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Instituto de Cirurgia Robótica atingiu marca de mais de 1800 cirurgias em Minas Gerais
Desde 2016, o Estado conta com tecnologiatrazida pela Feluma
A cirurgia robótica é uma das maiores conquistas da medicina e, com a aceleração da transformação digital, certamente vai evoluir ainda mais nos próximos anos. O sistema robótico do Hospital Vila da Serra foi o primeiro a ser implantado no Estado, em 2016, graças à aquisição viabilizada pela parceria com a Feluma, mantenedora do Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas.
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De acordo com o professor José Eduardo Távora, urologista e diretor técnico do Instituto de Cirurgia Robótica, a ideia de trazer a tecnologia para o Estado nasceu em 2015, quando um grupo de especialistas em procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos iniciou, na Feluma, as discussões sobre os benefícios da cirurgia com robôs.
Pouco mais de um ano depois, a Feluma apresentava à comunidade médica e à sociedade o equipamento Da Vinci ® , robô de última geração produzido pela empresa norte-americana Intuitive. De acordo com Dr. Távora, foi o primeiro projeto no Brasil a ser implantado por uma instituição de ensino, aliando formação acadêmica e prática, beneficiando diversos pacientes. “Desde 2013, sentíamos a necessidade de implantar a plataforma aqui, pois, até então, tínhamos que nos mobilizar para levar os pacientes para operarmos em São Paulo”, conta o médico, que foi um dos primeiros profissionais mineiros qualificados para utilizar o Da Vinci ® , por meio de intercâmbios com instituições de ensino nos Estados Unidos.

Prof. Távora, da FCM-MG, foi o 1º médico em Minas a fazer um procedimento utilizando o robô Da Vinci ®
No dia 20 de setembro de 2016, Dr. Távora realizou a primeira cirurgia robótica no Estado: uma prostatectomia radical (retirada da próstata). De lá para cá, o Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas ampliou a atuação e implantou mais três robôs, por meio de parcerias com os hospitais Felício Rocho, Vera Cruz e Uberlândia Medical Center, totalizando quatro dos cinco robôs existentes hoje em Minas.

A Feluma e o Instituto de Cirurgia Robótica comemoraram a marca de 1.800 cirurgias realizadas, até junho deste ano, nos quatro hospitais parceiros. “Queremos ampliar parcerias para implantação de plataformas e também estender os procedimentos para outras áreas da Medicina que podem utilizar a tecnologia”, enfatiza Dr. Távora. “Hoje a plataforma robótica é utilizada em cirurgias urológicas, torácicas e abdominais. No entanto, já está em curso um projeto para realização de cirurgias pediátricas e de cabeça e pescoço”, relata.
Máxima precisão
A cirurgia robótica foi criada com foco na realização de procedimentos cardíacos. No entanto, devido à alta precisão, visão tridimensional e alcance de áreas anatomicamente escondidas, vem sendo amplamente utilizada em urologia – especialmente na realização de intervenções nos rins e prostatectomia, procedimento indicado para o tratamento de alguns casos específicos de câncer de próstata.
Como afirma o professor José Eduardo Távora, os ganhos em relação a uma cirurgia convencional são bastante consideráveis. “Há uma significativa redução da agressividade do trauma cirúrgico, melhor alcance de determinadas áreas corporais, menor sangramento, rápida recuperação pós-operatória e melhor recuperação funcional, com destaque para a significativa redução das chances de sequelas.”
Além disso, as cirurgias laparoscópicas se tornaram uma evolução importante para cirurgia minimamente invasiva com a definição full HD na imagem 2D, apesar de não magnificar a imagem como a robótica.
Já nas operações robóticas, a imagem em 3D, com sua amplificação e compreensão da anatomia, dão uma melhor noção de profundidade e sem tremor manual. Isso trouxe um ganho expressivo na realização dos procedimentos.
Experiências positivas
O paciente Vladimir Ribeiro passou pelo procedimento no Hospital Vila da Serra, há pouco mais de um ano. Ele relata que estava em processo de perda de peso, quando teve o diagnóstico de câncer. “Foi um susto tremendo para mim e minha família, porque a palavra ‘câncer’ sempre amedronta. Mas decidi ir à luta.”
Aos 55 anos, com três filhos e esposa, seu maior receio era não conseguir vencer a doença. Também o preocupavam as sequelas que a cirurgia, tratamento mais indicado no seu caso, pudesse ocasionar. Foi então que o urologista Marcelo Salim aconselhou a cirurgia robótica. “Fiquei animado quando soube que as chances de eu ter problemas funcionais seriam bem menores. Não tive incontinência, meu aparelho urológico não foi danificado, e fiquei apenas dois dias internado. Minha recuperação foi muito rápida, e não precisei realizar nenhum tratamento complementar. Para mim, valeu muito a pena”, descreve.
Às vésperas de completar 50 anos, o ex-jogador do Clube Atlético Mineiro Hélcio Roberto Alisk recebeu o diagnóstico de câncer de próstata. Com excelente histórico médico e disciplinado em relação aos exames e consultas periódicas, ele nem sequer imaginava que pudesse ter que enfrentar a doença. Após o diagnóstico, ele foi encaminhado para a equipe de cirurgia robótica. Além da prostatectomia, Hélcio passou pela correção de uma hérnia umbilical, na mesma ocasião. “Mesmo tendo passado por dois procedimentos diferentes, minha recuperação foi ótima, e levo uma vida normal, com todas as minhas funções intactas, como se nada tivesse acontecido”, relata, satisfeito. Segundo ele, a decisão pelo procedimento levou em consideração as indicações de amigos, que já haviam passado pela experiência, bem como de profissionais, com os quais também se consultou. “A convicção de que tudo daria certo e a segurança transmitida por Dr. José Eduardo Távora foram o que mais pesou na balança”, afirma.
Sua saúde não pode esperar
Quem precisa de tratamento tem pressa no atendimento. Por isso, o Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas de Minas Gerais está preparado e seguindo rigorosamente todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para dar o máximo de segurança para pacientes e equipe.
Para preservar o bem-estar de todos, os pacientes são direcionados, dentro da Instituição hospitalar, para áreas exclusivas, livres de Covid-19, e seguem os fluxos e regras recomendados pela OMS. Por se tratar de procedimento minimamente invasivo, com recursos altamente modernos e avançados, a recuperação é mais rápida, e o tempo de internação, menor, o que reduz o risco de contágio.
Marcos da Cirurgia Robótica em Minas
20 DE SETEMBRO DE 2016 - Feluma e Hospital Vila da Serra anunciam a aquisição e a chegada da primeira plataforma robótica Da Vinci © a Minas Gerais
31 DE SETEMBRO DE 2017 - Implantação da plataforma robótica no Hospital Felício Rocho
23 DE ABRIL DE 2019 - Implantação da cirurgia robótica no Hospital Vera Cruz
31 DE AGOSTO DE 2019 - A cidade de Uberlândia sai na frente ao receber a primeira plataforma de cirurgia robótica do Triângulo Mineiro. O robô foi instalado no Hospital Uberlândia Medical Center (UMC).
MARÇO DE 2020 - Feluma e hospitais parceiros comemoram o marco de 1.800 cirurgias realizadas por meio da plataforma robótica Da Vinci © em Minas Gerais.
Workshop de Robótica
Profissionais de renome compartilharam conhecimentos sobre as principais aplicabilidades da Cirurgia Robótica nas modalidades Torácica e Urológica. Especialistas, alunos da Pósgraduação Ciências Médicas – MG, enfermeiros e instrumentadores tiveram a oportunidade de discutir as novas técnicas e tendências no campo da cirurgia robótica, bem como as suas diversas funcionalidades, e puderam assistir à apresentação de casos clínicos. A abertura do workshop foi comandada pelo professor José Eduardo Távora, urologista e diretor técnico do Instituto de Cirurgia Robótica Ciências Médicas, que apresentou dados sobre o sistema robótico do Hospital Vila da Serra.