#20 - Novembro 2011

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Pets pelo Mundo

Austrália

Pet Alerta

Cuidado com o pet shop

Meu Pet é Estrela

Agora quem escolhe é você

Entrevista

Ano II – Nº 20 – 11/2011

Monica Grimaldi

Animais no Cinema


Editorial

Expediente

Queridos leitores, Com certeza vocês, assim como eu, já choraram diversas vezes vendo filmes ou desenhos com animais. Muitos sofrem, sofrem e sofrem até o fim, e nós derramamos lágrimas com eles... Muitas obras são maravilhosas e retratam bem o relacionamento homem/animal, outras, infelizmente reforçam os preconceitos e acabam por mostrar os animais como objetos ou seres menores, que não merecem tanta consideração. É sobre como os animais são retratados pelo cinema que trata nossa matéria de capa. Esse retrato é um espelho e demonstra bem a evolução de nossa sociedade, que ainda tem muito caminho pela frente, mas já avançou bastante. Temos diversos outros assuntos como cuidados que devemos ter ao escolher onde nossos animais serão atendidos, doenças da modernidade em pets, como vivem os animais na Austrália, problemas de coluna em animais e muito mais! E, por último, mas não menos importante, temos as lindas estrelas que concorrem à nossa capa de dezembro! Espero que gostem de mais uma edição preparada com carinho. Grande abraço,

Vivian Lemos Editora vivian@conexaopet.com.br

Direção e Edição: Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ vivian@conexaopet.com.br Criação e Design: Rede Zumbi redezumbi@gmail.com Comercial: comercial@conexaopet.com.br Sugestões, críticas e dúvidas: faleconosco@conexaopet.com.br A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições Ltda. Todos os direitos reservados. Para reproduzir nossas matérias contate faleconosco@conexaopet.com.br * Os artigos e anúncios veiculados na revista Conexão Pet são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião do veículo.

Agradecimentos: Adriana Pierin Carlos Leandro Henemann Marcelo Quinzani Monica Grimaldi Nathana Lacerda Sergio Lobato

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Sumário

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PET ALERTA

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CAPA

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PET OPINIÃO

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PET AÇÃO

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PET ENTREVISTA

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PLANTÃO VET

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PET EVENTO

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Cuidado com o pet shop

MENSAGENS DOS LEITORES Animais no Cinema

PET NOTAS Liberdade de expressão / Crueldade

CELEBRIDADES DO BEM PETS PELO MUNDO

Mexa seu traseiro pelos animais!

Como vivem os pets na Austrália

PET SAÚDE

Doenças da modernidade

MEU PET É ESTRELA Agora quem escolhe é você

Monica Grimaldi

Problemas de Coluna

10 anos de Pet South America


A edição de outubro foi instrutiva e maravilhosa como sempre, tem previsão para novembro?? #EdiçãodeOutubro Silvana Paula (@SilvanapPaula) Via Twitter

Simplesmente sensacional a matéria sobre os pit bulls, a capa também estava muito linda! Eu, como mamãe de dois pits lindos e carinhosos, acho que foi a melhor edição do ano! Simone Antunes São Paulo/SP

Sempre vemos na mídia matérias falando mal de pit bulls, dizendo que eles são assassinos. Li com muita alegria a matéria que vocês fizeram sobre esses cães e como são injustiçados. Só quem convive com eles sabe como são queridos esses animais. Josimar Silva Nova Iguaçu/ RJ

Estou ansiosa para as votações do Meu Pet é Estrela. Quero ver quem vai ganhar a capa de dezembro! Por favor, avisem quando começar a votação! Eliane Pereira Salvador/BA

mensagens dos leitores Quer falar com a gente? Mande sua mensagem para faleconosco@conexaopet.com.br

Os pit bulls são criminosos? A matéria da Conexão Pet mostrou que não. Como é bom ver esses pobres animais retratados como são, e não como monstros. Adorei! Parabéns à equipe! Lucena Malva Belo Horionte/MG

Não conhecia a síndrome de cushing, então achei a matéria bem esclarecedora. Também gostei muito de saber o que podemos fazer com nossos amigos quando eles se vão. A reportagem sobre os pit bulls também estava emocionante. Mais uma edição maravilhosa! Que venha a próxima! Nilce dos Santos Rio de Janeiro/RJ

Os pit bulls não são inimigos. Eles também são os melhores amigos dos homens. Se um desses cães é violento é porque o ser humano faz isso. Não existe animal ruim, e sim pessoas más. Gostei muito do tema da última edição. Muito importante. Ronaldo Cerqueira Campo Grande/MS

Estive recentemente na Argentina, em Buenos Aires, e notei mesmo que a população é bem tolerante com os animais das ruas. A capa sobre os pit bulls estava ótima, a matéria e a foto dos animais merecem elogios. Obrigada por nos esclarecerem. Clarice Leme Ribeirão Preto/ SP

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pet notas

Banheiro Portátil

Beleza Natural

O G-Premium – Granulado Fino Sanitário para Gatos é feito com mineral micro esponjado, e, segundo os fabricantes, é natural e pode ser descartado na natureza sem causar danos. Ele foi desenvolvido pensando na praticidade de ter uma embalagem que possa ser usada como bandeja higiênica onde os felinos poderão utilizar o próprio recipiente para fazer as necessidades fisiológicas. A embalagem contém 2 kg e um refil com a mesma quantidade. A bandeja é ideal para ser levada em viagens de férias, pois é higiênica e prática. O preço sugerido é R$ 25,00 www.petmais.net

A Organnact apresenta uma linha de sete shampoos e dois condicionadores desenvolvidos com extratos de plantas e com formulações diferenciadas para deixar cães e gatos ainda mais bonitos. Os shampoos fitoterápicos são encontrados nas seguintes versões: hidratante, relaxante, nutritivo, pelos escuros, suave, energizante e branqueador. Os condicionadores são o hidratante e o nutritivo. As embalagens são de 400ml www.organnact.com.br Divulgação

Bombons natalinos

Pets de hálito fresco

Para que os pets não se sintam excluídos das comemorações natalinas, a VIP Dog lança edições especiais dos seus bombons Crocante e Waffer. O Waffer VIP Dog são biscoitos wafers recheados e cobertos com chocolate especial para cães. Já os bombons crocantes são feitos com chocolate especial com amendoim para cães. Os preços sugeridos são R$ 7 (wafer) e R$ 7,50 (bombom crocante). www.vipdog.com

A Vetnil lança o Periovet, destinado a cuidar da saúde e higiene bucal de cães e gatos. Trata-se de uma solução produzida com sabor menta e que contém digluconato de clorexidina, substância que bloqueia a ação de bactérias causadoras das cáries, tártaro e mau hálito. A má higienização da boca pode acarretar em doenças periodontais, que atingem os tecidos que revestem e sustentam os dentes. www.vetnil.com.br

Divulgação

Divulgação

Divulgação

Com informações de peoplepets.com

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celebridades do bem Estrelas em prol dos animais

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pets pelo mundo

O

Como vivem os animais na AUSTRÁLIA Terra dos cangurus precisa de avanços, mas procura proteger nossos amigos

s australianos amam animais de estimação. A Austrália tem uma das maiores taxas de guarda de animais do mundo: cerca de dois terços das residências do país tem pets. No entanto, um fenômeno intrigante tem ocorrido no País: o número de animais de estimação tem sofrido declínio. E isso preocupa a indústria pet e aqueles que sabem do benefício que a convivência com os animais nos traz. “Estamos vivendo cada vez mais em espaços menores e confinados e alguns empreendimentos não permitem pets. Alugar moradia com animais de estimação é difícil, assim como é encontrar asilos que permitam pets. Pode ser traumático para pessoas idosas terem que se separar de seus bichos”, afirma Kersti Seksel, presidente do Conselho Australiano de Animais de Companhia. Ela também explica que há um grande tabu na Austrália sobre a questão de ter animais em apartamentos: “Gatos são excelentes animais urbanos e cães também podem se adaptar muito bem a apartamentos, desde que façam caminhadas regularmente”. Apesar da preocupação, pesquisa do Conselho Australiano de Animais de Companhia revela que 36% das residências possuem ao menos um cão, e 23% possuem ao menos um gato. E dos tutores de animais, 91% relatam ter uma relação muito próxima com seus pets. E dos que ainda não convivem com um bicho, 51% dizem que esperam ter essa convivência no futuro. E os tutores australianos também se mostram preocupados com a alimentação de seus melhores amigos. De acordo com o periódico Australia´s Herand Sun, os tutores da terra dos cangurus gastam em média 58 dólares por mês com ração. Além disso, estima-se que os gatos com pets australianos cheguem a 500 dólares anuais com acessórios, medicamentos e cuidados veterinários. Na Austrália, assim como na maior parte dos países, há problemas com abandono de animais. Um dos fatores que mais contribuem para esse cenário é a criação indiscriminada de cães e gatos. Assim como vemos no Brasil, na terra dos coalas há muitos criadores de “fundo de quintal”. Isso faz com que muitos pets acabem em abrigos, e a prática da eutanásia é comum, infelizmente. Para evitar o triste destino a que os animais abandonados estão sujeitos muitos órgãos como o Conselho Australiano de Animais de Companhia, a RSPCA australiana (Royal Society for the

Prevention of Cruelty to Animals) realizam diversas campanhas alertando sobre a importância da adoção e da castração dos animais. O território australiano também enfrenta sérios problemas com rodeios, circos e peles de animais. Recentemente notícias de que produtos com peles de cães são comercializados no país chocaram amantes de animais em todo o mundo. No entanto, de uma maneira geral a legislação australiana protege os animais. As espécies nativas são amplamente protegidas pela lei, assim como os animais domésticos. Recentemente advogados se mobilizaram pela proibição da corrida de cavalos com saltos. De acordo com o jornal Adelaide Now, essa modalidade contraria a legislação de bem-estar animal vigente no país. E em junho deste ano, a sociedade australiana ficou estarrecida após tomar conhecimento dos métodos cruéis que são empregados em matadouros na Indonésia, o que fez o governo australiano suspender a exportação de gado para o país asiático. “Nós, australianos, universalmente expressamos nosso repúdio à crueldade contra os animais”, declarou na ocasião a legisladora do Partido Verde no estado da Austrália do Sul, Tammy Franks. Os australianos também mostraram sua preocupação com a caça de baleias, participando de diversos fóruns internacionais para proibir a prática. Além disso, as penalidades para quem pratica maus tratos contra animais podem chegar a cinco anos de prisão ou multa de 50 dólares australianos. Também não é raro avistar nas estradas de todo o país cartazes da RSPCA pedindo que os motoristas socorram animais que estejam feridos. A sociedade australiana de uma maneira geral abomina práticas como rinhas de cães e galos, e há leis severas em relação a essas atividades. No entanto, o país ainda têm muito o que evoluir tanto nas questões que já foram ciadas, especialmente no que diz respeito ao massacre de cangurus. Todos os anos milhares de marsupiais são sacrificados para ter sua carne aproveitada e também seu couro. O músico vegetariano Paul McCartney já se manifestou publicamente contra a crueldade. Podemos ver que como um jovem país, a Austrália busca uma sociedade equilibrada, em que seus animais sejam respeitados e parece, em parte, estar no caminho certo. Esperamos que os ajustes necessários sejam logo feitos.

Capital: Canberra População: 21.766.711 Moeda: Dólar Australiano (AUD) Língua: Inglês Clima: Oceânico, árido e tropical Estima-se que a população de cães domiciliados seja de 3,41 milhões, e a de gatos, 2,35 milhões. O número total de pets (contando pássaros, peixes, coelhos, cavalos, entre outros) supera o de humanos: 33 milhões. (Fonte: ACAC)

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pet saúde Doenças da modernidade

Com aumento da expectativa de vida, veterinários lidam com crescimento de enfermidades antes pouco comuns

C

omo temos observado nossos pets têm vivido mais. Isso, é claro, nos deixa muito felizes, afinal podemos desfrutar de mais momentos na companhia de nossos queridos amigos. Mas, com a longevidade, surgem também problemas de saúde que não eram tão comuns. “Assim como na medicina humana estamos assistindo uma mudança no padrão epidemiológico das principais doenças. Saem as doenças parasitárias, nutricionais e infecciosas e entram as doenças degenerativas. Hoje vemos muito menos animais com viroses e doenças infeciosas. Com a longevidade, temos muito mais doenças de animais idosos como diabetes, hipotireoidismo, artroses e doenças articulares degenerativas, câncer, catarata e outras doenças oculares, hipertensão, insuficiência renal, cardiopatias degenerativas entre outras”, explica Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care. Infelizmente uma das enfermidades mais comuns nesse novo cenário é o câncer: “Temos visto muito câncer de mama, câncer ósseo, neoplasias em fígado e baço, tumores em ovários, tumores de pele (mastocitoma) e melanomas, linfomas, entre outros”, lista Quinzani. Não é para desanimar, muito pelo contrário! Com os avanços da medicina veterinária, temos à disposição inúmeras armas para prevenir doenças e tornar a vida de nossos pets melhor: é importante imunizar (vacinar) os animais adequadamente, fornecer alimentação balanceada, a castração precoce é uma excelente forma de prevenir tumores

em machos e fêmeas, e quando o animal atingir a melhor idade (a partir dos sete anos), a recomendação é que sejam feitos check-ups semestrais para identificar e prevenir doenças. E, assim como acontece conosco, a modernidade também pode tornar os pets mais preguiçosos. Como? Você pode, por exemplo, deixar de levar seu animal para as caminhadas regulares, andando sempre com ele no carro. Algumas pessoas compram até mesmo bolsas de transporte e carrinhos de bebê e isso impede o pet de exercer sua natureza e praticar atividades físicas. Com o sedentarismo os pets podem ficar obesos e essa é uma das principais causas de doenças entre cães e gatos na atualidade. Alguns tutores ficam “comovidos” quando seus companheiros pedem comida e tendem a alimentá-los com produtos inadequados à dieta do animal. Esse hábito também tem contribuído para o ganho de peso e desenvolvimento de doenças em animais. Tenha em mente de que o animal precisa se comportar como sua natureza exige e que nossos melhores amigos precisam de hábitos saudáveis para viver mais e melhor. Além de proporcionar uma rotina saudável ao seu pet, lembre-se de que um dos grandes aliados da medicina veterinária moderna está na prevenção: “O trabalho do veterinário hoje está em orientar o proprietário sobre cuidados e intervenções preventivas durante toda a vida do animal, intensificando os cuidados com os animais mais velhos. Outro desafio é proporcionar ao animal idoso e com limitações físicas e cognitivas qualidade de vida aliada a longevidade”, orienta Marcelo Quinzani.



Nossos jurados: Para ajudar na difícil tarefa de escolher entre tantos bichinhos fofos, contamos com um time de peso de jurados! Carol Camanho A carioca é apaixonada por pets, tanto que chegou a cursar veterinária. É formada em design e fotografa pets há três anos. “Uni as duas faculdades pra fazer o que mais amo: trabalhar com os animais de uma forma artística e com um olhar diferenciado", afirma Carol. Para conhecer mais o seu trabalho, visite http://www. carolcamanho.com. Fabiana Fernandez Fabiana Fernandez é especialista em fotografar pets e proprietária da Photopets (www.photopets.com.br), empresa que nasceu fotografando somente animais de estimação e hoje vem crescendo significativamente no mercado pet, tendo seu nome reconhecido em quase todos os pet shops do Brasil.

Lionel Falcon:

Em breve você conhecerá mais uma estrela! Aqui você tem a chance de fazer seu bichinho se tornar um astro

É com muita alegria que chegamos à reta final do concurso “Meu Pet é Estrela”! No ano passado, recebemos muitas inscrições de todo o Brasil, e pudemos ver muitos tutores apaixonados por seus animais. A votação não foi fácil, mas contamos com um time de jurados qualificados para decidir quem deveria ir à final. A simpática SRD Baleia levou a capa da edição de dezembro, e um kit recheado de produtos Pet Life! Para essa edição, além da capa de dezembro, o primeiro lugar vai ganhar uma linda caminha da grife Dolce Dogg, além de um kit de produtos da Linha Ouro da Pet Life. O segundo e terceiro lugares também ganharão um colchonete e uma coleira e produtos da Pet Life, respectivamente, além de também terem seu espaço garantido na revista.

O argentino Lionel Falcon (www.lionelfalcon.com) é fotógrafo profissional desde a década de 60 e começou a sua carreira fotografando celebridades na Argentina, Brasil e EUA, mas por motivos pessoais, o fotógrafo se especializou em fotografias de pet e com isso adquiriu muita experiência e know-how. Em poucos cliques (e tempo) ele consegue arrancar caras e bocas de seus modelos. Raphael Macek O paulista é apaixonado por cavalos e viaja por todo o mundo clicando-os. Ele estudou em Nova York no New York Institute of Photography, em 2007. Fez estágio com renomados profissionais e viajou por países como Bélgica, Espanha, Alemanha e EUA. Seu trabalho já ganhou vários prêmios e ele foi convidado a participar da Bienal Internacional de Arte de Roma, em dezembro de 2011 e teve uma de suas fotos convidada a fazer parte do acervo da Bienal Internacional de Arte de Firenze a partir de janeiro de 2012. Para conhecer mais, visite http://www.raphaelmacek.com.

Realização

Apoio

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Agora quem escolhe é você!

Votações para decidir a capa de dezembro estão abertas Finalmente o momento da decisão popular chegou! Agora é você quem escolhe a nossa capa de dezembro! Sabemos que a tarefa não será nada fácil, todos os pets são encantadores e fofos, mas é preciso tomar uma decisão e ela está em suas mãos, leitor! Para escolher qual pet será a estrela de 2001, clique aqui, acesse e vote no seu favorito. Gostaríamos de mais uma vez agradecer ao carinho e confiança dos jurados Carol Camanho, Fabiana Fernandez, Lionel Falcon e Raphael Macek. E também, nosso muito obrigado aos patrocinadores Pet Life e Dolce & Dogg, sem os quais nosso concurso não seria possível. A seguir, você lembra quem são nossos finalistas: Alfredo – Santana de Parnaíba/ SP:

Azeitona – São José dos Pinhais/PR:

Alfredo caiu de paraquedas em uma casa de idosos e está dando muita alegria em seu novo lar. Ele tem uma irmãzinha canina especial, a Laurinha, e tenta ensinar vários truques para ela! “Ele chegou com erlichiose, passou uns maus bocados, mas se tornou o reizinho da casa. Esse garotão é muito amado, aprendeu a se dedicar aos idosos com cuidado e paciência apesar de seu ritmo alucinado. Claro, é apaixonado por bolinhas e quando exausto vai direto pra água... está tentando ensinar isso pra sua irmãzinha especial. Respeita sua família meio esquisita – humanos, gatos e galinhas – e claro a Laurinha (irmãzinha). Sabe bem conquistar: faz caras e bocas quando quer alguma coisa, e quem resiste?”, conta Barbara Marruecos, a apaixonada tutora.

Azeitona é um simpático SRD que conquistou nossos jurados. Ele foi resgatado antes mesmo de nascer! A tutora, Nailane Koloski, resgatou a mãe de Azeitona das ruas porque ela estava sendo agredida, e nem tinha ideia de que estava grávida! “Nasceram oito filhotinhos, minha pretensão era doar todos os cachorrinhos, mas um deles, o Azeitona, era considerado mais feinho e nenhum adotante o escolheu, então ele foi ficando, e eu fui me apegando a ele, e resolvi adotá-lo. Ele é um cachorro muito querido, ao mesmo tempo é bagunceiro e apronta bastante, mas nunca leva bronca porque faz uma carinha de coitadinho e sempre consegue carinho”, conta a amorosa tutora.

Frida – Curitiba/PR: Frida foi abandonada com três filhotes em uma rua sem saída. “Um filhote foi atropelado e os outros dois adotados, e ela ficou sozinha, morando embaixo de um caminhão. Eu sempre a via lá, miando (acho que chamava os filhotes) até que resolvi adotá-la. Só que ela era meio arisca, mas fui conquistando sua confiança aos poucos e logo ela foi morar junto com os três gatos que eu já tinha”, lembra Adrina Barth, sua tutora. “Hoje ela é uma princesa, parece que nunca foi de rua e acho que faz questão de não se lembrar de tudo que sofreu”, afirma a orgulhosa tutora.

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Harley – Belo Horizonte/ MG: Harley apareceu em um momento muito difícil na vida de Michelle Sotelo: “Adotei o Harley quando ele tinha seis meses. Ele apareceu em minha vida no momento que eu mais precisava. Tinha perdido dois amigos queridos que conviveram comigo muitos anos, mas infelizmente faleceram em datas próximas. Estava tão abalada que nos primeiros momentos não pensava em ter nenhum outro cão. Após algum tempo tive a oportunidade de conhecer uma pessoa que queria doá-lo porque a filhinha deles estava com problemas de saúde. Confesso que fiquei meio triste pela garota, pois vi que realmente eles estavam doando com o coração partido”. Hoje Harley faz a alegria da família de Michelle com suas estripulias e alegria. O Cocker Spaniel adora fazer festa e espalhar seu charme, como a foto prova.

Jack – Curitiba/ PR:

A carinha fofa do filhote dormindo derreteu muitos corações! Jack tem quatro meses e foi adotado: “Ele adora brincar e morde tudo que vê pela frente, mas é muito carinhoso e adora ficar na companhia das pessoas. Ele morava na rua com sua mãe e mais 9 irmãozinhos. Uma madrinha levou-os para casa e eu o adotei, e posso dizer: foi a melhor coisa que fiz!”, afirma Bianca Cavichiollo, a orgulhosa tutora.

Moisés – São Paulo/SP: Moisés não fez cerimônias e instalou-se na casa de sua tutora, Cecilia Assi Guimarães, que já morava com duas gatinhas. “Uma noite estava na igreja e meu marido ligou dizendo que tinha um gato aqui, porque eu deixei a porta da sala aberta e ele entrou. Ele colocava o gato para fora e ele entrava, aí ele fechou a porta e foi dormir. Quando eu cheguei, abri o portão, ele já foi me encontrar, estava sentado, em frente à porta esperando abrir. Eu abri a porta, ele foi o primeiro que entrou na minha frente como se fosse o dono, fez xixi na areia, comeu a ração, e até a minha filha colocou ele na net para doar... aí apareceu uma pessoa querendo ele, mas desistimos estávamos amando ele, e os castramos, assim como as duas outras gatas já eram”, explica Cecilia. Hoje Moisés é o xodó da família e está ilustrando nossas páginas!

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Muleke – Rio de Janeiro/ RJ:

Nina – São Paulo/ SP:

Ozzy – Curitiba/ PR:

A carinha meiga e carinhosa do Muleke derreteu os corações de nosso júri! O felino, que é também conhecido como Gatchon, foi achado nas ruas do Rio de Janeiro ainda bem pequeninho e acolhido por Tatiana Perl Cockell. “Ele tem uma pata toda manchadinha, que parece tatuagem. É um danado, adora brinca, deitar dentro da pia e molhar a cabeça ao beber água quando ligamos a torneira. É meu filhote querido e meu muso fotográfico!”, baba a tutora.

A bela foto em preto e branco da gatinha Nina fazendo estripulias para pegar a água da torneira do banheiro, encantou nossos jurados! A felina tem três anos e surgiu na vida da tutora Cristiana Pimentel Marques, ainda bebê: “Recém-nascida, a mãe a trouxe para a churrasqueira da casa da minha sogra. Lá cuidamos, alimentamos, mas depois de dez dias, a mãe a escondeu embaixo da caixa d´água e sumiu. Até acreditava que a mãe iria voltar (como voltou quatro dias depois), mas como esperar, sabendo que aquele filhote ficaria ao relento, sem alimento e sem cuidados, sabe-se lá até quando? A resgatei e cuidei, com mamadeira e tudo. É a minha menina mais nova. Sou mãe de 5. Mas é a minha xodó, carinhosa de tudo... AMO!”, conta a derretida mamãe.

A pose confiante de Ozzy rendeu ao simpático pug uma vaguinha na disputa pela capa de dezembro! Ozzy tem quatro anos e é um paulista que mora em Curitiba. “Ozzy é um cãozinho alegre, ativo, folgado, ‘safadão’ e muito companheiro. Sempre acreditei na estrela dele, tanto que já o inscrevi em uma agencia de pet model, fiz um book e sei que ele ainda vai brilhar! O Ozzy é especial e único!”, conta a entusiasmada tutora, Sonia de Fátima Arbigaus Farina. Valeu a pena apostar! Olha o Ozzzy brilhando em nossas páginas!

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pet alerta

Cuidado com o pet shop! Casos de maus tratos e até mesmo morte de animais acendem o alerta sobre estabelecimentos

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nfelizmente casos de maus tratos e até mesmo morte de animais têm tomado conta da mídia. O mais recente ocorreu em Curitiba, quando uma cadela da raça yorkshire foi morta pelo tosador. O funcionário disse ter se sentido ameaçado pela cadela Mia, que pesava apenas dois quilos. O caso ocorreu em setembro. Também, aqui na Conexão Pet, recebemos e-mails denunciando fugas de animais após serem deixados em “creches” ou “hoteizinhos”, relatos de violência e negligência. Diante desse quadro a preocupação com os estabelecimentos que cuidam de nossos pets faz todo o sentido. Mas o que podemos fazer

para proteger nossos animais? “Um dos maiores desafios que os tutores de animais de estimação enfrentam no mercado pet atualmente é encontrar o cenário perfeito para que os seus desejos e os padrões de bem-estar animal sejam atendidos pelas equipes dos estabelecimentos pet. Este cenário é um desafio por que com a popularização da ideia de que ‘é fácil ficar rico com banho e tosa e com petshops’ pessoas despreparadas e sem o menor apego a animais estão se aventurando nesse mercado, de forma quase criminosa em alguns casos”, avalia Sergio Lobato, consultor de diversas empresas do setor pet. Lobato recomenda que os tutores procurem estabelecimentos que sejam recomendados pelos clientes e seus amigos. “É interessante perguntar se o responsável técnico do estabelecimento realmente é capacitado para treinar a equipe do banho e tosa ou apenas uma figura decorativa e irresponsável”, recomenda o especialista. Também é importante verificar a condição de trabalho dada aos funcionários como um ambiente limpo, equipamentos de proteção individual e conforto. “Se o proprietário não cuida bem de sua equipe , com certeza pouco se importará com o bem-estar de seu animal! Veja as condições de higiene do local. Verifique se cães e gatos ficam no mesmo local, pois isso é um estresse desnecessário. Veja se existe um cuidado com a admissão dos animais, perguntando, por exemplo, sobre vacinas e controle de parasitas como pulgas e carrapatos. Veja se os produtos são usados corretamente e são próprios para animais de estimação”, enumera Lobato. Ao contrário do que muitos pensam, Sergio não recomenda que os tutores permaneçam no estabelecimento enquanto o animal é atendido: “Sei que muitas pessoas acham que o animal assim estará mais protegido, mas muitos ficam querendo pular para o colo do tutor e acabam prejudicando o trabalho das equipes de higiene e estética, e assim podem aumentar os riscos de um acidente como, por

exemplo, cortes e quedas das mesas de trabalho”. Após observar o ambiente em que seu animal será tratado, também é de extrema importância avaliar as pessoas que cuidarão de seu bichinho: “Gostar de animais nem deveria ser citado, mas infelizmente pela popularização indevida da profissão, isso é necessário. Muitos casos de agressão a animais e de total desrespeito a um ser vivo têm sido frequentes em nosso mercado. Procuro ainda pessoas com bom relacionamento interpessoal, detalhistas, com senso estético, capazes de entender que treinamentos e orientações são necessários e não uma ‘afronta ao seu talento criativo’, pois sinceramente estrelas devem ficar no seu espaço e não tendo ataques dentro das salas de banho e tosa”, diz Lobato. O profissional ainda pede especial atenção se você observar equipes desmotivadas, desorganização, grande ocorrência de acidentes, materiais desgastados, ausência de responsável técnico, sujeira e grosseria no atendimento. Isso é sinal de algo está muito errado naquele estabelecimento. E, se infelizmente, você reparou que seu animal voltou acuado ou com alguma ferida após o banho e tosa não deixe de agir! “Primeiro deverá ter provas documentais e testemunhais do fato. Comunicar ao dono do estabelecimento e ver o posicionamento dele, pois um acordo é sempre o melhor caminho. Caso não haja acordo poderá procurar o juizado especial cível e ainda denunciar o responsável técnico no CRMV de sua jurisdição para que o colega se posicione quanto ao caso”, aconselha Lobato. Procure seguir todas as orientações aqui citadas na hora de escolher um estabelecimento para cuidar seja da saúde, beleza ou hospedar o seu pet. Lembre-se que nossos animais não sabem relatar o que ocorre e por isso são indefesos. Eles dependem de nós para garantir sua segurança. * Sergio Lobato é consultor e palestrante sobre o mercado pet http://sergiolobatopetmarketing.blogspot.com/ sergiorslvet@hotmail.com

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capa Animais no Cinema A sétima arte já retratou nossos melhores amigos de diversas maneiras, tanto positivas quanto preconceituosas

Q

uem não se lembra de um dos clássicos da Disney retratando animais: Rei Leão, Dumbo, Bamby... isso só para citar alguns. Mais recentemente, Ratatouille, e além das animações, os filmes Marley e Eu e Sempre a Seu Lado arrancaram lágrimas de multidões, contando histórias de fieis e lindos cachorros. Muitas vezes o humor é o ingrediente como em Garfield e na divertida batalha entre espécies, Como Cães e Gatos. Vamos relembrar algumas grandes histórias que contaram com nossos melhores amigos como estrelas principais.

Os Aristogatas:

Babe, o porquinho atrapalhado:

Bambi:

Uma milionária parisiense deixa a fortuna como herança para sua elegante gatinha Duquesa. Para ficar com o dinheiro, o mordomo solta a gata na zona rural, onde conhece o vira-latas Matinhos, que vai ajudá-la a voltar a Paris e recuperar sua herança. Uma simpática animação que mostra toda a beleza e graça dos felinos.

O filme australiano mostra a comovente história de um leitãozinho que pensa ser cachorro. Ele é alvo de deboche, mas mesmo assim seu tutor decide inscrevê-lo em um concurso de cães pastores. A relação do porquinho e os demais animais da fazenda é emocionante, e a história comoveu tantas pessoas que chegou até mesmo a ser indicada a vários Oscars.

Um dos clássicos da Disney, Bambi já fez muitas plateias derramarem lágrimas em todo o mundo. O desenho conta a história de um cervo que perde sua mãe assassinada por caçadores. Ela tentava protegê-lo. Obrigado a viver por sua própria conta, Bambi faz amizades na floresta e aprende a sobreviver com a ajuda de outros animais.

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Bolt, o supercão:

Como Cães e Gatos:

Dumbo:

Bolt é um pastor branco que viveu toda a sua vida nos estúdios de um programa de TV no qual interpreta um cão super-herói. Ele acaba convencido que possui mesmo os super-poderes (visão laser, super velocidade, super latido) desse personagem. Num dia em que se perde no estúdio, pensou que o vilão do seriado (que Bolt acredita ser realmente um vilão) tivesse sequestrado a menina que ele pensa que protege, Penny. À sua procura, acaba indo para o outro lado do país, onde conhece uma gata chamada Mittens (que ele acredita trabalhar para o vilão) e também o hamster Rhino. Quando ele retorna ao estúdio, descobre que tudo era uma farsa e que foi substituído por outro cão. Ele vai embora. No entanto, acontece um acidente que prova que Bolt é mesmo um superherói. Filme simpático e divertido!

Esse é mais um daqueles filmes que reforçam o estereotipo de gatos como traiçoeiros. Sem o conhecimento dos humanos, os cachorros combatem os gatos há centenas de anos, que pretendem dominar os homens e tratá-los como verdadeiros tiranos. Porém, quando um gato chamado Sr. Tinkles (Sean Hayes) inicia um plano que irá acabar com a população de cães que protege os humanos, uma equipe de agentes caninos e um leal filhote chamado Lou (Tobey Maguire) decidem proteger a humanidade e livrá-la da escravidão que os gatos desejam impor a eles. Um desserviço aos felinos.

A animação sobre o orelhudo elefantinho é o retrato de uma época: mostra uma sociedade que aceitava animais em circo. Hoje, já temos vários países que proíbem a utilização de animais na atividade. O desenho conta a história de um elefantinho orelhudo, que é ridicularizado por todos no circo, e encontra apoio no ratinho Timoteo. A mãe de Dumbo, após tentar defendê-lo, vai parar em uma solitária, deixando o elefantinho sozinho à mercê da crueldade da trupe. A cena em que Dumbo visita sua mãe na cela é uma das mais tristes da história do cinema.

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Garfield:

O Gato de Botas:

Madagascar:

O folgado e divertido gato das tirinhas de Jim Davis também foi outro a ganhar as telonas. A vida de Garfield estava boa até Jon ter trazido para casa o Odie, uma criatura alegre e ofegante que é tudo o que ele odeia: um cão. Motivado pelo ciúme, Garfield, tranca Odie para fora de casa e ele foge, sendo roubado pelo Doutor Feliz. Se sentindo responsável pelo sumiço do cachorro, o gato vai até a “Torre do Telégrafo” para tentar salvar o seu amigo canino. E Garfield passa por uma grande aventura para salvar seu amigo canino. O gato tem a ajuda de todos os seus amigos para combater o Doutor Feliz. Também causou estranhamento esse Garfield computadorizado.

O personagem originalmente foi retratado em um conto do francês Charles Perrault, mas ganhou fama mundial no filme Shrek. O felino hispânico ficou tão famoso que ganhou seu próprio filme. A animação da DreamWorks traz o lendário Gato de Botas antes mesmo de conhecer Shrek. Ele bola um plano de assalto ao lado de Humpty Dumpty e Kitty para roubar a famosa gansa que bota ovos de ouro. Dumpty é o personagem de uma rima enigmática infantil inglesa, presente em inúmeras obras de ficção, incluindo Alice no País das Maravilhas. O gato é dublado originalmente por Antonio Banderas.

A animação conta a história de quatro animais que vivem no zoológico de Nova Iorque: o leão Alex, a zebra Marty, a girafa Nelman, e a hipopótamo Gloria. Marty gostaria de visitar seus ancestrais na África, e quando descobre o plano de fuga dos pinguins, decide juntar-se a eles. Notando o sumiço da zebra, os amigos vão atrás dele e acabam causando pânico na população. Ativistas contrários a zoológicos afirmam que após o incidente, os animais não devem ser sacrificados e sim transportados de volta à África. Há um acidente, as caixas que transportam os animais caem no mar e eles acabam parando em Madagascar, onde vivem muitas aventuras. Um filme divertido e que encantou crianças, em especial com a música “Eu Me Remexo Muito” (I Like To Move It).

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Marley e Eu:

Procurando Nemo:

Os 101 Dálmatas:

O filme, baseado no livro homônimo do jornalista John Grogan, foi um sucesso de bilheteria. Ganhou, como casal de protagonistas Jennifer Aniston e Owen Wilson para viver o jovem casal Grogan. A história narra a vida de recém-casados de John e Jennifer. Eles decidem comprar um cachorro, e levam o lindo labrador Marley para casa. O cachorro mostra-se um bagunceiro de primeira, provocando muita confusão na casa dos Grogan. No entanto, com o passar dos anos, o amor do cachorro pelo casal e seus filhos é o que mais se destaca na personalidade do animal. Uma história linda e que arranca muitas lágrimas e sorrisos.

A animação já começa com algumas lágrimas: Marlin, um peixe-palhaço, perde quase toda a família após ataque de uma barracuda. Devido à tragédia, torna-se um pai superprotetor para Nemo, que envergonha-se da proteção paterna. Ele quer provar ao pai que sabe se virar sozinho, então vai nadar em mar aberto. O peixinho acaba capturado por um mergulhador e vai parar em Sidney, Austrália. O desaparecimento do filho faz Marlin enfrentar todos os tipos de perigo nessa busca. O tipo de história que dá uma dorzinha no coração e arranca algumas lágrimas dos mais sensíveis.

No filme, um projetista de videogames e uma designer de moda se conhecem e em pouco tempo se casam. O casamento não é só deles, pois seus cães, dois dálmatas, cruzam e logo recebem 15 filhotes. Uma estilista de moda, para quem a dona de todos os cachorrinhos trabalha, oferece um bom dinheiro pela ninhada – oferta recusada pelo casal. Ela então ordena que bandidos sequestrem os animais para que ela possa produzir um casaco de pele. Filme em que morremos de raiva e queremos bater na Cruela!

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Paulie, um papagaio bom de papo:

Ratatouille:

O Rei Leão:

Este filme toca em pontos importantes: abandono e confinamento de animais. Paulie é um papagaio extremamente inteligente e que fala com fluência. Ele vive em uma pequena jaula de um instituto de pesquisa e conta sua história ao faxineiro do local. Ele havia sido dado a uma menina gaga, e a ensinou a falar corretamente. No entanto, foi separado da garota pelo pai dela, que acredita que a filha delira ao dizer que o papagaio fala. Depois, Paulie se torna o “papagaio-guia” de uma viúva idosa. A ave passa por diversas aventuras e acaba parando no instituto de pesquisa, onde vive infeliz à espera do reencontro com Marie (a menina que ele curou da gagueira). Um filme que nos faz refletir sobre o papel descartável que nossa sociedade dá aos animais.

O nome do filme é um trocadilho com rat (rato) e o próprio ratatouille, que é um prato típico da região francesa da Provença, à base de legumes. No filme, o ratinho Remy vive em Paris e sonha tornar-se chef de cozinha. Seu herói é o cozinheiro Auguste Gusteau. Remy acaba infiltrando-se no restaurante de seu ídolo, já morto, e ajuda um jovem sem talento nenhum - Alfredo Linguini – a fazer pratos fabulosos. O filme mostra uma relação inusitada – humanos e ratos – de forma divertida e emocional.

Simba é um leãozinho, filho do rei Mufasa e da rainha Sarabi. Ele se vê acusado injustamente da morte do pai, e sua única chance de sobrevivência é o exílio. Ele encontra abrigo junto a outros dois excluídos da sociedade, um javali chamado Pumba e um suricato chamado Timon, que lhe ensinam a filosofia do “Hakuna Matata” (sem preocupações). Anos depois, ao ser descoberto por Nala, sua amiga de infância, Simba tem que decidir se deve assumir suas responsabilidades como rei ou seguir com seu estilo de vida despreocupado.

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Rio:

Scooby Doo:

Sempre ao seu Lado:

Um dos principais sucessos das telonas em 2011, a animação do brasileiro Carlos Saldanha conquistou o mundo contando a história da arara Blue, que por ter sido criada em cativeiro tinha medo de voar. Tá certo, a história é cheia de clichês, mas nem por isso deixamos de nos apaixonar pela fofura das aves, do bulldog e todos os bichinhos que colorem a tela. De forma leve, o filme toca no tráfico de animais, um dos principais problemas de nosso país.

O desajeitado dogue alemão é um dos cachorros mais conhecidos do mundo, e em 2002 ganhou as telonas. A Mistério S.A. termina depois que a turma derrota a vilã Lua e Fred fica com todos os créditos do ocorrido. Mas, quando Emile Mondavarius contrata todos eles para eles para desvendarem os mistérios ocorridos na Ilha do Espanto, eles terão que formar uma equipe como nos velhos tempos e desvendarem os mistérios juntos e unidos com muita comédia e aventura. Confesso que é estranho aceitar esse Scooby Doo computadorizado.

Esse longa é com certeza uma prova de resistência aos amantes de animais: é uma bela e tristíssima história sobre lealdade. Hachiko é um filhote de akita que é encontrado pelo professor Parker, perdido em uma estação de trem. Ao levá-lo para casa, uma forte relação de amizade se estabelece entre os dois, e o cão acompanha seu tutor diariamente até a estação. Um dia, Parker não retorna mais, e sem saber da morte do professor, o cão continua a ir até a estação de trem espera-lo. O filme é baseado em fatos reais que ocorreram no Japão. Preparem o fôlego e a caixa de lencinhos!

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pet opinião

Até onde vai a liberdade de expressão e onde começa a crueldade?

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tualmente muito se tem falado em liberdade de expressão, politicamente correto e cerceamento de liberdade. Não sou a favor da censura, mas sim do bom senso. Será realmente interessante vivermos em uma sociedade que ri da doença alheia, do estupro, de pedofilia, de crueldade contra animais? Bem, eu acho que não. Com o crescimento da internet, as pessoas sentem-se confortáveis para expressar suas opiniões livremente, sem amarras e sem censores. Isso é extremamente positivo, afinal vemos os efeitos que essa ferramenta teve nas revoltas nos países árabes, no entanto, como tudo na vida, há pessoas que tem feito um péssimo uso da rede. Um dos casos mais recentes e que deixou os protetores de animais indignados foi o do internauta Felipe Conan, que postou em sua página do Facebook uma foto onde seu gato aparecia totalmente enrolado em fita adesiva. Na descrição da imagem, ele dizia: “Quem mandou fazer xixi na minha cama?” A reação à imagem foi imediata. A Agência de Notícias de Direitos Animais (ANDA) publicou um artigo comentando o caso. Diversos internautas manifestaram-se na página do próprio Felipe, expressando repúdio à crueldade. Diante da reação, Felipe retirou a imagem do ar e reagiu

dizendo que havia colocado um saco plástico sobre as fitas adesivas, que ninguém poderia criticá-lo, pois não conhecia seu gato, alegou não ter havido crueldade. Será que privar um gato de seus movimentos, assustando-o é apenas uma brincadeira inocente? A nós, da Conexão Pet, parece uma crueldade. Uma crueldade sem explicação, um sadismo injustificável. Da mesma forma que a internet é uma vitrine para nossas ideias, ela também é uma porta aberta para as reações àquilo que postamos. O internauta reclamou das reações, no entanto, postou um conteúdo que é inaceitável e, no mínimo, ofensivo para todos aqueles que amam e respeitam animais. Ao que tudo indica, Felipe Conan foi denunciado por maus tratos a animais. Vamos acompanhar os desdobramentos do caso. O pior nessa história é saber que o agressor ainda defende seus pontos de vista, e não mostra um pingo de arrependimento pelo sofrimento que impôs ao pobre gato. Esperamos que nossa sociedade reflita sobre o que deve ou não ser objeto de riso. Censura não é o instrumento que vai resolver esse tipo de caso. O que vai solucionar esse caso é uma sociedade crítica, que realmente pense sobre o que deve ser alvo de humor e o que deve ser combatido com seriedade.

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pet ação Mexa seu traseiro pelos animais! Com frases provocadoras e arte, Move Institute convoca à reflexão

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Move Institue surgiu há dois anos com o objetivo de conscientizar a população sobre os maus tratos a animais através da arte: “Após quase 20 anos atuando como voluntária em ONGs de resgate, meu trabalho parecia não ter fim. A cada animal resgatado, milhares apareceriam abandonados, sofrendo maus tratos, agonizando em alguma casinha, corredor, laje. Além disso, havia os outros problemas relacionados: animais de vivissecção, transporte de carga viva, confinamento em gaiolas e aquários, tráfico etc. Tudo me deixava angustiada. Procurei ONGs que trabalhassem com o problema anterior aos maus tratos e a exploração, mas não encontrei nenhuma que fosse ao encontro dos meus pontos de vista. Trabalhei toda a vida como designer de livros de arte e então decidi usar meu talento em favor dos animais e assim

nasceu o Move”, conta Adriana Pierin, presidente da entidade. O trabalho do Move ganhou destaque nacional após protestos contra o uso de peles na indústria da moda durante o São Paulo Fashion Week deste ano. Com o lema “Mexa seu traseiro pelos animais”conseguiram mobilizar a atenção da imprensa e do grande público para o tema. Adriana acredita no poder transformador da arte para mudar a consciência das pessoas em relação à forma como tratam os animais: “Nós convocamos a arte, o design, a cultura para organizar ações e projetos que gerem polêmica em questões relacionadas à proteção animal. O trabalho é focado na transformação de hábitos, trazendo à sociedade uma clara visão sobre problemas do convívio homem-animal: confinamento, maus tratos, venda, adoção, abandono, exploração. Muitos não entendem a linha de atuação do Move, a maioria das pessoas não entende a importância de trabalhos de educação e conscientização”. E é justamente a arte a principal ferramenta de ação do Move. E é com essa arma queW eles procuram aparecer em diversos protestos de causas importantes para os animais: “O Move foi a única ONG que fez um manifesto contra a matança de golfinhos e baleias por parte do governo japonês, o evento ocorreu simultaneamente em vários países. Atuamos também em eventos de moda, contra o uso de peles e couros exóticos. O último manifesto teve ade23


são de um dos mais significativos designers de moda do brasil, Ronaldo Fraga. Trabalhamos com importantes fotógrafos e ilustradores, para desenvolvermos nossas campanhas impressas que são distribuídas gratuitamente em São Paulo”, informa Adriana. A presidente da ONG também relata que visita constantemente políticos e órgãos públicos para exigir que projetos em prol dos animais sejam votados: “Recentemente tive uma reunião com uma secretaria importante, e ouvi de um dos coordenadores que nós deveríamos focar em castrar animais. Foi chocante constatar que até mesmo quem trabalha com animais, convive diariamente com problemas da causa, tenha essa visão”, lamenta Adriana. Para ela, temos grandes problemas no que diz respeito à legislação brasileira: “Bem, temos uma lei de maus tratos que não funciona, além disso, existem problemas como o transporte de carga viva, importação e exportação de produtos ligados ao confinamento e tortura de animais, veganismo, pássaros em gaiolas e venda de animais, creio que esses problemas já deveriam ter sido resolvidos se houvesse políticos verdadeiramente comprometidos com a causa. É difícil mencionar que leis seriam as mais importantes, existem inúmeros problemas e nenhuma iniciativa governamental”. Ela também alerta para a falta de padronização nas embalagens do que consumimos: “Outro grande absurdo são os rótulos dos produtos em geral, que não são claros com relação à exploração envolvida no processo produtivo, a banalização de termos como eco, bio e sustentável, entre outros”. Como exemplo para o Brasil, Adriana cita a Califórnia, nos EUA: “Lá é proibida a venda de foie gras, barbatanas de tubarões, peles de animais. Na cidade de West Hollywood é proibida a venda de cães e gatos, enfim o estado está à frente em várias questões relacionadas, mas é um dos maiores produtores de leite dos Estados Unidos. Ou

seja, um modelo ideal ainda não existe, mas lá o assunto é pensado e aos poucos eles têm conseguido muitas vitórias que logo são seguidas por outros estados”. Ela sugere que façamos uma reflexão sobre nossos hábitos de consumo para que possamos ajudar os animais: “Questionar a procedência de tudo que é consumido, exigir alternativas, reclamar e expor seus pontos de vista através dos telefones de atendimento ao consumidor e se for o caso fazer denúncias. É necessário exigir dos fabricantes uma postura ética”. Quem quiser ajudar os projetos do Move Institute, pode colaborar financeiramente (Banco Santander: Agência – 0940/ Conta Corrente - 13000065-8, em nome de Move Institute) ou como voluntário. Se quiser conhecer mais, acesse: http://www.moveinstitute.org


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pet entrevista

Leis e amor aos animais

Advogada Monica Grimaldi, um dos principais nomes da legislação de animais no país, concede entrevista à Conexão Pet

os avanços e o que precisa mudar na legislação para protegermos os animais no Brasil. Conexão Pet - Muitos dizem que o problema em relação aos maus tratos com animais no Brasil não está na legislação, mas sim na falta de fiscalização. Você concorda com isso? Monica Grimaldi - Concordo em parte, acho que em relação a maus tratos com animais temos três fatores: educação - se educarmos nossas crianças desde cedo estaremos semeando amor e respeito aos nossos irmãos de pelo e pena; legislação mais rígida- hoje a lei ainda é muito branda no que se refere à punição de maus tratos, creio que deveria haver maior rigor na punição; fiscalização efetiva, não adianta ter lei se não existe a efetiva fiscalização.

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onica Grimaldi formou-se em 1988 como advogada criminalista pelas Faculdades Metropolitanas Unidas, FMU. O amor pelos animais a levou a se tornar “Especialista em Legislação de Animais e Meio Ambiente”. Hoje é Presidente da Associação Cão Guia de Cego, além de ter especialização feita em “Guide Dogs for the Blind Asssociation” (Wokinngham – England). É a responsável pela elaboração e confecção das leis: Projeto Lei Estadual nº 179/99 do Deputado Luis Carlos Gondim PV- Posse responsável na tutela de cães de guarda e Lei do Cão Guia - Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2.005. É autora do livro “Guia do Universo Animal”, em parceria com Guilherme Durante Cruz. É criadora e adestradora de cães-guia de cegos, colabora com revistas sites e jornais e desde 1997, vem ministrando diversas palestras. Em bate-papo com Conexão Pet, Monica fala sobre

CP - Por que há tão pouca punição para casos de maus tratos a animais no Brasil? MG - Infelizmente o legislador considera crueldade a animais um crime menor, como é lesão corporal culposa, aí por ter pena pequena o passa a ser julgado no JECRIM - Juizado Especial Criminal, previsto na Lei 9.099/95, foi criado para tratar especificamente das infrações penais de menor potencial ofensivo. A Lei 9099/95 garante ao suposto autor dos fatos, pela sua boa conduta pretérita, o benefício da transação penal, onde este, sem fazer assunção de culpabilidade, termina o processo com o cumprimento de uma "sanção" de cunho estritamente social: uma multa ou serviços prestados à comunidade. Porém, isso não isenta a responsabilidade civil, ou seja, no caso de crueldades a animais aconselho a vítima ingressar tanto com o processo penal quanto com a Ação Civil de Indenização por perdas e danos, materiais e moral. CP - Quais foram os principais avanços conseguidos nos últimos anos no que diz respeito ao direito dos animais? MG - É inegável dizer que evoluímos muito a esse respeito, hoje o pet

é considerado membro da família, deixando de viver fora, somente no quintal, mas ingressando no lar, convivendo com as pessoas da família. Os avanços que posso dizer em termos de lei: crueldade a animais passa de contravenção para crime - artigo 32 da lei 9605/98; CRMV proíbe em todo território nacional aos veterinários realizar cirurgias estéticas em cães e gatos - resolução do CRMV dispõe que os veterinários estão proibidos de fazer cirurgias de corte em orelhas e caudas de cães em todo território nacional. Os profissionais que ignorarem a decisão podem ter o registro cassado. A partir dessa resolução esse tipo de cirurgia é considerado mutilante. Resolução nº 877, de 15 de fevereiro de 2008 Dispõe sobre os procedimentos cirúrgicos em animais de produção e em animais silvestres; e cirurgias mutilantes em pequenos animais e dá outras providências; Lei nº. 11.126, de 27 de junho de 2005, que dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual, família adotiva, treinador e instrutor de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia e dá outras providências. E seu regulamento decreto nº. 5.904/2006. CP - Como a população pode colaborar para que os direitos dos animais sejam assegurados? MG - Sempre que testemunhar maus tratos ou tráfico não tema: denuncie às autoridades pertinentes. Infelizmente o Brasil é um dos lideres no ranking de tráfico de animais silvestres, e isso tem que mudar, mas para uma grande jornada sempre é necessário o primeiro passo. Aconselho todos a darem o primeiro passo, praticando a posse responsável e não ignorando o ato de abuso e maus tratos a animais. CP - Apesar de haver uma legislação que assegura o acesso dos deficientes visuais em ambientes e transportes públicos com seus cãesguia, recentemente vimos no Rio de Janeiro uma estudante ser barrada em um bar no RJ, mesmo com a cópia da lei em mãos. O que deve ser feito nesses casos?

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MG - Procurar as autoridades competentes, lavrar o flagrante e mover ação indenizatória também. Pois além de não cumprimento da lei, houve também a situação de constrangimento ao deficiente visual. CP - Qual a sua opinião sobre projetos que pretendem restringir a circulação e proibir a reprodução de raças como o pit bull? MG - Sou contra proibições de criação porque podem ocasionar a criação ilegal e o tráfico. Acredito que deveria haver orientação e manejo a todos os detentores de raças de guarda ou de potencial lesivo, da mesma forma que somos orientados a ter habilitação de motorista deveríamos ser orientados à posse responsável e noções de adestramento, guarda e condução de cães de guarda ou com potencial lesivo, aí sim resolveria. Proibição não resolve nada, só é demagogia. CP - No que o Brasil mais deve evoluir, em termos de legislação, para que os animais tenham uma vida melhor em nosso país? MG - Acredito muito em educação, acho que deveria haver nas escolas aulas de meio-ambiente, palestras educacionais sobre aves e animais, noções de posse responsável, ensinar o amor a nossas crianças. Acho que é o melhor caminho, temos um país com inúmeras leis, mas e a aplicabilidade das mesmas? Será que educação não seria a solução? Agora, em termos legais, eu acho que as nossas leis (algumas delas) deveriam ser de maior aplicabilidade, acho também que deveria ter maior punibilidade em relação a maus tratos e tráfico de animais, ainda na prática as punições são muito brandas. CP - Gostaria de deixar algum recado aos leitores de Conexão Pet? MG - Gostaria de dizer aos leitores que animais não falam, mas podem dar a vida por nós, podem ser os olhos daqueles que não podem enxergar, podem resgatar pessoas, consolar doentes e idosos, podem até mesmo ser nossos únicos amigos no mundo, por isso, falem por eles! Não se calem quando virem uma crueldade ou um abandono, lutem por aqueles que certamente dariam a vida por você! Um dia me perguntaram por que me especializei na área de Direito Animal, eu respondi: ‘porque tenho a certeza de estar lutando por inocentes!’ Juntem-se a nós, e lembrem-se: existem só duas coisas que o dinheiro é incapaz de comprar: o sorriso espontâneo de uma criança e o abanar da cauda de um cão!

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plantão vet

P

ara melhor entender o assunto vamos transportar o conhecimento técnico-científico para termos mais fáceis e exemplificar de forma análoga e de fácil compreensão. A coluna dos animais é semelhante a do homem, tendo algumas funções básicas que são sustentar o corpo, conferir flexibilidade e proteger os ramos nervosos de traumas acidentais leves. Cada vértebra é ligada à seguinte e à anterior por meio de ligamentos, músculos e tendões. Por dentro de cada vértebra há um canal por onde passa a medula espinhal que é a reunião dos neurônios que formam por sua vez os nervos que se condensam na medula espinhal. Mas entre cada vértebra há uma superfície de contato que não poderia ficar sem a devida proteção, caso contrario sofreria desgaste prematuro. O objeto que amortece e evita o desgaste é chamado de disco intervertebral. Este disco é semelhante aos discos de amortecimento utilizados em uma marca de tênis. Eles são discos de material fibroso que absorvem o impacto. Uma vez sabido isto, podemos descrever as principais patologias envolvendo a coluna. Podemos garantir que direta ou indiretamente a maioria absoluta dos problemas de coluna está associada ao disco intervertebral. Isto acontece porque cada disco é feito de material elástico que com o passar dos anos, sofrendo repetidos traumas e exercícios inadequados passa a sofrer processos inflamatórios que levam a sua calcificação. Uma vez calcificados, ou seja, com consistência semelhante a dos ossos ele passa a não mais amortecer e sim agir como uma “pedra” entre duas vértebras que promove dor, aumento de volume (edema) e muitas vezes compressão de terminações nervosas. Mas esta evolução lenta e gradual é vista em animais mais idosos, começando por volta dos sete anos de vida, muitas vezes são achados acidentalmente em radiografias feitas com outro objetivo. Mas as discopatias como são chamadas as lesões e processos ligados aos discos intervertebrais não são exclusividade de cães mais velhos. Quando acontecem em cães novos normalmente o processo

Problemas de Coluna

*Por Carlos Leandro Henemann

é agudo e muito mais severo, pois o disco intervertebral quando submetido a muita compressão ou em traumas severos como quedas, atropelamentos ou esforços em escadas podem não suportar a pressão e romper. Quando falamos em ruptura, ou melhor definindo, protrusão de disco intervertebral, a imagem que mais se aproxima disto é quando pisamos em uma laranja: ela vai deformar e achatar até o limite da resistência da sua casca, depois disto ela vai rasgar e todo o contudo será impulsionado para fora. Então quando um disco “rompe” o conteúdo vai em direção à medula espinhal, e esta compressão ocasionada gera isquemia (pouca oferta de sangue) e os neurônios morrem, gerando lesão permanente muitas vezes irreversível. O cão com protrusão de disco intervertebral (hérnia de disco) perde a movimentação e sensibilidade de partes do corpo, em regra geral quanto mais próximo da cabeça maior é a extensão do problema. Se for nas vértebras cervicais, o cão pode ficar tetraplégico. Se for na região lombar ele pode ficar paraplégico com as pernas paralisadas. Há outro problema envolvendo vértebras que em medicina humana chamamos vulgarmente de bico de papagaio, que são proliferações ósseas que as vértebras emitem buscando estabilizar o processo inflamatório gerado pela calcificação dos discos intervertebrais, mais comum em cães de idade avançada. Os tratamentos são o clínico conservador com repouso e medicamentos, com ênfase à principal complicação dos quadros neurológicos que é a cistite por não ou mau funcionamento da bexiga, que pode levar a quadros de infecção generalizada e insuficiência renal aguda. E o tratamento cirúrgico para descomprimir o canal medular. A fisioterapia feita por médicos veterinários devidamente treinados e habilitados, bem como a acupuntura têm se mostrado ferramentas cada vez mais imprescindíveis no tratamento de lesões medulares; Diante de tudo isto, podemos deixar as seguintes dicas: • Cães de raças predispostas não devem ficar subindo escadas, saltando degraus, pulando de sofás e camas, pois um dia o disco pode não aguentar e romper; • Cães de idade avançada devem pelo menos uma vez ao ano

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realizar radiografia de coluna para confirmar a formação de calcificações ou alterações vertebrais; Pacientes com dificuldade em urinar, defecar, levantar ou caminhar normalmente devem ser investigados para problemas de coluna; Animais que perdem a “força” nas pernas ou ficaram paralisados repentinamente devem ser levados com a máxima urgência para serem diagnosticados e medicados adequadamente; Hérnias de disco devem ser tratadas no máximo até seis horas após o acontecimento da lesão: quanto mais tempo levar, mais severa será a isquemia e menor a chance de recuperação completa; Alguns pacientes não respondem ao tratamento clínico devido à severidade da lesão, sendo direcionados para o tratamento cirúrgico; Cães das raças pequenas com corpos longilíneos como os Dachshunds, Lhasas, Shih-tzus, Pequineses têm maior predisposição a fazer hérnia de disco entre um e cinco anos, quando mais velhos a calcificação de disco é mais comum; Cães das raças Bulldog Francês e Inglês têm má formação em vértebras (hemi vértebras) com origem congênita, mas também sofrem de hérnia e calcificações; E os cães de grande porte fazem calcificação e anquiloses (bico de papagaio); O que diferencia os tipos de lesões mais frequentes são as particularidades anatômicas destas raças, mas mesmo cães sem raça definida ou de outras raças podem vir a ter discopatias.

* Carlos Leandro Henemann é Médico Veterinário (CRMV-Pr 4244) pela UFPR, pósgraduado em Clínica Médica e Cirúrgica pela UTP, e em medicina felina pela Qualittas, com Aperfeiçoamento em anestesia inalatória pela Unig e em Ortopedia Veterinária pela Anclivepa-PR. Atua na clínica Alles Blau, em Curitiba (www.allesvet.com.br).

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pet evento

Pet South America comemora uma dĂŠcada com 20 mil visitantes


Evento apresentou tecnologia, luxo e produtos naturais para pets

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décima edição da Pet South America aconteceu de 16 a 18 de outubro, no Expo Center norte, em São Paulo. Neste ano, o evento teve a marca de 20 mil visitantes. O principal evento do mercado pet da América Latina trouxe inovações e muita tecnologia. Dentre os destaques, bebedouros e comedouros com abertura e fechamento automáticos e GPS/rastreador que notificam o tutor sobre o distanciamento da área delimitada por mensagem SMS e e-mail. Além da aplicação de tecnologia, o uso de redes sociais para atendimento veterinário também foi uma das novidades apresentadas. “Estamos muito satisfeitos com a repercussão da feira e pela movimentação que tivemos durante estes três dias. Nestes 10 anos de excelentes resultados, a Pet South America se consagra como a vitrine do setor pet e veterinário da América Latina, proporcionando o espaço ideal para geração de negócios e novas parcerias”, comemora Ligia Amorim, diretorageral da NürnbergMesse Brasil, organizadora da Pet South America. Cerca de 200 marcas estiveram presentes no pavilhão vermelho do centro de convenções, apresentando seus produtos que prometem melhorar a vida dos pets e facilitar a dos tutores. Outro grande destaque foi a busca de produtos naturais para os pets. Entre os que seguem a linha sustentável, destacam-se rações feitas integralmente com ingredientes naturais sem aditivos químicos ou conservantes, água para beber da Amazônia com poder rejuvenescedor e enriquecido com antocianinas do açaí, granulado higiênico 100% natural e eco-sustentável para gatos e alimentos livres de cereais e transgênicos. “Para a indústria pet, a sustentabilidade só tende a crescer como uma marca importante

na filosofia e nos processos de toda a sua cadeia produtiva. Do consumidor final, percebemos um aumento na procura por opções cada vez mais alinhadas com a consciência ambiental e que, ao mesmo tempo, proporcionem saúde, longevidade e bem-estar aos seus bichos de estimação. Sem dúvidas, esta tendência se fortalece no promissor mercado pet brasileiro e mundial”, afirma Ligia Amorim. O luxo também marcou presença na décima edição da feira. Entre os lançamentos premium estavam: shampoo e sabonete com ouro 18k na formulação, dos nossos parceiros Pet Life, coleiras retráteis com cristais Swarowski, diamantes produzidos por uma tecnologia que retira o carbono do pelo do pet para usar na criação da joia, máscaras hidratantes, camas com espuma viscoelástica com tecnologia NASA, regenerador de calos, hidratação à base de vinhoterapia, fragrâncias inspiradas em Victoria’s Secret, pet hair laser, florais medicinais e acupuntura. Houve também uma novidade nesta edição para pequenos e microempreendedores: o Pavilhão Sebrae, com 12 micro e pequenas empresas, Espaço Aquarismo e o concurso de tosa Groom Brasil. A vencedora do Best in Show, a final do campeonato que nomeou o título de melhor groomer do Brasil, foi Maria Napoleão, que ganhou o prêmio de R$ 5 mil e kit de patrocinadores. Paralelamente à feira, foi promovido o Congresso das Especialidades, que uniu o CONPAVEPA (Congresso Paulista de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais) e CONPAVET (Congresso Paulista de Medicina Veterinária), os mais importantes eventos técnico-científicos do setor na América Latina. Durante os três dias, profissionais conferiram 28 especialidades de medicina veterinária em debate.

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comercial@conexaopet.com.br (41) 3016-4843


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