Clínica Veterinária n. 124

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GUIDELINES

COLAVAC/FIAVAC – Estratégias para vacinação de animais de companhia: cães e gatos PONTOS CHAVE 4Vacinação é um ato médico. 4Vacinas devem ser utilizadas exclusivamente por médicos veterinários, considerando-se os prós e os contras da vacinação para o paciente e para a população. 4O médico veterinário deve educar seus clientes quanto aos riscos associados à não vacinação e ao excesso de vacinações. 4O objetivo a ser alcançado é o melhor estágio de saúde animal possível com o mínimo de eventos adversos, com base em mérito científico. 4Os animais só devem ser considerados imunizados após a aplicação da última dose recomendada para a primovacinação, segundo a espécie e a idade. 4A vacinação é uma das melhores armas de que os médicos veterinários dispõem para manter seus pacientes saudáveis. 4É responsabilidade dos médicos veterinários utilizar vacinas de qualidade. 4É responsabilidade dos médicos veterinários assegurarem a conservação das vacinas conforme recomendação de seus fabricantes.

A

diversidade de possibilidades e opções para vacinação de cães e de gatos exige da classe de clínicos veterinários de animais de companhia atualização constante e, por que não dizer, solução de eventuais confrontos com os responsáveis pelos animais. No mundo globalizado, no qual a internet convence mais que os especialistas, principalmente quando matérias tendenciosas são veiculadas, esses confrontos tendem a se agravar. Portanto, para atualizar os médicos veterinários e para dar a eles uma regra geral reconhecida e isenta a ser seguida, a Federación Iberoamericana de Asociaciones Veterinarias de Animales de Compañía (FIAVAC), criou o Comité Latino Americano de Vacunología en Animales de Compañía (COLAVAC) que, juntamente com a Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Animais de Companhia (ANCLIVEPA-BR), assumiu esta responsabilidade no Brasil. O COLAVAC-Brasil elaborou este guia para ser uma fonte de informação aos médicos veterinários de animais de companhia sobre o uso de vacinas no controle de enfermidades infecciosas, com a finalidade de melhorar a saúde e o bem-estar de cães e de gatos em todo o país. É importante que os médicos veterinários se certifi114

quem de que os animais se encontram saudáveis e em condições de receber as vacinas antes de aplicá-las. Além disso, a garantia da qualidade do produto a ser aplicado é compartilhada pelo médico veterinário e pela empresa fabricante. Deve-se ter em mente que todo o material que entra em contato com as vacinas pode interferir no resultado da imunização (por exemplo, solução degermante, seringas ou agulhas) e que as condições de armazenamento das vacinas são decisivas para manter a qualidade do produto ou torná-lo ineficaz. As recomendações contidas neste guia não devem ser interpretadas como obrigatórias. Necessidades individuais dos pacientes, recursos disponíveis e outras limitações devem ser considerados. É altamente recomendável que todos os animais de companhia recebam o benefício da vacinação. Isso não só protege o indivíduo como também promove a chamada “imunização de população”, que minimiza a probabilidade de surtos de doenças infecciosas em dada região. Para facilitar a decisão dos médicos veterinários, as vacinas foram divididas em essenciais e complementares. As essenciais são aquelas que todos os cães ou todos os gatos devem receber; já as complementares são aquelas cuja decisão de uso caberá aos médicos veterinários na dependência da necessidade, considerando a epidemiologia local e o estilo de vida dos animais. Cabe ressaltar que, apesar de a imunização efetiva ser o objetivo primário de toda a vacinação, ela dificilmente será alcançada em todos os animais de uma população. Devemos ter como objetivo a vacinação de todos os animais, e vacinar menos frequentemente cada indivíduo. Sabemos que as vacinas são benéficas, embora não sejam isentas de riscos. Como os riscos são mínimos, elas devem ser parte da atividade rotineira de cuidados preventivos com a saúde dos animais. Exatamente por serem, em sua maioria, indicadas para prevenir infecções, bem como para prevenir as doenças subsequentes às infecções, é imprescindível que sejam aplicadas em animais saudáveis. Atualmente existem várias opções de vacinas no mercado internacional, inclusive no brasileiro. De forma geral, elas podem ser agrupadas como não infectantes ou infectantes. No Brasil, nem todas as possibilidades de cada grupo estão disponíveis no mercado; mesmo assim, a grande variedade de produtos possibilita livre escolha aos médicos veterinários para determinar quais vacinas devem ser administradas. Além disso, cabe também aos médicos veterinários decidir sobre a necessidade da administração de vacinas complementares e, mais ainda, a

Clínica Veterinária, Ano XXI, n. 124, setembro/outubro, 2016


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