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Terça-feira, 28 de março de 2017
19 FREGUESIAS, UM CORAÇÃO
> CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DE NOGUEIRA DO CRAVO APOIA CRIANÇAS E SENIORES
“Primeiro resolvemos o problema, depois a burocracia” A completar 31 anos de história, o Centro Social e Paroquial de Nogueira do Cravo continua a ser um pilar fundamental no apoio a crianças e seniores. Garantir as condições de sustentabilidade da instituição é uma das prioridades, salienta o vice-presidente, Eduardo Resende, que pede também mais apoios estatais.
vo, com o intuito de criar uma estrutura de gestão e coordenação de atividades sociais”, conta Eduardo Resende. Se no passado chegaram a ter mais de 100 crianças, atualmente têm cerca de cinquenta. “O decréscimo da natalidade e a concorrência de outras instituições” justificam os números, sustenta o vice-presidente, e até a extinção da valência de ATL, criada em 1991. Em 1992, chega à instituição a primeira resposta de apoio à terceira idade: o Centro de Dia, uma valência lotada com 20 utentes. O Serviço de Apoio Domiciliário, FILIPA GOMES também lotado, e o Gabinete de Atendimento e AcompanhamenA trabalhar em prol da coto Social, que atua nas freguesias munidade desde 1986, o Centro Eduardo Resende, vicepresidente do Centro Social e a norte do concelho, surgiram já Social e Paroquial de Nogueira Paroquial de Nogueira do Cravo em 2001. A estas valências acresce do Cravo iniciou funções com a ainda a cantina social, que serve 40 criação das respostas de creche e refeições por dia. pré-escolar. “A ideia surgiu em Os pedidos de ajuda não param 1981 por iniciativa da Comis- Junta de Freguesia e por alguns são Fabriqueira apoiada pela industriais de Nogueira do Cra- de chegar e a instituição não olha
a meios para ajudar quem mais ta de apoios. “Só podemos ajudar precisa, chegando, inclusive, a su- as pessoas até a uma determinada portar números que ultrapassam fase da sua vida. Procuramos enos acordos com a Segurança Social. contrar vagas para colocar as pes“Temos de agir de forma rápida. soas em lares mas é muito difícil. Primeiro resolvemos o problema, Tivemos um utente que teve de depois olhamos para a burocracia, esperar oito meses por uma vaga porque estão em causa as pesso- em Aveiro”, refere o vice-presidenas”, aponta o vice-presidente, que te, para quem a construção desta olha com preocupação para a via- valência é de extrema importância: bilidade financeira da instituição. “Temos o terreno mas é preciso “Gostaríamos de ver garantidas muito dinheiro e sem apoios não as condições de sustentabilidade, podemos entrar em aventuras”. algo que é comum a praticamente Nos projetos para o futuro está todas as instituições. Estamos a ainda a ser estudada a criação de fazer um trabalho que compete um banco alimentar, que trará ao Estado e é bom que isso não a possibilidade da distribuição seja esquecido”, sublinha, pedindo mensal de bens alimentares. “As mais apoios. famílias continuam a passar dificuldades e dependem muito deste apoio. Temos tido reuniões com a Lar de Idosos continua Câmara Municipal para não deia ser ambição No horizonte continua também xarmos fugir esta oportunidade, o sonho antigo de construir um Lar, mas é necessário articular as exium projeto que já teve um esboço gências que este projeto implica”, mas que continua na gaveta por fal- remata.
> RANCHO FOLCLÓRICO INFANTIL E JUVENIL DE NOGUEIRA DO CRAVO COMEMORA 19 ANOS DE HISTÓRIA
Rancho quer manter viva a tradição do folclore Nasceu há 19 anos com a missão de preservar a tradição do folclore e até hoje não parou. Com cerca de trinta elementos, o Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Nogueira do Cravo não quer deixar cair os costumes que fazem parte da tradição nogueirense.
“Sempre que nos convidam para atividades da terra nunca nos escusamos, estamos lá para o que der e vier”
FILIPA GOMES
Foi na Escola Básica Maria Godinho que o Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Nogueira do Cravo deu os primeiros passos. “Tudo começou com uma brincadeira”, que cedo se tornou num caso sério, conta a tesoureira da co-
Celeste Campos Resende, tesoureira do Rancho Infantil e Juvenil de Nogueira do Cravo
letividade, Celeste Campos Resende. Com mais de quarenta elementos, grande parte deles a frequentar a escola primária da vila, o Rancho Folclórico Infantil e Juvenil de Nogueira do Cravo iniciou assim a sua caminhada na defesa da tradição e dos costumes do folclore. Entretanto, o grupo passou a fazer parte da Associação A Noz para, mais tarde, se filiar como coletividade na Federação das As-
sociações do Município de Olivei- e até a Espanha. “Sempre que nos ra de Azeméis (FAMOA). Desde convidam para atividades da terentão, o rancho continua “a divul- ra nunca nos escusamos, estamos gar os costumes do folclore e das lá para o que der e vier”, acrescentradições antigas”, explica Celeste ta a tesoureira. Com menos elementos atualCampos Resende, contando com cerca de trinta membros com ida- mente, e sobretudo menos jovens, Celeste Campos Resende quer, a des entre os cinco aos 74 anos. Um dos momentos mais mar- todo o custo, manter viva uma cantes do rancho é talvez o Festival tradição que sempre a encantou. de Folclore, integrado nas Festas “Gostava que não acabasse, signide Nogueira do Cravo, e que vai fica muito para mim. Sempre quis já para a XV edição. “Convidamos pertencer a um rancho e nunca sempre ranchos de fora do conce- tive essa possibilidade”, admite. lho, um do norte e outro do sul do Os ensaios acontecem todas as terpaís. Este ano vamos ter o Rancho ças-feiras, por baixo do posto méInfantil e Juvenil de Moreira da dico de Nogueira do Cravo e CeMaia e as Caiadeiras das Gaeiras leste Campos Resende realça que de Óbidos”, revela. Além de trazer “as portas estão sempre abertas o folclore de vários pontos do país a para crianças, jovens e adultos” Nogueira do Cravo, o rancho tem que tenham vontade de manter levado o nome da vila pelo país fora viva esta tradição. PUB