O planeta Bergman

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mais jovem pela grande atriz de teatro Gunn Wallgren; o casal de velhos amantes de Uma lição de amor, os atores de província de Noites de circo, o garoto introvertido de O silêncio; o pastor luterano sem fé que escolheu essa vocação para acalmar sua consciência, alter ego do pai de Bergman, presente em quase todos seus filmes; os criados, as domésticas, os membros da família de Morangos silvestres. E ainda os cenários. A casa da avó, o teatro, o presbitério e a extraordinária loja de Isaak facobi constituem o mundo de duas crianças que cresceram em Uppsala, precisamente a cidade natal do cineasta. Autobiográfico na sua essência, Fanny e Alexandre abriga os segredos de um mundo particular, o admirável mundo mágico do menino Ingmar Bergman, oprimido e castigado por um pastor do diabo que o fez ter medo de Deus e o traumatizou com sua moral puritana. Filme-testamento, Fanny e Alexandre expressa também todas as concepções estéticas do artista Ingmar Bergman, exprime todas as suas convicções dramáticas, toda a sua filosofia cinematográfica. FANNY E ALEXANDRE (Fanny Och Alexander) — 1982 — Produção: Katinka Farago e Jorn Donner para a Svenka Filmstitute TV Suécia Canal 1 e Gaumont. Roteiro: I. B. Fotografia: Sven Nykvist. Música: Dankel Bell. Montagem: Sylvia Ingemarsson. Cenografia: Anna Asp. Intérpretes não citados na crítica: Anna Bergman (Hanna Schwartz), Christine Schollin (Lydia Ekdhal), Emile Werko (Jenny Ekdahl), Kerstin Tidelius (Henriette Vergerus), Marianne Aminoff (Blenda Vergerus), Marie Granlund (Petra Ekdahl), Mona Malin (Alma Ekdahl), Stina Ekblad (Ismael).

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