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ENXAMEDEDRONES IMITAAINTELIGÊNCIA
Coletivadasabelhas
Eabrecaminho
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PARA“ENSINAR”OS CONHECIMENTOSDO PRODUTORRURALÀ INTELIGÊNCIAARTIFICIAL.
Jos Luizalmeida

Costa
Consultor em conhecimento transversal Cofundador do Movimento DroneLANT
Softwarescomputacionaisbioinspiradosquecopiamalógicadas abelhasservempara“ensinar”esquadrãodedronesavoarcomo enxamenacoletadedadosparageraramesmainteligênciadas colmeias.
Seguindoessatendência,chegaráomomentoemqueamilenar sabedoriadoprodutorrural“ensinará”ainteligênciaartificialacuidar daproduçãocomosefosseelepróprio.
Imagine esquadrões de drones que realizam tarefas rurais, não colidem uns com os outros e desviam de obstáculos. Inspirados nas abelhas, os “enxames de drones” são capazes de vasculhar extensas áreas à procura de alvos, como, por exemplo, localizar com precisão plantas daninhas e, assim, aspergir defensivos agrícolas diretamente nas pragas, poupando o restante da lavoura.
Para a Embrapa, “se um drone sozinho jáfoiassociadoaumfilmedeficçãocientífica,imagineumesquadrãodessesaparelhos em diferentes formas e tamanhos povoando o espaço aéreo, executando tarefas como pulverização da lavoura, numa velocidade muito maior do que seria feito apenas por um”.
Na China, enxames de microdrones adaptados para tarefas silvícolas conseguem voar entre vegetações densas e florestas. Enxames de drones podem ser úteis em vários serviços rurais. Em Israel, umagricultordemaçã,semnenhumaespecializaçãoemrobótica,operaumenxamededronescapazdeauxiliá-lo,tantono cultivocomonacolheita.Alémdastarefas de pulverizações durante o cultivo, na colheita, os drones são equipados com sensoresebraçosmecânicosparaselecionar e colher as maçãs maduras.
Na prática, um enxame de drones age como esquadrão de robôs voadores programados com softwares que imitam a lógica das abelhas, o que lhes dá a capacidade de realizar automaticamente determinadas operações sem a interferência humana – dentre elas, a capacidade de voarem coordenadamente na busca de alvos predeterminados, além do desvio de obstáculos e colisões. Assim como as abelhas, os drones compartilham um comosoutrososdadoscaptadosdurante o voo.
A “inteligência de enxames”, um dos conceitos mais avançados na aprendiza- gem da máquina, é o ramo da ciência de análise de dados (“data analytics”) que cria fórmulas matemáticas (algoritmos) baseadas no comportamento coletivo de determinadosanimais(abelhas,formigas, aves,cardumesetc.),imitandoalógicade comoagemcoordenadamentenaexecução de tarefas.
As formigas, por exemplo, conseguem estabelecer rotas seguras no percurso de menor distância entre o formigueiro e a fonte de alimentos. Uma vez interrompida a rota, elas conseguem traçar novos trajetos sem abandonar o objetivo. Um instinto inteligente cuja eficiência nós, seres humanos, só conseguimos obter com a ajuda de mapas e GPS ou informações dadas por terceiros.
O Instituto de Matemática Pura e Aplicada descobriu que a abelha pode ser treinada para reconhecer imagens e até diferenciar rostos humanos. Alguns experimentos adestraram com sucesso as abelhas para tarefas lógicas que até então eram desconhecidas por elas. E, graças à capacidade de troca de dados com outras abelhas, a nova lógica aprendida é compartilhada com a colmeia, o que faz evoluir a inteligência do enxame.
Os drones não substituirão as abelhas, mas o objetivo é a execução de tarefas rurais com a mesma eficiência delas. Hoje, cada drone é operado remotamente por um piloto. Agora, imagine um enxame de 20 drones operado somente por um piloto. O resultado é que a produtividade será multiplicada 20 vezes em uma única operação.
Os enxames de robôs poderão, por exemplo,executartarefaseserviçosrurais emáreassemhabitatsdeabelhasouque colocariam em risco a vida delas, como, por exemplo, terrenos com uso intenso de pesticidas, áreas contaminadas ou degradadas, lixões, áreas verdes urbanas próximo a poluição provocada por veículos a combustão.
Há milênios o produtor rural se inspira na natureza, cuja sabedoria, agora, também é utilizada pela computação bioinspirada.Nãosesabequandoainteligência artificial será plenamente incorporada às tarefas rurais, mas é certo que a sabedoria bioinspirada do produtor rural é um dos quesitos para ensinar a máquina a pensar (“machine learning”).
Segundo previsões, a geração de futuros produtores rurais que irá usufruir da inteligência artificial já nasceu.