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NOVO MUSEU DO PRESÉPIO DE ALENQUER ULTRAPASSA AS MIL VISITAS
DESDE 1 DE DEZEMBRO QUE ALENQUER TEM UM ESPAÇO QUE DÁ A CONHECER A LIGAÇÃO ENTRE A VILA E O PRESÉPIO. MUSEU TEM DOIS NÚCLEOS EXPOSITIVOS E REÚNE 40 OBRAS DE ARTISTAS DE TODO O PAÍS. ESPAÇO PODE SER VISITADO DE TERÇA-FEIRA A SÁBADO. A vila de Alenquer é desde há várias décadas conhecida como Presépio de Portugal. A ligação ao Presépio Monumental está intrinsecamente relacionada com a história das suas gentes, sendo atualmente uma das marcas do concelho mais reconhecidas no país. Como forma de materializar essa ligação e reforçar o epíteto, o município inaugurou a 1 de dezembro o Museu do Presépio de Alenquer. O novo espaço museológico da vila tem-se revelado um verdadeiro sucesso de adesão. Poucos dias após a abertura, já tinham sido contabilizados 1300 visitantes, provenientes de vários pontos do país, tais como Braga, Matosinhos, Viseu e Sines. A maior afluência registou-se a 12 de dezembro, com um total de 255 visitas. Os números reforçam aquela que foi uma aposta sólida do município. O espólio reúne um leque de aproximadamente quarenta obras, de artistas provenientes de todo o país, entre as quais um exemplar do “Bom Pastor”, da autoria de Delfim Manuel, maior ceramista português da atualidade. Criada de propósito para a ocasião, a obra ilustra vários momentos da história de Alenquer, concentrando a atenção de todos os visitantes, pela imponência e minúcia do detalhe. O museu é pautado por um simbolismo único, que liga a história do presépio à história de Alenquer, e procura ser mais um ponto de visita obrigatória, tendo em vista também a dinamização da zona da judiaria, situada na parte mais alta da vila. “Foi uma ideia feliz. É importante para quem nos visita perceber o que é o Presépio e também o que cada artista concebeu na sua cabeça como presépio. Acho que está muito interessante por causa disso. Espero que anime a zona da vila alta. Quem visita o museu, acabará por dar uma volta pela zona da Judiaria, que é muito bonita. Talvez traga mais pessoas para a vila alta, o que seria muito importante para Alenquer”, afirmou Pedro Folgado, presidente da Câmara Municipal de Alenquer.
A cerimónia de inauguração contou com a presença de vários ilustres do concelho e figuras das artes e cultura nacionais, caso de Anísio Franco, subdiretor do Museu Nacional de Arte Antiga, que cedeu também algumas obras ao espólio do museu alenquerense. Destaque também para a presença de João Mário, antigo presidente da câmara e uma das mentes ligadas à edificação do icónico Presépio Monumental da vila, em 1968. O vereador para a Cultura e Turismo, Rui Costa, enalteceu a importância do museu para a promoção do concelho alémfronteiras.
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É um museu exíguo na sua área, mas assoberbante na sua história. Foi feito para dar a conhecer ao detalhe a história do presépio e a sua ligação afetiva a Alenquer. As obras representam a expressão natalícia, desde a sua forma mais clássica e romântica, à mais ousada e contemporânea, numa explosão estética que apenas a arte nos providencia. Encerram em si um enorme potencial de conhecimento, curiosidade e esperança no futuro.” Já Paulo Monteiro, museólogo responsável pelo projeto, destacou a “responsabilidade” de dar vida a um museu cujo espólio está tão interligado às gentes do concelho. “É um património de todos mas sobretudo de Alenquer. Costumo dizer que o mais fácil é construir museus, o mais complicado é quando as portas abrem. A partir daí, é uma enorme responsabilidade. Alenquer tem essa responsabilidade. É a vossa terra, a vossa história, as memórias de outrora e as que o futuro trará. É um novo futuro que nos encerra a todos dentro de uma casa de mistério, de fé e, sobretudo, de esperança num mundo melhor.” O Museu do Presépio de Alenquer pode ser visitado de terça-feira a sábado, entre as 10h e as 17h.