Jornal 9º CBA - 2º dia

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A Hora do Algodão 4 de setembro | Brasília DF | Brasil | Edição nº 2

Oportunidade para o Brasil Para Henrique Meirelles é o momento de se fazer reformas estruturais   Após uma fase de retratação e estagnação, o comércio global apresenta tendências de recuperação, que devem se confirmar a partir de 2014 quando se espera a consolidação da reação dos Estados Unidos à crise que abalou a economia mundial. A avaliação é do economista Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, ao analisar o cenário da economia mundial em palestra no segundo dia do 9º CBA. Na opinião do economista, “a situação econômica do Brasil pode ser uma oportunidade para o País realizar todas as reformas estruturais necessárias ao aumento do crescimento potencial brasileiro de forma sustentável a longo prazo”.

Retomada Segundo Meirelles, o comportamento dos três principais mercados internacio-

nais - China, Estados Unidos e Europa – aponta para a retomada do crescimento do comércio internacional. Desta forma, o Brasil, que vive um momento difícil em sua economia, deve se preparar para esse novo cenário, investindo em infraestrutura e no fortalecimento de setores produtivos, como o agronegócio. Na visão do economista, o agronegócio brasileiro tem tido papel fundamental para manter o equilíbrio do nível de crescimento econômico do nosso País e responde por um terco do crescimento do Produto Interno Bruto do Pais. Para ele, o segmento fez com que o Brasil conseguisse enfrentar as oscilações da economia mundial, evitando crises que abalaram grandes potências. E o Brasil não pode perder o controle da inflação e precisa reduzir os gastos públicos e fortalecer o agronegócio.


Almoço reuniu produtores e membros

Gilson Pinesso (Abrapa), deputado Luiz Carlos Heinze (PP - RS), da Frente Parlamentar daeConvenções Agropecuária Produtores lotaram o Centro de para ouvir consultores especilizados no mercao de algodão Milton Garbugio (Ampa/9ºCBA) Fernando Giacobo (PR-PR)

Reduzir custos é mudar cultura de gestão Trevisan recomenda aos dirigentes eliminar os “custos invisíveis”   Numa economia competitiva, cortar custos deve ser um comportamento cultural em qualquer empresa. Foi o que defendeu o consultor Antoninho Trevisan no 9º CBA. Ele recomendou cortar, prioritariamente, os “custos invisíveis”. “Os custos invisíveis são aqueles que, mal praticados ou inexistentes, comem a energia das companhias e levam-nas ao endividamento precoce e inútil, destruindo o valor da empresa”, explicou. “Por isso, merecem atenção especial e revisão constante dos dirigentes, o que raramente acontece”. Já Joaquim Bento (ESALQ) defendeu o uso de novas

Exposição dos trabalhos científicos

tecnologias para reduzir os custos operacionais. Ele lembrou que, graças às inovações tecnológicas, o Brasil hoje é o único país do mundo que consegue produzir duas safras (soja e algodão) por ano sem irrigação.

Trevisan defendeu corte dos custos

Coquetel de confraterniza


Problemas estruturais do país foram abordados por Pavan

É preciso investir R$ 75 bi em logística Déficit seria zerado em 5 anos, com economia de R$ 20 bi já no primeiro ano   O Brasil precisa investir R$ 75 bilhões para superar o atraso logístico do país. O cálculo é do consultor Renato Pavan, presidente da Macrologística, em palestra no 9º CBA. Segundo Pavan, o país precisa de 20 obras estratégicas a um custo de R$ 15 bilhões por região. Se as obras forem feitas simultaneamente, em cinco anos será possível zerar o déficit atual, gerando uma economia de R$20 bilhões ainda no primeiro ano. Já a especialista em gestão, Fabiana Alves (Rabobank), defendeu que não basta oferecer bons salários para motivar os funcionários de uma empresa, “é preciso

ação reuniu participantes no fim do primeiro dia do 9º CBA

também oferecer outras vantagens não financeiras, como boas condições de trabalho”.

Gestão empresarial foi o tema tratado por Fabiana Alves

Sustentabilidade gera lucro Unir sustentabilidade à geração de lucro é o novo desafio do agronegócio, conforme Ricardo Voltolini, da consultoria Ideia Sustentável. Ele explicou que o modelo de “negócios sustentáveis” considera o lucro, mas também as pessoas e o planeta. A sustentabilidade, segundo ele, torna a empresa mais competitiva, pois agrega outros valores, como economia de energia, combate ao desperdício e reaproveitamento de matéria-prima.


Belot afirma que produtor descuidou do bicudo

É preciso reduzir uso de químicos Expedição aponta falhas do produtor e recomenda manejo integrado de pragas   Os produtores precisam harmonizar as formas de controle biológico, de cultura e químico e deixar de lado a ideia de que o cultivo de variedades transgênicas simplificaria o controle de pragas. A conclusão é da Expedição Algodão 2013, projeto que monitorou lavouras em nove estados. “Temos que parar com essa curva ascendente do uso de insumos químicos”, afirmou Jean Belot, coordenador do estudo, que foi apresentado no 9º CBA. Um dos resultados da pesquisa aponta que houve descuido com a prática de manejo integrado e a adoção de soluções isoladas nas propriedades. Isso provocou o retorno do bicudo, um inseto tão devastador quanto a lagarta Helicoverpa spp.

As palestras contam com grande participação dos produtores

Expediente: Jornalistas: Abnor Gondim, Pelágio Gondim, Joana Dantas, Renê Gardim. Projeto Gráfico: Victor L. Pontes / Diagramação: Zebrabold Fotografia: Carlos Rudiney


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