JORNAL
SUBÚRBIO O REFÚGIO DOS INFELIZES Morre o pobre e corajoso Antônio da Silva Marramaque Aos dezoito anos, no fundo de um "armazém" da roça, assassinado, devido à grandeza do seu caráter e à sua coragem moral. Não fez versos ou os fez maus; mas, ao seu jeito, foi um herói e um poeta... Que Deus o recompense!
PG. 3
Cassi não se abala ao saber que desgraçou vida de moça “Home qui mi" fez mal, que "mi" desonrou, "mi pois" nesta "disgraça“, diz mulata ao revelar que seu filho está na prisão PG.4
Clara dos Anjos: filha de Joaquim moradora do subúrbio é retrato de negras que sofrem em uma sociedade machista e extremamente segregada A única filha do carteiro, Clara, fora criada com o recato e os mimos que, na sua condição, talvez lhe fossem prejudiciais. Puxava a ambos os pais. Crescera cheia de vapores de modinhas e enfumaçara a sua pequena alma de rapariga pobre e de cor com os dengues e o simplório sentimentalismo amoroso dos descantes e cantarolas populares. Raramente saía, a não ser para ir bem perto, à casa de Dona Margarida, aprender a bordar e a costurar, ou com esta ir ao
cinema e a compras de fazendas e calçado. Essa clausura mais alanceava sua alma para sonhos vagos, cuja expansão ela encontrava nas modinhas e em certas poesias populares. Com esse estado de espírito, o seu anseio era que o pai consentisse na visita do famoso violeiro, cuja má fama ela não conhecia nem suspeitava, devido ao cerco desvelado que a mãe lhe punha à vida; entretanto, supunha que ele tirava do violão sons mágicos e cantava coisas celestiais.
PG. 2
Humilhada, Clara é expulsa da casa dos pais de Cassi MAMÃE! MAMÃE! NÓS NÃO SOMOS NADA NESSA VIDA.
Produção: Andressa de Oliveira Nascimento Giovanna Farias Rodrigues Guilherme Kozien Roczon Isabella Rita Pramio Ribeiro Mariana Terencio Cuduh Vítor André Guaresi Portela
Fora preciso ser ofendida irremediavelmente nos seus melindres de solteira, ouvir os desaforos da mãe do seu algoz, para se convencer de que ela não era uma moça como as outras. PG. 5
331