Cidade42

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megacorporação Time Warner e dentro do qual aprendeu sobre produção em TV, compra de conteúdo, grade, e a ser apresentadora. Alguns anos mais tarde, topou ser diretora de redação da Bazaar, a revista americana que chegava ao mercado brasileiro. Lá ficou por mais três anos até entender que era hora de dar uma pequena guinada na carreira. Tudo noVo Era o meio de 2014 e a vida não estava assim tão boa. Recém-separada de um namoro de três anos, estava na casa da mãe porque ainda não tinha alugado um apartamento e andava emocionalmente intranquila. Enquanto isso, no trabalho, achava que era hora de uma mudança. Pediu demissão da Bazaar e propôs para Eugenia Moreyra, diretora da Globonews, um programa de quatro episódios sobre o impacto da internet e das redes sociais na moda. Era uma jogada de risco num momento da vida em que nada parecia muito certo. Maria fez o programa e Eugenia a chamou para ser apresentadora do Mundo S.A, que já tinha 15 anos e falava de marcas enquanto negócios. “Achei estranhíssimo. Eu vinha da moda… Lembro de dizer: ‘Mas eu vou entrevistar tipo o presidente da Fiat?’.” Eugenia e Maria riem disso até hoje. Incentivada por Eugenia, Maria e João Carvalho, editor-chefe, começaram a repensar o Mundo S.A. os episódios passaram a olhar para tendências de mercado e para um movimento global de empreendedorismo jovem, falando com um público mais novo. “Minha ignorância sobre mercados e business ajudou muito”, brinca. “As perguntas que eu faço são as que o público faria, e veio essa conexão.” Em pouco tempo, o Mundo S.A passou a ser uma das maiores audiências do canal – na época da entrevista, Maria estava gravando a segunda temporada, que estreou em março. E, como a moda nunca saiu da vida dela, virou presença constante como comentarista do assunto em outros programas da Globonews, como Estúdio i e Conta

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De PeDro Pa r a M a r i a Pedi a Pedro Bial que falasse um pouco a respeito de Maria, e ele falou: “O que primeiro me impressionou em Maria foi a simpatia. Mais que simpatia, educação. Eu tinha me aproximado da porta do camarim (no dia da gravação do programa Na moral), onde Maria estava sendo maquiada, e a cumprimentei pelo espelho. Ela fez questão de interromper a maquiagem e me olhar direto nos olhos. Para mim, ficou o gesto de sair para falar comigo, atitude de pessoas para quem as boas maneiras são espontâneas, parte de sua natureza. O que é, definitivamente, o caso de Maria. Elegância inata. Mas definir Maria como você me pede, essa é difícil. Como Guimarães Rosa diz do amor: “abraçar uma ave em pleno voo”. Uma das características que mais admiro em Maria é a honestidade – é principalmente honesta consigo mesma e com seu desejo. Nosso encontro foi marcado por essa busca de clareza e honestidade de parte a parte, desde a primeira noite, quando saí para jantar com Maria e nunca mais voltei. Outra marca de Maria é também seu presente senso de justiça e sua compaixão sincera. Definição de Maria: uma mulher que prova que a estética é o melhor atalho para a ética. E me sinto muito à vontade na família. Rolou uma baita identificação entre o que a incrível Marta e sua companhia acreditam que pode ser uma família e o que eu penso e busco na minha. Formou, como dizem meus filhos. A família como possível núcleo gerador de virtudes anti-hipocrisia.”

corrente, além de ter feito consultoria para a novela da Globo Totalmente demais (foi ela quem apresentou à atriz Juliana Paes, que interpreta uma poderosa editora de moda na trama, todo o funcionamento das redações de revista). Enquanto a carreira de Maria tomava novo rumo, a vida pessoal guinava outra vez. Lendo um texto de Maria para a revista Serafina, Pedro Bial a chamou para participar do Na moral, programa que ele apresentava na Globo, e uma certa intranquilidade emocional que estava com ela desde o fim do namoro a abandonou de vez. “o Pedro tem uma foto na parede que foi tirada no momento em que ele estava me apresentando para a audiência dizendo: ‘Bem-vinda, Maria Prata’. Sou eu sorrindo para ele, é a coisa mais linda.” Maria lembra do dia e se diverte. “Quais as chances? Eu nem tinha sido ainda xavecada por outra pessoa, e aí vejo o Pedro e o mundo todo vira do avesso.” Quando o programa acabou, Maria pediu para tirar uma foto com ele, eles passaram a se seguir no Instagram, depois a trocar WhatsApp em ritmo adolescente até que um dia ele a chamou para jantar. “um mês depois ele me convidou para ir ao Japão e minhas amigas disseram: ‘Maria, tá doida? E se você não gostar dele, como faz para voltar do Japão?’.” Mas Maria faz o que quer e foi. Pouco tempo depois os dois estavam se casando na pousada da Loli, em Petrópolis. “o Pedro é divertido, generoso, inteligente, já leu tudo, tem sempre uma referência; ele é apaixonante, eu não sabia que era possível ser feliz desse jeito.” A rotina tem sido assim: Maria passa metade da semana no apartamento de São Paulo, por conta das gravações do programa, e a outra metade no Rio com o marido – os dois vivem na casa que ele já morava, no Jardim Botânico. Fica com Marta a última palavra sobre Maria: “Sinto um nó na garganta e uma admiração enorme por ela”. E Loli, que um dia declarou guerra à TV, anda vendo Globonews loucamente.

foTo foto arquIvo arquivo peSSoal pessoal

capa

beleza Cris Biato STYlING alexandra Benenti aSSISTeNTe de foToGrafIa Flávia Faustino TraTameNTo de ImaGem s&s

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