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João Dorin Baptista Escola pra quem?

João Dorin Baptista

Escola pra quem?

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O tema escolhido são as raízes históricas do atual sistema educacional brasileiro e o entendimento de como as decisões históricas do Brasil se relacionam com a completa falência da escola pública nos dias de hoje. Na minha opinião, a Educação do Brasil sempre foi elitista e nunca fez jus ao verdadeiro nome que seria educação pública, ou seja, para todos.

Os primeiros registros de educação no Brasil datam de 1530, onde a igreja catequizava os indígenas e os filhos de grandes famílias, sendo o grande ponto de partida da educação, dos interesses políticos e das elites.

Já no Brasil Império (1822-1889), o espectro desse marco zero na educação brasileira tem como consequência 82,6% da população analfabeta. Em 1889 o pensamento positivista (fortemente baseado no iluminismo) ganhou bastante força no Brasil e em 1920 o diretor geral da instrução pública Sampaio Dória implementou uma reforma nas escolas públicas paulistas, onde crianças de 7 a 12 anos teriam de ir obrigatoriamente a uma escola semelhante ao fundamental I. Com o tempo, Paraná, Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco também aderiram à reforma, fazendo o número de analfabetos cair para 72,4%, queda de 10,2%, comparado por exemplo com a Argentina que tinha 71,2%. Ainda assim, a maior parte dos brasileiros permanecia analfabeta. A partir de 1950 a taxa de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas já era menor, com taxas entre 40% e 30% entre os anos de 1960 e 1980. Novamente comparando com a Argentina, em 2015 apenas 0,8% da população acima de 15 anos era analfabeta. O país só perdia para Cuba, que tinha 0,2% de sua população analfabeta. Em 2020 o analfabetismo desses jovens de 15 anos ou mais no Brasil chegou a 10%. No entanto, o número de crianças de seis e sete anos que não sabem ler e escrever cresceu. Ao todo, 2,4 milhões de crianças brasileiras não estão alfabetizadas nesta faixa etária. O número corresponde a quase metade (40,8%) do grupo inteiro. Em 2012 o percentual atingiu 28,2% chegando a 40,8% em 2021, muito devido à pandemia. Compreende-se portanto que não há uma prioridade de governo para que a taxa de escolaridade no Brasil fique menor, pois ao longo da trajetória da escola pública no Brasil ainda 10% dos jovens não possuem escolaridade e são analfabetos. No atual cenário Brasileiro, recentemente o presidente Jair Messias Bolsonaro bloqueou mais 1 bilhão nos investimentos relacionados à Educação e notícias apontam que esse orçamento foi desviado para o orçamento secreto utilizado para compra de interesses de parlamentares.