internacionais foram embora e, nesses dias, estão chegando milhares de refugiados, que fogem de outros focos de guerra. Vamos dar nossa ajuda para recebê-los”. O evoluir dos acontecimentos não modificou neles a vontade de continuar: “Se você estivesse aqui, faria como nós. A nossa decisão é ficar, se você der licença. Estamos decididos os quatro. Hoje, ainda é possível ir embora; dentro de alguns dias, talvez não... Nós aqui, queremos ficar. Por enquanto não nos sentimos ameaçados; os únicos que nos poderiam fazer mal seriam os rebeldes que estão chegando perto, mas parece que respeitam os brancos”. No dia 31 de outubro, Servando telefonou à Casa Generalícia; da França, onde eu estava fazendo visita, consegui falar com ele duas vezes. Comunicava-me o seguinte: “Todos abandonaram o campo de Nyamirangwe. Ficamos sozinhos. Podemos ser atacados a qualquer momento. Se essa noite não telefonarmos, é mau sinal. É quase certo que vão nos confiscar o rádio e o telefone. A região está muito agitada. Os refugiados fogem sem saber para onde, talvez ainda voltem. Está cada vez mais claro que há elementos infiltrados e violentos. Nós ficamos porque não nos queremos unir aos militares nem aos grupos armados”. Por várias vezes li de novo, com Jeffrey (conselheiro geral) a decisão da comunidade de Bugobe, cuja fundação eu aceitara pessoalmente e depois lhe dera acompanhamento. Os dois juntos escrevemos algumas páginas para nos ajudar a fixar os fatos na memória. Dou ciência a vocês do que escreveu Jeffrey: “Conhecendo os Irmãos, para mim não houve a mínima dificuldade de entender a decisão de ficarem. Havia diversas razões concretas para ficarem até o fim junto dos refugiados: os Irmãos tinham ainda um pouco de comida e de roupa; a presença deles tranqüilizava e dava confiança às pessoas 153