicas, com a detecção e identificação de reações adversas e dos fatores de risco para o desenvolvimento dessas”, declara Sandra. Mas não é só no manuseio desses medicamentos que se baseia a atuação do farmacêutico oncológico. Existe uma abrangência de funções nas quais este profissional é responsável dentro do hospital ou unidade de saúde onde trabalha. Ele também é um dos profissionais responsáveis por certificar se os medicamentos estão sendo utilizados nos intervalos e da maneira correta, seguindo a prescrição, além de acompanhar a evolução do paciente oncológico. Com isso, o bom relacionamento entre o farmacêutico e o paciente é fundamental.

“O monitoramento da terapêutica é feito através do acompanhamento detalhado do tratamento, auxiliando o indivíduo quanto ao modo de usar e armazenar os medicamentos e alertando sobre os prováveis efeitos colaterais e interações medicamentosas ou alimentares. O aconselhamento do paciente em regime de quimioterapia deve ser precedido de todas as informações necessárias, desenvolvendo a confiança entre o paciente e o farmacêutico. Essas informações devem ser repassadas com material informativo de caráter educativo e através de educação direta ao paciente ou de seu cuidador”, afirma a representante da Sobrafo. Sandra Hazin também reforça um outro lado pouco conhecido no trabalho do farmacêutico. “Além do preparo dos medicamentos antineoplásicos, que devem ser manipulados com rigorosa técnica asséptica e em local com infraestrutura apropriada,


FARMAnewsPE 29 ele participa também da seleção e padronização de medicamentos e materiais, muitas vezes sendo responsável pela compra desses insumos. Com isso, o farmacêutico precisa se conscientizar que a farmácia é uma unidade de negócio e que desta forma ele é visto como um empreendedor dentro da unidade hospitalar”, ressalta. Para a farmacêutica Jéssica Priscila, responsável pela coordenação do serviço de oncologia da clínica Multihemo, cada dia representa uma série de desafios, mas esses desafios aumentam ainda mais o amor pela profissão. “Minha experiência como farmacêutica começou na unidade de terapia intensiva, na área de farmácia clínica, durante quase sete anos. Mas, na área da oncologia, trabalho há quase quatro anos. Todos os dias eu acordo com uma nova situação, um desafio, uma experiência diferente direta ou indiretamente com o paciente. E a cada dia eu me apaixono mais pela área”, relata. Em comparação com outros profissionais da farmacologia, Jéssica afirma que as principais diferenças em relação aos que atuam na área da oncologia estão na especialização dentro dos protocolos de atuação e na maior atenção às particularidades de cada paciente, buscando sempre evitar possíveis efeitos colaterais. Ela também destaca o crescimento no número de profissionais da oncologia dentro do Brasil. “Acredito que a diferença principal é o conhecimento sobre os protocolos, as particularidades de cada paciente e os efeitos colaterais relevantes, pois as habilidades de comunicação, avaliação clínica relacionadas ao uso de medicamentos, farmacovigilância, além da atuação junto à equipe multiprofissional fazem parte do contexto de atuação do farmacêutico. Cada vez mais o número de farmacêuticos em oncologia vem aumentando no estado de Pernambuco e no Brasil, isso mostra a importância fundamental desse profissional na área de atuação”, aponta.

Jéssica Priscila, farmacêutica oncológica


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Número de casos de câncer mais comuns entre os brasileiros em 2018: HOMENS Próstata (68.220)

Estômago (13.540)

Traqueia, Brônquio e Pulmão (18.740)

Câncer de boca (11.200)

Intestino (17.380)

MULHERES Mama (59.700)

Traqueia, Brônquio e Pulmão (12.530)

Intestino (18.980)

Tireoide (8.040)

Colo do útero (16.370)

Fonte: Estimativa - INCA

Com o crescimento do número de vagas, é imprescindível que os profissionais se qualifiquem cada vez mais para ocupar esses espaços de trabalho. Para suprir essa demanda por qualificação, tanto o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE) quanto a Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo) vêm oferecendo cursos, seminários, simpósios e palestras com o objetivo de capacitar os profissionais interessados e promover a trocar experiências entre os que já estão na área. Para atuar como farmacêutico oncológico, o profissional precisa de uma especialização lato sensu reconhecida pelo MEC, obter um título de especialista pela Sobrafo, ou

ter realizado residência na área de oncologia. “A Sobrafo é uma sociedade sem fins lucrativos que trabalha de forma bastante dinâmica na valorização e capacitação dos farmacêuticos oncológicos através de seminários regionais, congressos na área oncológica e produção de materiais científicos para os profissionais da área, além de aplicar a prova de título de especialista no segmento. Já o CRF-PE tem proporcionado inúmeros cursos de capacitação para os farmacêuticos oncológicos. O nosso Conselho não mede esforços para trazer profissionais de todo Brasil, inclusive diretores da Sobrafo, que vêm ministrar cursos, sem ônus para o profissional farmacêutico”, conta Sandra Hazin.


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CONSELHO ATIVO CRF-PE amplia equipe e foca na melhoria dos serviços Concurso homologado em junho de 2018, já nomeou 13 novos servidores que já estão atuando no Recife, Caruaru, Serra Talhada e Petrolina

O setor farmacêutico em Pernambuco vem experimentando uma fase de crescimento, seja com a chegada de novos profissionais, seja com a abertura de novos estabelecimentos. Para suprir a demanda gerada por essa expansão da área farmacêutica, a atual gestão do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PE) definiu como prioridade a ampliação do seu quadro de pessoal. Assim, em abril do ano passado, decorridos mais de 20 anos sem contratação por meio de concurso público, o CRF realizou certame para diversos cargos em sua estrutura funcional. Homologado em junho de 2018, o concurso público contemplou cargos de nível médio técnico e nível superior, para ocupação tanto na sede do órgão, em Recife, quanto nas subsedes de Caruaru, Serra Talhada e Petrolina. Até o momento, já assumiram seus postos 13 novos servidores, sendo cinco farmacêuticos fiscais, um advogado, uma analista de gestão de pessoas e seis servidores de nível médio na área administrativa financeira e operacional. Os impactos positivos da chegada dos novos servidores já podem ser notados, tanto nas atividades de fiscalização quanto no atendimento. “No interior, por exemplo, a presença dos farmacêuticos fiscais em Caruaru e Petrolina consolida a tão sonhada descentralização das ações da fiscalização, resultando também em maior rapidez e resolutividade nas atividades das subsedes dessas cidades-polos”, explica Gisêlda Lemos, presidente do CRF-PE.


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Concursados já estão reforçando a equipe do CRF em várias regiões do Estado


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Para Leandro Medeiros, diretor Secretário Geral, a renovação e a profissionalização do quadro de pessoal é fundamental pra que o CRF-PE possa prestar serviços cada vez mais qualificados, tanto no atendimento, quanto nas ações de valorização do farmacêutico e de proteção da sociedade. Conheça os novos funcionário do CRF-PE Alberto Felipe do Nascimento Santos Farmacêutico Fiscal/Recife André de Magalhães Dias Maurício Farmacêutico Fiscal/Caruaru Cleide Maria da Silva Assistente Administrativa Operacional/Serra Talhada Filipe Spenser Dowsley Advogado/Recife Hauana Maciel Alves Farmacêutico Fiscal/Recife

Ingrid Maia Monteiro Assistente Administrativo Operacional/Recife Kristen Alves dos Santos Farmacêutico Fiscal/Petrolina Jonatha Vaz de Brito Medeiros Assistente Administrativo Operacional/Recife Lucy Kary Tavares da Silva Assistente Administrativo Operacional/Caruaru Marcela Sampaio de Araújo Farmacêutico Fiscal/Recife Manuela Amorim dos Santos Analista de Gestão de Pessoas/Recife Priscila Maria da Silva Assistente Administrativo Operacional/Recife Wanessa Michelly Souza Freitas Lins Assistente Administrativo Financeiro/Recife


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CRF-PE completa 58 anos de atuação No ano em que completa mais um marco em sua história, Conselho de Farmácia de Pernambuco se reestrutura para prestar serviços cada vez mais qualificados novos profissionais, seja com a abertura de novos estabelecimentos. Treze novos servidores já estão em plena atividade, resultando em maior rapidez e qualidade nos serviços, tanto na sede em Recife quanto nas subsedes. Em breve, haverá nova fase de convocações. O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Pernambuco (CRF-PE) completou, no dia 2 de julho de 2019, 58 anos de fundação. Criado pela Resolução n° 02, de 05 de julho de 1961, do Conselho Federal de Farmácia, como decorrência da Lei n° 3.820/1960, o CRF-PE tem como missão zelar pela ética e disciplina no exercício da profissão farmacêutica, além de fiscalizar a correta aplicação dos preceitos da profissão em todas as áreas de atuação do farmacêutico. “São 58 anos de história sempre pautada na valorização da profissão farmacêutica e na defesa da saúde da população”, destaca a atual presidente do órgão, Gisêlda Lemos. “Essa história foi construída pelos gestores e conselheiros que por aqui passaram, mas também por muitos farmacêuticos que contribuíram anonimamente para o sucesso da nossa missão”, lembra. No ano em que o CRF-PE comemora seus 58 anos de criação, a atual direção do órgão definiu em seu plano de gestão duas ações importantes: a reforma e requalificação da sede e a ampliação do quadro de servidores. As duas medidas há muito haviam se tornado imprescindíveis, tendo em vista que o setor farmacêutico em Pernambuco vem experimentando uma fase de crescimento, seja com a chegada de

No caso da reforma e requalificação da sede, a primeira etapa do projeto já foi concluída, com a entrega do anexo à sede totalmente reformado e onde provisoriamente estão abrigados todos os setores. Em breve, o CRF-PE contará com uma nova estrutura, com salas e áreas de atendimento mais amplas e confortáveis, auditório e sala de reuniões. A obra de reforma e requalificação do edifício sede e anexo do CRF-PE tem apoio financeiro do Conselho Federal de Farmácia (CFF), através da articulação do conselheiro federal Bráulio César de Sousa e da Diretoria do Órgão.


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CRF-PE disponibiliza canal para envio de receitas ilegíveis Farmacêuticos já podem reportar prescrições cuja grafia do prescritor dificulte a dispensação do medicamento O Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE) colocou mais um serviço à disposição dos farmacêuticos pernambucanos e da população em geral. Trata-se do canal na internet através do qual poderão ser enviadas prescrições ilegíveis. As receitas recebidas através da plataforma serão encaminhadas pelo CRF ao Conselho Regional de Medicina (Cremepe) ou ao Conselho pertinente ao prescritor para as providências cabíveis. O canal tem o propósito de alertar sobre a importância do cumprimento da legislação, no que tange à legibilidade das receitas, contribuindo para a segurança do paciente. A vice-presidente do CRF-PE, Sarah Ximenes explica que os casos depositados na plataforma nortearão futuras ações educativas e preventivas a serem desenvolvidas com outros conselhos profissionais com o intuito de incentivar a prescrição legível, evitando riscos ao paciente.

Saiba como utilizar o canal •

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Digitalize ou fotografe a prescrição; considerada ilegível e salve-a em uma pasta de fácil acesso; Acesse o endereço: http://www.crfpe.org.br/ reportarreceita Preencha os dados solicitados; Faça o upload da receita digitalizada e clique em “Enviar Receita”.


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Pernambuco fez bonito na campanha pelo uso racional de medicamentos Duas ações foram realizadas pelo Conselho Regional de Farmácia em parceria com o Diretório Acadêmico de Farmácia Carl Sheele da Universidade Federal de Pernambuco

Pesquisa feita pelo Conselho Federal de Farmácia e Datafolha, divulgada em abril deste ano, mostra que 47% dos brasileiros se automedicaram pelo menos uma vez por mês nos últimos seis meses. Longe de ser uma solução rápida, a automedicação pode trazer consequências mais graves do que se imagina: intoxicações, reações alérgicas, dependência e, em alguns casos, o óbito. No intuito de alertar a população sobre os riscos que envolvem a automedicação, entidades farmacêuticas de todo o país escolheram 5 de maio como o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Em Pernambuco, para evidenciar a data, o Conselho Regional de Farmácia (CRF-PE) e o Diretório Acadêmico de Farmácia Carl Sheele da Universidade Federal de Pernambuco (DAFARCSUFPE) realizaram, durante o mês de maio, duas importantes ações. A primeira ação aconteceu no dia 11 daquele mês, na Praça da Várzea, zona leste do Recife.


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Na ocasião, farmacêuticos, professores e estudantes de Farmácia da UFPE e de outras instituições orientaram a população sobre uso seguro, armazenagem e descarte correto dos medicamentos. Também foram prestados serviços gratuitos de aferição de pressão arterial e aplicação de testes de glicemia. Ainda com o objetivo de chamar a atenção para os problemas causados pela automedicação, CRF-PE e DAFARCs promoveram, no dia 29 de maio, a 5ª Corrida e Caminhada pelo Uso Correto dos Medicamentos. A atividade ocorre no campus da UFPE. Cerca de 60 atletas profissionais e amadores participaram da disputa, que teve percurso de 5 Km. Joyce Nunes, diretora tesoureira do CRF-PE comemorou o sucesso das ações: “Este é o quinto ano que realizamos ações conjuntas. A cada edição percebemos que a população está cada vez mais assertiva à nossa mensagem sobre os riscos do uso inadequado dos medicamentos. Além disso, as atividades servem para aproximar o farmacêutico da população, evidenciando o nosso trabalho como profissionais da saúde”, afirmou.

Ainda dentro das ações planejadas, as diretoras Gisêlda Castro Lemos de Freitas (presidente) e Sarah Christine Cavalcanti Ximenes (Vicepresidente), reuniram-se com o presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Mário da Silva Fernando Lins, ocasião em que solicitaram daquele Conselho o apoio na propagação da campanha pelo Uso racional de medicamentos. A visita também foi acompanhada pelo assessor Jorge Neves.


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Novos serviços à disposição em nosso canal de serviços on-line Novidade permite que a renovação da Certidão de Regularidade do estabelecimento seja solicitada pela internet

Facilidade, segurança e rapidez no atendimento. Tendo essas premissas como foco, o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE) vem ampliando e aprimorando cada vez mais o atendimento aos seus usuários. Uma das formas utilizadas na busca pela excelência no atendimento é o Canal de Serviços On-line CRFPE, através do qual os profissionais farmacêuticos e proprietários de estabelecimentos têm acesso a uma gama de serviços. Recentemente, mais uma melhoria no atendimento do CRF-PE foi incorporada ao canal de serviços on-line. A partir de agora, a renovação da Certidão de Regularidade (CR) do estabelecimento pode ser solicitada pela internet, sem necessidade de presença física do solicitante. A impressão e validação da CR também poderá ser feita via web.


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Funciona assim: as empresas em dia com o CRF e quites com a anuidade de 2019 poderão solicitar a Renovação da CR através dos “Serviços On-line CRF-PE”. Na página de Renovação, as empresas terão acesso ao formulário de renovação preenchido e local específico para envio do formulário e documentação do farmacêutico. Caso não existam pendências, a solicitação será protocolada e a CR emitida e disponibilizada para impressão. A validação da CR pode ser realizada através do QR Code, impresso na parte inferior do documento. Nos smartphones e tablets mais recentes, não é necessário nenhum aplicativo para validação, apenas direcionar a câmera do dispositivo para o código QR. Nos mais antigos, basta utilizar qualquer App para este fim. Sobre: O canal de serviços on-line do CRF-PE é uma das plataformas desenvolvidas pelo setor de Tecnologia da Informação do órgão, gerido pelo programador Rui Gomes do Nascimento.

CONHEÇA OS SERVIÇOS DISPONÍVEIS EM NOSSO SITE: Profissionais/Estabelecimentos Registrados

Público em Geral

• Atualização de Dados para Profissionais • Comunicado Prévio de Ausência • Consulta de Protocolos • Consulta de Vínculos e Quadro de Profissionais • Declaração de Inscrição • Impressão de Boletos de Serviços e Anuidade • Pré-Atendimento para Solicitação de Serviços • Renovação e Impressão da CR

• Certificados Cursos e Eventos CRF-PE • Pré-Atendimento para Primeira Inscrição de Profissionais • Reportar Receita Ilegível • Validação de Certidão de Regularidade • Validação de Comunicado de Ausência • Validação de Declaração de Inscrição Acesse: http://www.crfpe.org.br/servicosonline


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Em defesa da saúde pública CRF-PE concentra esforços para denunciar falta de medicamentos e as deficiências estruturais nos serviços de assistência farmacêutica em nível estadual e municipal

Além de suas atribuições como órgão fiscalizador das atividades farmacêuticas, os Conselhos Regionais de Farmácia têm como missão a defesa da saúde pública e a proteção da sociedade. Em Pernambuco, o CRF-PE tem concentrado esforços para o cumprimento dessa missão, denunciando o drama dos pacientes decorrente da falta de medicamentos e as deficiências estruturais nos serviços de assistência farmacêutica em nível estadual e municipal. Em 2015, o CRF-PE realizou um amplo levantamento sobre a situação da assistência farmacêutica pública em Pernambuco e apontou as saídas para os problemas encontrados. Quatro anos depois, os problemas só se agravaram. Em maio passado, o drama vivido pela população


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que depende dos medicamentos fornecidos pela Farmácia de Pernambuco foi assunto de audiência pública promovida pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE). O CRF-PE, mais uma vez, esteve presente, hipotecando apoio à causa dos pacientes e propondo as ações a serem adotadas pelo Estado em curto, médio e longo prazo, no sentido de solucionar os problemas do desabastecimento de

medicamento e da saúde pública em Pernambuco. Em junho, através do seu Grupo Técnico Parlamentar, o CRF-PE iniciou o trabalho de articulação com os deputados estaduais no sentido de sensibilizar o parlamento quanto à definição de ações para garantia da assistência farmacêutica plena, preconizada na lei 13.021/2014 e de maior inserção do profissional farmacêutico na rede pública de saúde.


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Pernambuco na presidência da SBRAFH Estado se insere cada vez mais nas associações e sociedades nacionais ligadas às áreas de atuação do farmacêutico A pernambucana Valéria Santos Bezerra assumiu, em maio passado, a presidência da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH). Valéria Santos atua como superintendente de Suprimentos do Hospital da Restauração, em Recife. É professora convidada do MBA em Gestão em Saúde e Controle de Infecção da Faculdade INESP, de São Paulo e professora convidada do Instituto de Desenvolvimento Educacional-IDE. Além de Valéria, também passou a integrar a direção da SBRAFH nacional a farmacêutica Diana Mendonça Silva Guerra. Ela atua no Hospital da Restauração. É coordenadora pedagógica-científica e preceptora de estágios/Residência em Farmácia da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.

SBRAFH Regional - Na mesma ocasião, também foram realizadas as eleições para escolha das regionais da SBRAFH.

Veja a composição da SBRAFH em Pernambuco Presidente: Ítala Morgania Farias da Nóbrega Vice-Presidente: Jéssica Priscila Avelino Silva Diretora Executiva: Larissa Pelágia de Lima Ferreira Diretora Técnica: Priscila Barros Vasconcelos


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Parceria CFF e CRF-PE traz novos cursos de longa duração para Pernambuco Cuidado Farmacêutico nas Farmácias Comunitárias e Capacitação em Farmácia Hospitalar são as temáticas das aulas oferecidas


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Os profissionais farmacêuticos pernambucanos vêm tendo acesso, nos últimos anos, a cursos de qualificação gratuitos e de excelente qualidade, como resultado do convênio estabelecido entre o Conselho Federal de Farmácia e o Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco. Em 2019, dois grandes projetos de qualificação profissional estão em execução no Estado: Cuidado Farmacêutico nas Farmácias Comunitárias e Capacitação em Farmácia Hospitalar. Em formato modular, os cursos têm duração de 96 horas, divididas em seis módulos, com 16 horas aula cada módulo. No caso do curso de Cuidado Farmacêutico em Farmácias Comunitárias, Pernambuco foi contemplado com três polos, um em Recife, um em Caruaru e o outro em Petrolina, todos em fase de execução. Ministrado por farmacêuticos com experiência prática, o curso tem o propósito de capacitar farmacêuticos de farmácias comunitárias para a implantação de Serviços Clínicos.

Já o Curso de Capacitação em Farmácia Hospitalar teve início no mês passado, em Recife. Elaborado pelo Grupo de Trabalho em Farmácia Hospitalar do CFF, o curso tem como objetivo instrumentalizar os profissionais para o exercício das atividades inerentes à farmácia hospitalar. Articulação - Entusiasta da parceria que tem permitido a realização de importantes capacitações em Pernambuco, o conselheiro Federal Bráulio César de Sousa destaca que mais de uma dezena de cursos já foram realizados, como os de Excelência Farmacêutica, Farmácia Hospitalar e Cuidado Farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS), recentemente concluído em dois pólos, um em Recife e o outro em Serra Talhada. “Iniciativas como essas têm resultados diretos e positivos na vida das pessoas, que passam a contar com profissionais mais capacitados e serviços de melhor qualidade”. Avalia Bráulio César.


TURISMO

Turismo rural em ascensão Cenários das fazendas ganham destaque como roteiros para turistas. Engenhos reúnem história e gostinho de campo “Sem açúcar, não se entende o Nordeste, não se entende o Brasil”, já dizia o escritor Gilberto Freyre. Cada vez mais pessoas buscam mergulhar na história e nos encantos da Zona da Mata Norte pernambucana e seu passado que muito explica os dias atuais. Os antigos engenhos viraram pontos turísticos. Casas-grandes e senzalas abrigam hoje pousadas e restaurantes atraentes. Capelas, igrejas, riachos, canaviais e cavalgadas recriam a vida colonial com gostinho de campo.

no Engenho Poço Comprido e tem duração de apenas um dia, com volta para o Recife no fim, da tarde. “Realizamos o passeio desde 2017. No geral, aplicamos um questionário de feedback e solicitamos que nossos clientes indiquem três destinos que gostariam de realizar com a GD Turismo. A partir daí, observamos o interesse dos clientes por roteiros de visitação aos Engenhos de Pernambuco. Foi assim que elaboramos a rota do Engenhos em Vicência”, explica Vanessa Rodrigues, dona da agência.

A GD Turismo é uma das agências que oferecem a rota regularmente. O passeio sai do Recife com destino a Vicência. A primeira parada é no Engenho Jundiá, datado de 1817 e proporciona um mergulho na colonização pernambucana. No Engenho Água Doce, o turista pode conhecer a produção de cachaça, licores e produtos artesanais, com degustação de rapadura, caldo de cana e pão doce. O roteiro acaba

O passeio proporciona que o visitante reviva a história de forma lúdica. “O Engenho Jundiá, por exemplo, concilia moradia com visitação turística. Os grupos lá são atendidos pelos donos que contam com tanto orgulho a história de sua família, e de como era o funcionamento do Engenho no passado, além de poder saborear das delícias produzidas lá”, explica. O roteiro é realizado a cada


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dois meses e atende grupos entre 30 e 50 pessoas. Para Vanessa, o destino é um dos mais promissores. “Acreditamos que a tendência é de crescimento, principalmente quando há divulgação dos meios de comunicação. No ano que a Grande Dia Turismo, começou a realizar o passeio da Rota dos Engenhos, tínhamos pouquíssima referência e tivemos que ir prospectar informações, realizamos visitas e muitas conversas para ajustar”, ressalta. O roteiro é indicado para toda família, de crianças a idosos. “Inclusive no Engenho Jundiá foi preparada uma rampa de acesso à Casa Grande para uma cliente nossa, que é cadeirante. Percebemos que os proprietários buscam melhorar para atender esse grupo. É indicado também para turismo pedagógico”, afirma. Protetor solar, calçado e roupas confortáveis são essenciais para curtir o passeio. A visitação completa custa R$150,00, incluindo transporte, lanche e almoço.

Saiba como visitar alguns dos principais engenhos de Pernambuco: Engenho Sanhaçu – Fica em Chã Grande. Agendamento de visitas contato@sanhacu.com.br. Engenho Jundiá – Fica em Vicência. Agendamento de visitas pelos telefones (81) 9.9982.6111, (81) 9.9235.1312 ou pelo e-mail engenhojundia@hotmail.com Engenho Água Doce - Fica em Vicência. Agendamento de visitas pelo telefone (81 9.9602.4812 Engenho Poço Comprido – Fica em Vicência. Agendamento de visitas pelo e-mail mcpococomprido@ gmail.com e telefone (81) 99798.7117 Engenho Iguapé - Fica em Vicência. Agendamento de visitas pelo telefone (81) 3251-5321 Engenho Cueirinha – Fica em Buenos Aires. Agendamento de visitas pelo e-mail engenhocueirinha@ yahoo.com.br ou telefone (81) 9948 1586. Engenho Triunfo – Fica em Triunfo. Agendamento de visitas pelo telefone (83) 9931-9861.

Desbravando o interior – O jornalista Hugo Peixoto é um apaixonado por viagens. No blog que mantém junto com sua esposa, a radialista Nara Viana, o www. partiuinterior.com, o foco é justamente desbravar o interior dos estados. Entre os roteiros já feitos, estão alguns engenhos de Pernambuco. O objetivo inicial do roteiro foi conhecer um pouco mais da cultura da cana-de-açúcar e seus impactos econômicos, sociais e ambientais. “Além disso, pudemos vivenciar um pouco do rural, através da culinária local, do contato com a terra, com o ar puro e com as paisagens, que infelizmente foram bastante modificadas pela monocultura da cana”, explica. Por ser natural de Nazaré da Mata, Hugo decidiu revisitar alguns engenhos que conheceu na infância e conhecer outros que fazem parte da rota com a esposa. “Fomos umas quatro vezes. Em Vicência, visitamos o Jundiá, o Água Doce (esses são os mais preparados para receber os visitantes), o Poço Cumprido (o único tombado pelo IPHAN em Pernambuco), o Canavieiras e o Iguape. Em Nazaré, o Várzea Grande, que infelizmente está em ruínas”, explica. Para o jornalista, é fundamental planejar a viagem e entrar em contato com os engenhos para ter certeza de que estarão abertos para visita. “O ideal é pesquisar sobre a rota, as condições das estradas. Geralmente elas são de terra e se choveu muito talvez seja melhor adiar. Antes da viagem, checar o carro e, se possível, viajar em grupo. É mais seguro. Levar água, usar protetor solar, boné e repelente”, afirma. Por ter um blog na área, Hugo percebe que esse tipo de roteiro tende a crescer e que cada vez mais as pessoas buscam uma maneira de se reconectar com a natureza ou com suas origens. “Sempre levamos amigos daqui de Pernambuco, que cresceram em grandes cidades e sem muita vivência rural, ou de outros estados. É sempre uma boa opção e relativamente próximo ao Recife”, finaliza.

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