Revista de Seguros - nº 907

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SEGURO RURAL |

[Por: Maria Luisa Barros Fotos: Arquivo CNseg e Divulgação]

SEGURO DA ATIVIDADE AGRÍCOLA PROTEGE SAFRAS DE EVENTOS CLIMÁTICOS Para mitigar efeitos dos riscos ambientais nas áreas rurais, seguradoras desenham produtos mais adequados às demandas do produtor brasileiro.

A

riqueza produzida pelo agronegócio foi a salvação da lavoura que permitiu ao Brasil atravessar uma das mais graves recessões econômicas dos últimos anos. Mas, para manter a atividade no campo e proteger o produtor contra eventuais perdas, garantindo que os alimentos cheguem à mesa do brasileiro e sejam exportados, o seguro rural tem um papel fundamental. Graças a ele, agricultores estão conseguindo se recuperar da quebra de safras em decorrência dos efeitos climáticos. Para o mercado segurador, no entanto, a maior preocupação é com o aumento da sinistralidade da carteira, que subiu de 39% para 48%, entre janeiro e agosto deste ano. A elevação no pagamento de indenizações, que somaram mais de R$ 1,3 bilhão, nos oito primeiros meses do ano, é consequência direta dos eventos climáticos extremos, como secas, alagamentos e geadas, que têm atingido a agricultura nas últimas décadas, com frequência e intensidade cada vez maiores. Diante desse cenário, seguradoras estão desenvolvendo seguros agrícolas mais adequados às necessidades do produtor e cobrando maior incentivo do Governo por meio da subvenção ao prêmio do seguro rural. O objetivo é mitigar os efeitos dos riscos ambientais no campo e, por 48 | REVISTA DE SEGUROS///

UNIVERSALIZAÇÃO DA CARTEIRA

“Além de se preocupar com as técnicas de manejo, os produtores precisam ter um bom seguro. Se a agricultura é a arte de esperar, o seguro rural é a arte de tranquilizar a espera.” Wady Cury / FenSeg

tabela, na economia brasileira. O seguro, que engloba 18 modalidades, entre apólices para a agricultura, pecuária, animais, florestas e penhor rural, tem crescido na casa dos dois dígitos, gerando receita acima de R$ 3 bilhões.

Apesar de todos os esforços do setor para universalizar a carteira, a penetração do seguro rural no Brasil ainda é muito baixa. Levantamento da Comissão de Seguro Rural da FenSeg revela que apenas 15% da área plantada no País está segurada. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), esse percentual é um pouco menor, 12%, o equivalente a 9,8 milhões de hectares. “Em 2005, quando teve início o programa de subvenção ao prêmio do Governo Federal, o percentual era menos de 1%. Houve uma grande evolução, mas ainda é muito pouco se comparado aos Estados Unidos, onde 90% da produção agrícola é coberta pelo seguro rural”, enfatiza Wady Cury, presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg. Na visão de Cury, as seguradoras devem fazer uma gestão dos riscos focando a dispersão das culturas. “As variações climáticas estão mais severas e mais longas. Mas como não é possível mudar a natureza, o mercado precisa pulverizar os riscos em várias regiões e culturas. A diversi-


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