Jornal da Manhã - Terça-feira - 03-07-18

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Jornal da Manhã

Terça-feira, 3 de julho de 2018

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COTRIJUI

Dívidas superam patrimônio em três vezes

A Cotrijui realiza na próxima sexta-feira, a primeira assembleia geral sob a gestão judicial, que assumiu a cooperativa em fevereiro deste ano. O encontro servirá para a prestação de contas do período, além da apresentação do balanço financeiro de 2017 que, até então, era desconhecido até mesmo da antiga diretoria. Nomeado interventor judicial pela 1ª Vara Cível do Fórum de Ijuí, o advogado Rafael Brizola Marques falou, ontem, sobre a assembleia desta semana. Ele se limitou a informar que a reunião com associados servirá para a apresentação dos resultados da gestão judicial, sem informar se algum tipo de deliberação estará disponível. Apesar disso, a tendência é a de que os associados sejam, ao menos, indagados sobre a continuidade ou não do processo de recuperação pela via judicial, onde o patrimônio da cooperativa seria liquidado para o pagamento dos credores. Segundo o próprio interventor,

porém, mesmo a venda de todo o patrimônio pelo valor contábil estimado não cobriria o volume de dívidas. "Levantamos as demonstrações contábeis até o fim de 2017, que apresenta um passivo de R$ 2,2 bilhões, gerando um passivo a descoberto de R$ 1,5 bilhão, considerando que temos uma margem de R$ 700 milhões em ativos", admite o interventor. O trabalho, a partir de agora, focará na avaliação do valor real dos ativos, e quanto poderá ser alcançado em valores com o patrimônio. "Na semana passada estivemos nos Estados de Mato Grosso e Goiás, porque a cooperativa tem áreas lá. E já foi possível constatar que existem posseiros (agricultores que ocupam terras que não estão sendo utilizadas), pois há muito tempo não ia alguém da cooperativa lá. Então é difícil saber se os ativos da Cotrijui valem aquilo que está lançado no balanço", afirma Brizola Marques. Entre credores trabalhistas, fornecedores e bancos, a Cotri-

jui tem contra si mais de 2,5 mil processos de cobrança. Em 2013, a Cotrijui entrou em liquidação extrajudicial, ou seja, as contas seriam saneadas a partir de decisões sancionadas pelo próprio quadro associativo. Com a intervenção da Justiça, é possível que seja decretada a liquidação judicial, quando o patrimônio é vendido a fim de pagar credores. "Os passivos mais antigos terão que ser objeto de decisão judicial. Se liquidar, é um processo semelhante ao de uma falência, no qual se vende os bens e paga-se os credores possíveis. Ou se busca uma alternativa, e a assembleia servirá, também, para ouvirmos os associados e interessados neste processo", relata o advogado. Redução de estrutura Diante da penúria financeira da Cotrijui, uma das ações mais contundentes da administração judicial foi o arrendamento de estruturas, a fim de angariar recursos à cooperativa. Houve, porém, casos de estruturas onde não apareceram interessados, como a unidade de

Operação do MP na Cotrijui foi seguida de destituição da diretoria e intervenção

arroz, em Dom Pedrito. Outras unidades, como a agroindústria de beneficiamento de grãos e o supermercado, até receberam ofertas, mas os negócios propostos foram considerados insatisfatórios. Já unidades de recebimento de grãos, por exemplo, localizadas em toda a região Noroeste foram arrendadas, quando também foram encerrados contratos de trabalho com os empregados nas

estruturas. Enquanto a cooperativa contava com mais de mil empregados em fevereiro, o mês de junho fechou com, aproximadamente, 300 trabalhadores. A queda significativa se deve ao arrendamento do frigorífico da Cotrijui - que segundo o interventor judicial era uma operação que gerava prejuízos - contava com mais de 600 trabalhadores, agora ligados aos arrendatários.

Programa do Sicredi incentiva projetos na região

Divulgação de projetos contemplados foi feita na manhã de ontem, em Ijuí

Em evento realizado ontem, na agência Ijuí Centro, a Sicredi das Culturas RS divulgou os projetos contemplados no Programa Empreender para Transformar (PET), inscritos nas três agências do município. Promovido pela instituição financeira cooperativa, a iniciativa tem como objetivo fomentar as ações sustentáveis e locais desenvolvidas através de projetos educacionais, culturais, esportivos e ambientais. A partir disso, busca contribuir com o desenvolvimento humano e, consequentemente, das comunidades, bem como, promover os valores e princípios do cooperativismo. No município de Ijuí foram 27

projetos aprovados que receberão o total de R$ 53,3 mil em recursos. Na área de ação da Sicredi das Culturas RS foram inscritos 204 projetos, sendo que 119 foram contemplados pelo programa, totalizando R$ 243.662,37 destinados às entidades para subsidiar as iniciativas. Conforme o presidente da cooperativa, Antenor José Vione, “a partir desta iniciativa conseguimos auxiliar e viabilizar diversas ações importantes para a região onde atuamos. Além disso, mostramos que para além de resultados financeiros, buscamos também agregar e fortalecer os nossos programas sociais, mostrando que o engajamento com a

comunidade é um dos pilares da nossa existência. É importante salientar que o valor reservado para cada agência é correspondente ao resultado dela no ano anterior”, disse. A partir de agora a instituição financeira cooperativa fará o acompanhamento do desenvolvimento destes projetos. O valor já está disponível para as entidades, que devem acessar o site do Programa, receber o recurso e posteriormente, realizar a comprovação dos investimentos. A lista de contemplados e o acompanhamento das ações apoiadas pelo PET podem ser acessadas pelo site www.pertencersicredi.com.br/pet.


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