Histórias de navegantes

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HISTÓRIAS DE NAVEGANTES



Produção colaborativa dos aprendizes do Ateliê de Informática na Fábrica de Cultura Vila Curuçá. Trabalho de encerramento de processo realizado no primeiro semestre de 2014. APRENDIZES: Aline Ribeiro Silva Ana Maria Menon de França Anderson Dias da Costa Antonio Arlindo da Silva Antonio Braz de Souza Carlos Roberto da Silva Claudete Rodrigues Teixeira Cleide Alves Medeiros de Oliveira Cristiane Silva Santos Daniele Gonçalves Ribeiro Direniz de Oliveira Santos Edileusa Pereira Oliveira Edite dos Santos Ferreira Efigenia Queiroz da Silva Everton Adriano da Silva Santos Gesiane Pinheiro da Silva Isabel Cristina da Silva Isabel Pereira da Silva Toniollo João Batista de Souza

José Ivo Cezario dos Santos Joselice Ferreira dos Santos Lázaro Varéli Lucia Eulalia Barreto Luciana da Silva Tito Luciene Bezerra da Silva Severino Luiz Marinho de Souza Luzanira Maria Pinheiro Magna Esperidião Luciano Maria Amorim dos Santos Maria das Doures Pereira de Jesus Maria das Graças Pereira Rocha Maria de Jesus Silva Pereira Maria José da Silva Araújo Maria Lenice dos Santos Costa Maria Salete Firmino Maria Socorro Cruz Varéli Mariana Fernanda da Silva Marilene Amorim das Merces

MEDIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E PROJETO GRÁFICO: Cledson Rocha dos Santos {Cled Bauhaus} COLABORAÇÃO SUPORTE: Alex Casemiro (subgerente) Bruno Feriani (assistente) INTERFACES: Antônio Valter dos Santos e Carlos Eduardo de Oliveira Silva (educadores de dança de salão) Delurde Antonia Bernardes (educadora de bordados, pedrarias e adereços) Fábio Penna (educador de teatro) Raphael Cortezi (educador de violão) Equipe noturna da Biblioteca: Danilo Pierre Dominik, Juliana Sampei e Renata Schmidtke

Marli Lima Silva Mateus Lima de Souza Nadir Ribeiro da Cruz Silva Neli RodriguesMartins Neusa Batista dos Santos Onelia Nasc. Santos Mendes Raimunda Menezes dos Santos Raimundo Inacio da Silva Sandra Pereira da Costa Silva Selinara Aprigio do Nascimento Silvia Maria de Siqueira Simone da Costa Simone Oliveira Menezes Silva Sueli Aparecida Sueli Aparecida da Silva Thais Cristina Miranda Thamires Rosa Vieira Vera Lucia Jorge



PREFÁCIO “Quando eu cheguei aqui, não sabia nem ligar o computador”... A frase acima é um retrato comum da maior parte dos nossos aprendizes. São adultos que possuem grande dificuldade em lidar com a tecnologia, mesmo em tempo de muita banalização. Alguns deles até possuem a máquina em casa, mas existe um muro que nem a própria família ajuda a superar. Ao vivenciar esta experiência, é incrível perceber neles o sorriso de quem escreve pela primeira vez o próprio nome na “tela do computador” ou descobre a utilidade de um email. Uma das primeiras coisas que conversamos no ateliê de informática é a necessidade e enxergar o computador como ferramenta de trabalho. Ele é apenas um acessório no qual utilizamos para alguma necessidade. O ser humano é o personagem principal. E neste processo de aprendizado, buscamos valorizar a sua história, seus anseios e sonhos por meio de relacionamentos e interfaces nos espaços da Fábrica. Este trabalho colaborativo nasceu das experiências com as rodas de memória nas atividades da Biblioteca, comemorando o terceiro aniversário da Fábrica de Cultura Vila Curuçá, nas quais buscamos resgatar as memórias do bairro com os aprendizes adultos do período noturno. Estas atividades renderam muitas conversas, depois sendo ampliada para uma produção de textos no computador, utilizando as ferramentas de digitação, formatação, correção ortográfica e email. Para esta produção, tomamos por referência alguns depoimentos em vídeo do Museu da Pessoa e do projeto Parte de Mim, nos quais diversas pessoas contam parte da sua história, seja ela uma apresentação de si ou alguma memória. Os aprendizes redigiram as suas histórias diretamente na internet, enviando seus textos e imagens pelo seu próprio email ao educador. O título do livro é uma referência à canção Suíte dos Pescadores (Dorival Caymmi) que faz uma bela poética da relação do homem com o mar. Em metáfora, também dizemos que a Internet é um grande mar, e nós os navegantes. Cada usuário da rede de computadores é um pescador que se lança neste mar digital em busca de algo necessário, e o computador é a sua jangada. Somos navegantes. Por fim, já que estamos também falando da memória, cuidamos de adicionar no final do livro um vídeo em DVD com alguns depoimentos dos aprendizes do semestre anterior (2013), que sob a inspiração de Drummond, nos contam sobre suas pedras no caminho, suas experiências com o aprendizado da informática. Boa leitura. Cledson Rocha dos Santos | Educador de Informática da Fábrica de Cultura Vila Curuçá.



ÍNDICE Anderson Dias da Costa Antonio Braz de Souza Luzanira Maria Pinheiro Lucia Eulalia Barreto Everton Adriano S. Santos Maria das Doures P. Jesus Socorro Vareli Cleide A. M. de Oliveira Isabel P. da Silva Toniollo Gesiane Pinheiro da Silva Nadir R. da Cruz Silva Sueli Aparecida Marilene A. das Merces Raimundo Inacio da Silva Mariana Fernanda da Silva Maria de Jesus S. Pereira Direniz de Oliveira Santos Neusa Batista dos Santos Maria das Graças P. Rocha Sueli A. da Silva Raimunda M. dos Santos Magna Esperidião Luciano Neli Rodrigues Martins Daniele Gonçalves Ribeiro Mateus Lima de Sousa João Batista de Souza Antonio Arlindo da Silva

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Edileusa Pereira Oliveira Luciana da Silva Tito Silvia Maria de Siqueira Luiz Martinho de Souza Maria Amorim dos Santos Simone da Costa Salete Firmino Vera Lucia Jorge Lázaro Varéli Sandra P. da Costa Silva Lenice dos Santos Costa Simone Oliveira M. Silva Efigenia Queiroz da Silva Selinara A. do Nascimento Marli Lima Silva Onelia N. dos Santos Mendes Isabel Cristina da Silva Maria José da Silva Araújo José Ivo Cezario dos Santos Cristiane Silva Santos Claudete Rodrigues Teixeira Aline Ribeiro Silva Carlos Roberto da Silva Thamires Rosa Vieira

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IMAGENS

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“Minha jangada vai sair pro mar, Vou trabalhar, meu bem querer, Se Deus quiser quando eu voltar do mar, Um peixe bom, eu vou trazer... Meus companheiros também vão voltar, E a Deus do céu vamos agradecer!” Suíte Dos Pescadores, Dorival Caymmi

“Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra.” No Meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade









“Oi, eu tenho 18 anos e nasci aqui em São Paulo, hoje eu moro no Jardim Robrú há 13 anos boa parte da minha vida eu vivi aqui, eu moro com minha mãe e irmã, porque meus pais são separados há 14 anos, não tenho mais nenhum contato com meu pai desde dos 5 anos de idade. Eu gosto de jogar bola e jogar vídeo game, gosto de estar com a família e os amigos, gosto muito de estar com meus primos só tenho dois primos homens o resto são todas mulheres, meus primos são mais velhos do que eu, eles são 7 anos mais velhos. Por isso, na minha infância eu só brincava com meus amigos quase não tinha contato com meus primos, mais quando eu cresci, eu já tava com 15 anos eu pude sair com meus primos pela primeira vez. Eu nunca tinha saído com meus primos por ser mais novo eles não queriam sair comigo, então quando eu sai com eles foi um dos melhores dias da minha vida eu me diverti muito com eles, nós fomos para um parque de diversões e rimos muito das caretas que cada um fazia nos brinquedos.” Anderson Dias da Costa, 18 anos.

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“Cheguei aqui através de minha filha pois foi ela que perguntou se eu não queria estudar na Fábrica. Então pensei porque não fazer, estou mesmo precisando fazer alguma coisa, então resolvi fazer este curso de informática pois estou maravilhado com que estou fazendo e aprendendo. Jamais imaginei voltar a sala de aula com esta idade que estou e isto é maravilhoso. Então vi que tenho condições de voltar realmente e terminar meus estudos pois não aprendi tudo que quero mas valeu por tudo que aprendi. Obrigado pelo colaboração.” Antonio Braz de Souza, 49 anos.

“Nasci em 1966 minas eu era muito apegada com meus avos eles vieram pra São Paulo e nós ficamos lá mas logo meus tios foram nos busca quando chegamos aqui fique feliz por estar ao lado das pessoas que amava muito que era meus avos. Quando minha vó fico doente eu sofri muito porque ela era tudo na minha vida. Logo ela faleceu mas meu lindo vo tava ali para me ajudar. Eu sinto muita falta deles e assim começou minha vida hoje sou feliz por ter meus três filhos e minha pequena Marcella que amo com todo amor do mundo. Obrigado Deus. Bjs. ” Luzanira Maria Pinheiro, 48 anos.

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“Eu tinha uma infância muita boa criada com meus pais no interior, era um paraíso mas hoje infelizmente não temos isso por motivo do homem, mas o criador Jeova tem um propósito com terra e as pessoas que estiverem fazendo a vontade dele.” Lucia Eulalia Barreto, 61 anos.

“Quando eu era criança pensava muitas coisas. Não gostava de ser goleiro, eu pensava em ser atacante... É muito bom ser adolescente, estava pensando numa coisa muito importante para meu filho que não seja que nem eu, mas ele é muito importante para mim e minha esposa. Agora sou uma história para mim e minha família.” Everton Adriano da Silva Santos, 24 anos.

“Bom eu sempre sonhei em ter minha casa própria mas na verdade nem eu acreditava. Então foi nessa época que conheci o budismo. Lancei meus objetos fazendo minhas orações com todas minhas forças. Queria dar um lar e uma boa educação para minhas filhas. Hoje moro em frente a Fábrica de Cultura onde posso ter oportunidades. Obrigado.” Maria das Doures Pereira de Jesus, 52 anos.

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“Eu sou uma pessoa que tenho pouco estudo mais gostaria de aprender muitas coisas assim como me aprofundar na internet. Ouvi falar sobre a Fábrica de Cultura então estou aqui para apender coisas importantes neste lugar. O professor é uma pessoa boa que ensina bem assim eu creio que vou aprender. Também gosto de artesanato e gosto de costurar roupas gosto de cuida da casa, gosto de fazer capas de livros com pedrarias, gosto de fazer bisquit, enfeitar potes com vários trabalhos, fazer figuras e outras coisas.” Socorro Vareli, 71 anos.

“Bom o que me faz feliz é estar de bem com a minha família e os meus vizinhos. O meu maior sonho é viajar conhecer varias cidades brasileiras como o nordeste e outro lugares. Aqui era um morro cheio de mato e nós começamos a construir nossas casas e hoje estamos morando nela por isto estou muito feliz.” Cleide Alves Medeiros de Oliveira, 55 anos.

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“Eu aos treze anos de idade perdi meu pai, de morte natural. Ele era uma pessoa que não sabia ler nem escrever´ e alem de tudo ele era negro. O que o que dificultava ainda mais a sua vida. Apesar de todas as mazelas da vida ele tinha um caráter invejável. Nós éramos em oito irmão. ele tinha uma grande preocupação com nosso futuro muito mais com ao estudo. O fato dele partir tão cedo, causou um grande buraco na minha vida. Hoje sou uma mulher madura , tenho quatro filhas sendo três casada , levo uma vida bem tranquila, mas eu gostaria que meu pai visse os efeitos de todo o ensinamento que ele me deu em tão pouco tempo de convivência que tivemos. Gostaria que ele visse as netas dele, que são engenheira civil outra professora de idioma e outra que é professora de português. Seria maravilhoso poder compartilhar com ele tudo isso que começou com ele. Eu sinto muita falta e muita saudade de ti meu PAI.” Isabel Pereira da Silva Toniollo, 55 anos.

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“A saudade é um dos sentimentos mais bonitos que existe, muita gente não gosta de falar sobre o assunto tem medo de admitir, mas não sabe da grandeza e da beleza que esconde esse sentimento sentir saudade é uma forma de mostrar como nós gostamos de algo ou de alguém, afinal sentimos saudades do que é bom e não do que é ruim. Muitas vezes é difícil demonstrar o que sentimos pois é mais fácil fugir por medo de ferir os sentimentos, mas não podemos fugir por muito tempo, no fim sempre vai ter algo que vai revelar o que sentimos. Hoje esse é o maior dos meus sentimentos sinto uma saudade imensa de uma das pessoas que mais amo nesse mundo, o pior de tudo é nunca ter falado ou demonstrado a ele o que sinto, por vergonha receio ou sei lá como posso chamar tudo isso. A única certeza que tenho é a de que um dia eu vou poder chegar para ele e falar pai TE AMO. Apesar da distância que existe entre nós nada vai fazer com que eu o esqueça, espero ansiosa pelo dia que vou encontra-lo para dizer o tamanho da minha saudade do meu sentimento e do meu amor por ele.” Gesiane Pinheiro da Silva, 23 anos.

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“Me chamo Nadir Ribeiro, nasci em Botumirim, Vale do Jequitinhonha, estado de Minas Gerais. Vim para São Paulo em 1974 com a ilusão de que aqui tudo seria mais fácil um bom emprego bem renumerado doce ilusão dificuldade há em todo lugar. Só que lá em Minas eu trabalhava na roça e nem salário eu tinha foi a única diferença porque a luta aqui também não é fácil para ninguém. Hoje vendo esses vídeos, das pessoas contando a história da vida delas. Uma coisa me chamou atenção um escritor falando da mãe dele, que ele ficou órfão aos seis anos de idade, e de como a mãe dele reagia quando sentia as dores provocada por um câncer. Quando ela sentia dores ela cantava isso mexeu com o meu emocional pois de manhã havia conversado com um vizinho que havia perdido a mãe dele com essa terrível doença , só que no caso desse vizinho ele já era adulto quando isso aconteceu. Mais a senhora se preocupava tanto com ele que acho que as dores que ela sentia ela reagia diferente tanto que teve forças para construir um cômodo para deixa-lo amparado. E como é véspera do dia das mães estou escrevendo essas palavras para dizer como é grande o amor de uma mãe por um filho, não só hoje que é véspera do dia das mães porque na realidade dia das mães é todo dia e eu lembro com muita saudades da minha mãe que se chamava Dolores. Sempre me esperava com coisas gostosas doce de leite ou em uma horta que ela tinha no fundo 15



do quintal ela plantava beterraba e reservava para mim, e outras coisitas mais assim são as mães sempre lembrando dos filhos... Amor incondicional!!!” Nadir Ribeiro da Cruz Silva, 57 anos.

“Eu sou uma pessoa que apesar de muitas dificuldades me sinto realizada. Casada mãe de dois filhos quase aposentada amo tudo que faço, sou autônoma, opção para ter o meu tempo mais livre. Trabalhei muito na área da saúde acabei ficando um pouco estressada. Sempre tive sede de saber mesmo começando a estudar com trinta e nove anos, ainda tenho o sonho de fazer faculdade. Gosto de música, tudo o que é bom. Procuro me dar bem com todos, sou uma pessoa que ama a justiça e a Deus. Amo a paz e a vida.” Sueli Aparecida, 57 anos.

“Nasci na Bahia, tenho onze irmãos mas moro só. Gosto de ficar em casa vendo TV e vou a igreja agradecer a Deus pela a oportunidade de esta viva porque nos dias de hoje temos que matar um leão por dia.” Marilene Amorim das Merces, 47 anos.

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“Chequei em São Paulo há 50 anos atrás. Trabalhei durante 35 anos criei os meus filhos hoje sou aposentado por tempo de serviço. Tenho uma familha maravilhosa por isso sou muito feliz. Agradeço muito a meu Deus por ter me ajudado nesta batalha.” Raimundo Inacio da Silva, 59 anos.

“Minha infância foi maravilhosa, tirando alguns acontecimentos desagradáveis que não vem ao caso. Minha mãe sempre trabalhou fora e eu ficava com os meus avós depois com a minha madrinha, tia, tio, até que a minha mãe resolveu vir pra São Paulo (eu sou da Praia de Suape, Cabo de Santo Agostinho - PE) e dai ela mandou me buscar e aqui estou até hoje. Tenho três filhos lindos, casada e parcialmente feliz.” Mariana Fernanda da Silva , 28 anos.

“O que me faz feliz é estar aqui fazendo este curso, pois eu tinha vontade de aprende e hoje estou aproveitando essa oportunidade que Deus me deu trazendo essa Fábrica para perto de minha casa pois ela e muito importante para mim. Por hoje é só, boa noite.” Maria de Jesus Silva Pereira, 62 anos.

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“Olá, vou escrever pela primeira vez minha estória, há muito tempo tenho em minha mente e não tinha passado no papel. Era uma vez uma linda borboleta, se chamava Margarida, toda as manhãs Margarida voava com suas lindas asas colorida, azul, amarela, verde e vermelha. Estava voando e de repente avistou um escola e resolveu chegar bem perto da escola, havia crianças brincando no parque ela foi chegando devagarinho e posou em cima do escorregador e ficou olhando as crianças brincarem, pensou: puxa como e bom ser criança, elas vão para a escola brincam, aprende um monte de coisas legais. De repente Margarida começou a chorar querendo ser criança, e foi embora muito triste pensando coma seria legal ela ser criança, no meio do caminho encontrou a fada vestida de rosa, então a fada perguntou para Margarida: porque esta chorando, o que aconteceu? Margarida responde, com uma voz baixa, eu queria ser criança! A fada responde, assustada: UMA CRIANÇA, sera quase impossível! Margarida então vai embora chorando, eu nunca serei uma criança, a fada também foi embora pensando como poderia ajudar a Margarida . A noite foi chegando nem a Margarida e nem a fada conseguiram dormir, Margarida chorando e a fada pensando, a noite passou. 18



No dia seguinte a fada acordou saiu correndo até a casa de Margarida bateu na porta estava muito feliz, abra a porta tenho um ideia, Margarida abriu a porta, então as duas sentaram no sofá e a fada começou a falar, tem um amigo gênio que poderá te ajudar, ele mora muito distante daqui, então as duas viajaram por dois dias, chegaram no castelo bateram na porta, o gênio perguntou muito bravo; quem esta ai, a fada respondeu sou gênio a fada preciso da sua ajuda, o gênio disse entra, então sabe o que a minha amiga borboleta queria se criança, o gênio respondeu eu posso ajudar, ele foi até sua biblioteca pegou um livro enorme e começou a procurar e lá estava, a porção mágica :A borboleta que queria ser criança, pegar um caldeirão e colocar tudo que as crianças gostam: chocolates, balas, pirulitos, chicletes, brinquedos, brincadeiras, imaginação, sonhos, vontades enfim tudo que uma criança gosta, a porção ficou pronta e a Margarida bebeu. De repente a borboleta começou a se transformar em uma criança, num passe de mágica, Margarida ficou muito feliz, ela dizia agora posso ir para a escola, aprender um monte de coisas, fazer amigos e ter uma professora, eu sou uma linda menina e serei uma ótima aluna.” A borboleta que queria ser criança Direniz de Oliveira Santos, 45 anos.

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“Aqui começa a historia da minha vida. Eu nasci em uma cidade do interior da Bahia, trabalhei muito com meu pai até os 16 anos de idade depois tive o privilegio de vir para cidade grande, capital de salvador onde fiquei até os 20 anos. No ano de 1975 eu cheguei aqui em São Paulo trabalhei bastante para chegá onde estou moro neste bairro desde 1994. A Fábrica de Cultura existia só no projeto. Trabalhei muito na construção do mutirão, hoje estou bem, agradeço a meu Deus por tudo isso estou adorando fazer este curso. Já aprendi bastante coisa, pois eu não sabia nem ligar o computador. Para mim é uma grande honra chegar onde eu cheguei com 60 anos. Estou muito feliz.” Neusa Batista dos Santos, 60 anos.

“Sou natural da Bahia, vim pra São Paulo com 12 anos. Tenho 45 anos, 3 filhos, 4 netos. Me casei com 16 anos, me separei depois de 25 anos de casada. Vim morar aqui nesse bairro onde estou vivendo uma fase da minha vida que nunca imaginei viver com muita luta, mas com muita fé em Deus. Tenho muitos objetivos e sonhos para serem realizados em minha vida em minha vida. Um deles e profissional!” Maria das Graças Pereira Rocha, 46 anos.

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“Seu nome é Albino Lopes da Silva, menino humilde de pés descalços nas terras de Nazaré das farinhas, Bahia. Veio para São Paulo ainda menino, aprendeu a profissão de alfaiate. Conheceu aqui Marinalda Aparecida Da Silva, se casaram. Dessa união nasceram 6 filhos, 5 meninas e 1 menino. Albino trabalhando em firmas, e Marinalda em casa cuidando dos filhos. Vida simples e humilde mas nada faltava aos filhos. Albino hoje está aposentado, mas ainda trabalha de alfaiate em casa. Marinalda hoje é costureira, seus 6 filhos todos casados. Eles ensinaram a seus filhos serem trabalhadores e honestos, hoje seus filhos passam para os filhos o que aprenderam com seu pais. Família unida, uns sempre ajudando os outros. Eu tenho muito orgulho dessa família, sem eles eu nada seria, são meu alicerce, eu sou a primeira filha desse casal abençoado, meu nome é Sueli. Meus irmãos Maria de Fátima, Eduardo, Roseli, Ana Lúcia e Sandra. Amo cada um de vocês.” Sueli Aparecida da Silva, 46 anos.

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“Tentando aprender um mundo de informação na informática, coisas que no passado não tive oportunidade, pois o tempo passou e só agora é que eu estou tentando aprender. Está sendo difícil para mim. Dizem que nunca é tarde para aprender, mas como eu não sou jovem, tenho dificuldade. Vou tentar. ” Raimunda Menezes dos Santos, 54 anos.

“Minha historia eu não tive infância porque tinha que trabalha para ajudar o meu pai e dar estudos para as minha irmãs. Depois eu casei e tive duas filha e não tive mais oportunidades para estudar. Fiquei muito triste porque perdi o meu pai e mãe, sei como eu superei isso, mas Deus deu a força para mim e hoje estou firme e forte.” Magna Esperidião Luciano, 51 anos.

“Sou de Minas, vim com 19 anos. Hoje tenho 43 e conheci a Fábrica através do Elias, meu namorado. Estou adorando o curso antes eu não sabia nem ligar o computador, hoje já sei até escrever. Estou me realizando. Pra quem não sabia nada estou evoluindo.” Neli Rodrigues Martins, 44 anos.

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“Estou aqui para falar um pouco de tudo em que esta acontecendo no mundo. Hoje tenho certeza que não existe mais amor entre as pessoas, eu me pergunto e fico sem resposta do que está acontecendo. Tantas maldades na cabeça do ser humano e tanta desigualdade social, vamos nós unir e sobretudo amar o próximo. Temos que começar a passar mais amor para que talvez, de uma certa forma, as coisas venham a mudar. Com Amor, Paz, Fé, Confiança, Sabedoria podemos ter um mundo melhor e amar a Deus como todas as coisas, pois só ele e a união entre as pessoas pode fazer aos poucos a ter mais paz. Desde já agradeço.” Daniele Gonçalves Ribeiro, 33 anos.

“Quero falar aqui da Fábrica de Cultura e do computador. O computador eu conhecia mas não tinha muita intimidade com ele achava algo muito útil porém difícil de lidar com ele. Por isto deixava sempre para depois. Até que conheci a Fábrica de Cultura aqui da Vila Curuçá. Passava muito perto daqui e não sabia que neste prédio funciona algo tão bacana e aqui estou começando achar fácil o que antes me parecia difícil. Que Deus abençoe quem teve a ideia de realizar este projeto tão grandioso. Parabéns aos professores que com muita dedicação passa seus conhecimentos. Muito obrigado a todos. Serei sempre grato a este lugar.” Mateus Lima de Sousa, 55 anos.

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“Há alguns ano atrás trabalhei com um amigo que estava iniciando um negocio pra ele, eu e mais duas garotas. Nossa função era de entregar panfletos nos portões eu tinha uma perua kombi e fiscalizava as meninas e ele junto comigo. Na hora do nosso almoço era pão com mortadela e refrigeréco, era só para o que dava pois estava-mos começando. E foi assim durante um tempo depois as coisas foram melhorando e eu infelizmente tive que me afasta, mas ele continuou e hoje está praticamente muito bem de vida pra falar com ele hoje só através da secretaria. Uma vez fui na sua empresa e fui muito bem recebido conversamos e relembramos os velhos tempo e de como começamos, depois de algum tempo voltei la outra vez me anunciei com a secretaria ela o comunicou e ele me pediu que esperasse só que demorou muito e eu fui embora chateado, nunca mais voltei lá, e hoje depois de alguns anos ele e sua esposa vieram me procurar e me convidar para uma viagem e também pra visitar sua nova empresa, pois foi toda reformada. Fiquei muito contente vamos nos divertir e relembrar os velhos tempos de novo pois a nossa amizade ainda continua.” João Batista de Souza, 56 anos.

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“Vou iniciar minha história, contando um pouco das minhas dificuldades enfrentadas, logo que cheguei aqui em São Paulo. No inicio dos anos 60, mais precisamente no ano de 1962, aproximadamente no mês de Julho, salve meu erro, dei entrada aqui no estado de São Paulo. Vindo do estado da Bahia, da cidade de Carrapichel, município de Senhor do Bonfim, onde lá vivi até os meus 6 anos de idade. Sendo filho de família nordestina cujo meus pais ambos nascido no mesmo lugar em que eu nasci. Meu pai que já algum tempo residia nesta cidade, não via a hora de conseguir recurso afim de esta junto de nós, ou seja de sua família. Embora as dificuldade sendo visível e árdua, este demorou, mas não desistiu de juntamente conosco, iniciar uma nova etapa em nossas vidas. Confesso que no início de tudo, foi muito difícil. Fomos morar em uma casa, que ficava dentro de um cortiço, que naquela época era muito comum, dividindo um cômodo, repartido por uma cortina. Lá ficamos por aproximadamente uns 2 anos, vivendo naquelas condições precária, onde tudo era dividido. Também lá, com todas essas dificuldade que enfrentamos, tive a oportunidade de iniciar meus estudo, que naquela época era muito rigoroso. Assim conclui do 1º ao 5º ano sem repetição, na Escola Estadual 25



Professor Frankilin Augusto de Moura Campos, situada na Av. Julio Buono. Vila Gustavo, zona norte São Paulo. Agradeço a Deus que, com todas as dificuldade, que naquele tempo existia, tive a oportunidade de ter um bom início em meus estudo. Também nesse tempo, fui acometido de várias enfermidade, que naquela época era muito comum, como por exemplo: tosse comprida, sarampo, catapora, ouvido inflamado, em fim, e muitas outras ao qual nem me lembro no momento. Assim mudamos para São Miguel Paulista zona leste, em meados de 1972, onde que com as mesmas dificuldades ou talvez piores, estudando na Escola Estadual Professor Carlos gomes, consegui concluir o meu 2º grau. Logo após, já com o meu diploma nas mãos do segundo grau, consegui fazes, atravez do supletivo Dottori, que na época existia e que tinha o mesmo valor que o colégio , conclui assim também o 3º grau. Depois disso, voltando a morar na zona norte, agora no Jardim Brasil, fiquei um bom tempo sem estudar, sem ter condições de custiar uma faculdade, e depois de tentar por várias vezes a pública e sem sucesso, tive que parar meus estudos, porque meus pais também não tinha verba suficiente, nem ganhava tão bem para poder me bancar. Tive que trabalhar, e ai sim voltei a estudar, agora fazendo faculdade, mas com meus ganhos insuficiente e 26



com minhas enfermidade reflexo da minha adolescência, não pude concluir os meus estudo, trancando a matrícula Foi assim que ocorreu em minha vida!!!!!, foi assim que tudo aconteceu. Mas eu ainda não desisti e meu sonho é que um dia possa a retornar e finalmente terminar o meu curso ao qual tive que interromper. Por certo, já não mais tenho o direito de retornar na mesma faculdade, mas se preciso for prestarei novo vestibular e ai sim realizar os MEUS SONHOS!!!!!!!!!!” Antonio Arlindo da Silva, 57 anos.

“Meu maior sonho é ver meus filhos criados, peço a Deus todos os dias para me dar sabedoria para que eu consiga criar eles seguindo os caminhos de Jesus. As vezes me sinto fraca e parece que não vou conseguir, mas a minha fé é muitoooooo GRANDE e eu sei que vai dar tudo certo. Ainda que andasse pelo vale da sombra da morte,não temerei mal algum porque o Senhor Jesus esta sempre comigo, amém! Obrigado Jesus por tudo.” Edileusa Pereira Oliveira, 37 anos.

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“Tenho trinta anos, sou natural de Alagoas, a minha infância foi muito boa, brinquei muito e o que mim fez chegar até aqui foi o trabalho. Meu pai ficou doente, ele teve um derrame, mas graça a Deus hoje ele esta bem. São Paulo é um lugar que jamais queria vir, é muito triste você estar longe de seus pais. Eu nunca pensei que ficaria longe deles, estou triste e choro muito. Eu nunca pensei que estaria morando sozinha, mas quem escreve toda nossa historia é DEUS eu não to reclamado de nada é desabafo da minha alma, que tem momentos na vida da gente que as coisas acontecem, mas a gente não sabe porque, mas DEUS sabe de todas as coisas. Meu sonho é fazer cursos ou faculdade de informática. O que mim faria feliz é estar perto de meus pais. O meu medo é deles morrerem e eu não estar perto deles. São Paulo é terra que o filho chora e a mãe não vê. É um ilusão.” Luciana da Silva Tito, 30 anos.

“O que me faz muito feliz é a minha neta Emanuela e a Ester. Eu cheguei a conhecer a Fábrica de Cultura foi fazendo a caminhada e encontrei uma amiga que ela falou dos cursos que é muito bom. Me matriculei e estou gostando. Minha historia é ser muito feliz e dizer Deus eu ti amo.” Silvia Maria de Siqueira, 55 anos.

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“Eu sou de uma família muito humilde, mas para mim nunca houve barreiras para realizar alguma coisa, eu sou uma pessoa que nunca disse eu não posso, eu não consigo, eu não aguento. Para mim mesmo sem conhecer a palavra que esta escrita na bíblia que o apostolo Paulo escreveu dizendo: Eu tudo posso naquele que me fortalece, ou seja: e Deus eu terei forças, Deus me ajudando eu vou conseguir. Quando eu tinha 21 anos de idade meu pai faleceu, e eu por ser o mais velho da família, a responsabilidade da casa ficou por minha conta. E nos eramos em cinco irmãos. Não foi nada fácil, mais até aqui me ajudou o Senhor, como disse Josué. E após a morte do meu pai, mesmo com todas as dificuldades, eu consegui comprar um terreno no bairro de Guaianases e consegui construir. A minha maior façanha, foi que eu comecei a namorar, conheci uma pessoa muito maravilhosa, com a qual eu me casei, e isto já se passaram 42 anos, e Deus em sua infinita bondade e graça, tem me dado vitória. Ah.... eu me esqueci de dizer que antes de comprar terreno, me casar e realizar mais alguma coisa, aconteceu a coisa mais importante que deveria acontecer na vida de todas as pessoas, e qual foi esta coisa tão importante que aconteceu? E que devido as dificuldades aumentarem após a morte do meu pai, eu não 29



Jd Quissiana 1975

Jd Quissiana 1978

Jd Quissiana 1983

Jd NazarĂŠ 1984

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Centro de Guaianases 1990

Estrada Dom Jo達o Neri, 1995

Escad達o de Guaianases, 1995

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estava suportando aquela carga tão pesada. Foi ai que apareceu uma pessoa na minha vida, ou seja no meu caminho, e esta pessoa me falou de uma pessoa que poderia me ajudar a carregar a minha carga. Então eu quis saber o nome desta pessoa, e ele me disse: esta pessoa o nome dele e Jesus, ele pode te ajudar. Então lhe perguntei, como e que eu faço? Esta pessoa me disse: ou melhor ela me fez um convite: venha comigo s igreja, e lá você vai ouvir as orientações de Deus para a sua vida, como você deverá fazer, e ai é só seguir as orientações, e obedecer. E foi isto que eu fiz e este Jesus maravilhoso nunca mais me deixou só. Ai alguém pode estar perguntando: Os problemas terminaram? não terminaram, só que este Jesus tem me ajudado em todas a dificuldades, e eu com Ele tenho superado a todas. E para encerrar, se tiver alguém que esteja passando por um momento dificil em sua vida, saiba de uma coisa existe um Deus que esta pronto para te ajudar, só que a decisão é sua , não carregue este peso sozinho.” Luiz Martinho de Souza, 72 anos.

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Construção do CDHU dos arredores da Fábrica. Fotos resgatadas para uso das atividades no Sarau. Data desconhecida. (fonte: Nadir Ribeiro da Cruz Silva)

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“A imagem do Roupa Nova para mim faz lembrar da minha mãe que era apaixonada pela música deles.” Enviado por email. Maria Amorim dos Santos, 40 anos.

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“Como eu gosto muito de animais, achei esse gato fofo. Como pode o ser humano maltratar uma coisa linda dessa, nĂŠ?.â€? Enviado por email. Simone da Costa, 36 anos.

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Jogo da memória

Colorir

Arrastar objetos

Primeiros passos no ateliê: aprendizado lúdico com jogos educativos para desenvolvimento da coordenação motora com o Mouse e o Teclado, treino de percepção, memória, etc. 36



ExercĂ­cios com o uso do email e suas primeiras experiĂŞncias. 37



Conversa via rede social com uma das aprendizes que entrou em contato para justificar sua ausência em uma das aulas e também expressar a sua alegria em ver sua mãe aprendendo no ateliê. 38



Interface com os Ateliês de Teatro, Dança de Salão e Biblioteca.

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Interface com os Ateliês de Violão, Dança de Salão e Biblioteca.

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Interface com o Ateliê de Bordados, pedrarias e adereços.

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Interface “Concurso de Dança de Salão”

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Participação no “Sarau A Casa é Sua”. Painel com as atividades de resgate da memória do bairro realizadas com os aprendizes do noturno. Depoimentos digitados no PC e reprodução de fotos antigas.

Painel: Criação de Cledson R. Santos com o apoio da Equipe da Biblioteca

Exposição: aprendiz Vera Lucia Jorge Apresentação: aprendiz Luiz Martinho de Souza

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AH, O AMOR Eterna busca. Sentimento que fascina, hipnotiza, alucina, ilumina... Onde encontrá-lo? Sentimento de momentos, de felicidade, alegria, esperança de lamento, arrependimento, dor... Na travessia terreste Quem verdadeiramente o vivi? Utopia que fosse eu.... Ah, o Amor... Criação espontânea enviada por email Salete Firmino, 50 anos.

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“Venho de uma família de sete irmãos, sendo eu a mais velha tinha que cuidar dos pequenos para minha mãe poder trabalhar para ajudar meu pai para nos criar. Graças a Deus fomos uma família feliz, apesar das dificuldades, crescemos e continuamos unidos, com umas briguinhas vez ou outra. Eu graças Deus casei muito bem, com um homem maravilhoso, que me deu um casal de filhos que são a riqueza da minha. São educados e carinhosos comigo e com todos que nos rodeiam, eu graças a Deus sou uma mulher feliz, gosto de cozinhar, fazer tricô, crochê, trabalhos manuais. Gosto muito de festas, de viajar, dançar e nos fim de semana fazer um prato especial para à família. Estou muito contente de ter descoberto a Fábrica de Cultura, pois estou aprendendo, pois quanto mais aprender melhor é pra gente mesmo.” Vera Lucia Jorge, 59 anos.

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“Quando eu fui renovar a minha carta de motorista, tive que preencher alguns dados e não quiseram preencher para mim tive que preencher com muita dificuldade. Fiquei vermelho igual um peru. Agora já posso preencher bem mais tranquilo.” Lázaro Varéli, 76 anos.

“Sou a Sandra, uma filha que todo dia é uma superação de saudade de uma grande mulher... Lembrança, tai uma coisa que eu sinto muita falta da mamãe, uma mulher que me ensinou a ser responsável em tudo como mãe, esposa, amiga. Ela foi uma a vó maravilhosa, sogra boa. Além de tudo, uma mãe que deixou muita saudade!!!!!” Sandra Pereira da Costa Silva, 38 anos.

“Eu sou uma pessoa muito feliz porque estou aprendendo informática. Me sinto bem, minha família me criticou muito, falou que eu estava velha, mas foi ai que eu descobrir que sou capaz de aprender, ainda da tempo pra tudo. Nunca tive apoio de ninguém. Hoje sim sou feliz estou aprendendo, não me sinto incapaz. Obrigado meu Deus.” Lenice dos Santos Costa, 50 anos.

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“Saudades... Vou falar um pouco desta palavra. Saudade... Que para mim tem um significado bom, as vezes ela dói, as lagrimas aparecem. Sinto saudade de alguém que já não existe mais neste mundo, esta saudade e aquela que dói, mais no meio desta sinto alegria de lembrar de alguém que me amou e eu dei o valor que este mereceu no mundo. Continuo te amando meu grande PAI. Tenho saudades da minha infância, de coisas que lá deixei. De minha mocidade também sinto saudades, muitas coisas deixei de fazer, quantas oportunidades na vida deixei passar. Mais aprendi que nunca e tarde, sempre a vida nos da varias oportunidades, então temos que refletir se esforçar e levar adiante algum desejo algum sonho não deixar passar em branco algumas coisas, para que a saudade não venha ser uma tristeza ou aborrecimento lá na frente. Quantos anos tiver de esperar na minha vida, para aprender algumas coisas de informática que no século em que estamos a tecnologia esta avançada, mais minha hora chegou, estamos finalizando uma etapa em nossas vidas que a fábrica de cultura nos proporcionou de aprendermos alguma coisa com o nosso educador Cledson. Então é claro que não deu para aprendermos tudo, mais o que foi 47



plantado foi bem colhido por toda a nossa sala. Obrigado pela oportunidade e onde fica a minha saudade... Mais levo uma bagagem boa um tempo gasto de minha vida que não foi perdido... Saudades é um traço de luz que Deus no céu desenhou na vida de cada um de nós.” Simone Oliveira Menezes Silva, 41 anos.

“Oi! Tudo bem. Então eu sou de Canavieiras, Bahia moro em São Paulo há dez anos só que foi engraçado que eu estava em Teresópolis com minha irmã passando férias, depois eu vim para São Paulo a passeio e estou aqui até hoje. Adorei a cidade as pessoas. Só volto na minha cidade passeio quando estou de ferias. E cada vez eu gosto mais daqui por que cada vez que aprendo mais um pouco, por exemplo, a informática que foi através de três anjinhos que lembro de mim e me fez o convite. É por meus anjinhos que estou aqui apendendo informática e adorei conhecer o ambiente, o professor e as aulas e os colegas. Obrigado Deus por mais uma oportunidade.” Efigenia Queiroz da Silva, 39 anos.

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“Certo dia me peguei pensando "onde anda meus amigos?". Sabe aqueles da época da escola! É engraçado como a vida nos afasta uns dos outros ate mesmo aqueles amigos mais chegados, os quais achamos que vamos levar pra vida toda. Na minha infância tive amigos admirareis que era mais que irmãos . Amigos que não me abandonava por nada, nem quando sorria nem quando chorava, me sentia verdadeiramente amada e entendida, assim como admirava a todos. Cada um por suas qualidades. Tive uma amiga em especial de nome Monique, ela erra minha amiga a partir da 3ª serie estudamos juntas até o 2º ano. Quando criança éramos muito amigas ela era incriável me defendia dos outro, ela era esportiva tinha o corpo lindo e era muito legal (minha amiga muralha) pena ao decorrer dos anos a amizade virou só coleguismo. Mas tinha outras como! Joice era (amiga confidente) me dava sempre animo, me levantava, puxava minha orelha quando preciso ate hoje. Tive amigas doidas que quando eu falava vamos elas iam não importava onde. Hoje me pergunto onde andara tais?” Selinara Aprigio do Nascimento, 24 anos.

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“Sou de uma família muito simples, nasci no Estado da Bahia, cheguei em São Paulo há vinte e seis anos atrás, aqui eu batalhei, continuo batalhando pra conquistar todos os meus objetivos. Já conquistei bastante e com a ajuda de Deus vou conseguir muito mais, se Deus quiser. Nos últimos anos eu tenho passado por muitas provações de Deus, só ele mesmo pode dar e tirar as coisas pra gente, e a gente só tem a agradecer a ele que é tão maravilhoso. Mas com a ajuda dele eu continuo na luta, ainda não parei. Aqui na Fábrica só deu pra conhecer agora pois sempre trabalhei e o tempo não dava agora, deu certo e quero continuar estou gostando muito com este professor maravilhoso, quero aprender muito mais me sinto muito feliz aqui nesta aula, é uma pena que já está chegando ao fim. Eu gosto de musica, dança, por isso eu quero fazer outra coisa aqui na Fábrica. Talvez até mesmo informática. Aprendi, mas quero aprender muito mais.” Marli Lima Silva, 47 anos.

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“A minha história começa lá no estado da Bahia, aos 7 anos de idade já trabalhava na lavoura, no garimpo e pescava peixe, era muito difícil. Naquela época era feliz. Cheguei aqui em São Paulo com 17 anos idade, me casei, tenho três filhos e cinco netos. Realizei alguns sonhos, mas inda faltam outros. Deus vai me ajudar a realizar os meu sonhos.” Onelia Nascimentodos Santos Mendes, 51 anos.

“No dia 06 de maio eu tive uma grande surpresa. Ganhei uma TV de 50 polegadas do meu marido que era um grande sonho meu, estou muito feliz e agradeço a Deus a cada minuto. Foi o presente de dia das mãe antecipado. Bom, para muitos talvez não significa nada, mas para mim foi muito importante, foi uma alegria que não tem explicação. Meu Deus obrigada.” Isabel Cristina da Silva, 33 anos.

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“Meu sonho era ser professora. Estudei, fiz o curso, mas não consegui ser a professora. Estou sonhando ainda. Era um sonho de criança, eu brincava de professora com as minha amigas. Eu era feliz naquele tempo. Com o passar dos anos meu pai faleceu. Senti muito...” Maria José da Silva Araújo, 52 anos.

“Se eu for contar as histórias que marcaram a minha vida, com certeza eu passaria vários dias. Porém existe uma que marcou muito, e que jamais esquecerei. Eu tinha entre seis e sete anos de idade, morávamos eu, meus irmãos e meus pais no interior de São Paulo. Meus pais trabalhavam em uma fazenda, o salário que eles ganhavam era muito pouco para sustentar eles mesmo e mais quatro filhos. Então muitos alimentos que nós consumíamos era produzido em nosso próprio quintal. Inclusive o pão, que hoje na minha visão o pão caseiro é uma delicia, mas na época eu já estava enjoado. E quando sobrava algum dinheiro minha mãe se dirigia até o centro da cidade para comprar uma bengala, eu achava o máximo.” José Ivo Cezario dos Santos, 46 anos.

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“Nasci em São Paulo no Hospital Cristo Rei que fica no Bairro de Tatuapé. Bom, tenho três irmãos. Um deles papai do céu recolheu o ano passado. A dor não passou ainda, mas estamos relevando. E pior de tudo Papai e Mamãe quiseram ir embora para o Interior de São Paulo para São Carlos. Eles foram no dia 01 de Março e eu fiquei, por motivo do emprego, mas como estão fazendo muita falta aqui, preferi ficar também por causa que preciso fazer minha vida, né. Já tenho 31 anos e tenho que tomar decisões por ser filha única, mulher sou muito mimada por todos da família então se não fizer isso eles não irá deixar eu ser livre leve e solta, não que quero ficar distante de meus pais pois eles são tudo em minha vida não sei o que faria sem eles, são demais e meus irmãos, sobrinhas e sobrinho, cunhadas enfim a família toda somos todos unidos não tenho o que falar de minha família. Só tenho que agradecer muito a papai do céu por me dar uma família muita abençoada. Então papai e mamãe se foram para o interior eu fiquei aqui só na saudade deles, mesmo eu falando todos os dias pelo telefone com eles mas não é a mesma coisa, ninguém irá substituir o lugar deles aqui comigo, tenho muitas amigas e família que estão sempre ao meu lado me dando forças, nas horas boas e nas horas ruins, mas não irão substituir o lugar deles por nada, mas enfim logo em breve irei visitá-los e matarmos a saudade que eles

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deixaram. O importante de tudo é que estão muito bem, com saúde e levando a vida como podem, mas logo estarei la com eles se Deus quiser.” Cristiane Silva Santos, 31 anos.

“Nasci em 1971, fui criada por uma família muito humilde, porém muito honesta. Sempre morei aqui em São Paulo na zona leste. Estudei na escola João Ribeiro de Barros. Terminei meus estudos faz pouco tempo na escola Maria Regina pelo supletivo. Comecei a trabalha aos 15 anos, foi uma fase muito boa da minha vida. Me casei com 30 anos, tenho 2 filhos maravilhosos e um marido muito bom para mim. Trabalho em uma loja no Brás há 5 anos e agora estou fazendo um curso de informática. Minha adorada mãe volto para Bahia da onde ela nasceu com meu pai. Estou um pouco triste, mais no mesmo tempo estou feliz por ela que era o sonho dela voltar para terra dela. Enfim e isso a vida minha.” Claudete Rodrigues Teixeira, 43 anos.

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“Bom, vou contar um pouco da minha adolescência. Quando eu ficava de férias escolar, meus pais me levava para o interior. E lá eu tinhas muitas amigas e nos gostávamos de fazer coisas legais, como andar de bicicleta, se reunir a noite para se diverti e também tomar banho nos riachos. Mas eu tinha muito medo de boi. Nós fomos toma banho na piscina dentro de uma fazenda e tomei um belo susto, porque nós estava bem sussegada cantando e sidivertindo, mas para nossa alegria os vaqueiros foi deixar um boi na quinta e eles vieram correndo com cavalos, os cachorros e disparamos a correr, uma pro lado e outras para o outro até que decidimos subir num pé de manga e comendo manga até que eles fosse embora. Depois do susto, continuamos a desfrutar daquela tarde gostosa. Foram tantas coisas gostosa que aconteceu que da pra fazer um livro, mas eu gostei de lembrar disso não pelo susto, ou pelo medo do boi, mas sim por coisas maravinhosas que me aconteceu, como recordar de quando minha mãe era viva e de quando eu vivia com meus pais. Tempo maravinhoso que não volta mais e que eu jamais vou esquecer, mas é bom sempre lembra. ” Aline Ribeiro Silva, 31 anos.

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“Meu sonho, meu maior sonho mesmo era sair do aluguei, porque já vai fazer 20 anos que eu cheguei aqui em São Paulo e até hoje não consegui comprar a minha tão sonhada casa própria. Para mim esta cada dia que passa se tornando mais difícil com esse aumento nos preços, fica cada vez mais impossível de conseguir o meu sonho, mas com fé em Deus, estou indo lutando com todas as forças para que um dia eu possa realizar o meu grande sonho.” Carlos Roberto da Silva, 44 anos.

“Meus maiores sonhos são: servir a Deus sempre, emagrecer 30 quilos, dar uma casa para minha mãe, ter filho na hora certa com a pessoa certa e ter minha própria casa. Parei de estudar cedo, não conclui meus estudos. Sai de casa com 16 anos vim para São Paulo trabalhar, chequei aqui com a iluzão que tudo seria ótimo, mas na verdade não foi nada fácil. Morei com a minha avó, meu tio e os meus 2 primos no quarto pequeno. A minha avó foi embora para a Bahia e eu fiquei com meu tio. Ele bebia muito, aliás ele é alcoólico e as vezes chegava em casa loco querendo me bater. No final, eu comecei a beber e fumar. Saía e chegava tarde em casa... 56



Arrumei um trabalho, mas fiquei pouco tempo, foi ficando difícil para arrumar trabalho afinal eu era de menor e não tinha experiência com nada. Passando um tempo a minha mãe veio me buscar, ai fui embora com ela pra Bahia. Quando chequei lá não me adaptei mais com o lugar. Com 17, anos voltei pra ca de novo, mas já vim com trabalho. Uma amiga minha tinha arrumado pra mim era de camareira no hotel. Eu morava no trabalho e era longe da minha família, era so eu e DEUS. Até arrumei umas amigas que trabalhava comigo como, eu era novinha. Os garoto ficava loco pra fica com migo, mas eu não queria nada, pois so pensava em trabalha e ter meu dinheiro pra compra as minhas coisas e ajuda a minha mãe que não tinha niquem para ajuda-la. Além de mim, ela tem mas 3 filhos que nem um tem pai, ou melhor, nem um de nos 4 tivemos pai. So soube fazer, mas na hora de fazer o papel de pai todos sumirão. Ai com 1 mês que eu chequei aqui, arrumei um namorado que na verdade hoje é o meu marido. A gente foi embora para Bahia de novo, lá ficamos junto por um tempo até eu ver que lá as condições não era boa. Viemos para São Paulo de novo. Hoje faz quase 3 anos que eu vivo com o Elimar, que é o meu namorido namorado, que moramos juntos. Ele me fez muda muito, hoje eu não fumo mais, nem bebo, minha vida mudou por completo. 57



Falta alguma coisa que nem eu sei explicar pra ser feliz. A gente vai se casar um dia, eu acho faz parte dos nossos planos. No momento as condições financeiras não deixa, mas também em um dos meus sonhos, casar ter minha casa, pelo menos dois filhos e quero também termina meus estudos e fazer um curco de cabeleireira ou culinária. Abrir meu salão ou talvez meu restaurante. Essa é um pouquinho da minha história de vida trágica, doida mas fui feliz também. Tenho uma mãe guerreira, batalhadora que é meu tudo, minha vida, minha razão de viver, e meus irmãos que são meu tudo também.” Thamires Rosa Vieira, 20 anos.

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