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Francisco De Arruda Rubano A delegacia

Francisco De Arruda Rubano

A delegacia

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A família de Fabiano resolveu ir para a cidade grande, em busca de trabalho e melhor condição de vida para os filhos. Com o pouco dinheiro que tinham,compraram uma passagem de ônibus para São Paulo. Depois de mais de 24h viajando, a família de Fabiano chegou à rodoviária de São Paulo. O filho mais novo fica encantado com aquele lugar enorme, cheio de ônibus chegando e saindo, a Sinhá Vitória fica espantada com tanta gente, Fabiano assustado e o filho mais velho, com medo.

Resolveram sair da rodoviária e buscar informações sobre onde ficava o Jaguaré, uma prima distante de Sinhá Vitória mandou o endereço, para eles ficarem uns dias até arrumarem um lugar só deles. Estavam com poucas sacolas porque não tinham muita roupa.

Eles chegaram à Favela do Jaguaré, e se perderam nas vielas perguntaram pela prima da Sinhá Vitória. Conseguiram, finalmente, achar a casa.

Depois de algumas semanas, a Sinhá Vitória arrumou um trabalho de diarista, Fabiano conseguiu um bico de ajudante de pedreiro e os filhos conseguiram vagas numa escola da favela. Nessa escola, os professores não davam aulas, por falta de respeito dos alunos e já houve assassinatos entre os estudantes. Os filhos de Fabiano ficaram assustados com a escola.

Um dia, depois de mais uma aula que não teve, o filho mais velho e o filho mais novo resolveram sair da favela para conhecer o mundo lá fora. Sem avisar os pais.

De repente, foram abordados violentamente por dois policiais que implicavam com o sotaque e com a cor da pele deles. Por estarem sem documentos, o filho mais velho apanhou do policial, o filho mais novo começou a chorar e a dizer que eles moravam com uma tia na favela do Jaguaré. Os policiais achando que eles eram traficantes, os conduzem até a delegacia, onde foram jogados em uma cela, temporariamente.

Fabiano e Sinhá Vitória chegaram em casa e perguntaram para a prima, onde estavam os meninos. A prima disse que não chegaram,deveriam estar brincando na rua, para não se preocuparem.

Depois de algumas horas, eles começaram a ficar muito preocupados. Sem notícias dos meninos, começaram a perguntar para as pessoas vizinhas e todos diziam que não os haviam visto. Sinhá Vitória começou a rezar e chorar de desespero. Saíram da favela e um senhor disse ter visto dois meninos entrarem num carro de polícia. Fabiano, ainda calmo, perguntou onde era a delegacia mais próxima e o senhor disse que não sabia.