Revista Atualidades Cotripal - nº 106

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Mercado agrícola por João Carlos Pires

Referente a julho de 2012

Soja

João Carlos Pires Supervisor comercial adrim.comercial@cotripal.com.br

As cotações na Bolsa de Chicago continuaram em alta, com alguns movimentos de queda. Os valores oscilaram positivamente de U$ 14,94 a U$ 17,57 o bushel, recuando um pouco no fim do mês, cotada a U$ 17,21 o bushel. O principal fator que influenciou na alta do grão foi o clima seco e quente que afetou as lavouras dos Estados Unidos. A falta de chuva e as precipitações ocorridas foram insuficientes para melhorar a umidade do solo. Em alguns momentos, as incertezas sobre a economia mundial, notadamente a Europa e a ocorrência de chuvas, pressionaram as cotações, mas não a ponto de alterar significativamente o quadro altista. A expectativa inicial era colher em torno de 87 milhões de toneladas em solo norte-americano, mas devido aos problemas climáticos, a produtividade vai ser menor. Isso reduziu substancialmente a produção, avaliada no final do mês de julho em torno de 79 milhões de toneladas por instituições privadas. Deve-se acompanhar o comportamento do clima nos próximos meses e seus efeitos na produtividade para melhor avaliação das perdas. O mercado interno gaúcho acompanhou a alta da Bolsa de Chicago, mas com um mercado mais local, devido à pouca oferta e estoque reduzido no estado. A necessidade da indústria fez com que os preços ficassem acima do mercado de exportação. O preço pago ao produtor subiu de R$ 62,04 para R$ 71,04 a saca. .

Milho O mercado de milho reagiu forte devido à alta ocorrida na Bolsa de Chicago. As perdas na produtividade das lavouras de milho nos Estados Unidos são bem significativas por causa da falta de chuvas, principalmente no período da polinização do cereal. As estimativas efetuadas no fim de julho por instituições privadas são de perdas ao redor de 80 milhões de toneladas a menos na produção. Diante desse cenário, os preços subiram acima de U$ 8,00 o bushel. Os valores na exportação mais altos deram suporte aos preços no mercado interno. O preço pago ao produtor subiu de R$ 22,50 para R$ 26,04 a saca. .

Trigo A alta no mercado mundial de trigo elevou os preços internamente. A exportação esteve muito ativa no mês de julho, dando mais liquidez ao mercado. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) continuou com os leilões dos estoques públicos, com grande procura e disputa do grão pela indústria moageira, inclusive da região nordeste do Brasil. Os valores nos leilões saíram acima do preço mínimo estabelecido pela Conab. O preço pago ao produtor subiu de R$ 25,02 para R$ 27,00 a saca. .

Dólar A cotação do dólar valorizou 1,94% no mês de julho em relação ao mês anterior, oscilando positivamente entre R$ 1,989 e R$ 2,047. As incertezas sobre a economia mundial continuaram deixando volátil o mercado cambial. O Banco Central continuou monitorando o mercado de câmbio, com intervenções quando este esteve fora da banda, entre R$ 2,00 e R$ 2,10, sinalizando para que a cotação ficasse em torno de R$ 2,04. A preocupação tem sentido, pois, com o dólar depreciado, a indústria exportadora fica prejudicada, mas se ele estiver muito alto, os preços internos acabam inflacionados.

Leite & Mercado Baixa nos preços e alta nos insumos O preço pago ao produtor referente ao leite entregue em junho teve uma pequena queda com relação ao mês anterior. Estimava-se uma baixa bem maior em virtude do aumento da produção, proporcionada pelo retorno das chuvas à região Sul e da recuperação das pastagens, como também pela importação de leite de países vizinhos, como Uruguai e Paraguai. Para os próximos meses, há rumores de estabilidade nos preços pagos. O bolso do produtor, porém, sofreu fortes impactos com o valor dos insumos, como o farelo de soja, que tiveram uma alta bastante significativa em função da pouca oferta do grão no mercado. Isso aconteceu devido à seca ocorrida no Brasil e à possível redução de safra nos Estados Unidos, que também sofre com estiagem. Este quadro deixou vários produtores desestimulados.

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agosto 2012


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