Cosplayer n.22

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EDITORIAL Cosplayer nº 22 | Maio de 2015 capa Asheria fotografia Samuel Pereira Direcção Executiva Daniela Oliveira Assistente Executiva Ana Salvador Design e Paginação Daniela Oliveira, Madalena Ramires, Maria João Forte, Ricardo Catarino, Rita Carmelo

O verão está a chegar e a nova edição da Cosplayer está à vossa frente com novidades refrescantes! Além das habituais rubricas sobre os últimos eventos em Portugal, deliciem-se com as nossas fotografias, inspirem-se nas nossas páginas de tendências e metam as mãos ao trabalho para fazerem os vossos melhores fatos. Quem sabe, poderão ser vocês na próxima edição! Desta vez, entrevistamos dois cosplayers muito talentosos, a portuguesa Paula Nunes e o italiano Leon Chiro, que nos revelam alguns dos seus segredos para criar um bom cosplay. Também nesta edição, temos um fantástico tutorial de LED, para iluminarem os vossos cosplays e brilhar ainda mais! Este número já é vosso. Façam o que quiserem dele, digam-nos o que acharam e vemo-nos por aí? A equipa da Cosplayer E-zine

Escritores André Pereira, Daniela Oliveira, Filipe Jesus, Maria João Forte, Miguel Pinto, Patrícia Bordeira

geral@cosplayerzine.net www.cosplayerzine.net

Fotografia Samuel Pereira, Tiago Vasconcelos, Raquel Pipa, Vanda Allen Edição de Texto e Tradução André Pereira, Patrícia Bordeira

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A Cosplayer E-Zine é uma revista online, sobre costume play e assuntos relacionados, de distribuição gratuita e sem fins lucrativos. Todos os conteúdos presentes são autorizados pelos seus devidos autores e o conteúdo verbal presente em entrevistas representa apenas a opinião dos próprios e não da revista. No caso da inexistência da atríbuíção de devidos créditos em certos conteúdos, pedimos desculpa pelo incómodo e é favor contactar para que tal seja remediado assim que possível.

Esta revista é amiga do ambiente. 2

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86 ENTREVISTA: ANIMYU

Entrevista à banda de covers e dança, ANIMYU


WINTER MASQUERADE BALL II

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COSPLAYER REVELAÇÃO

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TUTORIAL

CONTEÚDOS

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COSPLAY PHOTOSHOOT #12 TENDÊNCIAS VERÃO AONIME 2015 ENTREVISTA: LEON CHIRO ANICOMICS LISBOA 2015 SHOWCASE DEVIANTART EM FOCO: ASHERIA VOXPLAYER ENTREVISTA: ANIMYU

30 COSPLAYER INTERNACIONAL LEON CHIRO Entrevista ao cosplayer Italiano, Leon Chiro

58 EM FOCO: ASHERIA

Entrevista à cosplayer portuguesa, Paula Nunes (Asheria) COSPLAYER

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Winter Masquerade Ball II

A Associação Portuguesa de Cosplay volta a apostar numa noite diferente e abre as portas da Fábrica 22 com o Winter Masquerade Ball II; o resultado? Mais do que positivo! REPORTAGEM: ANDRÉ PEREIRA

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FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

sala estava cheia! Enquanto uns dançavam na pista ao som de temas de séries e jogos e outros jogavam nas arcade, muitos ocupavam a zona do bar para provar as bebidas temáticas criadas especialmente para a noite, com nomes e cores apelativas a condizer. Havia um pouco de cada coisa para todos e ninguém se aborreceu, pelo menos este que vos escreve. Não podemos comparar o que se passou naquela noite com um evento normal de grandes dimensões, isso seria errado e cansativo. O que a APC fez foi retirar o melhor desses eventos, como o convívio, e proporcionar uma grande noite aos seus visitantes e acreditem, eles foram muitos. 4

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Claro que nem tudo foi perfeito, mas nada que se pudesse apontar à equipa da organização, mas ao espaço em si. No entanto, são detalhes que nos passam ao lado assim que subimos as escadas para o baile. Podemos ter as músicas, os jogos e as bebidas que quisermos, mas sem pessoas não temos festa. E sem esta festa ou baile, provavelmente não teríamos mais no futuro. Felizmente tal não aconteceu. Enquanto a música continuar a tocar, peçam uma bebida (com moderação) e desfrutem porque não sabemos quando poderá ser o próximo.


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Winter Masquerade Ball II

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mafalda almeida Mafalda Almeida, de Braga, iniciou-se no cosplay no Iberanime OPO de 2009 e desde então não parou. Para além da sua preferência por videojogos, filmes e comics, não esconde o seu amor pelas capas de super-heróis. ENTREVISTA: MIGUEL PINTO FOTOGRAFIA: KATHRYN E HÉLDER ARCHER

Fala-nos um pouco sobre ti. O que fazes? De onde vens? O meu nome é Mafalda Almeida e penso que a melhor palavra capaz de me definir é “sonhadora”, daí o meu nick de cosplayer. Sou estudante e vivo em Braga. O meu tempo livre é maioritariamente dedicado aos videojogos e ao Cosplay. Sou apaixonada pela arte de criar e de tornar realidade personagensque me inspiram, pois tudo isto exige desafios e novas aprendizagens. 8

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O que fazes? De onde vens? Chamo me Raul Bittencourt Batista, tenho 25 anos e sou de Sintra. Neste momento estou desempregado, mas trabalhava numa loja de informática. Agora vou fazendo biscates (arranjo de computadores, consolas), também desenho, faço retratos de pessoas e agora comecei a aceitar encomendas para acessórios de fatos.

Supergirl, DC Comics Foto por: Kathryn

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Como é que descobriste o cosplay? Descobri na Internet, penso que em 2009, quando me deparei com o termo “cosplay” em muitas imagens de pessoas vestidas das suas personagens favoritas. Despertou logo o meu interesse e fui imediatamente pesquisar sobre isso. Descobri que havia eventos dedicados a esta arte e, em 2010 que ia haver o Iberanime no Porto pela primeira vez, foi aí que fiz o meu primeiro cosplay (Misa Amane).

Que aspectos consideras mais importantes num fato de cosplay? A personagem em si e não só o fato, é importante relacionar-me com ela em algum aspecto que me cative na sua construção. No fundo, para mim o Cosplay não é só construir a personagem, mas tornarmo-nos nela. Gosto de fatos que me desafiem, que me levem a aprender novas técnicas e desenvolver capacidades. Pessoalmente gosto muito de capas, é um dos requisitos que me leva a escolher um fato!

Costumas participar nos eventos? O que mais te atrai? Sim, mas só costumo ir aos eventos situados no Norte do país. O convívio é, sem dúvida, o que me atrai mais. Conhecemos pessoas com gostos em comum e tornamo-nos bons amigos! Tenho sempre interesse em ver os Cosplays dos outros, noto um enorme avanço desde o primeiro evento a que fui. Também os concursos me despertam interesse, adoro encarnar a personagem e representá-la em palco, daí a minha participação.

Que personagens gostarias de fazer no futuro? Bem, penso que um dos problemas dos cosplayers em geral é o facto de a lista não parar de aumentar. Tenho muitos sonhos de Cosplay e já realizei muitos deles, no entanto desde o início adoptei o “critério” de não revelar os meus projectos antecipadamente, espero que compreendam.

Que género de personagens mais te motivam a fazer cosplay? Personagens que me inspirem com a sua personalidade e/ou história e que me identifique com elas em algum aspecto. Sou mais virada para os videojogos, filmes e comics, pois é o que sempre me despertou mais interesse desde pequena.

Tens alguma página onde possamos acompanhar o teu percurso enquanto cosplayer? Sim, tenho uma página no Facebook onde podem acompanhar todos os meus trabalhos e estou disponível para ajudar no que precisarem: www.facebook.com/ pages/Mystic-DreamerCosplay/537650792985684

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Catwoman, DC Comics Foto por: Kathryn

Babydoll, Sucker Punch Foto por: Kathryn

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Batgirl, DC Comics Foto por: HĂŠlder Archer

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Ellie, Last Of Us Foto por: Kathryn

Supergirl, DC Comics Foto por: Kathryn

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1潞 Lugar Cosplayers: Evii & Kiba Personagens: Mako Mankanshoku & Guts - Kill la Kill Fot贸grafo: Ayatsu 14

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COSPLAY PHOTOSHOOT#12 REPORTAGEM: FILIPE JESUS FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

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2º Lugar e Escolha do Público Cosplayers: Shangai Kid & Mik Personagens: Ninja Anbu - Yamato & Ninja Ambu -Naruto Fotógrafo: Andres Liveevi

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ara um dia cuja precipitação não parecia ceder, as tréguas a quinze minutos antes da fotografia de grupo pareceram providas de uma mão divina. Terá sido São Valentim, aliado com a prospecção de um toque de Cosplay no seu festejo anual? Para quem não sabe, o Cosplay Photoshoot é um encontro anual de cosplayers para uma mega fotografia de grupo que se realiza no Parque das Nações, dentro da época carnavalesca. Sem qualquer custo ou interesse financeiro por detrás, o Photoshoot visa relembrar aos cosplayers a máxima que define este hobby: que o seu objectivo maior é a

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diversão e o prazer pessoal de cada um. Para aqueles que não dispensam um q.b. de competição saudável, os organizadores do Photoshoot (Cosplayer E-zine e APC) preparam sempre um pequeno concurso fotográfico. Todavia, este ano o Photoshoot deu-se no dia 14 de Fevereiro, um dia que muitos casais aproveitam para dar um romantismo extra à sua relação. Tratando-se do Dia de São Valentim, o Photoshoot aproveitou a ocasião e celebrou o dia com a temática in love no seu concurso de fotografia. Como frequentador quase-assíduo deste encontro anual, arrisco-me a fazer uma


3º Lugar Cosplayers: Jack e Miyako Personagens: Matoi Ryuko e Mako Mankanshoku (Genderbend) - Kill la Kill Fotógrafo: Bibi

observação sem grandes suportes numéricos mas que reflecte a dinâmica presente nos Photoshots. Se as convenções servem como um passo de partida para conhecer a comunidade de Cosplay, o Photoshoot tem servido como um ponto de entrada na comunidade portuguesa. Quem vem a um Photoshoot, sabe que além das fotografias não resta muito mais a fazer senão socializar e conviver num meio que trata todos por igual, e sai sempre com a experiência de que isso é o mais gratificante. Posto isto, acho extremamente positivo que a cada nova edição apareçam mais caras novas.

No que diz respeito ao cosplays presentes, os registos encontram-se cada vez mais variados e, quiçá, mais refinados. Desde jogos indie como Journey, passando a séries dos anos 80 como He-Man e a um grupo do aclamado TRPG da Nintendo, Fire Emblem, os estilos dispensam-se em gostos e géneros cada vez mais fora do casual. No que diz respeito aos clássicos maiores, não faltou homenagem a Naruto! No entanto, a tendência deste ano vai certamente para Kill La Kill. Não é, portanto, novidade que dois dos três grupos vencedores do concurso de fotografia sejam deste êxito da Trigger! Parabéns aos vencedores e a todos os participantes! COSPLAYER

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COSPLAY:

TENDÊNCIAS ~

VERAO ARTIGO: MARIA JOÃO FORTE

MARVELS’S AVENGERS The Age of Ultron

É difícil deixar de reparar que os filmes de super-heróis tornaram-se num dos géneros mais populares de entretenimento hoje em dia. Filmes e até séries de televisão baseadas em comics apelam a novos públicos com conteúdos para todos os gostos, desde enredos dramáticos ou assustadores a histórias repletas de aventura, acção, humor e romance. Um dos filmes do género mais aclamado dos últimos tempos tanto pela crítica como pelas bilheteiras foi sem dúvida o primeiro Avengers, que mostrou aos fãs os seus heróis favoritos interagirem num só ecrã e a lutar juntos um só mal. A segunda instalação dos Avengers, A Era de Ultron, estrou este mês e promete ser ele também 20

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um sucesso onde podemos contar com os nossos heróis conhecidos, apresentando agora novas personagens incluído Scarlet Witch e Quicksilver do universo de X-Men. EXPERIÊNCIA: Entre média a avançada GÉNERO: Sci-Fi, Aventura, Comics PONTOS DE INTERESSE: Fatos de Super Heróis e Acessórios #comics #marvel #BD #movie #heróis #spandex marvel.com/avengers


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IS IT WRONG TO TRY TO PICK UP GIRLS IN A DUNGEON? Dungeon ni Deai wo Motomeru no wa Machigatteiru Darou ka “Será que é certo engatar raparigas em masmorras?”, só o título explica tudo o que necessitamos de saber sobre a série. Um novo anime de acção e comédia, com muitas aventuras, desatinos e talvez romance? A enigmática vestimenta da pequena deusa Hestia não passou despercebida aos olhos da comunidade, chamando a atenção de múltiplos artistas, cosplayers e memes pelo o mundo inteiro. Parece ser uma aposta de cosplay que promete bom humor.

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EXPERIÊNCIA: Avançada GÉNERO: Fantasia, Comédia, Aventura PONTOS DE INTERESSE: Fatos icónicos e divertidos #dungeons #lolis #random #romance? #seinen #JCStaff danmachi.com


LOVE LIVE!

School Idol Project Love Live é o que se pode chamar de um projecto multimédia, contado no seu portefólio com, CDs, AMVs, mangas, Light novels, jogos, duas temporadas de anime e agora um filme que estreará no próximo mês de Junho. A premissa da série é bastante simples, centrada num grupo de raparigas de liceu que decidem tornar-se ídolos para salvar a sua escola, que cada vez tem menos alunos. É fácil perceber porque Love Live chama a atenção de tantos cosplayers. A série tem um enorme leque de personagens, personalidades e roupas que oferecem algo para todos os gostos!

DIGIMON ADVENTURE TRI

Podemos esperar para estas próximas estações mais um blast do passado! Após 15 anos a primeira e tão nostálgica série de Digimon vai ter uma continuação e com ela voltam os nossos amigos de infância que também cresceram connosco. Seis anos após os eventos da primeira temporada, Sora, Izzy, Mimi, Jo, Matt, TK e Tai voltam mais uma vez com os seus respectivos Digimon para proteger o mundo digital de um mal desconhecido. Esta continuação será realizada através de uma série de 6 filmes, estando o primeiro intitulado de Saikai (Reunião) planeado para estrear dia 21 de Novembro deste ano. Como dizem os teasers, podemos encontrar-nos outra vez!

EXPERIÊNCIA: Média GÉNERO: Magia, Fantasia, Romance PONTOS DE INTERESSE: Uniformes e Fatos de Espetáculo #escolar #cute #shoujo #idol #pop lovelive-anime.jp/worldwide

EXPERIÊNCIA: Casual GÉNERO: Aventura, Comédia, Juvenil PONTOS DE INTERESSE: Uniformes Confortáveis, Nostalgia #kids #digimon #15anos #Digivice #monsters #aventura #Bandai digimon-adventure.net/eng/ COSPLAYER

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OVERWATCH O novo trabalho da Blizzard parece ser um jogo online diferente do habitual que seguirá uma mecânica semelhante ao jogo Team Fortress. Overwatch é também ele um shooter jogado entre equipas com diversas personagens com diferentes habilidades, incluindo soldados, cientisitas, aventureiros entre outras classes que prometem lutar arduamente (e estilosamente) pela vitória. Talvez seja muito cedo para vermos muitos cosplays de Overwatch, mas de certo que terá aderência, tendo em conta a qualidade de design que já podemos observar.

EXPERIÊNCIA: Avançado GÉNERO: First Person Shooter PONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Armas e Acessórios #armadura #blizzard #rpg #online #FPS #multiplayer eu.battle.net/overwatch/pt 24

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MORTAL KOMBAT X

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Nesta edição do tendências destacam-se não um, mas dois fighthing games de peso na industria. Mortal Kombat conta agora com a sua 10ª edição e Tekken com a 9ª, ambos os jogos já têm uma base de jogadores forte assim como personagens icónicas que os acompanharam desde o ínicio. Tanto Mortal Kombat como Tekken, não se apoiam só em sucessos antigos tentando trazer algo de novo aos fãs a cada instalação, através de novos enredos, movimentos e personagens. EXPERIÊNCIA: Várias GÉNERO: Luta, Acção PONTOS DE INTERESSE: Conforto, Desportivo

FATE STAY NIGHT Unlimited Blade Works

Mais uma vez podemos ver destacado no tendências a saga Fate/Stay Night agora através da animação de Fate Unlimited Blade Works. Mais uma vez os fãs têm mais oportunidades para representar estes heróis aproveitando um enredo e um caminho diferente para inspiração. Fate Unlimited Blade Works já foi adaptado para filme no ano 2010, mas a série irá ter a sua conclusão ainda esta estação, no fim de Junho. Agora só nos resta esperar pela a animação do Fate/stay night: Heaven’s Feel, um dos caminhos mais brutais e controversos.

#fighting #PVP #game www.mortalkombat.com www.tekken-official.jp/special

EXPERIÊNCIA: Várias GÉNERO: Sobrenatural, Drama PONTOS DE INTERESSE: Armaduras, Vestidos, Armas #santograll #batalha #história #heróis #mitologia www.fatestaynightusa.com COSPLAYER

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AONIME

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Realizou-se este ano mais um AONime, no passado dia 14 de Março, desta feita no Parque de Exposições de Braga, um espaço que acolheu bastante bem este evento em gradual crescimento, organizado pela Associação de Otakus do Norte (AON). TEXTO E FOTOGRAFIA: TIAGO VASCONCELOS

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afluência foi bastante boa e tal como é tendência nacional, cada vez mais pessoas aderem ao cosplay, quer seja simplesmente para se divertirem ou, em alguns casos que já levam a actividade mais a sério, para entrarem nos concursos de cosplay. Falando do concurso, a já familiar Joana Ferreira (L’Aquila Cosplay) conquistou o terceiro lugar com o seu fato de Arno Dorian de Assassin’s Creed Unity, Jessica Adhara (Adhara Cosplay) conseguiu o segundo lugar com o fato de Hachikuji Mayoi de Nisemonogatari e a local Mafalda Almeida (Mystic Dreamer Cosplay) ganhou o concurso com um fenomenal skit a acompanhar o seu fato de Batgirl. A AON fica assim de parabéns por mais uma edição do AONime e com a esperança que consigam manter a tendência para o ano, conseguindo um evento cada vez maior e melhor!

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o r i h C n o Le ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA

Oliver Queen (Arrow) Foto por: Eduard Luzhetskiy

FOTOGRAFIAS CEDIDAS PELO LEON CHIRO


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Commander Shepard (Mass Effect 3) Foto por: Valentin Offner


Leon Chiro, cosplayer italiano, já há muito que conquistou o mundo do cosplay com os seus fatos detalhados e sua caracterização impressionante. A Cosplayer entrevista este verdadeiro “camaleão” Para começar, fala-nos um pouco sobre ti. Que idade tens, o que fazes e onde vives? LEON: O meu nome é Leon Chiro, sou um cosplayer italiano com uma paixão muito grande por desporto e pelo mundo dos videojogos. Tenho 23 anos e por agora vivo e estudo em Rome. Viajo muito graças ao cosplay e é uma das coisas que me faz mais feliz neste momento na minha vida. Tenho a oportunidade de conhecer muitas pessoas especiais por todo o mundo e isto representa uma das minhas maiores satisfações. Como descobriste o cosplay? O que te atraiu para começares a praticar este hobby? E qual foi o teu primeiro cosplay? Fizeste tu o teu próprio fato? LEON: Estava a trabalhar como modelo e modelo fotográfico para agências e projetos diferentes. Um dia decidi experimentar criar umas fotografias especiais com um fotógrafo, para tentar trazer um videojogo para a realidade. Claro que escolhi o Tidus, umas das minhas personagens favoritas de COSPLAYER

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sempre. Um amigo informou-me sobre a palavra “cosplay” e sobre as convenções e o mundo do cosplay. Experimentei ir a uma convenção e apaixonei-me por este mundo! O Tidus foi o meu primeiro cosplay também e tive ajuda com a parte da costura. Tudo o resto fiz eu, incluindo os acessórios e a espada (Brotherhood). Fiquei tão feliz com esta experiência, lembro-me de todas as emoções. Conta-nos um pouco do teu processo de selecção e construção de um novo fato. O que te inspira numa personagem ou fato para o recriares? Quanto tempo demora normalmente um fato a ser terminado? LEON: Tem tudo a ver com a paixão! Escolho sempre personagens que adora ou que me influenciaram. 95% das personagens de quem fiz cosplay são de videojogos e demoro desde 5 dias a 1 mês a fazer o fato. Depende muito do tempo livre e da dificuldade! Por exemplo, fiz o meu cosplay de Draven de League of Legends em 7 dias mas no meu Caius Ballad de Final Fantasy XIII-2 demorei 1 mês só com a espada (Ragnarok). Todos os cosplayers têm pontos fortes e fracos. Quais são as áreas que gostarias de melhorar? LEON: Os meus pontos fortes são a interpretação de armaduras/armas e a con34

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Xemnas (Kingdom Hearts 2) Foto por: Matteo PainAlzak


Psycho Krieg (Borderlands 2) Foto por: 4mate.fr

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Caius Ballad - Final Fantasy XIII-2 Foto por: Alessio Buzi - Fotomania

Dante (Devil May Cry 3) Foto por: Melania Morabito - Evane

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escent Photography

strução de acessórios. Também faço o meu melhor na maquilhagem e perucas das personagens que interpreto. Mas o meu ponto fraco sempre foi a costura, especialmente as bases complicadas. Até agora, qual foi o fato em que gastaste mais tempo? LEON: Como referi, é o Caius Ballad. Demorei cerca de 2 meses para concluir tudo e foi uma enorme satisfação no fim! Este cosplay tem praticamente tudo: armadura, acessórios grandes, peruca e maquilhagem, interpretação, luzes LED, etc, tudo feito com amor! Até ao momento, qual o fato de que mais te orgulhas? Qual o fato que atraiu mais atenção? LEON: A maioria das vezes, os fatos mais “simples” são sempre os mais complicados de fazer. Pelo menos, esta é a minha opinião! Quando tens uma armadura grande com muitos detalhes, a atenção não está focada na simplicidade mas em todo o fato é muito mais fácil “impressionar”. Mas quando tens apenas algumas coisas porque o cosplay deverá ser “fácil” de fazer, acho sempre que é mais difícil interpretar porque não tens muitos detalhes e o público irá se focar nas COSPLAYER

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Ezio Auditore (Assassin’s Creed 2 Foto por: Marcella Fava

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Prince of Persia Foto por: Alexis-Franck Mbea Photograpy & Sebastian Lanzara

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Draven (League of Legends) Foto por: Reflex Studio & Sebastian Lanzara

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Cosplayer i.d.

Nome: Leon Chiro Nickname: Leon Chiro Cosplay Art Aniversário: 31 de Maio 1991 Nacionalidade: Italiano Localidade: Roma, Itália Profissão: Estudante (Universidade) e Cosplayer profissional Cosplayer desde: 2011 Número de fatos: 25 Personagem favorita: Tidus - Final Fantasy X Website: facebook.com/LeonChiroCosplayArt

poucas coisas que vê. Por exemplo, o meu cosplay de Vegeta não tem muitos detalhes, por isso a construção e peruca, mais o físico fazem 90% do fato. Sem isto, as pessoas não ficariam impressionadas pelo fato. Penso que esclareci bem! As tuas personagens estão bem caracterizadas (maquilhagem, perucas, cicatrizes, barba falsa, etc). Poderias nos dar algumas sugestões de como fazer? LEON: É sempre melhor gostar do que se faz! E, claro, se queres fazer algo mesmo bom, tens de tentar e tentar. Não pode melhorar sem desperdiçar materiais/ tecidos e experimentar. É muito importante porque tudo se consegue com experiência! Nunca deixes de ser humilde e procura inspiração noutros artistas Quão importante é a fotografia na apresentação dos teus fatos? LEON: É muito importante! Muitas vezes, uma perspectiva diferente pode mudar o fato por completo. Tive alguns fotógrafos pessoais e outros muitos bons que fazem

sempre um óptimo trabalho, comigo e com outros cosplayers. Também somos bons amigos e isto influencia sempre os resultados finais, como uma boa amizade/sintonia entre o modelo e o fotógrafo. O que nos podes dizer sobre o teu próximo projecto de cosplay? LEON: Claro! Tenho alguns projectos grandes em mente mas tudo o que posso dizer é que são de Final Fantasy e… Deus EX! Não posso dizer muito mais e estou muito entusiasmado por anunciar! Estejam prontos para ver muita coisa futuramente! Por fim, queres deixar uma mensagem aos nossos leitores? LEON: Sejam vocês próprios e nunca desistam! O Cosplay é magia e amizade, nunca percam estas 2 coisas! É muito importante ser humilde e simpático com todos e ser positivo! Podem ter tudo com tempo e paciência, nunca se apressem. Desejo-vos tudo do melhor e espero que tenham gostado da entrevista! Do coração e #fomento (energia e “hype”). COSPLAYER

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O Anicomics, evento já conhecido de quem é visitante assíduo, voltou mais uma vez a Telheiras nos dias 11 e 12 de Maio, para uma nova edição.

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REPORTAGEM: ANDRÉ PEREIRA

FOTOGRAFIA: RAQUEL PIPA & MARIA JOÃO FORTE

qualidade crescente do ANICOMICS atrai cada vez mais pessoas à Biblioteca Orlando Ribeiro, com visitantes de todo o país a afluírem ao evento, mas nem sempre funciona com os muitos visitantes a ficarem à porta ou nos espaços circundantes, convidativos a uma bela tarde ao ar livre. Mas não é sobre isso que devemos falar, mas do evento em si. Não obstante estas dificuldades e olhando para o cartaz, conseguimos ver que o sumo que o evento nos proporciona era bastante doce, não havendo um momento morto com actividades sempre a decorrer; palestras; workshops; danças; karaoke e, claro, o Cosplay. Dentro e fora do auditório, era fantástico ver os resistentes ao calor com os seus fatos, ora a interpretar as suas persona-

gens, ora a pousar para as objectivas dos curiosos. E é o que mais atrai as pessoas a estes eventos, os fatos e o trabalho árduo dos cosplayers que esperam ser reconhecidos em palco. Palco esse que poucos conseguiram ver, mas que se podia na mesma na mesma assistir às actividades no mesmo através de ecrãs no exterior. Decorreu também a primeira eliminatória do Eurocosplay este ano em terras lusas, em que a vencedora foi Carolina Vargas, com um cosplay e actuação da série de anime Kuragehime (Princess Jellyfish). Esperamos com ansiedade pelo próximo ANICOMICS.

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Showcase

Sabe mais em: cosplayerezine.deviantart.com

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Sheryl Nome (Macross Frontier) Cosplayer: 龙鹄 Fotógrafo: Jencus Singapura COSPLAYER

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Mistress9 (Sailor Moon) Cosplayer: LeonorGracias Fot贸grafa: N谩dia Ruivo Portugal

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Eve - Glacial Set (Elsword) Cosplayer: boingbakachi Fot贸grafo: Leonardo Bigliazzi It谩lia

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Sheryl Nome (Macross Frontier) Cosplayer: Rah-13 Fot贸grafa: Manon-Blutsanguen Portugal COSPLAYER

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Nerine (Shuffle) Cosplayer: Calssara Fot贸grafa: black---butterfly Alemanha 54

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Alice Liddell (Alice in Wonderland) Cosplayer: NekoNiNi Fot贸grafa: Raquel Pipa Portugal

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Milk (Sakizou) Cosplayer: MirianRose Fot贸grafa: Raquel Pipa Portugal

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Kendappa - o (RG Veda) Cosplayer: Misaki - Sai Fot贸grafa: mokrushina Ucr芒nia COSPLAYER

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PAULA NUNES

Paula Nunes começou a sua carreira de cosplayer em 2009, mas já conhecia este hobby em Portugal desde alguns anos antes. Uma cosplayer com um especial olho para detalhes, já esteve presente na final do European Cosplay Gathering em 2013. A Cosplayer esteve à conversa. ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIA: SAMUEL FELIX EDIÇÃO: LEONOR GRÁCIAS ALGUMAS FOTOS FORAM GENTILMENTE CEDIDAS PELA PAULA NUNES. Hana (Gate 7) Foto: Samuel Pereira

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Sheryl Nome (Macross Frontier) Foto por: Leandro Martins

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Sheryl Nome (Macross Frontier) Foto por: Leandro Martins


Para começar, fala-nos um pouco sobre ti! Quem é a Paula Nunes? PAULA: Uma pessoa criativa que precisa de estar constantemente ocupada e rodeada de arte e de desafios. Deixei o curso de Geologia para ir estudar Produção e Marketing de Eventos e logo a seguir Design de Comunicação e Produção Audiovisual porque queria “realizar sonhos”. Acima de tudo, trabalho muito para realizar os meus. Como descobriste o Cosplay? O que te atraiu neste hobby para começares a praticá-lo? PAULA: Desde a minha descoberta do Cosplay até ter começado realmente a fazer, foram uns longos 10 anos. Quando comecei a usar a internet em 2000 já via anime e, como o meio de comunicação online que havia na altura era o mIRC, comecei a ir ao canal anime da Ptnet. Foi lá que ouvi falar dos poucos eventos que havia na altura, mas que já tinham um espacinho na sua programação para os poucos cosplayers portugueses. Comecei a pesquisar mais sobre o assunto. Fascinou-me imenso a capacidade de transpor designs do ecrã para a realidade. Ainda cheguei a tentar fazer 3 fatos – Misao de Rurouni Kenshin, a Maya de Burn Up W e a Princesa Serenity, mas como na altura só sabia costurar um bocadinho à mão e só tinha disponível os retalhos minúsculos que desviava do baú da minha mãe, nunca acabei nenhum desses

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Hana (Gate 7) Foto: Samuel Pereira

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Hana (Gate 7) Foto: Samuel Pereira

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fatos. Fui sempre seguindo a evolução deste hobby magnífico, tanto em Portugal como no estrangeiro, enquanto aprendia a fazer moldes e a costurar sozinha, fazendo fatos históricos e, mais tarde, vestidos lolita. Em 2009 conheci a Susimiu, que era da turma da minha irmã e já tinha feito cosplay antes, que propôs irmos juntas ao Cosplay Photoshoot do ano seguinte, onde me estreei. Qual foi o teu primeiro Cosplay? Foste tu própria que o fizeste? PAULA: Foi o uniforme masculino da Utena do filme. Fi-lo sozinha em 15 dias, o que foi uma batalha. Foi a primeira vez que fiz calças e chapéus, mas o facto de ter de sair da minha zona de conforto em tão pouco tempo ainda me deu mais vontade de tentar fazer o fato. Os teus amigos e família apoiam-te neste hobby? Qual é a sua opinião? Paula: A minha família apoia-me imenso. Óbvio que se preocupam porque se gasta muito tempo e dinheiro, mas adoram verme trabalhar e esforçar-me para fazer as coisas bem feitas, que foi algo que sempre me tentaram incutir desde criança. Além disso, o jeito para a costura vem de família e o jeito para trabalhos manuais foi herdado do meu pai, que adora trabalhar com ma64

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Mad Moxxi (Borderlands 2) Foto por: Samuel Pereira


deira e acaba por ficar mais entusiasmado quando tenho props para fazer do que eu própria! A minha irmã acompanha-me muitas vezes a eventos e acaba por ser a minha maior ajuda. Grande parte dos meus amigos pertencem à comunidade ou interessamse por cosplay. São um grande apoio para quando a motivação embaixo ou quando se esbarra com algum obstáculo que parece não ter solução, embora a maioria das conversas seja por haver sempre tentativas de acrescentar personagens a uma lista já considerável de coisas que gostava de fazer. Os que não se interessam são pessoas muito respeitadoras e que me apoiam nas minhas escolhas.

Bard (Aion - Dark Betrayal) Foto por: N8e

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Hana (Gate 7) Foto: Samuel Pereira

És tu quem faz os teus próprios fatos de Cosplay? Explica-nos um pouco o teu processo de como escolhes a personagem até à construção do fato. PAULA: Sou eu que faço os meus fatos, acessórios e props. Nunca aprendi a costurar, o que sei vem de família e corre nas veias, arranjou maneira de se manifestar com muito esforço e treino. A maior parte das escolhas vem precisamente de estar a ver anime ou a jogar qualquer coisa e, para além de gostar da personagem, ainda rep66

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resenta um desafio que me faça evoluir de alguma forma. Também acontece ver uma imagem, despertar-me a curiosidade e só depois ter acesso ao meio de onde ela vem. Já me apaixonei ainda mais por designs assim, mas também já descartei fatos por serem de personagens sem personalidade ou com as quais não me identifico de todo. Passo muito tempo a pesquisar referências, técnicas, materiais e depois a juntar tudo o que preciso. Só depois é que ponho mãos à obra. Acaba por demorar muito mais tempo, mas os custos também se dividem por esse


tempo todo e não pesa tanto no orçamento, mesmo que tenha que comprar algumas coisas já durante a confecção. Nestes anos que faço cosplay mudei muito a maneira como trabalho e neste momento prefiro ter um resultado o mais perfeito possível, mesmo que tenha de adiar vários meses a finalização de um projecto ou refazer vezes sem conta alguma peça.

Até hoje, qual é o fato de que tens mais orgulho? E porquê? PAULA: A versão oiran da Hana de Gate 7! Apaixonei-me pela personagem desde o oneshot e pelo design assim que o vi na ilustração no primeiro capítulo do manga. É um fato muito colorido, cheio de detalhes escondidos e tecnicamente muito aliciante. Estive muito tempo agarrada a livros e fóruns de kimonos até ter decidido participar com o fato no ECG e começar a trabalhar. Foi um ano de pesquisa, tentativas, erros e trabaCOSPLAYER

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Gladiator (Aion - Ascension) Foto68 por: CoolADN COSPLAYER


Cosplayer i.d.

Nome: Paula Nunes Nick: Asheria Aniversário: 25 de Novembro Nacionalidade: Portuguesa Localidade: Lisboa / Castelo Branco Profissão: Freelancer Cosplayer desde: 2009 Número de fatos: 20 Personagem favorita: Red de Transistor Website: facebook.com/AsheriaWorkshop

lho que culminou com ganhar as selecções do ECG para ir representar Portugal a França em 2013. Vai ter sempre um lugar enorme na minha memória devido à fantástica experiência que me proporcionou. Podes nos dizer o que vai ser o próximo projeto de cosplay? PAULA: Neste momento estou a trabalhar na Flemeth de Dragon Age II, que conto já ter terminado para o Iberanime LX. Tenho mais alguns projectos mas ainda não sei a ordem pela qual os vou terminar e, depois disso, possivelmente volto a fazer cosplay de Aion. Como vês o teu futuro como Cosplayer? Vais continuar a fazer Cosplay durante muitos anos? PAULA: Tenho o péssimo hábito de negligenciar a parte de fazer photoshoots com os meus fatos acabados. Tenho passado muito tempo a fazer coisas que depois não mostro e estou-me a esforçar para mudar isso.

Madam Red (Kuroshitsuji) Foto por: Leandro Martins

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Hana (Gate 7) Foto: Samuel Pereira

Espero poder fazer cosplay durante mesmo muito tempo porque é algo que realmente me realiza e me deixa feliz. O desafio mantém a chama acesa. Para além do cosplay, o que costumas fazer nos teus tempos livres? Tens outros hobbies? PAULA: O meu maior hobby para além do cosplay é mesmo videojogos, que é de onde vem a maior parte das personagens que tenho feito. Quando não estou a costurar passo muito tempo a jogar. Também devoro livros, filmes, séries e anime. Gostava de voltar a fazer mais ilustração e vídeo; é algo que está a voltar aos bocadinhos e às coisas que gosto de fazer. Queres deixar alguma mensagem aos leitores da Cosplayer? PAULA: Não desistam face às adversidades! Fazer cosplay é frustrante e muitas vezes desconfortável, mas assim que vestimos 70

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os fatos, colocamos os acessórios e no final do evento fazemos uma retrospectiva e vemos as fotos, compensa todo o sofrimento que tivemos para acabar as coisas e é dos melhores sentimentos do mundo. Acima de tudo, não se esqueçam de se divertir. Afinal, play faz parte de cosplay.


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Tutorial Tira de LEDs programável em cosplay Se pretenderem que a vossa futura espada tenha luz e alterne as cores ou replicar o visor frontal do KIT, estão no sítio certo! ARTIGO: FILIPE JESUS FOTOGRAFIA: CATARINA BRÁS

IMPORTANTE: Este tutorial pressupõe que o leitor tenha conhecimentos básicos de eletrónica e soldadura. A Cosplayer E-zine não se responsabiliza por quaisquer danos que possam advir da aplicação deste tutorial. Tenham cuidado ao manusear o ferro de soldar, façam as montagens sempre com as baterias desligadas, verifiquem sempre as ligações e nunca trabalhem em condições adversas. Caso não se sintam confortáveis, peçam ajuda a um amigo experiente. Previnam-se!

Esquemas de montagem Para este tutorial irão ser apresentados três esquemas diferentes de montagem para diferentes tamanhos e durações. Cabe ao leitor escolher o esquema que mais se adequa às suas necessidades.

Lista de Materiais • • • • • • • •

Arduíno Uno R3; Tira de LED WS2812B; Cabos eléctricos (0.2mm2); Ferro de Soldar e solda; Caixa de derivação; Cola quente; Tesoura; Alimentação (depende do esquema, ver secção própria).

Alimentação

• Esquema 1: 3 Pilhas Alcalinas AA 1.5V em série com suporte; • Esquema 2: 3 Pilhas Alcalinas AA 1.5V em série + 3 Pilhas Alcalinas AAA 1.5V com respectivos suportes; COSPLAYER

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Todos os esquemas foram testados com um programa de teste nas condições apresentadas, sempre com as baterias carregadas. Nenhum apresentou problemas. No entanto, e dado que o consumo depende de inúmeros factores (ex. cor e brilho dos LED, tamanho e espessura dos cabos, qualidade das baterias), vejam os valores apenas como referências e testem sempre com a vossa configuração, evitando assim surpresas desagradáveis.

Notem também que existem outras abordagens ao problema, como a utilização de baterias tipicamente usadas em modelismo (LiPo) com conversores DC-DC. No entanto, essas alternativas fogem do foco deste tutorial, destinado a pessoas com apenas os conhecimentos básicos de eletrónica.

ESQUEMA 1 TIRA ATÉ 30 LEDS, MUITO CURTA DURAÇÃO 15 MINUTOS

Como a tira de LED e o Arduíno conseguem suportar uma tensão de 4.5V, 3 pilhas Alcalinas AA 1.5V em série dão tensão suficiente ao circuito. Esta arquitectura funciona bastante bem para uma tira de LED pequena (até 30) e para um curto espaço de tempo, mas com o aumento do número

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de LED começa a não conseguir manter a tensão perto dos 4.5V. Esta descida de tensão, além de baixar o brilho dos LED, pára o funcionamento correcto do Arduíno. Ainda assim, se usado apenas durante um skit, serve o seu propósito.


ESQUEMA 2 TIRA ATÉ 60 LEDS, MÉDIA DURAÇÃO 1 HORA

Uma forma simples de contornar o problema do esquema 1 passa por alimentar o Arduíno com um pack de baterias à parte. Dado o baixo consumo do Arduíno, bastam 3 pilhas alcalinas AAA 1.5V em série para que a alimentação dure durante pelo menos uma hora.

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ESQUEMA 3 TIRA ATÉ 90 LED OU MAIS LONGA DURAÇÃO 3 HORAS

Uma alternativa recente e segura para alimentação são os PowerBanks, carregadores de telemóvel e tablets portáteis! Existem muitos modelos com especificações diferentes, mas o mais importante é terem uma saída de 5V a 2A e, se possível, outra saída de 5V a 1A. A minha em particular é uma PowerBank 10400 da Intenso, que adquiri a 20,99€ na Niposon, em Lisboa. O esquema foi baseado nessa PowerBank. Como alimentar então o circuito? Simples, através das entradas USB. Adquiram dois cabos USB, cortem-nos e preparem o fio vermelho e preto para poderem ser ligados aos circuitos. Certifiquem-se de que deixam o cabo bastante curto para que não existam perdas de tensão indesejadas. Esta é, de longe, a melhor abordagem ao problema para um cosplayer. Os PowerBanks são electronicamente seguros, recarregam por micro USB, já separam as alimentações das duas portas USB, incluem um amostrador com o nível de carga e podem ainda incluir um botão para ligar/desligar. 76

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Unidade de Processamento É no Arduíno que a magia acontece. Este dispositivo é programado através do computador e, quando ligado à tira de LED, controla-a de acordo com o que lhe programaram! Apesar de existirem muitos modelos, recomendo o Arduíno Uno R3 como primeira compra. Podem adquirir um Arduíno Uno R3 através de lojas de electrónica especializada ou pela internet. Deverá ficar por volta de 25€. Para o programarem, vão precisar de instalar um software no vosso computador (Arduino 1.6): http://www.arduino.cc/en/ Main/Software

seleccionem a porta extra que aparece quando ligam e desligam o Arduíno do PC. • Em “Ficheiros”, vão a “Exemplos”, “Adafruit NeoPixel” e seleccionem o “strandtest”. Irá abrir uma nova janela com código; • Nesse código, verifiquem se têm na linha 4 “#define PIN 6” logo no início. Aqui colocam a entrada do Arduino onde o cabo de dados da tira (verde) está ligado. Se seguiram os esquemas apresentados, deixem no valor 6;

• Procurem também na linha 13 “Adafruit_NeoPixel strip = Adafruit_NeoPixApós a instalação, irão ter na vossa pasta el(60, PIN, NEO_GRB + NEO_KHZ800);” “Documentos“ uma nova pasta chamada e substituam o valor 60 pelo número “Arduíno”. Essa pasta, por sua vez, terá de LED na tira que pretendem iluminar; uma pasta chamada “libraries”. Nesta pasta deverá ficar o software que permite co- • Cliquem no segundo botão da barra de municar com os LEDs e colocar a cor que ícones (seta a apontar para a direita). queremos. Existem vários, mas recomendo Se tudo correr bem, aparecerá em o NeoPixel da Adafruit. Façam download baixo uma barra e a mensagem de que do zip em https://github.com/adafruit/ o programa foi carregado no Arduíno. Adafruit_NeoPixel/archive/master.zip e descompactem dentro da pasta “libraries”. Este pequeno programa de exemplo serve Se tinham o software do Arduíno aberto, para mostrar ao utilizador diferentes pafechem e voltem a abrir depois de descom- drões nas luzes e como se programam. Se pactarem esta pasta. querem o vosso próprio padrão, editem este código antes de o carregarem no ArPara criarem um programa simples: duíno ou criem um novo e baseiem-se • Liguem o Arduíno ao PC com um cabo neste. Para aprenderem mais sobre como USB e abram o software instalado (Ar- programar, vão a: www.arduino.cc/en/Tuduino 1.6); torial/HomePage • No menu “Ferramentas”, vão a “Placas” e seleccionem “Uno”. Ainda no menu “Ferramentas”, vão a “Porta” e COSPLAYER

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TIRA DE LED A tira de LED é composta por diversos pontos de luz fixos entre si através de uma fita condutora. Recomendo vivamente tiras de 30LED/1m de WS2812B, nonwaterproof. Adquiri 5 metros no eBay por 30 € para um projecto pessoal (pesquisem “ambilight”) e estou extremamente satisfeito. Certifiquem-se de que são mesmo as WS2812B e de que a entrada é de 5V, ou podem não funcionar correctamente com os esquemas apresentados!

MONTAGEM 1. Colocar o programa no Arduíno conforme descrito anteriormente;

2. Contar a tira de LED com o tamanho pretendido pelo picotado;

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3. Soldar os cabos aos terminais da tira. Verifiquem se estão a soldar do lado certo da tira: a seta na tira deve apontar para fora!

4. Fixar os cabos conforme descrito no esquemático, com recurso a uma caixa de derivação ou solda;

5. Utilizar cola quente q.b. (ou terminais próprios) para melhor fixação no Arduíno;

6. Verificar todas as ligações e ligar as baterias! Voilá!

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Voxplayer ARTIGO: MIGUEL PINTO

Nesta edição do Voxplayer damos voz (vox) a algumas cosplayers da nossa comunidade sobre um tema bastante controverso “Cosplay is not consent”.

Fazer cosplay não implica consentimento para abusos por parte de visitantes nos eventos. No entanto, existem situações que podem deixar qualquer cosplayer desconfortável enquanto interage com os visitantes como, por exemplo, um comentário de caráter sexual, um toque ou um apalpão em alguma parte do corpo. Fora dos eventos estas situações podem chegar ao stalking pelo Facebook.

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Como é que achas que um cosplayer deve lidar com estas situações? Que tipo de situações consideras invasivas por parte das pessoas que te abordam nos eventos?


ÍRIS SANTOS ÍRIS: Penso que um cosplayer deve chamar logo a atenção da pessoa que o está a fazer e fazer queixa a alguém da organização do evento (ou voluntário que passe a palavra). Agora, o que realmente aconteceria numa situação real… penso que ou ficaríamos estáticos ou alguém poderia ter um infeliz acidente e precisar de primeiros-cuidados… Antes de tudo quero referir que estamos num país em que a nossa cultura tem por base ser bastante recatada, por isso considero que são bastante raros os casos em que existe algum tipo de situação “muito” estranha. Mas isto pode também ser devido ao facto de eu tentar sempre meter as pessoas mais à vontade (muita gente aproxima-se de mim envergonhada, por isso tento fazer piadas sobre o meu “cosplay”/corpo à mostra, normalmente as pessoas ficam de ânimo mais leve e até falam mais à vontade comigo, lá brincamos com a situação).

O que quero dizer é que para mim uma situação pode não ser invasiva, mas para outra pessoa poderá ser, depende da nossa mentalidade, bem-estar connosco próprios e forma de estar nos eventos. Considero que a única situação que achei invasiva foi quando um rapaz quis tirar uma foto comigo e, sem pedir autorização, agarrou-me pela cintura e puxou-me para ele (eu estava com um cosplay que tinha a barriga à mostra pela primeira vez). Senti-me desconfortável porque foi repentino e não estava nada à espera. Em conclusão, tenho feito alguns cosplays mais reveladores, e não tenho tido problemas com ninguém, sou uma pessoa que aceita bem os comentários que costumam fazer (provavelmente porque prefiro interpretá-los como elogios na grande parte) os quais não costumam ser tão impróprios como acontece em países como os Estados Unidos. COSPLAYER

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NER*

*WIN

ANA: Não me lembro de lidar com algo desse género, pelo menos a um nível demasiado desagradável e dentro da comunidade de cosplay. Eu pessoalmente sou uma pessoa mais directa e, no caso de me tentarem fazer algo, eu não sou de ficar calada. Mas como se diz, “faz o que eu te digo e não o que eu faço” e considero que tais coisas como comentários ou tentativas de aproximação devem ser ignoradas, mas quando já se torna algo mais físico já não se pode ficar calado. Chamem alguém, peçam ajuda a amigos, ameacem a chamar autoridades em caso de se tornar grave – Mas ignorar no momento em que passam da tua zona de conforto, não.

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ANA VILHENA Acho que o tipo de situações que uma pessoa pode considerar invasiva vai sempre depender de pessoa a pessoa: Há quem não goste que lhes abracem sem permissão, há quem dispense olhares nas pernas ou no peito ou comentários de qualquer género quanto ao seu corpo ou a forma como o expõe, há aquelas pessoas que não querem que lhe tirem fotos ou filmem, entre outros. Toda a gente tem o direito à imagem e de vestir o que quiser e bem lhe apetece, quer seja em cosplay ou não. O respeito é bonito, e aos poucos e poucos só podemos ter esperanças que as pessoas tenham mais cuidado de como se aproximam de um cosplayer.


FLÁVIA: Depende das situações. Eu acho que existem casos e casos. Se for algo mais ligeiro, é chamar a pessoa e deixar bem claro o que fez e que não é admissível, com ou sem fato. Se for um caso mais abusivo, o melhor seria em primeiro lugar avisar a pessoa, ou seja começar por tratar como se fosse um caso ligeiro. Se a pessoa não parar, óbvio que passaria para resoluções mais drásticas. Avisaria primeiro a comunidade, acho que evitar casos semelhantes com outras pessoas seria ideal. Se chegasse então a extremos, chamaria as autoridades competentes.

FLÁVIA COELHO

linguagem abusiva, uma “guerrazita” de palavras e talvez fotos mais impróprias. Coisas que não digo banais, mas que acontecem já com roupa “normal”, quanto mais com cosplay. Óbvio que não gosto que aconteçam, mas infelizmente temos que lidar com elas, seja qual for a situação e, se não conseguirem lidar, por favor, peçam ajuda. Gritem, esperneiem se for preciso, não consintam, não é de todo admissível. Eu própria passei por algumas situações indesejadas as quais foram resolvidas Sinceramente, acho que somos uma na altura. Enfim, este não é de todo um “comunidade pacífica” tendo em conta tema fácil a abordar, mas a minha opinião notícias que tenho ouvido de outros continua a ser a mesma. Além de cosplaypaíses... Acho que as situações mais ers somos humanos, homens/mulheres, complicadas que possa ter ouvido falar cá raparigas/rapazes, que têm o direito de tenham sido apalpões, piropos impróprios, serem respeitados, com ou sem cosplay.

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SOFIA RODRIGUES SOFIA: Perante uma destas situações acho que é importante manter a calma e mostrar desconforto de maneira directa sem armar confusão, porque muitas das vezes é isso que as pessoas querem quando tomam esse tipo de atitudes, e a última coisa que queremos é fazer-lhes a vontade. Se nos sentirmos ameaçados de maneira mais séria, acho que se deve procurar estar acompanhado ou mesmo alertar os seguranças do evento. Da minha parte só ouvi uns quantos piropos inofensivos portanto nunca me senti atacada de nenhuma forma. Algo que consideraria realmente invasivo seria algo como um apalpão, mesmo levantarem uma peça de roupa (saia/ vestido) ou até mesmo insistir para fazermos algo que não queremos.

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RITA RODRIGUES RITA: Numa situação verbal em que não houve contacto físico, penso que o melhor é ignorar, o confronto geralmente leva a mais confusões. Em caso de apalpão ou um toque que achem que seja impróprio, expressem o vosso desconforto quer seja falando normalmente ou libertando todo o inferno na pessoa para que a mesma nunca mais sinta a necessidade de fazer o mesmo. Felizmente nunca estive perante nenhuma situação grave. Mas há pessoas que não sabem o que é espaço pessoal, o que pode levar a muitos desconfortos numa simples conversa ou a tirar uma fotografia. Também há certas perguntas que se devem evitar, quer sejam de carisma sexual ou não.


CAROLINA VARGAS

CAROLINA: Antes de tudo, é importante definir o que pode ser considerado abusivo ou normal dentro do contexto de evento e de cosplay. Para mim, toda a invasão de espaço pessoal – quer se pergunte ou não – e todos os comentários que possam ter uma conotação agressiva sexualmente ou no respeitante ao aspecto são abusivos. Mas outras pessoas podem considerá-lo normal. Assim, se alguém me perguntar “posso tocar em qualquer parte do teu corpo”, sentir-me-ei desconfortável, mas outra pessoa pode encontrarlhe alguma graça. Da mesma forma, admito que não me senti bem da única vez em que o tema “cosplay is not consent” se aplicou a mim. Nessa época ainda não se falava sobre este assunto e um jovem, voluntário do evento, questionou-me agressivamente sobre a minha vida privada, com conotação grave, logo antes da minha entrada em palco. Evidentemente que me perturbou e que a coisa não correu tão bem como podia ter corrido… Acredito que, nestas situações, a sinceridade é a melhor opção. Se alguém disser algo que te deixe

desconfortável, diz desde logo que isso não está certo e para, por favor, pararem. Se a situação continuar ou se repetir, sou da opinião que a organização do evento deve ser informada para se tomarem medidas. Da mesma forma, acho que esta atitude deve ser tomada no caso de uma situação semelhante ocorrer a uma pessoa conhecida, ou mesmo um desconhecido que demonstre desconforto evidente. Existem muitos jovens nos nossos eventos que ainda não têm uma ideia certa do que fazer neste tipo de situações: piropos, toques, abusos, tudo isso é ainda estranho para eles. Assim, podem não saber o que fazer. Nessas situações, acho que tomar uma atitude pode ser o mais correcto. Ainda assim, tudo depende do contexto e não devemos tomar acções precipitadas que possam colocar em causa a diversão de todos os intervenientes. Apesar de tudo, é importante não cair no exagero. Eventos de anime, comics e cultura pop são um local onde há uma certa liberdade e onde, digamos, “tudo é possível”. Existem coisas que não são admissíveis (e isto aplica-se tanto a rapazes como a raparigas). COSPLAYER

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Entrevista a

ANIMYU

ENTREVISTA: DANIELA OLIVEIRA FOTOGRAFIA: SAMUEL PEREIRA

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Gostaríamos de saber um pouco mais sobre cada uma de vocês. Quem são e o que fazem? Kim: Sou a Kim, sou... o pai da banda, tenho feito os uniformes e estudo Design de moda.

assim como tudo o que fosse esforço físico. Nessa altura, vi-me sem o único hobby que tinha e gostava que era dançar, então ocupei-me com a parte da música visto que ja tinha tido bandas anteriormente.

Quando recuperei e finalmente podia voltar a fazer o que gostava, a comunidade, já Manon: Eu sou a Manon, tenho 26 anos, estava saturada de grupos de dança. Então sou fotógrafa e estudo Comunicação e surgiu a ideia de formar uma “banda” de Multimédia. covers, tinhamos de marcar a diferença em algum aspecto, não podiamos ser só mais Yuki: Olá, eu sou a Inês, tenho 21 anos e um grupo de dança. Basicamente convidei estou a tirar o mestrado em treino despor- pessoas que conhecia e elas convidaram tivo. outras tantas, inicialmente éramos 7, mas aos poucos, quer por falta de tempo, caDoki: Eu sou a Doki, tenho 18 anos e es- pacidades ou disponibilidade, foram detou ainda a terminar o 12º ano de escolari- sistindo. Acabámos por convidar a Manon dade. e ficar com esta formação de 4. Tal como eu, ela já tinha tido bandas, foi só uma Como surgiu a iniciativa de formar o grupo questão de conseguirmos dançar e cantar Animyu? ao mesmo tempo, que não é tarefa fácil quando não se faz playback, acreditem. Kim: Vou tentar resumir: eu fazia parte de Acho que aprendi a tolerar artistas que uma “dupla” de danças J-pop e Vocaloid, fazem playback, justifica-se em muitos cafomos as primeiras do género a ser con- sos! Nós não podemos/conseguimos fazer, vidadas para eventos porque até à data mas compreendo perfeitamente. fazia-se à entrada com grupos de pessoas que gostavam de dançar. Entretanto isso Manon: Eu não estive no grupo desde a abriu portas a outros grupos e quisemos formação, mas decidi aceitar a proposta aumentar o nosso número, fizemos um quando fui convidada porque cantar e dancasting para um dos Anicomics e forma- çar sempre foi algo que fiz desde pequena. ram-se as “BB5”. Infelizmente coincidiu Já tinha saudades de estar envolvida num com uma altura em que eu não estava bem projecto deste género na comunidade visde saúde e fui forçada a desistir de dançar to que não fazia nada desde os Tempura. COSPLAYER

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Yuki: Eu sempre quis fazer parte de uma banda que envolvesse não só o canto, mas também a dança, à semelhança dos grupos de idol no Japão. Quando a Kim me convidou fiquei muito feliz por poder fazer parte do projecto.

é grunge e metal... às vezes oiço hip-hop e pop mas, não ocupa muito espaço no meu iPod, para ser sincera. Gosto genuinamente de 2ne1 e G-dragon, mas agora em termos de dança já é diferente, aprendi muita coisa de grupos idol tipo Morning Musume, dançarinos do Nico Nico Douga, Doki: Eu nunca tinha feito parte de um Miume, Ry, Kozue... e o Taemin dos Shinee grupo deste género embora já tivesse pon- confesso que o admiro enquanto dançariderado entrar para um grupo de dança. no, gosto do estilo dele. Acabei por ser convidada para as Animyu e achei que era capaz de ser uma boa opor- Manon: As minhas influências sempre vitunidade visto que não era apenas dança, eram muito mais do Jrock de bandas como íamos cantar também, o que me agradou Malice Mizer e Lareine e de algum J-pop e bastante! Vocaloid, do que propriamente do K-pop que realmente não é um estilo que conDe onde vêm as vossas influências enquan- heça ou que esteja por dentro. O que, por to grupo? um lado, é bom porque fiquei a conhecer imensas coisas novas. Kim: Falo por mim quando digo que as minhas influências em nada se reflectem Yuki: Da minha parte vêm sobretudo do Jno grupo, fazemos covers de músicas de k- pop e anime e também do K-pop. Quando pop, j-pop e anime. Na verdade vejo algum comecei a aprender estas coreografias, anime, mas o género de música que prefiro eram sobretudo de bandas de J-pop como 88

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AKB48 e Morning Musume e só então mais Como é o ritmo dos vossos ensaios, costutarde é que conheci o K-pop. mam passar muito tempo a ensaiar? Doki: As músicas que costumo ouvir regularmente são praticamente todas k-pop, por isso fazer covers deste estilo de música é o ideal para mim! Falem-nos um pouco do processo criativo. Quem “desenha” as coreografias? Kim: Ninguém. Somos uma banda de covers, logo as coreografias tambem são covers, pertencem ao artista. É um processo um pouco aborrecido na minha opinião, é uma das razões que me levou a formar uma banda original fora das Animyu. Covers podem ser muito divertidos, mas não nos deixam espaço para alterar nada. A nossa criatividade só é exercida nos uniformes ou nos vídeos que juntamos para acompanhar a performance.

Kim: Individualmente sim. Infelizmente as faculdades/escolas não nos deixam muito tempo para ensaiar em grupo, é dificil gerir horários de 4 pessoas e quase nunca temos dias compatíveis, a distância entre nós tambem não ajuda. Eu vivo na margem sul de Lisboa, são 2h30 para chegar ao ensaio, por exemplo. Portugal tem uma falta enorme, diria até mesmo astronómica, de salas de ensaio abertas ao público. Salas de dança equipadas com espelhos existem nas escolas de dança, poucas são as que estão disponiveis para alugar e as que estão têm um preço ridículo. São mais as salas de ensaio equipadas para bandas, nessa área não temos tido problemas.

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Manon: Eu tento ensaiar quando posso! A minha casa é pequena e não tem muito espaço, portanto para mim é muito importante as pequenas reuniões que conseguimos ter para ensaiar, porque com o espaço que tenho é dificil de conseguir vizualizar tudo como quero. Tirar uns minutos diários para ver cada uma das coreografias é o meu método mais eficaz, até para não me esqueçer do que já ficou para trás. Nunca se sabe quando vai ser preciso.

criativa e a desenvolver novas capacidades que antes não tinha. Não imagino a minha vida sem cantar, mas também não a consigo imaginar, neste momento sem a componente cosplay. É uma enorme libertação para mim. Yuki: Faço cosplay há cerca de 2 anos e meio. Já tinha feito um fato de um anime antes de conhecer este hobby e assim que tomei conhecimento da sua existência, da quantidade de pessoas envolvidas e eventos, fiquei feliz por os poder fazer até com outras pessoas, sem ser considerada uma ”pessoa estranha”. Aprendi muito graças ao cosplay, seja em costura, maquilhagem, trabalhar com diferentes materias, fiz muitos mais amigos e ganhei mais auto-confiança. Adoro!

Doki: Eu costumo ensaiar quase todos os dias, nem que seja por uns 15 minutos, já não consigo não ensaiar regularmente, não só porque quero mostrar o meu melhor, mas também porque é algo que gosto sempre de fazer. Tentamos gerir bem o tempo enquanto estamos juntas para ensaiar, mas muito trabalho tem de ser feito em casa visto que estamos juntas apenas Doki: Eu faço, mas agora que ando ocupauma ou duas vezes por semana. da com a banda já estou a abrandar. Penso que como tudo na vida, fazer cosplay tem E Cosplay? Alguma de vocês faz cosplay? O aspectos positivos e negativos. Já conheci que acham deste hobby? muita gente através do cosplay, e aprendi coisas novas, mas também já assisti a muiKim: Eu experimentei uma ou duas vezes, to drama e nervosismo por causa desta não é coisa que me agrade para ser sin- atividade... cera. Mas quando vou aos eventos é sobretudo pelo cosplay... dos outros! Gosto Têm alguma página onde os vossos fãs posde ver, não gosto de fazer. sam acompanhar o vosso trabalho diário e futuras passagens pelos eventos? Manon: Eu faço cosplay há cerca de 8 anos e é um hobby que tenciono continuar por Sim! Podem visitar a nossa página do facemais uns quantos enquanto puder. Cos- book em: www.facebook.com/animyu play já faz parte de mim e ajuda-me a ser COSPLAYER

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