Resolução da Executiva Nacional da CNTRV/CUT

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Natal, 18 de novembro de 2016.

RESOLUÇÕES DA EXECUTIVA NACIONAL DA CNTRV-CUT A Direção Executiva da Confederação Nacional do Ramo vestuário da CUT, CNTRV, reunida em Natal – Rio Grande do Norte, nos dias 17 e 18 de novembro, fez uma análise de conjuntura política e discutiu um conjunto de orientações para os sindicatos filiados na busca de realizar um enfrentamento ao governo ilegítimo de Michel Temer. Estas orientações têm como foco as ações políticas para o fortalecimento dos sindicatos e assim combater a retirada de direitos deste governo golpista que está aliado com os patrões e a mídia de direita e golpista.

Diante dos novos cenários político e econômico que vêm se constituindo no pós-golpe, reafirmamos a importância de atualizar a nossa estratégia de ação para um longo e duro período de luta e de resistência por parte da classe trabalhadora.

Na avaliação da direção executiva da CNTRV-CUT, para atingir seu objetivo de restauração neoliberal, as forças que apoiaram o golpe não se importam em colocar em risco a democracia brasileira e desconstruir o Estado de Direito. Seu objetivo é destruir o projeto de desenvolvimento com inclusão social desenvolvido nos últimos 14 anos, substituir a política externa deste período, altiva e ativa, por uma política subalterna aos interesses das empresas multinacionais e das potências centrais do sistema capitalista, defensoras, o plano internacional do ideário neoliberal.

O projeto das forças golpistas é conhecido por todos nós: a defesa do Estado mínimo e da política de austeridade para combater a crise econômica; a diminuição do investimento na proteção social para sobrar recursos para pagar juros da dívida pública e enriquecer ainda mais os setores rentistas da sociedade, como proposto pela PEC 241 aprovada na câmera dos deputados e agora a mesma com nome de PEC 55 que irá ao Senado federal ; a retirada de direitos trabalhistas para aumentar o lucro das empresas; a privatização de empresas e serviços essenciais e a entrega, a preços irrisórios, de nossas riquezas, como o Pré-Sal, à exploração de empresas estrangeiras; a criminalização dos movimentos sociais e a brutal repressão aos


participantes em atos de oposição e resistência às arbitrariedades do governo; a ação da Lava Jato, que prende suspeitos de crime com base em processos de delação ou em suposição de que tenham cometido crime; a cumplicidade do poder judiciário com o processo de impeachment da presidenta Dilma e os recentes julgamentos do STF retirando direitos dos/as trabalhadores/as.

Esses processos estão intimamente entrelaçados. Significam a inequívoca ruptura do Estado de Direito e a transição em direção a um regime de exceção, acobertado pela imagem transmitida pela mídia de normalidade democrática e respeito às normas constitucionais.

Contra essa agenda regressiva, a CUT vem mobilizando suas bases, organizando os trabalhadores e trabalhadoras nas mobilizações e greves, como foi realizado no dia 11 de novembro. Por isso nossa palavra de ordem é NENHUM DIREITO A MENOS!

Com objetivo de organizar os sindicatos do ramo vestuário, a direção executiva nacional da CNTRV-CUT orienta os sindicatos filiados a desenvolver as seguintes ações:

1)

Com o objetivo de preparar e capacitar os dirigentes sindicais no ramo vestuário,

orientamos que os sindicatos realizem reuniões da diretoria nos sindicatos e nestas reuniões realizem análise de conjuntura política, buscando convidar dirigentes da CUT (estadual e nacional) ou do ramo Vestuário para fazer o debate político com os dirigentes sindicais;

2)

Que os sindicatos filiados realizem cursos de formação sindical e política para os dirigentes

sindicais, na busca de qualificar a atuação sindical e constituir uma matriz ideológica para os dirigentes sindicais, na busca de compreensão do projeto político da classe trabalhadora;

3)

Que os sindicatos filiados realizem plenárias e atividades com a juventude trabalhadora e a

juventude na sociedade, como também se aproximar e desenvolver relações políticas com movimentos de ocupações dos jovens nas escolas e universidades;

4)

Que os sindicatos filiados realizem assembleias nas portas de fábricas para alertar e

conscientizar os trabalhadores e trabalhadoras sobre a retirada de direitos promovidas por este governo golpista e patrões que querem fazer uma reforma trabalhista;

5)

Que os sindicatos filiados façam boletim e jornal nos sindicatos para conscientizar os

trabalhadores sobre a tentativa de retirada de direitos pelos patrões e governo golpista e governo


ilegítimo, alertando os riscos para classe trabalhadora, buscando entregar estes jornais e boletins em mãos aos trabalhadores e trabalhadoras;

6)

Que os sindicatos filiados construam relações políticas com os movimentos sociais na

busca de constituir parcerias para enfrentamento ao governo golpista e ilegítimo;

7)

Que os sindicatos façam a confecção de faixas e bandeiras, como também materiais de

divulgação para utilizar nas mobilizações, passeatas e greves.

É fundamental que todas nossas entidades filiadas se integrem nesta luta, levando esta discussão para os locais de trabalho e fazendo o diálogo com os/as trabalhadores/as, advertindoos/as dos riscos que estão correndo.

Junto da bandeira NENHUM DIRFEITO A MENOS, erguemos outras, que expressam nossa posição e o sentido da nossa luta política neste momento: FORA TEMER! DIRETAS JÁ! REFORMA POLÍTICA COM CONSTITUINTE EXCLUSIVA E SOBERANA.

Direção Nacional executiva da CNTRV-CUT


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