Jornal da Manhã - Quinta-feira - 09-09-2021

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Jornal da Manhã

QUINTA-FEIRA, 9 dE sETEmbRo dE 2021

PROTESTOS

Mobilizações marcam o 7 de Setembro Manifestantes favoráveis ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ocuparam a BR-285 no trevo de acesso à avenida José David Martins no feriado de 7 de Setembro. Vestindo camisetas verde e amarela os manifestantes levaram faixas pedindo "a destituição do STF e parte do Congresso Nacional". Os atos tomaram as ruas da maioria das cidades brasileiras, em mobilizações de um lado favoráveis ao governo de Jair Bolsonaro e contra o Supremo

Tribunal Federal , enquanto também houve atos contrários, como o Grito dos Excluídos Mesmo com a chuva contínua, durante o período da manhã, os ijuienses se organizaram sob tendas e muitos permaneceram à beira da rodovia com guardachuvas. O movimento ganhou força no período da tarde com a trégua da chuva, totalizando mais de sete mil participantes na mobilização. Vereadores, secretários e o prefeito Andrei Cossetin estiveram presentes

Em Ijuí mais de sete mil pessoas participaram da manifestação na terça-feira

no ato. Conforme um dos organizadores do movimento, Jusiê de Moraes a adesão superou as expectativas. "Nós sabíamos que a mobilização seria gigantesca e a participação de todos mesmo com chuva durante a manhã abrilhantou a manifestação, que ocorreu de forma pacífica. Foi uma manifestação democrática, baseada no descontentamento de uma grande parcela da sociedade", declara. O deputado federal Marcelo Moraes, do PTB, esteve presente na manifestação. O presidente Jair Bolsonaro esteve presente nas mobilizações em Brasília e São Paulo e diante de uma multidão de apoiadores, reiterou ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele teve como principal alvo o ministro da Corte Alexandre de Moraes."(...) Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda

Arthur Lira pede pacificação dos Poderes Pressionado por líderes partidários, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu fazer um pronunciamento após as manifestações de 7 de Setembro, bem como a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nos atos em São Paulo e em Brasília. "Os poderes têm delimitações. O tal quadrado deve circunscrever o seu raio de atuação. Isso define respeito e

Arthur Lira

harmonia", começou Lira para, em seguida, afirmar que "não pode admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas como a do voto impresso. Uma vez definida, vira-se a página." Lira defendeu a "pacificação" entre os poderes e disse que o país tem compromisso "inadiável" com as urnas eletrônicas em 3 de outubro de 2022, ao se referir às eleições do ano que vem. Lira não mencionou diretamente o presidente Jair Bolsonaro nem se referiu à possibilidade de abrir processo de impeachment, com base em um dos vários pedidos protocolados na Câmara. Pela Constituição, cabe unicamente ao presidente da Câmara dar início ao procedimento do impeachment. Até agora, Lira não demonstra estar disposto a aceitar algum dos pedidos. Em duas oportunidades durante o pronunciamento, Lira defendeu a urna eletrônica. Na época da votação, Lira disse que Bolsonaro se comprometeu a não voltar ao tema caso o projeto fosse derrotado, mas mesmo assim Bolsonaro e os manifestantes de terça atacaram as urnas eletrônicas."O único compromisso inadiável e inquestionável está marcado para 3 de outubro de 2022, com

as urnas eletrônicas. São as cabines eleitorais, com sigilo e segurança, em que o povo expressa sua soberania. Que até lá tenhamos todos serenidade e respeito às leis, à ordem e, principalmente, à terra que todos nós amamos", afirmou Lira. Lira criticou "bravatas em redes sociais" que, segundo ele, causam efeitos negativos no "Brasil de verdade". "Conversarei com todos, e com todos os poderes. É hora de um basta a essa escalada em um infinito looping negativo. Bravatas em redes sociais, vídeos e um eterno palanque deixaram de ser um elemento virtual e passaram a impactar o dia a dia do Brasil de verdade. O Brasil que vê a gasolina chegar a R$ 7 reais, o dólar valorizado em excesso e a redução de expectativas", disse o presidente da Câmara. Lira afirmou ainda que a Câmara vai se colocar como um "motor da pacificação". Ele enfatizou que o país não conseguirá superar a crise socioeconômica sem união e solidariedade. "A Câmara dos Deputados apresenta-se hoje como um motor de pacificação. Nosso País foi construído com união e solidariedade e não há receita para superar a grave crise socioeconômica sem estes elementos", completou.

Grupos a favor do presidente Bolsonaro fazem atos em Brasília e em 26 capitais

de pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe mais", afirmou Bolsonaro. Na capital federal, ele afirmou que convocaria o Conselho da República, colegiado em que se discutem temas como intervenção federal, estado de defesa e de sítio. O ato Grito dos Excluídos realizou manifestações no Estado com mensagens contra o governo

Bolsonaro. Em Ijuí a manifestação contra Bolsonaro foi cancelada em razão da chuva registrada pela manhã. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Amarildo Censi, afirma que a manifestação teve como objetivo defender a democracia, denunciar as quase 600 mil mortes por conta da covid-19 e protestar contra a inflação e o desemprego.

"Há uma crise real no País", declara Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarou que há uma "crise real" no País, e que a solução para problemas como a fome e a miséria "não está no autoritarismo, não está nos arroubos antidemocráticos, não está em questionar a democracia". "Uma crise real de fome e de miséria que bate à porta dos brasileiros, sacrificando a dignidade das pessoas. De inflação, com a perda do poder de compra dos brasileiros, as coisas estão mais caras. A crise do desemprego, a crise energética, a crise hídrica. Uma pandemia que entristeceu muito o País", enumerou Pacheco. "Então, uma crise real que nós vivemos e que nós temos que dar solução a ela. Essa solução não está no autoritarismo. Não está nos arroubos antidemocráticos, não está em questionar a democracia. Essa solução está na maturidade política dos Poderes constituídos de se entenderem, de buscarem as convergências para aquilo que verdadeiramente interessa ao brasileiros", prosseguiu. Foi a primeira declaração pública de Pacheco após o discurso do presidente Jair Bolsonaro, durante manifestações do 7 de Setembro em Brasília e em São Paulo. O presidente do Senado, no

Rodrigo Pacheco

entanto, não falou diretamente sobre as pautas dos atos e nem sobre as falas de Bolsonaro – que incluíram, por exemplo, a ameaça de desrespeitar decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e acusações, sem provas, sobre o sistema eleitoral. O Senado cancelou as sessões deliberativas e as reuniões de comissões que estavam previstase. O motivo não foi informado. "A Presidência comunica às Senadoras e aos Senadores que estão canceladas as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões previstas para os dias 8 e 9 de setembro", informou Pacheco em mensagem aos parlamentares.


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