Revista Espaço Cidadão # 08

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Santo Antônio da Platina - PR – ano IV – nº 8 – Março de 2012

Educação no trânsito

criança

Como agir na suspeita de Clóvis abuso sexual 1937 - 1998

Você é só mais um no trânsito?

Paulo Henrique 1978 - 2003

Airton 1978 - 2003

Maria 1999 - 2010

Elisa

Pedro

1937 - 1998

1982 - 2008

João Luiz 1978 - 2003

Jorge A devolução Economia

1937 - 1998

Erica Louise do valor residual 1937 - 1998

Recicle. Separe o papel corretamente.

garantido


Obrigado às empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente. A Barateira • Acirio Cabeleireiro • Agile • Agroterra • Alternativa Lanches • André Bernini Espaço da Beleza • Atacadão 1,99 • Aukimia • Auto Escola Preferencial • Auto Peças Beira Rio • Auto Posto Recanto • Baratotal • Bayuka Pizzaria • Bibi Baby • Boi Dourado • Bordignon Construcasa • Breno Lava Car • Camila Fisioterapia • Capricho Modas • Carlão Consórcio • Cartuchos Dinâmica • Casa de Carnes • Casa Marechal • CBN • CEA • Cenaic Santo Antônio da Platina • Central de Cópias GL • Centro de Educação Infantil Aliança CEIA • Cernopi • Chaveiro Biro • Chaveiro Central • Cia do Plano Odontológico • Clínica Celular • Clínica Movimentto • Clinimed Dra Ângela e Dra Sergio Bachtold • Computech • Construmóveis • Contatos Despachante • Cosméticos Carvalho • Diagson Centro Médico • Discovery • Dr. Claudinei de Oliveira • Drogamais • Ebex • El Shadai • Eletrotécnica Corsini • Emerson Chagas • Erigesso • Fabiele Fisioterapeuta • Fabinho Funilaria e Pintura • Fanorpi • Farmacem • Farmacentro • Farmácia Santa Terezinha • Fazenda Santa Clara • Fisio & Saúde • FlexDev • Florata Farmácia de Manipulação • Freepan • Gâmdara & Oliveira Imóveis • Gás 2 irmãos • Gasosa Paranaense • Gisele Spa • Gleide Presentes • Gold Seguros • Guardiom • Herbalife • Hotel Kanoa • Imobiliária Portal do Sol • Jaime F. Mendes • JL Diesel • JB Serralheria • Ki Antenas • Kioske Cafe • Laboratório Caldi • Laboratório Dra Glair • Lan House Matrix • Lavacar Teixeira • Lubrificantes. com • Madeiras Ramos • Magnum Alarmes • Maqnew • Mario Negresoli • Marmoraria Romano • MC Caixa • Medic Tec • Medicina Sexual Dra Alngela Beatriz V. Baechold • Mega Truck Center • Móveis Adelino • Móveis Martins • Movelaria Martins • MTA • Multicred • Multifarma • Multiplacas • Novo Piso • Oliva Bistrô • On-line • Ótica São José • Oxplatina • Paraná Assessoria • Pedrão Grill • Peugeot OK • Pincel de Mel • Pizzaria Tropical • Platiferro Materiais de Construção • Platipeças Som • PlatTurbo • Plennitus • Quatro Rodas • Rafox • Raio de Sol • RDE • Realizze Móveis Planejados • Refrigeração Ice Frio • Auto Peças Zanin • Rogerio Lava Car • S.O.S Recarga de Cartuchos e Toners • Samp Fiat • Sancar • Santa Clara • Skinão Grill • Softmart • SOS Cerveja • Studio Corpus Pilates • Studio Pilates e Fisioterapia • Super Festa • Supermercado Cristal • Tapecaria Ormeneze • Tardelli Motos e Náutica • Tattoo Lemes • Toldos Platina • Toysan • Val Modas • Via e Saúde • Via Eletrônica • Vidraçaria Platinense • WR Gesso


ESPAÇO DO CIDADÃO

O Nome e a Pátria P ara possibilitar o harmonioso convívio da pessoa na sociedade, exige a Lei Civil que, ao nascer, se registre o nome escolhido e a pátria de nascimento. O nome e a pátria são, portanto, duas exigências legais, indispensáveis e irrecusáveis, contidas no nosso ordenamento jurídico e que todos têm o indeclinável dever de honrar e respeitar. Ao escolher o nome, buscam as pessoas os mais variados motivos e inspirações. Uns buscam-no amparados na sua fé, no nome de um santo de sua devoção, num guerreiro, governante, diplomata, sábio, artista, etc. Outros na pureza de uma santa, no heroísmo ou beleza de uma rainha, numa amizade, ou ainda na presença eterna de um amor de mãe. Enfim, a verdade é que, ao instituir o nome, os pais ou responsáveis o fazem sempre motivados por alguma nobre e respeitável inspiração. Querem que o filho siga os atos de bondade, da fé ou da coragem daquele que lhe serviu de exemplo. Que trilhe os caminhos da vida com honradez e compostura, alicerçando seu comportamento dentro dos princípios da honestidade e do respeito aos seus semelhantes. Querem que o filho saiba honrar o seu nome, honrando, por consequência, o nome da família. No que concerne à pátria, as exigências não podem ser desiguais. Entendem que todos têm o dever sagrado de

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respeitá-la, de resguardá-la dos traidores e inimigos, de lutar pela sua grandeza e independência. Ter nome é preciso, ter pátria também. São dois bens inestimáveis. Quem os macula é mau filho, mau patriota. Entretanto, nem sempre estes bens maiores são honrados e respeitados. A história registra com frequência o nome de falsos patriotas, de vendilhões da pátria. É aqui que se funda a nossa angústia, a nossa grande preocupação ao sentirmos que, para o desespero do povo brasileiro, vem crescendo assustadoramente, nos últimos tempos, na nossa pátria, o número destas funestas e indesejáveis criaturas. Os falsos patriotas, os vendilhões, os traidores do povo brasileiro. Provam-no os nossos jornais, que andam repletos de nomes de corruptos, demagogos, falsários, traficantes, estelionatários, assaltantes e outros que envergonham a pátria e nosso povo. Que envergonham os seus ascendentes e descendentes, seus compatriotas, isto porque não sabem dignificar nem o nome nem a pátria. Esquecem-se que nenhum pai quer o seu filho imoral ou corrompido. Que nenhum povo pode amar aquele que o trai, que o engana. Hoje cento e noventa milhões de brasileiros estão seriamente apreensivos por constatarem que a sua pátria é cada dia mais violentada, mais espoliada e que aos poucos vem se transformando em patrimônio de um número cada vez mais

reduzido de privilegiados exploradores das suas riquezas, das quais todos têm o incontestável direito de participar, mas que por eles lhe são sonegados. Todos nós, brasileiros decentes, temos hoje uma árdua tarefa a cumprir. Combater as mazelas que atormentam a nossa vida, a vida da nação. Para fazê-lo, vamos meditar nas palavras do insuperável líder indiano Mahatma Gandhi, cujos métodos humildes e não violentos mudaram o curso da sua pátria. Vamos seguir os seus sábios ensinamentos. Acreditar na força da fé, na força gerada pela não-violência, que é infinitamente maior do que a força de todas as armas inventadas pela engenhosidade humana. Na política, na administração, na segurança, vamos procura fazer uma renovação. Vamos prestigiar somente aqueles que se fizerem merecedores da nossa estima e confiança. Vamos identificar, prestigiar, aplaudir e defender somente aqueles que pelo seu passado, pela lisura de seu comportamento, pelo amor e respeito à sua gente e à sua nação, nos pareçam capazes de honrar e dignificar o nome e a pátria; o nome que receberam e a pátria em que nasceram e que os acolhe e ampara. Jorge da Silva Pimenta Platinense – Retirado do livro Retrato de um Emigrante

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AGRONEGÓCIO

Júnior Afonso é reeleito presidente do Sindicato Rural Patronal por unanimidade Ex-prefeito e ex-deputado estadual assume segundo mandato consecutivo à frente do Sindicato Rural Patronal - SR

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Foto: Antônio de Picolli

O

produtor rural José Afonso Júnior vai comandar os destinos do Sindicato Rural Patronal de Santo Antônio da Platina pelos próximos três anos. O ex-prefeito, ex-deputado estadual e ex-secretário de Esporte e Turismo do Paraná, foi reeleito para o cargo em uma eleição sem concorrentes e com o apoio integral da classe. Para o presidente reeleito, o segundo mandato aumenta a sua responsabilidade junto ao setor produtivo rural já que o torna o principal representante dos agropecuaristas de uma microrregião que abrange Santo Antônio da Platina, Jundiaí do Sul e Guapirama. O produtor explica que nos próximos três anos pretende continuar apoiando incondicionalmente as questões fundamentais para o desenvolvimento do setor rural, como a garantia de preço mínimo para os produtos agrícolas, assim como a oferta de linhas de crédito mais justas para quem produz no campo. Mas não são apenas as grandes questões que estão na pauta de José Afonso Júnior. O presidente pretende aproximar ainda mais o sindicato do produtor rural da região e mostrar que a essa mesma estrutura está à disposição do associado, inclusive com benefícios. “Quero mostrar qual é o papel do sindicalismo rural e de que forma ele pode ser fundamental melhorar as condições do homem no campo, seja ele dono de propriedade ou trabalhador rural. O importante é o desenvolvimento do campo”, diz o presidente reeleito.

Júnior Afonso: “Minha expectativa é a melhor possível. Vontade e disposição não vão faltar”

Nesta entrevista José Afonso Júnior fala exatamente sobre isso, expõe questões que afligem os produtores rurais e sugere mudanças para fortalecer a cadeia do agronegócio. Revista Antes de falar do seu segundo mandato, qual é a avaliação que o senhor faz dos seus três primeiros anos a frente do Sindicato Rural?

Júnior Afonso Seria presunção da minha parte dizer que apenas acertamos nestes três primeiros anos, mas não posso negar que conseguimos aproximar mais o produtor rural do sindicato. Apostamos numa proposta que era mostrar não só para o associado, mas sim para toda a sociedade que o SR representa o agricultor nas questões maiores que mexem com a vida da toda a população. Iniciamos um www.revistaespacocidadao.com.br


trabalho para ficar evidente para o produtor que a produção agrícola é um dos pilares da nossa economia e o que é feito no campo tem influência direta na vida das pessoas. Por isso a importância de estarmos organizados, unidos e discutindo nossos problemas juntos. O produtor rural sabe que tem uma instituição, um sistema que o representa. Revista É possível superar as conquistas do primeiro mandato? Júnior Afonso Sempre é possível fazer um trabalho melhor, até pela experiência adquirida anteriormente. Mas isso depende muitos dos desafios e do apoio dos companheiros da diretoria, assim como todos os associados. Mas a minha expectativa é a melhor possível. Vontade e disposição não vão faltar. Isso eu garanto. Revista As dificuldades encontradas no primeiro mandato foram superadas? Dá para considerar que seu segundo mandato será mais fácil que o primeiro? Júnior Afonso Não houve tempo suficiente para colocar em discussão tudo aquilo que eu gostaria. Mas os avanços feitos nesse primeiro mandato vão ajudar a diretoria eleita, assim como os funcionários do sindicato, a fazer um bom trabalho neste segundo mandato. Mais fácil não será. Mas o conhecimento adquirido no primeiro será fundamental para a conquista dos objetivos a partir de agora. Revista A responsabilidade aumenta é maior? Júnior Afonso Claro que sim. A reeleição revela que estamos no caminho certo. Que o trabalho desempenhado foi aprovado e que os produtores esperam, no mínimo, um mandato no mesmo nível. Mas a palavra chave é a superação. Quero superar, surpreender e fazer valer cada voto que recebi. Cada um deles é uma procuração para trabalhar em favor de ideais de toda uma classe. Revista Qual é o maior desafio? Júnior Afonso Aumentar o número de associados, a participação nas discussões, a presença nas assembleias. Tudo isso é importante. Mas é preciso fazer o produtor rural entender que o Sindicato www.revistaespacocidadao.com.br

É preciso fazer o produtor rural entender que o Sindicato Rural existe para representá-lo. Essa instituição tem a responsabilidade de discutir e levar nossas demandas para a Federação da Agricultura do Paraná. Rural existe para representá-lo. Essa instituição tem a responsabilidade de discutir e levar nossas demandas para a Federação (da Agricultura do Paraná), que vai encaminhar, junto com as reivindicações dos outros sindicatos, para a Confederação (Nacional da Agricultura). Esse é o maior desafio. Mostrar para o agricultor que no sindicalismo rural começa a discussão dos nossos problemas e é a partir dele que essas questões se

tornam públicas. Revista O produtor rural acredita no sindicalismo rural patronal? Júnior Afonso A partir do momento que ele conhece o trabalho desenvolvido aqui. Que entende que há uma diretoria, que trabalha incessantemente pelo bem comum ele não só passa acreditar como se torna atuante. Por isso eu sempre convido nossos associados para conhecer a estrutura do sindicato. Pessoalmente gosto de mostrar a todos eles o que o sindicato oferece e de que forma nossa estrutura pode ser útil. Revista Essa relação entre o sindicato e os associados evoluiu nos últimos três anos? Júnior Afonso Claro que sim. Priorizo a proximidade não só com o associado, mas com toda a classe produtiva do agronegócio. E essas pessoas estão entendendo a mensagem e juntos estamos formando um sindicato cada vez mais forte, representativo e atuante.

Sindicato Rural fortalece a classe Boa parte dos produtores rurais da região ainda não conhece ou não tem informações sobre o trabalho desenvolvido pelo Sindicato Rural Patronal de Santo Antônio da Platina. A constatação faz parte de uma pesquisa feita pela direção do sindicato que aponta ainda que os produtores não se beneficiem das facilidades que a entidade oferece como deveriam. Preocupado com este panorama, o presidente do SR, José Afonso Júnior explica que a entidade é o melhor e mais próximo caminho para o fortalecimento da classe produtiva. Para ele, a participação maciça dos produtores rurais na vida sindical pode garantir direitos e dar garantias para que a categoria seja mais valorizada. “Sem contar um número muito grande de benefícios que colocamos à disposição dos produtores”, explica. Júnior Afonso, como também é conhecido o líder classista, diz que o Sindicato Rural Patronal proporciona aos seus associados benefícios que estão aquém da interpretação de alguns agricultores. “Temos tudo para ser uma classe fortalecida pelos ideais do nosso sindicato”, garante.

O Sindicato Rural Patronal também divide com outras entidades e instituições públicas a responsabilidade de discutir e definir o valor real da terra nua. Além disso, o SR tem assento nos principais órgãos representativos do agronegócio. “O sindicalismo rural fortalece a nossa classe. Com a união de todos nós podemos reivindicar, gritar, exigir. Mas isto só será possível a partir do momento que falarmos a mesma língua e marcharmos juntos em favor da nossa classe”, conclama.

Senar

Outra vantagem que o Sindicato Rural Patronal oferece para seus associados são os mais de 200 cursos de aperfeiçoamento organizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Esses cursos, todos eles gratuitos, são destinados aos proprietários rurais, suas famílias e extensivo também aos seus empregados. A proposta do Senar é melhorar a atividade no campo, sobretudo nas pequenas e médias propriedades rurais, aumentar a renda e oferecer mais qualidade de vida. Março de 2012 Espaço Cidadão

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ÍNDICE

M a r ç o / 2012

04 Agronegócio

Júnior Afonso é reeleito presidente do Sindicato Rural Patronal por unanimidade

07 Espaço dos 3 Poderes

Declaração Universal dos Direitos Humanos - Continuação

10 Economia

Devolução do Valor Residual Garantido

12 Meio Ambiente

A Terra sem gente - Continuação

14 Meio Ambiente II Cenários X Rio+20

15 Saúde I

Alccolismo e envelhecimento

16 Saúde II

Codependência alcoólica

18 Política

Em quem votar?

20 Evento

Acontede a 40ª EFAPI

22 Cultura

23 Família I

Não tomar o nome de Deus em vão...

24 Família II

A família e a iniciação ao uso do álcool

26 Criança

Como agir na suspeita de abuso sexual

30 Adolescência

Adolescer X Álccol

32 Educação

SAF! Já ouviu falar?

34 Educação no Trânsito

Bebida e direção: o melhor caminho é dizer não

36 Responsabilidade Social A satisfação de vestir a camisa

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Espaço Cidadão Março de 2012

Expediente

A falta que a Casa da Cultura faz revista

espaço

cidadão PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio para Proteção e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68 CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose CCONSELHOS: COPADESC - Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose CREDINORTE - João Geraldo Frose Jornalista Responsável: Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR Contato: (43) 3558-1937 joaogfrose@gmail.com revista.espacocidadao@gmail.com www.revistaespacocidadao.com.br www.revistaespacocidadao.com.br


ESPAÇO DOS 3 PODERES

Declaração Universal dos

Direitos Humanos (cont.) D amos continuidade nesta edição com a parte final da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Relembrando que ela foi proclamada em Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948, tempo pós-guerras mundiais, onde houveram genocídios, torturas, matanças desenfreadas, economias comprometidas, com poucos obtendo o objetivo pretendido pelas guerras. O mundo se dividiu entre o socialismo e o capitalismo, formas diferentes para se conquistar a liberdade a igualdade e a paz. Nesse conflito mundial, pessoas morreram, empresas faliram, empresários perderam tudo o que tinham, e décadas foram perdidas economicamente em muitos países até que a paz fosse alcançada. A manutenção da paz foi condicionada, assim, nos direitos

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e deveres.

Artigo 7 Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação Artigo 8 Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo 9 Ninguém será arbitrariamente pre-

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ESPAÇO DOS 3 PODERES so, detido ou exilado. Artigo 10 Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo 11 1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo 12 Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

asilo em outros países. 2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo 15 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo 16 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. Artigo 17 1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 13 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo 18 Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

Artigo 14 1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar

Artigo 19 Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito

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inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Artigo 20 1. Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo 21 1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo 22 Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo 23 1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

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3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo 24 Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas. Artigo 25 1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. Artigo 26

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1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo 27 1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios. 2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor. Artigo 28 Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os

direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo 29 1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas. Artigo 30 Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. Fonte: Redação Espaço Cidadão

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ECONOMIA

Devolução do Valor Residual Garantido Fique por dentro da Consolidação da Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Paraná e Supremo Tribunal Federal para a Devolução do Valor Residual Garantido quando pago antecipadamente

A

inda há poucas ações versando sobre cobrança do Valor Residual Garantido pago antecipadamente, talvez por pouca experiência de alguns operadores de Direito ou pela baixa procura dos cidadãos brasileiros arrendatários acostumados a pagar muito por pouco. Em quais situações é possível cobrar os valores pagos do Valor Residual Garantido antecipadamente? Pelo menos em duas situações: nos casos em que o arrendatário perdeu o bem pela busca e apreensão ou reintegração de posse proposta pelo arrendador ou ainda quando no decurso do prazo contratual (término do pagamento das parcelas ajustadas no contrato de arrendamento

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mercantil) não houver mais interesse de o arrendatário permanecer com o bem objeto do leasing. O Supremo Tribunal Federal considera que a cobrança antecipada do Valor Residual Garantido é permitida. Neste sentido é que se consolidou a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, mas quando se trata de resolução do contrato e/ou inadimplência, deve ser devolvido o valor do VRG pago antecipadamente: “1. Ocorrida a resolução do contrato, com a reintegração do bem na posse da arrendadora, possível a devolução ao arrendatário dos valores pagos a título de Valor Residual Garantido. 2. Agravo regimental desprovido”.

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do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil”. (Súmula 293). Todavia, mesmo sendo legal sua cobrança antecipada, também é legal e legítima sua restituição em casos de resolução contratual e/ou inadimplência: “Em verdade, diante da resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do arrendatário, é devida a devolução do chamado Valor Residual Garantido, pago antecipadamente, à conta de ser uma consequência da devolução do bem (STJ, 3a T.- Resp 636588-MS, rei. Ministro Castro Meira, j . 28.08.2004)”. Ou melhor: Diante da resolução do contrato de arrendamento mercantil por inadimplemento do arrendatário, é devida a devolução do chamado VRG, pago antecipadamente, à conta de ser uma consequência da devolução do bem, considerando a íntegra da Decisão do Agravo de Instrumento n.º 1.336.159/SP. Portanto, para que haja sucesso nas ações judiciais, mister se faz a elaboração de um laudo pericial contábil demonstrando claramente o valor do VRG pago antecipadamente e se não há nenhuma outra ilegalidade.

Ilustração: Alessandro Dutra

(AgRg no Ag 549567/SP, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, TERCEIRA TURMA, DJ 30/08/2004). O Tribunal de Justiça do Paraná também tem sido justo em suas decisões quando o assunto é a devolução do Valor Residual Garantido, conforme se visualiza no julgamento dos embargos de declaração em Apelação Cível n.º 676755-1/01 (Documento assinado digitalmente, conforme MP n.° 2.200-2/2001, Lei n.° 11.419/2006 e Resolução n.° 09/2008, do TJPR/OE), muito bem fundamentada e balizada por decisões do STJ, acatando em síntese a devolução do VRG pago antecipadamente e corrigido monetariamente quando o bem já fora reintegrado pelo arrendante. Em outra decisão, o TJ/PR determinou a “(...) compensação de ofício das parcelas inadimplidas até a data reintegratória do veículo, sob pena de enriquecimento de uma das partes”, conforme APELAÇÃO CÍVEL Nº 721306-1. E como estão as decisões do STJ quanto à restituição do VRG nos casos de resolução contratual? Conforme se verá no Agravo de Instrumento n.º 1.336.159/SP (STJ), o Supremo Tribunal Federal entende ser legal o pagamento antecipado do VRG, ou seja, “A cobrança antecipada

Colaborou: Plennitus Consultoria, Perícia & Auditoria Contábil

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MEIO AMBIENTE

A Terra sem gente Continuação da matéria da edição 7

O

que aconteceria com o habitat preferido dos humanos – as grandes cidades – se eles sumissem? O modelo escolhido foi nada menos do que Nova York (EUA), a capital do mundo.

Destruição por água e plantas

Segundo Jameel Ahmad, diretor do departamento de engenharia civil da Cooper Union College, os repetidos congelamentos e descongelamentos comuns em meses como março e novembro rachariam o cimento em cerca de dez anos, permitindo a infiltração da água. O tempo faria essas fendas se alargarem, favorecendo a irrupção de ervas. E, sem ninguém para controlar as árvores, raízes de ailanto (uma espécie que os nova-iorquinos trouxeram da China) invadiriam as calçadas e rachariam a

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rede de esgoto em apenas cinco anos, afirma Dennis Stevenson, curador do Jardim Botânico da cidade. Animais cuja sobrevivência depende do homem desapareceriam em dez anos. As baratas, por exemplo, não resistiriam ao frio dos edifícios sem calefação, e os ratos, cujo alimento vem do lixo, virariam refeição para os falcões e os gaviões. Vegetais hoje comestíveis, como a cenoura, o brócolis, a couve-flor e o repolho, voltariam a suas irreconhecíveis formas originais. As fendas no solo ampliariam muito um dos problemas já existentes na cidade de Nova York: a elevação do nível de água subterrânea. Assim como em São Paulo e outras metrópoles do mundo, o oceano de concreto e asfalto não deixa muito espaço para absorver essa água. Sem energia elétrica, as bombas de sucção que impedem inundações no metrô não funcionariam. Em consequência, as

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águas inundariam o solo sob o pavimento, o que originaria crateras nas ruas. Não é só isso. Se os esgotos fossem destruídos, antigos cursos de água reapareceriam e novos surgiriam, afirma Eric Sanderson, membro da Bronx Zoo Wildlife Conservation Society. Com isso, em duas décadas as colunas de aço que sustentam a rua acima dos túneis de metrô do East Side ficariam encharcadas, sofreriam corrosão e deformariam. Steven Clemants, vice-presidente do Jardim Botânico do Brooklyn, também dá suas pinceladas no quadro. “Após 200 anos sem humanos” – observa ele –, “toneladas de folhas de carvalhos e de plátanos recobririam as ruas da cidade. Qualquer relâmpago que caísse sobre a grama seca do Central Park – já na altura do joelho – poderia espalhar fogo por todo o município.” Como as pontes da cidade resistiriam por uns 300 anos, em duas décadas, Nova York receberia grandes contingentes de coiotes, seguidos por veados, ursos e lobos. Nos cursos d’água, sapos, arenques e mexilhões marcariam presença. Ainda não se sabe ao certo quanto tempo os animais e vegetais resistiriam a materiais tóxicos. Sem ninguém para cuidar de lugares como a usina nuclear de Indian Point, cerca de 50 quilômetros ao norte de Times Square, imagina-se que a radioatividade vazaria após 50 anos e contaminaria o Rio Hudson por pelo menos dez milênios. Enquanto

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Para começar, não haveria mais as emissões industriais (e de queimadas propositais) de dióxido de carbono. Ainda abundante na atmosfera, esse gás levaria cerca de 200 anos para se dissipar. isso, os prédios erigidos com pedras – as construções mais resistentes – estariam ficando em ruínas. O toque final estaria por conta de uma glaciação, que, como as outras três que atingiram Nova York, varreriam os resíduos da cidade. Quando o gelo recuasse, haveria uma concentração incomum de metais avermelhados, restos de fiação e encanamentos. O futuro dominador das terras poderia explorar essas reservas, mas não teria ideia de como elas surgiram ali. Pena: se soubesse, provavelmente não repetiria a trajetória catastrófica daqueles antigos humanos.

O último reduto da vida selvagem

Para vários cientistas, a responsabilidade humana vai muito além dos males derivados da Revolução Industrial. “Quando o homem deixou a África e a Ásia e chegou a outras partes do mundo,

foi o caos”, acusa o paleoecologista Paul Martin, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos. Para ele, a humanidade está por trás do grosso das extinções em massa de seu período, porque elas começaram em todos os lugares com a chegada de nossos antepassados: na Austrália, há 60 mil anos; nas Américas, há uns 15 mil anos; no Caribe, há seis mil anos; e, em Madagascar, há dois mil anos. Só os oceanos continuam relativamente a salvo da capacidade de destruição humana, simplesmente porque o homem pré-histórico não era capaz de caçar grandes animais marinhos. Até a época de Colombo, por exemplo, pelo menos 12 espécies oceânicas eram maiores do que a maior nau de sua frota, garante o paleoecologista marinho Jeremy Jackson, do Smithsonian Tropical Research Institute, no Panamá. Mesmo que o atual estrago nos oceanos seja significativo – haja vista a agonia dos recifes de coral e o quase colapso enfrentado pela indústria da pesca do bacalhau –, a situação não é tão dramática quanto a da terra firme, afirma Jackson: “A grande maioria das espécies marinhas está profundamente exaurida, mas ainda existe. Se as pessoas realmente fossem embora, a maioria delas se recuperaria.” Fonte: Revista Planeta

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MEIO AMBIENTE

Cenários x RIO + 20

Desembarca dia 20 de junho no Rio de Janeiro a 20ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável

O

s anos 70 foram marcados por mudanças macroeconômicas que tornaram arcaicas as práticas de gestão empresarial. As organizações mundiais começaram a rever seus modelos de administração, destacando questões mais relevantes como a competitividade nas organizações privadas e a sobrevivência nas organizações públicas. A Administração é dinâmica, o que se ensina e pratica ficam totalmente desatualizados, num período de 10 e 15 anos, novas situações passaram a ser base de novos modelos de gestão tanto na iniciativa privada quanto pública, em que se deve adequar o modelo correto de acordo com a realidade e a necessidade da organização. É necessário certo período para a adaptação dos novos modelos de gestão. Porém, diante de tantas perspectivas, quebras de rupturas, uma ferramenta interage dentro dos aspectos que vão desde a formação de novas fronteiras físicas, geográficas, políticas, econômicas, sociais e tecnológicas em função dos resultados a serem gerados como o de transformar a sociedade por meio da mudança de comportamento com as facilidades que os processos contemporâneos passaram a ofertar, a prática da boa governança. Os desafios são enormes. A busca de empresas e de governos dedicados com conhecimento e firme compromisso pela melhoria dos problemas sociais e ambientais tornaram-se slogan, palavras facilmente dialogadas, mas não basta que as organizações pareçam sustentáveis. Elas realmente precisam ser sustentáveis. De 20 a 22 de junho de 2012, irá ocorrer no Brasil o 20º Aniversário da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que ocorreu no Rio da

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Janeiro em 1992, e o 10º. Aniversário da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em Johanesburgo, em 2002. O evento conta com a presença de Chefes de Estado e de Governo e representantes. Os dois temas em foco na Conferência serão: a) uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, b) o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável. Os gestores empresariais privados e públicos estarão no centro de discussões do evento, mas empresas privadas não podem ser chamadas a fazer o trabalho dos governos. Empresas e investidores serão atores que mobilizarão o capital necessário para os desafios sem precedentes que se enfrentam. Assim, deve-se pensar que assegurar um comprometimento político renovado com o desenvolvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na implementação dos resultados irão, portanto, fortalecer, reformar e integrar os três pilares da boa governança -econômico, social e ambiental-, é um dos grandes desafios em que nas mãos de bons gestores grandes benefícios trarão para as gerações futuras. Maria das Graças Ferreira de Campos Zurlo MBA em Gestão Empresarial, Gestão de Marketing e Gestão de Pessoas, especialista em Metodologia do Ensino da Geografia, professora titular da FANORPI e coordenadora do curso de Administração. Atua na rede pública – Colégio Maria Dalila – e privada – Colégio Casucha, na disciplina de Geografia. Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente e membro do Comitê Gestor e Governança Municipal da Lei Geral – grazu@uol.com.br

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SAÚDE

Alcoolismo e

envelhecimento

Os danos causados pelo abuso do álcool são irreversíveis, acelerando o processo de envelhecimento do organismo.

O

etilismo crônico acomete 15% da população brasileira. Dentre os idosos, cuja idade igual ou superior aos 65 anos, essa taxa é de três por cento. As causas mais comuns do uso crônico de álcool em idosos são: dor, insônia, solidão, depressão, morte ou alcoolismo de companheiro ou cônjuge, falta de apoio familiar e social. No idoso a redução de massa magra e água corporal além da dificuldade de eliminação desta substância aumentam os danos causados pelo seu consumo. Vários órgãos e sistemas do corpo humano são afetados, e seguem esta ordem: fígado, estômago, pâncreas, intestino, coração, sistema imunológico, sistema endócrino e nervos periféricos. Os danos causados pelo abuso do álcool são irreversíveis, sendo assim, os órgãos e sistemas acometidos dificilmente voltarão a funcionar como antes, acelerando o processo de envelhecimento do organismo. O fígado terá maior dificuldade na metabolização de nutrientes da alimentação, o estômago terá maior dificuldade na digestão, intestino na absorção de vitaminas e proteínas, degeneração do sistema nervoso central e periférico, aumento da pressão arterial, deficiência na produção de células do sistema imunológico. Esses danos surgem com o tempo, e quase sempre aparecem quando o indivíduo passa dos cinquenta anos de idade, teoricamente adulto em

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idade produtiva. No idoso etilista esse dano é pior, devido ao envelhecimento natural, acentuando possíveis demências, insuficiências de órgãos (fígado, coração, rins, pâncreas), perda sensibilidade em extremidades do corpo, emagrecimento e consequente perda de vitaminas, proteínas e minerais. Vale ainda salientar que o idoso quase sempre faz uso de medicamentos, e a associação da bebida e fármacos pode ser catastrófica para o individuo. O envelhecer traz limitações, mudanças no corpo e na aparência, desgastes ósseo, muscular e neurológico, que na maioria das vezes é bem aceita pela pessoa idosa. Quando essa condição não é bem assimilada, o idoso busca no álcool um alívio para suas frustrações e sua condição de fragilidade. Pode-se concluir que a proporção de idosos etilistas é muito menor que a média geral da população, porém nesta faixa etária os danos são mais significativos. A condição do alcoolismo neste período da vida está relacionada à condição de fragilidade emocional e física da pessoa, que se bem orientada, tratada e principalmente prevenida, poderá não buscar esse vício. Cabe aos familiares e aos profissionais da saúde a atenção necessária para que não haja essa busca do álcool, visando assim melhorar a qualidade biopsicosocial do idoso. Dr. Marcelo Dias de Oliveira - Geriatra

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SAÚDE

Codependência

alcoólica

Quando a família é tão viciada quanto o dependente

P

ense por um instante: quem pensa mais no álcool? O dependente ou quem se preocupa com o mesmo? Provavelmente quem ama o dependente se preocupa mais com o álcool, com a próxima bebedeira, com as brigas, com a gritaria, com o mau negócio do que o próprio dependente. A isso se chama “codependência”. Portanto, onde houver um dependente, haverá codependentes.

Por que é importante pensar sobre a codependência?

Há um axioma máximo no tratamento de qualquer tipo de dependência: O próprio dependente precisa reconhecer sua dependência, sua incapacidade de sair da dependência sem ajuda para que consiga se libertar. Ele precisa buscar ou aceitar ajuda por vontade própria. En-

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quanto este ato voluntário do dependente não acontecer, a recaída é praticamente certa. Quando então, os familiares protegem, forçam o tratamento, tentam evitar o acesso ao álcool ou tramitam milhares de outras tentativas para ver se o dependente esquece da bebida, este não toma a sua própria decisão que já bebeu demais, que é preciso parar ou até buscar ajuda.

tões fundamentais para entender esta dinâmica. Além disso, apresenta algumas dicas fundamentais para sair da codependência. Sair da codependência é gerar esperança para o dependente, seja de álcool, de drogas, de sexo, de jogos, de amor, de doenças crônicas, de religião fanática, de relacionamentos extra-conjugais, etc.

Axioma máximo da dependência: É preciso cair no fundo do poço para querer sair dele.

O que é a codependência?

Outra razão para pensar sobre a codependência: a codependência aprofunda a dependência ao invés de libertar. Familiares codependentes reafirmam a dependência dos seus entes dependentes. Este texto apresenta algumas ques-

Codependência é um termo da área de saúde usado para se referir a pessoas, geralmente parentes, fortemente ligadas emocionalmente a uma pessoa com séria dependência física e/ou psicológica de uma substância (como álcool ou drogas ilícitas) ou com um comportamento problemático e destrutivo (como jogo patológico ou violência doméstica).

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É um fato conhecido que a dependência patológica causa grande impacto e sofrimento na vida das pessoas próximas. É sabido também que a família é sequestrada emocionalmente pelo problema do dependente. O que poucos percebem é que a codependência é altamente prejudicial para ambas partes envolvidas: para o dependendente e para os familiares. Ao invés de ajudar o dependente a melhorar, codependentes acabam reforçando o comportamento patológico.

A isca! A armadilha!

O codependente acredita que sua felicidade depende da pessoa que tenta ajudar, e assim se torna dependente dele emocionalmente, procurando ajudá-lo sendo excessivamente permissivo, tolerante e compreensivo com os abusos do outro ou sendo excessivamente controlador, perfeccionista e autoritário. É comum que o codependente coloque as necessidades do outro acima de suas próprias e se sacrifica em prol de cura do dependente.

O equívoco da codependência

Uma atitude codependente pode parecer positiva, paciente e generosa, pois está baseada na melhor das intenções, mas, na realidade, é inadequada, exagerada e intrusa. Quem não admira uma esposa que convive com um marido

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alcoólica pacienciosamente por muitos anos, suportando todas as moléstias desta ingrata doença? Pois, quanto mais esta esposa se dedicar ao seu dependente, menos chance lhe dá para sair da sua dependência. A questão é que os codependentes estão viciados na vida alheia e não sabem mais viver a sua própria. Adoram dar, mas detestam receber, seja atenção, carinho ou ajuda. Desta forma, quanto mais se dedicam aos outros, menos autoconfiança possuem. Afinal, desconhecem os seus próprios limites e necessidades! Elas vivem em função do dependente. Em muitos casos, quando o dependente permanece “limpo”, os familiares inconscientemente desenvolvem crises para que o dependente recaia. Sem o álcool, qual seria o sentido de vida? A codependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometida com um dependente, tenta controlar seu comportamento na esperança de ajudá-lo. Como consequência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o domínio sobre seu próprio comportamento e vida. Saia fora! Deixe o dependente cair no fundo do poço enquanto a sua saúde física e mental ainda estiver relativamente íntegra. Assim poderá buscar ajuda nos Alcoólicos Anônimos; em clínicas especializadas em alcoolismo quando o caso já é mais grave (médicos

sabem avaliar a gravidade).

O codependente também precisa de ajuda

A codependência também é um vício. “Cuidar” excessivamente do outro se transforma numa necessidade. Muitas vezes justificado em nome do amor. Sabendo disso, o movimento dos Alcoólicos Anônimos Internacionais desenvolveram um programa de ajuda para os familiares de dependentes. O programa se chama Al-Anon. Igualmente existem grupos de ajuda para dependentes de drogas em Naranon e Amor Exigente. Sair da codependência, da compulsão de querer ajudar ao familiar dependente, na verdade significa repassar a responsabilidade da cura ao dependente. Esta premissa requer uma explicação. Quando filhos usam crack, quando o alcoólico está na quarta fase da doença, então os familiares devem procurar ajuda profissional e especializada. Mesmo assim, sair da codependência será fundamental para que em algum momento o dependente realmente decida e tenha vitória na saída da dependência. Dr Albert Friesen Psicólogo CRP 08/2921 – clínico, terapeuta de casais e de família, professor de psicologia, teologia e filosofia. Saiba mais no livro: BEATTIE, Melody. Codependência: nunca mais. São Paulo: Editora Record.

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Política

Em quem votar? Assim como ir a feira com critério e paciência, também na política, com algumas dicas, pode-se evitar frutos podres e de difícil digestão

S

erá que nós nos lembramos do nome do candidato em quem votamos na eleição anterior? São tantos, não é mesmo? Porém, não deveríamos nos esquecer deles. Principalmente daqueles que ajudamos a eleger! É por causa da nossa falta de memória que eles se perpetuam no poder e o Brasil não cresce, não vai para frente, não sai do buraco. Novamente, para essas eleições, temos inúmeros candidatos para os cargos de Vereadores e Prefeitos.

Dúvida

Em meio a tantos candidatos, como escolher o melhor? O mais apto para o cargo? Num primeiro olhar, diante das propostas de ação e ampla propaganda, os candidatos se confundem. Todos são bons e parecem merecer o voto do eleitor. Diante das idênticas promessas dos candidatos, faz-se necessário, aqui, uma distinção entre os verdadeiros e os falsos “pastores” no campo político. Os que merecem nosso voto e os que não merecem se confundem na apresentação de suas promessas.

O que significa candidato?

Você já se perguntou o que significa candidato? Veja só como que as palavras mudam de significado com o passar do tempo. A palavra candidato significa vestido de branco, puro, cândido. Sua origem vem da antiga Roma, onde aqueles que disputavam a cargos eletivos eram obrigados a desfilar pelas ruas trajando vestes

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brancas, forma de demonstrar a pureza de suas vidas e de seus propósitos. Cabia aos cidadãos aceitar a apresentação ou jogar lama nos camisolões brancos daqueles que sabiam estar enganando a multidão. Na teoria, candidato tinha que ser cândido, ainda que, na prática, muitos burlassem esse princípio.

Preste atenção nessa comparação

Tanto o bom quanto o mau pastor se preocupa com as ovelhas. Há, porém, uma grande diferença: o bom pastor está atento ao bem estar e às necessidades permanentes das ovelhas. O mau pastor olha a ovelha com interesse pessoal: cuidar dela, protegê-la, alimentá-la, mas para tirar vantagem: extrair sua lã e sua carne. Assim é na política. O bom candidato se preocupa com o eleitor hoje e sempre. O mau candidato olha o eleitor com interesse pessoal. Ganhar seu voto e, depois, sumir, esquecer.

Nossa missão

Nossa missão, como cidadão, é vigiar os que mantêm cargos eletivos e os que almejam disputá-los. A Constituição Federal exige a inocência para aqueles que exercem ou querem exercer cargos públicos, em outras palavras, moralidade. Devem ser aplaudidos os juízes que negam registro aos candidatos carentes da candura. Papel fundamental têm os Comitês da Lei 9840, sobre a compra de votos e corrupção eleitoral. Em meio a tantos candidatos precisamos ter clareza para um correto discernimento no mo-

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mento da escolha. Seguem, aqui, alguns indicadores importantes para termos em mente na hora de votar. Reflita com seu grupo sobre os critérios apresentados a seguir e aponte outros, que certamente poderão ser identificados.

Critérios para escolha dos Candidatos: 1. Defesa da vida O candidato defende a dignidade da pessoa humana e da vida, em todas as suas manifestações, desde a sua concepção até a morte natural? Não votar em candidatos que defendam projetos que visem a legitimar o aborto e a eutanásia. Vote na vida e não na morte! 2. Honestidade pessoal Analisar a vida da pessoa, sua trajetória e se ela defende os interesses da população. É importante conhecer e divulgar informações a respeito dos candidatos. Quem são eles, qual é a sua origem política, o que já realizaram em prol da população? Qual é a sua história, quais são suas propostas? Elas estão vinculadas ao programa de um partido ou estão atreladas apenas a grupos de interesses financeiros? 3. Compromissos honrados e transparência Os bons parlamentares e gestores

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públicos primam pelos compromissos honrados, sempre em estreita ligação com as necessidades reais da população. A transparência na gestão do bem público é fundamental. 4. Compromisso com políticas públicas O candidato deve estar comprometido com políticas públicas, isto é, que defendam e promovam a dignidade da vida e do convívio humano. A inclusão social é o grande desafio para o Brasil, a ser conquistado com a participação de todos os cidadãos. O voto é a nossa melhor arma para alcançarmos isto. 5. Capacidade de administração. Vamos votar em candidatos competentes. É preciso prestar atenção nos candidatos despreparados, cujas plataformas escondem interesses particulares. São incapazes de apresentar metas claras de governo, políticas consistentes, planejadas e definidas por etapas e orçamentos. 6. Candidatos comprometidos e não oportunistas. O candidato deve estar comprometido com o partido. Cuidemos para não votar em candidatos oportunistas, sem compromissos com partidos ou que utilizam as suas siglas para ganhar eleições e depois ficam mudando de partido. Esses candidatos têm como prática

a compra de votos, sem escrúpulos, reproduzindo o esquema da corrupção eleitoral. Prometem favores. Por isso se transformam em líderes políticos hábeis, com longa experiência na arte de enganar os eleitores. Acostumam mal o povo, fazendo dele refém, dependente de esmola e promessas de benefícios imediatos. 7. Campanha modesta. Muito dinheiro gasto não é bom sinal. É bom desconfiar de candidatos sustentados por campanhas milionárias que facilitam a compra de votos, pois eles podem tentar recuperar, de alguma forma, o investimento realizado, utilizando-se dos privilégios adquiridos no exercício da função pública. Em síntese, vote em quem: 1. Defende a dignidade da pessoa e da vida; 2. É honesto e fiel em seus propósitos, inclusive partidários; 3. Honra os compromissos e é transparente; 4. É comprometido com Políticas Públicas; 5. Tem capacidade para administrar. 6. É comprometido e defende os interesses da população; 7. Tem uma campanha modesta e não desperdiça dinheiro. Fonte: www.redesolidaria.org.br Colaborou: João Geraldo Frose

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EVENTo

Acontece a

40ª EFAPI

Esposição Feira Agropecuária de

Santo Antônio da Platina

N

esta sua 40ª edição, o evento, conforme previsão, deve atrai um público de aproximadamente 150.000 visitantes, congregando 27 municípios da região do norte pioneiro do Paraná. Trata-se de evento de caráter regional e estadual, franqueado ao público, que possibilita uma opção de lazer, e realizado com o objetivo de mostrar as novas tecnologias do agronegócio da região sendo: pecuária de leite, pecuária de corte, gado de elite, avicultura e cafeicultura. São realizados eventos técnicos em parceria com a Emater, Senar, FAEP e empresas ligadas ao agronegócio, leilões, e a exposição de animais e tecnologias. A maioria do público é de produtores rurais de toda a região do Norte Pioneiro. Reune mais de 100 expositores de tecnologia, gado, produtos regionais provenientes de várias regiões do Brasil. Durante o período noturno o evento receberá público de vários segmentos, com entrada franca, que vêm desfrutar das opções de lazer oferecidas. O grande objetivo deste evento é o de oportunizar à re-

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Fonte: Joel Carlos da Silva Coelho Coordenador Geral da 1ª EFAPI

A EFAPI e a sustentabilidade O Norte Pioneiro do Paraná, vem sendo influenciado pelo processo da globalização, sendo a sua economia baseada quase que integralmente no agronegócio. Desta forma cabe a este evento, com tradição, infraestrutura e referência, aproximar a população das cidades à realidade do campo, criando uma mostra dos principais pilares do agronegócio do Norte Pioneiro do Paraná, e atualizando tecnologicamente os agricultores buscando sua fixação nas atividades rurais. Desta forma este evento torna-se indispensável para o desenvolvimento da região. A preocupação com a sustentabilidade do evento pode ser percebida na utilização de materiais recicláveis em brindes, itens de divulgação. Coleta sele-

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tiva de lixo em parceria com a Promoção Humana. Distribuição e plantio de mudas de árvores em parceria com a SMMA, soltura de peixes a bacia do Rio das Cinzas em parceria com a SEAB e EMATER, estande voltado a conscientização de danos ao meio ambiente, em parceria com a Polícia Florestal, Conselho do Meio Ambiente, Sanepar, Secretaria Municipal da Saúde. Estande gratuito para ações de sustentabilidade econômica (Fábrica do agricultor). A geração de emprego é significativa para a região, pois são gerados durante o período da Feira aproximadamente: 150 empregos temporários durante 90 dias, entre eles pedreiros, carpinteiros, pessoal de manutenção e limpeza.

28 mar 29 mar 30 mar

No município existia uma exposição agrícola que era feita no pátio da Igreja Matriz e, posteriormente, no Colégio Rio Branco. Dr. Alicio Dias dos Reis em seu mandato como prefeito adquiriu o terreno para a construção do Parque de Exposições, que hoje leva seu nome como homenagem. A 1ª EFAPI ocorreu em maio de 1973 na gestão do então prefeito Ademar Lemes de Toledo, sendo realizada sobre uma terraplanagem provisória. Contava

Programação de Shows

31 mar

História

com 4 barracões feitos de eucaliptos cobertos de sapé, uma casa de madeira como escritório e um restaurante do Rotary Club. Toda essa estrutura foi feita pela prefeitura local com a ajuda de outros municípios e agricultores da região. O primeiro leilão de gado no Parque de Exposições tinha 6 animais puros de origem doados pelos criadores da época em benefício da própria Exposição e foi realizado em um círculo improvisado com cordas junto aos barracões. O parque de diversões foi o Coney Island Park, considerado o melhor do Brasil na época, contratado às vésperas da 1ª EFAPI. Já para a 2ª EFAPI, foram feitas a maioria das infraestruturas existentes até hoje no local.

1º abr

gião o acesso às novas tecnologias que envolvem as atividades do agronegócio da região, através da exposição, eventos técnicos e culturais. Também é objetivo do evento criar uma opção de lazer. O volume aproximado de negócios gerados está em torno de R$ 3,5 milhões.

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Cultura

A falta que a Casa da Cultura faz

H

á uma velha frase que diz: “Um povo sem memória é um povo sem história”. Muitas pessoas utilizam dessas palavras para justificar a ausência de “memória histórica” do povo brasileiro. Permita-me discordar dessa teoria evasiva e simplória. Antes de generalizarmos e julgarmos a falta de cultura do povo brasileiro (aqui utilizo a definição de cultura em toda a sua amplitude) é preciso refletirmos. O povo recebe a cultura que quer ou grande parte da cultura é imposta pelos Meios de Comunicação de Massa (MCM), centralizado nas mãos de uma pequena parcela da classe dominante? A resposta é simples: Nem sempre as pessoas gostam de determinada música, filme, novela, entre outros, mas a mídia massifica esses produtos da indústria cultural e obriga o povo a aderir a esse gosto duvidoso. Nesse contexto manipulatório e porque não exploratório, surge a Casa da Cultura, um espaço que teoricamente deveria ser democrático e receber qualquer manifestação artística. Porém, o que deveria ser o “templo dos artistas” e a extensão da casa do povo, tornou-se um “elefante branco”. Muitos desses espaços se tornaram igrejas e supermercados; outros baixaram suas portas por falta de recursos públicos. Isso é vexatório, para não dizer humilhante. Uma Casa de Cultura representa a “cara do povo” de uma cidade e região. É nela que as pessoas passam a ter contato com a arte (exposições, teatro, festivais, artesanatos, entre outros). É uma ramificação de conhecimento, trocas de experiências e heterogeneidade dos saberes. De outro lado, a ausência de uma Casa de Cultura em uma comunidade representa o retrocesso de um povo, quiçá de uma civilização (sem exagero).

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Fechar as portas de uma Casa de Cultura é ceifar o direito das pessoas de beber da fonte da sabedoria, do entretenimento, de ter uma visão ampla de mundo e poder viajar sem mesmo sair de sua cidade, apenas por meio, por exemplo, de uma peça de teatro. A cultura perpetua as tradições, solidifica a união entre as pessoas, torna uma Nação peculiar e diferente da outra e amplia o intercâmbio artístico. Se todos soubessem como é importante a Casa de Cultura para uma cidade ou região, não haveria descaso. Claro que não poderemos ser ingênuos, pois alguns políticos preferem um povo ignorante e justificam a falta de recursos (nem sempre isso é verdade) para não investir em cultura. Enquanto isso, constroem cadeias e presídios. È a dicotomia entre a liberdade do saber prazerosa ao povo e a falsa segurança pública que funciona como cabo eleitoral. Ai que saudade das Casas de Cultura que havia em várias cidades brasileiras. Elas fazem falta, pois eram ponto de encontro de namorados, diversão para as crianças e saudosismo aos mais velhos. Essa melancolia foi suprida sem mesmo termos o direito de reclamar. Porém, ao cruzarmos os braços passivamente para o fechamento de uma Casa de Cultura contribuímos para arrancar do povo parte de sua história; mas não podemos culpá-lo por não ter “memória”. Se ele não a tem é porque não lhe deram ou estão manipulando-o para não a ter. Marcel Fonseca Carvalho Mestre em Educação, especialista em história, graduado em Jornalismo, Letras e História, professor da rede pública de ensino paranaense e da Faculdade do Norte Pioneiro – FANORP marcelpirassununga@bol.com.br

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FAMÍLIA

Não tomar o nome de Deus em vão...

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e eu ainda alimentava alguma dúvida sobre a relação entre fé e consumo, a tarde de 10 de dezembro de 2011 dirimiu por completo minhas questões sobre o assunto. Fé tornou-se objeto de consumo ou, pior, incentivo ao consumo! Uma emissora de televisão e alguns artistas do “mercado gospel” se uniram no festival Promessas, evento de música religiosa evangélica para um grande público no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. A música gospel fatura bilhões e tem, cada dia mais, chamado a atenção das mídias, gravadoras, políticos e investidores dispostos a mergulhar nesse mar cheio de oportunidades. Pesquisas recentes revelam que esse mercado é um dos mais rentáveis no país (movimenta R$ 1,5 bilhão por ano e é o único segmento fonográfico que cresce em venda de discos no País). Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), o estilo está presente entre os 20 CDs mais vendidos no Brasil. A música saiu dos templos e invadiu os mercados. Está claro para mim que a fé tem um papel social importante e, acima de tudo, relevante. O discurso da fé não é um entre os demais. É um modo de ver a realidade que molda os demais discursos e, como tal, forma opinião e determina decisões e comportamentos. Meu conflito está no fato de que a multidão de “fãs” da música gospel não se diferencia do restante da população e, por uma questão de coerência com os princípios que as

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próprias letras alardeiam, não “fazem diferença” na sociedade. Continuamos um país com péssima distribuição de renda, de altos índices de analfabetismo, subemprego e corrupção. A representação evangélica nas esferas de governo e legislatura não é em nada melhor ou diferente da política pequena e corrupta que domina no país. É fato que as igrejas cresceram muito e há hoje uma população consideravelmente grande daqueles que se identificam como “evangélicos”. Mas é fato também que isso não mudou em nada a face da nação, como requeria o Evangelho de Jesus ao nos exortar a sermos “sal da terra e luz no mundo”. Por outro lado, fico sempre a me perguntar sobre questões teológicas. Primeiro, e mais óbvia, é a observação sobre o conteúdo das letras e a qualidade das músicas. Nada que se aproxime da boa música popular e da poesia brasileira. Há muito dinheiro envolvido e muita riqueza dispensada em tecnologia, marketing e contratos, mas pouca qualidade musical de fato. A fé cristã dispõe de um depósito generosamente grande de tradição e reflexão, mas as músicas das rádios e televisões são impressionantemente pálidas, iguais e de baixa qualidade. Além disso, banalizam o nome de Deus. Como já foi afirmado em outras oportunidades, não há mandamento contra o qual as religiões mais tropeçam do que o segundo deles – “não usarás o nome do Senhor teu Deus em vão”; destaque

especial deve ser feito para as rádios e artistas evangélicos. Usam e abusam do nome de Deus como se esse não fizesse a menor diferença. Virou entretenimento e música de recepção. Saíram dos templos, onde funcionavam como instrumento de louvor, e assumiram as hits parades, onde o que vale é a efemeridade da mudança e do ineditismo. Com cachês milionários – e, diga-se, imorais – os artistas gospel sustentam e reforçam cada dia mais as máximas da teologia da prosperidade; visão de mundo baseada na ideia de que os abençoados são, necessariamente, bem sucedidos e prósperos. A fé, vista dessa forma, não passa de uma senha para acesso ao mundo do consumo e da felicidade. Quem antes buscava na igreja um conforto especial para seus dramas e tristezas e, além disso, comprometia-se, pela fé, numa ação convertedora da maldade desse nosso mundo, agora vai ao shopping (com roupa de missa) e, lá, compra um CD do último artista gospel, namora um celular novo na vitrine e, por fim, participa de uma eucaristia à prosperidade no McDonald’s. Triste que a Igreja tenha saído da marginalidade assim, se assimilando a esse mundo e dele fazendo parte. O Apóstolo Paulo fora esquecido porque suas palavras eram duras demais: “não vos conformeis com este mundo, antes transformai-o pela renovação da vossa mente” (Rm 12,1). Fonte: Ricardo Lengruber Lobosco Site Igreja Metodista

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FAMÍLIA

A família e a iniciação ao uso do álcool Quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas, principalmente neurológicos, relacionados ao álcool

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iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a beber regularmente aos 14 anos, quase três anos antes da média dos jovens há cinco anos. Os dados são do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira, de 2007, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas. A mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de Álcool, lançada pela Universidade Harvard em 2008. As meninas é que causam mais preocupação. De acordo com o epidemiologista americano James Anthony,

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professor da Universidade Estadual de Michigan, as adolescentes de hoje compõem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo. E essa não é uma tendência exclusivamente brasileira. As estatísticas dos problemas relacionados ao álcool aproxima os índices de homens e mulheres no mundo todo. Um dos motivos é a aparente necessidade da equidade entre os sexos também no direito de beber. Quando o adolescente não bebe pelo efeito imediato do álcool, ele precisa persistir, pois o álcool apresenta gosto forte e amargo. Esse obstáculo foi superado por uma invenção que deveria virar caso de saúde pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente terminam em muito vômito (Dados publicados em VEJA, 06.09.2009).

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Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores. Como são considerados menos ofensivos, os pais pensam que seus filhos estão protegidos. De fato, esta ideia é totalmente falsa. Os ices como a cerveja são exatamente a porta para a dependência alcoólica. Como a família pode prevenir a dependência alcoólica? Não basta proibir. É insuficiente ensinar. Longas palestras tem efeito contrário. Cobrar e perguntar quanto bebeu incita à mentira. Portanto, os pais precisam considerar algumas dicas preventivas: Não beber. Sim, os pais que querem prevenir alcoolismo de seus filhos não bebem, nem socialmente. Não ter bebida na própria geladeira. Desenvolver vida familiar tão agradável e gostosa que não haja lugar mais gostoso no mundo do que a própria casa. Nem o barzinho mais famoso da cidade. O mesmo princípio se aplica aos relacionamentos. Acolher os amigos dos filhos, tratá-los com muito respeito e consideração. Facilitar que as reuniões aconteçam na própria casa, ainda que isso custe comida, refrigerantes, horas de barulho e agito. Adotar atitudes diretivas quanto a horários de passeios, locais e companhia. Filhos de 14 anos certamente não podem ir a lugares que a própria lei considera

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impróprios para menores e os pais não podem permitir exceções. Quanto mais idade os filhos tiverem, mais liberdade terão para escolher os lugares que frequentam e os horários que retornam. A partir de determinada idade os próprios filhos devem pagar pelas despesas do lazer do seu próprio bolso, ainda que seja de mesada. Quando um jovem precisa pagar pela bebida que consome e não tem todo dinheiro que quiser, adotará atitude mais responsável. Um porre não é o fim do mundo, ao menos, os pais não deveriam trata-lo assim. Longos sermões não curam de ressaca, nem previnem nova bebedeira. Pais conscientes responsabilizam seus filhos pelo abuso de álcool. Não falando, apenas indicando que não concordam e depois deixando que curem sua ressaca sozinhos. Ainda não inventaram nada mais eficaz para o amadurecimento do que a responsabilidade de cada um por si mesmo. E a partir do momento que jovens são capazes de serem responsáveis por si, decidirão como querem viver. Isso requer um bocado de maturidade por parte dos pais e muita união do casal. Casais que não vivem bem, entrarão em codependência do alcoolismo de seus filhos.

As meninas é que causam maior preocupação. As adolescentes de hoje compõem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo.

Dr Albert Friesen psicólogo CRP 08/2921 – clínico, terapeuta de casais e de família, professor de psicologia, teologia e filosofia.

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CRIANÇA

Como agir na suspeita de abuso sexual Identificar situações de abuso precocemente, pode minimizar consequências e permite que os envolvidos sejam tratados

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oda sociedade é responsável por proteger crianças e adolescentes de situações de abuso sexual. Segundo a constituição brasileira, não só o Estado, mas todos nós, sejamos professores, profissionais de saúde, familiares cuidadores ou pessoas que convivem com um pequeno em risco. “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” Art. 227º da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988.

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Crianças e adolescentes são indivíduos que necessitam apoio, orientação e proteção de toda a sociedade, uma vez que ainda não são capazes de se defender por conta própria nem tem discernimento dos fatos que potencialmente nocivos a ela. (1) É necessário ficar atento às mudanças súbitas de comportamento, (isolamento, agressividade, sonolência excessiva, modificações do apetite), comportamentos sexuais inadequados para a idade, lesões físicas mal explicadas, gravidez precoce, sinais e sintomas de doenças sexualmente transmissíveis, medo de adultos, escuro, de ficar sozinho ou mesmo medo ficar sozinho com determinada pessoa. Identificar situações de abuso precocemente, pode minimizar consequências e permite que os envolvidos sejam tratados. Muito cuidado, no entanto, deve ser

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tomado ao se levantarem as suspeitas, evitando a exposição da criança a mais constrangimentos e avaliando amplamente o contexto em que os sinais ocorreram. Um sinal isolado não quer dizer que houve abuso. Antes de denunciar, é prudente procurar ajuda de outras pessoas que estejam familiarizadas no assunto, evitando assim um julgamento falso, traumas pessoais e/ou familiares. Os profissionais de saúde têm papel fundamental na identificação e posterior encaminhamento dos casos suspeitos. Tanto o Ministério da Saúde, quanto o Estatuto da Criança e do Adolescente orientam a comunicação obrigatória destes casos às autoridades competentes e a proteção e apoio das vítimas e familiares. A medida preventiva tem papel fundamental. Tanto a escola quanto a família devem proporcionar às crianças/ adolescentes conhecimento sobre sexualidade, respeitando as faixas etárias e ajudando-as a reconhecer situações de risco. Desta maneira estarão capacitados a reconhecer que estão sendo abusados, tendo assim condições de se defender. A família deve estar aberta ao diálogo, permitindo que a criança se expresse sem medos ou crítica. Conversar sobre sexualidade, sobre a importância de cuidar e gostar do seu corpo, e orientar que não permita que ninguém o toque, e que se solicitada, não faça nada no seu

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corpo ou no de outra pessoa. Conhecer os amigos e suas famílias e orientar para que não andem sozinha também pode ser útil na prevenção. Todo indivíduo, na suspeita de abuso deve pedir ajuda, no encaminhamento e abordagem da criança se não estiver capacitado. É uma atitude prudente, pois condutas precipitadas e errôneas podem dificultar a evolução. Ao deparar-se com uma situação dessas, professores, familiares, amigos próximos ou profissionais de saúde, antes de encaminhar aos órgãos competentes devem: - Ter disponibilidade para conversar, em ambiente adequado, sem emitir julgamentos ou pressionar, ouvindo com atenção e evitando excesso de perguntas; - Manter-se calmo demonstrando apoio, respeito, confiabilidade e solidariedade reforçando que a criança não é culpada pelo acontecido; - Evitar comentários desnecessários com pessoas não envolvidas, minimizando traumas; - Saber da criança qual pessoa ela recomendaria, em sua família, para ajudá-la no processo. Frente a uma suspeita não se omita. Procure os órgãos competentes: - Conselho Tutelar Artigo 130 do Estatuto da Criança e do Adolescente (2);

- Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes: Ligue 100 ou 181 (qualquer parte do país). Ligação anônima e gratuita); - Central nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos: www.denunciar. org.br, na suspeita de crimes cometidos pela internet; - Polícia Militar: Fone 190; - Ministério Público: promotor ou juiz. Dra. Angela Beatriz Villwock Bachtold Ginecologista - Obstreta e Medicina Sexual (1) O Código Civil Lei N° 10.406/2002 define no artigo 3° que os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. No artigo 4° os relativamente incapazes são os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido, os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo e os pródigos. (2) ART. 130 - Verificada a hipótese de maustratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

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Legi s l aç ão

Direção e Álcool:

a irresponsabilidade continua A dor no bolso é maior: as pessoas, de um modo geral, ficam mais preocupadas se serão pegas ou não e com o tipo de punição que poderão sofrer.

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á pouco mais de três anos, a promulgação da Lei nº. 11.705, de 19/06/2008, repercutiu em todo país. A grande repercussão veio por conta da alteração no Código de Trânsito Brasileiro, pois proibia o consumo de praticamente qualquer quantidade de bebida alcoólica por condutores de veículos. As penalidades para quem infringir esta Lei já são conhecidas e, para alguns, até pesadas demais, merecendo altas discussões no meio jurídico. Discussões jurídicas a parte, é sempre bom lembrar que não se proibiu o uso de bebidas e, portanto, o livre arbítrio de cada um foi sempre foi preservado.

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No entanto, a grande questão que deve merecer toda atenção necessária é: “dirigir sob qualquer influência do álcool”. Á época da promulgação da Lei nº 11.705/2008, muitos embates jurídicos em torno da constitucionalidade da referida lei foram travados. Mereceram destaque, também, as notícias sobre os altos índices de acidentes automobilísticos causados por condutores praticamente embriagados. Foi comprovado que em alguns lugares, com a fiscalização nas estradas e o uso do “bafômetro”, esses índices diminuíram abruptamente; em outros, nem tanto. Mas, passado algum tempo sem que houvesse ampla fiscali-

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zação, o medo de ser pego foi embora e os índices voltaram a crescer. A realidade que se apresenta é triste, pois as pessoas ainda não tomaram consciência de que “álcool e direção não combinam”. Nos lugares onde os índices diminuíram, ficou comprovado que a fiscalização foi intensificada, ou seja, a consciência do perigo só vem acompanhada do “medo” de ser flagrado pela polícia. E então, nos deparamos com essa realidade, de que referida Lei  somente conseguirá atingir seu objetivo, que é a diminuição de acidentes de trânsito causados por motoristas embriagados, se houver mecanismos de fiscalização (uso de bafômetros e número de policiais suficientes para utilizá-los). Interessante  perceber como parece difícil acatar uma determinação legal pura e simplesmente! Interessante como as pessoas, de um modo geral, ficam mais preocupadas se serão pegas ou não e com o tipo de punição que poderão sofrer. Preocupam-se com a punição em si ou ainda, até em mecanismos legais para se furtarem à aplicação da Lei ora comentada, como a utilização da defesa prevista na Constituição no sentido de que ‘‘ninguém pode produzir provas contra si’’. Infelizmente, chegamos à conclusão de que para a grande maioria, o  importante não é colocar vidas em risco ou

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‘infringir uma lei‘, mas ‘‘não ser pego’’ e, ainda, se isto ocorrer, o que fazer para não sofrer a penalidade imposta pela Lei. Ora, se o consumo de bebidas alcoólicas é uma das  principais causas de acidentes automobilísticos em nossas estradas, talvez fosse o tempo de refletir um pouco mais antes de colocar a vida de uma pessoa em risco. Milhares de vidas, dia a dia, têm sido ceifadas nas estradas por conta do álcool usado indiscriminadamente. Nosso país é conhecido pela impunidade e, por outro lado, hoje temos visto tristes dados de que o Brasil tem sido mundialmente conhecido pelo número de vítimas nas estradas e, na grande maioria das vezes, por conta de atos impensados de motoristas totalmente irresponsáveis com a vida alheia e com a própria vida. Quantas perdas, quantas vidas ainda serão necessárias até que haja uma mudança comportamental da sociedade? Sim, mudança comportamental, porque no Brasil não bastam leis; isso nós já temos e de sobra. Até quando seremos obrigados a conviver com essa triste realidade? Quantas vidas ainda pagarão pelo preço da irresponsabilidade?

Nosso país é conhecido pela impunidade e, por outro lado, hoje temos visto tristes dados de que o Brasil tem sido mundialmente conhecido pelo número de vítimas nas estradas

Márcia Cristina Altvater Vilas Boas. Mestre em Ciências Jurídicas pela UENP. da e professora do Curso de Direito da FANORP

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ADOLESCÊNCIA

ADOLESCER X ÁLCOOL O álcool é a substância mais consumida entre os jovens, sendo que a idade de início de uso tem sido cada vez menor, aumentando o risco de dependência futura.

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O uso de álcool na adolescência está associado a uma série de comportamentos de risco, além de aumentar a chance de envolvimento em acidentes graves, violência sexual e participação em brigas. O uso de álcool por adolescentes está fortemente associado à queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizado, prejuízo no desenvolvimento e estruturação das habilidades cognitivas e emocionais do jovem. O consumo de álcool causa modificações neuroquímicas, com prejuízos na memória, aprendizado e controle dos impulsos. O uso problemático de álcool por adolescentes está associado a uma série de prejuízos no desenvolvimento da própria adolescência e em seus resultados posteriores. Os prejuízos decorrentes do uso de álcool em um adolescente são diferentes dos prejuízos evidenciados em um adulto, seja por especificidades existenciais desta etapa da vida, seja por questões neuroquímicas deste momento do amadurecimento cerebral. Alguns riscos são mais frequentes nesta etapa do desenvolvimento, pois expressam características próprias desta etapa, como o desafio a regras e à onipotência. O adolescente acredita estar magicamente protegido de acidentes, por exemplo, e também se sente mais autônomo na transgressão, envolvendo-se, assim, em

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situações de maior risco, por muitas vezes com consequências mais graves. Abaixo, alguns prejuízos associados à intoxicação e ao beber regularmente nesta fase: 1) O uso de álcool por menores de idade está mais associado à morte do que todas as substâncias psicoativas ilícitas em conjunto. Sabe-se, por exemplo, que os acidentes automobilísticos são a principal causa de morte entre jovens dos 16 aos 20 anos. Este comportamento é mais característico de adolescentes do que adultos, pois a prevalência de acidentes automobilísticos fatais associados com álcool, entre jovens de 16 a 20 anos, é mais do que o dobro da prevalência encontrada nos maiores de 21 anos. 2) Estar alcoolizado aumenta a chance de violência sexual, tanto para o agressor quando para a vítima. Da mesma forma, estando embriagado, o adolescente envolve-se mais em atividades sexuais sem proteção, com maior exposição às doenças sexualmente transmissíveis, como ao vírus HIV, e maior exposição à gravidez. A ligação entre sexo desprotegido e uso de álcool parece ser afetada pela quantidade de álcool consumida, interferindo na elaboração do juízo crítico. Dados nacionais apontam para uma associação entre uso de álcool, maconha e comportamentos sexuais de risco, como o início precoce de atividade

sexual, não uso de preservativos, desvalorização pessoal e prostituição. 3) O consumo de álcool na adolescência também está associado a uma série de prejuízos acadêmicos. Esses podem decorrer do déficit de memória. Adolescentes com dependência de álcool apresentam mais dificuldade em recordar palavras e desenhos geométricos, em comparação a adolescentes sem dependência alcoólica. Sabendo-se que a memória é função fundamental no processo de aprendizagem e que esta se altera com o consumo de álcool, é natural que este também comprometa o processo de aprendizagem. A queda no rendimento escolar, por sua vez, pode diminuir a auto-estima do jovem, o que representa um conhecido fator de risco para maior envolvimento com experimentação, consumo e abuso de substâncias psicoativas. Assim, a consequência do uso abusivo para o adolescente poderia levá-lo a aumentar o consumo de álcool e outras drogas, ao invés de motivá-lo a diminuir ou interromper o uso. 4) A percepção que o adolescente tem sobre os problemas decorrentes do consumo de álcool não acompanha, necessariamente, a realidade dos prejuízos considerados mais graves. Sabe-se, por exemplo, que 50% dos jovens que bebem regularmente apontam como a

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principal consequência negativa o fato de terem se comportado de uma forma imprópria durante ou após o consumo. Da mesma forma, 33% destes adolescentes queixam-se de prejuízo no pensamento. Apenas 20% descrevem o ato de dirigir alcoolizado como um dos problemas decorrentes, em contraste com o fato de os acidentes automobilísticos com motorista alcoolizado serem a principal causa de mortes nesta faixa etária (SAMHSA, 1998). Além disso, outros “freios sociais” presentes entre os adultos (problemas familiares, perda de emprego, prejuízo financeiro) e que muitas vezes são vistos como alertas para a diminuição do consumo, estão ausentes entre os adolescentes. Esta seria uma possível explicação para jovens evoluírem mais rapidamente do abuso para a dependência, quando comparados com os adultos. Os prejuízos associados ao uso de álcool estendem-se ao longo da vida. Os seus efeitos repercutem na neuroquímica cerebral, em pior ajustamento social e no retardo do desenvolvimento de suas habilidades, já que um adolescente ainda está se estruturando em termos biológicos, sociais, pessoais e emocionais. Outros danos cerebrais incluem modificações no sistema dopaminérgico, como nas vias do córtex pré-frontal e do sistema límbico. Alterações nestes sistemas acarretam efeitos significativos em termos comportamentais e emocionais em adolescentes, levando em casos mais extremos a transtorno de conduta. Na base do transtorno da conduta está a tendência permanente para apresentar comportamentos que incomodam e perturbam, além do envolvimento em atividades perigosas e até mesmo ilegais. Esses jovens não aparentam sofrimento psíquico ou constrangimento com as

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Alguns “freios sociais” presentes entre os adultos e que muitas vezes são vistos como alertas para a diminuição do consumo, estão ausentes entre os adolescentes. próprias atitudes e não se importam em ferir os sentimentos das pessoas ou desrespeitar seus direitos. Portanto, seu comportamento apresenta maior impacto nos outros do que em si mesmo. Os comportamentos anti-sociais tendem a persistir, parecendo faltar a capacidade de aprender com as consequências negativas dos próprios atos. São freqüentes os comportamentos de risco envolvendo atividades sexuais, uso de drogas e até mesmo tentativas de suicídio. É importante destacar que, durante a adolescência, o córtex pré-frontal ainda está em desenvolvimento. Como ele pode ser afetado pelo uso de álcool, uma série de habilidades que o adolescente necessita desenvolver e que são mediadas por este circuito como o aprendizado de regras e tarefas focalizadas ficarão prejudicadas. O adolescente ainda está construindo a sua identidade. Mesmo sem um diagnóstico de abuso ou dependência de álcool, pode se prejudicar com o seu consumo, à medida que se habitua a passar por uma série de situações apenas sob efeito de álcool. Vários adolescentes costumam, por exemplo, associar o lazer ao consumo de álcool, ou só conseguem tomar iniciativas em experiências afetivas e sexuais se beberem. Assim, aprendem

a desenvolver habilidades apenas possíveis com o uso de álcool e, quando este não se encontra disponível, sentem-se incapazes de desempenhar estas atividades, evidenciando mais uma forma de dependência emocional. No que compete ao consumo de álcool por adolescentes, quanto mais precoce o início de uso, maior o risco de surgirem consequências graves. Uma das evidências mais consistentes na literatura é que o uso de álcool antes dos 16 anos aumenta muito o risco de se tornar a porta de entrada para outras drogas. É de extrema importância que os pais conversem sobre o assunto com seus filhos, devem fazer a distinção entre duas condutas absolutamente diferentes como beber um cálice de vinho no contexto familiar, e beber com o objetivo de ficar embriagado para a festa ter graça, por exemplo. O diálogo em casa a respeito das preocupações paternas talvez seja a única coisa a fazer para que, na hora de tomar uma decisão diante da grande oferta de bebida alcoólica, os filhos pensem antes de agir e não ajam sem pensar. Franciene Guimarães Vilas Boas Psicóloga CRP 08/10104 Referências: Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas do Instituto e Departamento de Psiquiatria da FMUSP, Hospital das Clínicas de São Paulo.

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EDUCAÇÃO

SAF SAF! Já ouviu falar? Quem está no dia-a-dia das escolas, com certeza já experimentou as suas consequências. O SAF aqui, apesar da similaridade da sigla, não é nenhum sistema de avaliação, ou de controle dos recursos destinados à educação. É a abreviação para Síndrome Alcoólica Fetal e começou a receber esta nomenclatura pela comunidade médica internacional a partir dos anos 70. SAF é um conjunto de distúrbios, por isso chamada Síndrome, diagnosticado como um quadro de outros transtornos ligados ao consumo de álcool na gestação. Ainda existe o chamado “Espectro” dos distúrbios provocados pelo álcool onde nem todos os sintomas são preenchidos. A recomendação oficial do Ministério da Saúde para as mulheres é a abstenção total da bebida alcoólica durante a gravidez, pois não se sabe ao certo qual a quantidade que pode provocar este prejuízo. Mas sabe-se que os três primeiros meses de gestação são fundamentais para a formação e desenvolvimento do feto, por isso os que apresentam maior risco no consumo de álcool. Uma das maiores preocupações atuais em relação a prevenção da deficiência intelectual (DI) e distúrbios de comportamento nos filhos é a tendência cultural de consumo de álcool entre mulheres futuras mães. Os efeitos do álcool sobre o cérebro do feto são bem conhecidos. “Estima-se que um em cada cindo casos de deficiência intelectual, seja causado pela ingestão do álcool durante a gravidez”, assim diz Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Desordens da Universidade Federal de São Paulo.

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Características da SAF Cabeça pequena Nasio rebaixado Pregas epicântricas

Pequena abertura dos olhos

Nariz curto

Face plana

Lábio superior fino

Septo indefinido

Microcefalia Ilustração: Alessandro Dutra

O aumento do contato com o álcool e drogas psicotrópicas que se estabelece nas sociedades cada vez mais cedo, os quais são potentes agentes tóxicos e teratogênicos, elevando as taxas de lesões fetais. Um exemplo é a região de Ribeirão Preto onde se constatou o uso do álcool em índices massivos entre 10 e 30% dos gestantes em diferentes municípios, o que leva a taxas assustadoras de até 1% dos recém nascidos com lesões decorrentes do uso do álcool. No caso do álcool e das drogas, o efeito das substâncias afeta diretamente o desenvolvimento do sistema nervoso. As crianças com SAF, apresentam um fenótipo hemiface achatada, fissuras, pálpebras curtas, ptose, narinas antevertidas, filtro nasal apagado, lábio superior liso e fino. Além das características faciais, podem se encontrar alterações digitais, alterações nas habilidades de comunicação, linguística, de aprendizagem, de comportamento, deficiência mental, e alterações nos aspectos socio-interacionais.As alterações nos lóbulos pariental e frontal, mais especificamente a região perisilviana no cerebelo, gânglios basais e no corpo caloso são mais comuns de serem encontrados, o que justifica a presença de alterações nas habilidades de linguagem, na aprendizagem, nas funções cognitivas e também notadas com comprometimento da coordenação bimanual. Prejuízos na fala e atraso na aquisição e desenvolvimento da linguagem receptiva e expressiva são manifestações comuns aos indivíduos com SAF, sendo a sintaxe um dos componentes mais comprometidos. Em geral os problemas são muito abrangentes para o futuro da criança. Cabe a mãe escrever o início desta história de forma saudável e feliz. Ana Claudia Dutra Frose Fonoaudióloga

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EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

Bebida e direção: o melhor caminho é dizer não

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cidentes de trânsito dificilmente ocorrem por fatalidades. O estado dos veículos e das estradas, a negligência de pedestres e condutores são os principais motivos, porém, dentre estes, predominam as falhas humanas. Um coadjuvante comumente associado aos acidentes de trânsito é o álcool, substância psicoativa muito utilizada na sociedade atual, com ampla aceitação cultural e de fácil acesso, que provoca além das alterações comportamentais, uma lentidão do pensamento, prejuízo da concentração, do raciocínio, da atenção e do

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julgamento humano, fazendo a pessoa tomar atitudes precipitadas que levam a comportamentos de risco, com prejuízos não só para si, como para outros indivíduos a sua volta. O número estimado de consumidores de álcool no mundo é de 2 bilhões, cerca de 1/3 da população mundial. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como uma dose, o equivalente a 14 g de etanol, quantidade que pode ser encontrada em uma lata de cerveja (350 ml), uma taça de vinho (140 ml) ou uma dose de bebida destilada (35 mL). Estudos indicam que com 0,2 g/l de etanol o condutor já tem alterações detectáveis. A partir de 0,5 g/l, o risco de se acidentar é bastante aumentado e há clara diminuição nos tempos de reposta simples e complexa. Os níveis máximos de concentração de álcool no sangue geralmente ocorrem após meia hora do consumo. Assim, indivíduos com alcoolemia baixa podem apresentar sinais e sintomas de intoxicação alcoólica incompatíveis com o ato de dirigir. Acidentes por abuso de álcool têm consequência relevante na saúde com consequ ente impacto econômico uma vez que, ou as vítimas necessitam de algum tipo de assistência ou há o envolvimento de vítimas fatais. No Brasil, constatou-se que 38,4% dos adultos (que têm carteira de habilitação e costumam beber) possuem o hábito de associar bebida à direção. Conforme dados epidemiológicos relacionados ao consumo de álcool, no trânsito, tem-se observado que: acidentes automobilísticos com uso de álcool, 4% resultam em morte ou ferimentos graves, sendo a maioria do sexo masculino e adultos na faixa etária de 21 à 45 anos. Acidentes de trânsito fatais ocorrem com maior freqüência durante

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Estudos indicam que com 0,2 g/l de etanol o condutor já tem alterações detectáveis. A partir de 0,5 g/l, o risco de se acidentar é bastante aumentado a noite ou nos finais de semana, principalmente entre as 18hs e 6hs. Jovens com alcoolemia até 0,2 g/l tem 1,5 vezes a mais de chances de sofrer acidentes com vítimas fatais. A partir de 0,2 g/l o risco aumenta para 2,5 vezes, para todas as faixas etárias. Com 0,5 g/l, esse risco aumenta para 6 vezes a mais em comparação ao condutor sóbrio. Os acidentes de trânsito encontram-se na primeira categoria e representam as principais causas de internação no Sistema Único de Saúde (SUS) utilizando-se aproximadamente 30% da verba destinada pelo Ministério da Saúde, correspondentes a R$ 105 milhões por ano (Ministério da Saúde, 2003). No âmbito da Ortopedia e da Traumatologia, o paciente internado numa unidade de trauma, não é um doente e sim uma pessoa que gozava de saúde perfeita e, em muitos casos em função de um acidente, vê-se repentinamente hospitalizado. Segundo artigo sobre estudo de população fraturada, constatou-se que, a maioria das vítimas é de acidentes de trânsito, tendo maior incidência os acidentes de moto, seguidos por atropelamentos e acidentes automobilísticos. Com relação ao diagnóstico da fratura, o de maior incidência é observada em membros inferiores, em seguida

aparece os de membros superiores, coluna, cintura escapular e as polifraturas. É um assunto de bastante relevância, devido à alta taxa de mortalidade e o valor substancial gasto com hospitalização, tratamento e reabilitação das vítimas de acidentes não fatais, cerca de 270 mil pessoas por ano (Ministério da Saúde, 2001). Vale ressaltar a maneira como cada indivíduo vivencia e enfrenta a hospitalização e reabilitação pós acidente e esta relação com seu projeto de vida, mecanismos adaptativos, afastamento ao trabalho. Medidas visando à proteção de condutores e passageiros, como uso de cinto de segurança, dispositivos de retenção para crianças e capacetes, trazem reduções no impacto dos acidentes. O estabelecimento de limites de velocidade, fiscalização através do bafômetro (nível de concentração de álcool no ar alveolar), existência de veículos mais seguros, melhoria nas pistas, o aumento de penalidades como revogação ou suspensão da carteira de motorista, mensagens alertando sobre os riscos de dirigir ou operar maquinarias pesadas após o consumo de bebidas alcoólicas, aumento da idade mínima para consumir bebidas alcoólicas, restrições na disponibilidade de álcool com controles nos horários e dias de venda bem como programas de educação em escolas e comunidades têm sido fundamentais na redução do número de mortes nas ruas e estradas de todo o mundo. Estabelecer limites para a condução segura tem sido um grande desafio para a administração pública, mas também uma responsabilidade que cabe a cada cidadão brasileiro. Glauber Paulo Muchailh de Almeida Adriana Cristina Mendes de Almeida Caroline Mendes de Almeida

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Ilustração: Alessandro Mendes Dutra

A satisfação de vestir a camisa

A EMPRESA

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Gestão de Pessoas deve estar diretamente relacionada com a humanização e relações do trabalho, ou seja, deve estar associada tanto à satisfação dos trabalhadores quanto ao desenvolvimento da organização, considerando-se que as pessoas serão mais produtivas quanto mais satisfeitas estiverem com o seu trabalho, o que implica em um processo de amadurecimento cultural sendo necessário uma intervenção global, interativa e simultânea em relação à cultura e aos valores da organização. Por mais eficiente que seja o administrador, por melhor e mais perfeita que seja a estrutura da organização, ainda assim, o empreendimento poderá correr serio risco se o pessoal não tiver sido devidamente selecionado, admitido, colocado em posição adequada, distribuído pelos vários setores, integrado no ambiente de trabalho e, sobretudo, se não houver sido despertado o seu interesse para o trabalho e sua lealdade para com a instituição. O comportamento até certo ponto é imprevisível, mas a experiência tem demonstrado que as modificações, os impulsos e as necessidades são os principais incentivos que levam à ação. Há estímulos que elevam ao máximo o comportamento humano, considerando-se que o homem gasta a maior parte de seu tempo tentando satisfazer necessidades que se desdobram em necessidades físicas, de segurança, afeição, reconhecimento, aquisição, sabedoria, com-

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preensão e estética. Geralmente ele luta para satisfazer seus anseios segundo uma certa ordem: primeiramente aqueles que são básicos para sua subsistência e de sua família, depois aqueles outros de ordem intelectual e moral. É que as pessoas desejam obter saúde, tempo, dinheiro, popularidade, melhoria de aparência, segurança para a idade madura, elogios, conforto, lazer, orgulho de realizar desenvolvimento social e nos negócios, aumento de satisfação, confiança própria e prestígio pessoal. Na maioria dos casos, essas mesmas pessoas desejam serem bons pais, sociáveis, modernas, criativas, orgulhosas de suas posses, que influenciam os outros, serem gregárias – aqueles que vive em grupo –, serem eficientes, ser a primeira e reconhecidas como autoridades. Ao mesmo tempo desejam expressar suas personalidades, residir no domínio dos outros, satisfazer suas curiosidades, despertar admiração, apreciar a beleza, adquirir coleções de coisas, vencerem na afeição de outrem e, de modo geral, melhorarem elas mesmas. Muito embora nem todos esses componentes se evidenciem ao mesmo tempo no comportamento de um ou dos vários homens que formam um grupo, é muito provável que a maioria deles estejam presentes, ou manifestamente, ou em forma de potencial. Este desejo, por certo, informa cada

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indivíduo na concepção dos valores, pelas quais pautarão o seu comportamento. Desta forma se reafirma que o conhecimento das características da natureza humana e comportamento típico são partes numéricas de agrupamento do administrador que pretende tratar. A organização deve ter um plano de cargos e soluções adequadas ao tratamento desenvolvido pelo trabalhador. Além desses, deve ser observado nesta sobre a proporcionalidade, onde são necessários planos de carreira e uma política salarial digna de acordo com a qualificação do pessoal, não deixando, assim pairar sobre a organização a concepção da acomodação. No entanto não adianta a organização apresentar um excelente salário, se o corpo organizacional não houver investigado e ouvido quais são as necessidades, anseios, aspirações e expectativas dos trabalhadores, buscando assim humanizar as relações trabalho/organização. Como salienta Morgan, a participação do trabalhador sobre a organização constitui-se em material riquíssimo para incremento da mesma.

as pessoas desejam obter saúde, tempo, dinheiro, popularidade, melhoria de aparência, segurança para a idade madura, elogios, conforto, lazer, orgulho de realizar desenvolvimento social e nos negócios .

Profª. Ms Denise Negrão Castro Graduada em Psicologia e Mestre em Ciências Gerenciais com ênfase em Administração

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E s p o r te

Copa do Mundo de

2014

AS CIDADES SEDES

D

oze cidades das cinco regiões do Brasil receberão a Copa do Mundo em 2014. Mais de R$ 25 bilhões serão investidos em aeroportos, estádios e novos sistemas de transportes, tudo para adequar a infraestrutura das capitais aos milhares de turistas que virão ao evento. Conheça um pouco das principais cidades-sedes:

Belo Horizonte

Capital projetada no final do século 19, é conhecida por seu potencial econômico, que atrai milhares de turistas de negócios anualmente. Terceiro centro industrial do país, BH também é a porta para o turismo cultural em cidades históricas como Ouro Preto, Mariana, Sabará, Congonhas e Caeté. Clima agradável, belas paisagens, arquitetura eclética completam o amplo mosaico oferecido.

Brasília

Formada por pessoas vindas de todos os cantos do país, a capital possui uma rica diversificação cultural e gastronômica, além de ocupar o posto de terceira cidade mais rica do país. Tombada como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, a cidade inaugurada em 1960 foi projetada pelo arquiteto Lúcio Costa, com edificações desenhadas por Oscar Niemeyer.

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Espaço Cidadão Março de 2012

Cuiabá

Conhecida como “cidade verde” por conta de sua generosa arborização, Cuiabá é o principal centro industrial, comercial e de serviços do estado de Mato Grosso. Importante pólo agropecuário do país, Cuiabá também é porta de entrada de belíssimas regiões turísticas tais como a Chapada dos Guimarães e a região norte do Pantanal, berço da fauna e da flora regional.

Rio de Janeiro

A Cidade Maravilhosa, como é conhecida, é um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país. O Rio de Janeiro é internacionalmente conhecido por diversos ícones culturais e cartões postais, como o Pão de Açúcar, o Cristo Redentor, além das praias de Copacabana e Ipanema. Palco da finalíssima do Mundial, os cariocas também se preparam para a Olimpíada de 2016.

São Paulo

São Paulo é hoje uma metrópole global. A cidade abriga os melhores locais para comer, dormir, comprar, passear e fazer negócios do país. Hoje com mais de onze milhões de habitantes, a capital paulista recebe cerca de 90 mil eventos anuais. O espaço cultural da cidade

também é amplo, com diversos cinemas, museus, centros culturais, teatros e casas de espetáculos.

Porto Alegre

Apesar de ser uma cidade grande, a capital gaúcha ainda conserva os ares e as tradições de uma cidade pequena. Os parques são frequentados por muitos e são ideais para tomar o bom e velho chimarrão. Há também churrascarias e restaurantes tradicionais italianos e alemães para quem aprecia a boa culinária. A cultura é outro ponto forte da capital gaúcha, que possui diversos centros culturais e livrarias.

Curitiba

Cidade no Brasil que mais prima pelo planejamento urbano, Curitiba tem boa estrutura de transportes e acessibilidade garantida, o que facilita percorrer em um dia suas principais atrações, como o parque da Pedreira Paulo Leminski e a Ópera do Arame. Apesar de seu crescimento vertiginoso, a cidade ainda consegue manter-se relativamente calma graças ao sistema de transporte coletivo. Redação Revista espaço Cidadão Fonte: http://www.portal2014.org.br

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Nossa sociedade clama pela renovação de princípios para uma convivência sadia e a proteção da família. Para isso os recursos adquiridos através da Revista Espaço Cidadão serão empregados na construção da Casa Espaço Cidadão, projeto que atenderá à comunidade carente da nossa cidade, provendo, entre outras coisas, às crianças aulas de reforço escolar, oficinas de teatro, dança, música, artes, e às mães atendimento social e trabalhos manuais para que possam melhorar o rendimento familiar. Junte-se a esta proposta.


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