Notícias de Israel - Ano 28 - Nº 2

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Quando escrevi o capítulo final de meu romance The Last Judgment (O Juízo Final) não tive nenhuma pretensão de profetizar (ainda não tenho). Tudo o que eu queria fazer era contar uma boa história, escrevendo mais um “suspense de tribunal”. Mas, assim como ocorreu com meus outros livros, de ficção ou não, me senti inspirado a seguir a advertência que Jesus faz em Mateus 16.2-3. Nessa passagem, quando Seus ouvintes pedem um “sinal”, Jesus chama a atenção para o fato de que eles conheciam e seguiam um antigo ditado sobre o tempo, que mais tarde seria traduzido como: “Céu vermelho ao amanhecer, marinheiro preocupado; céu vermelho ao entardecer, marinheiro está folgado”. “Sabeis, na verdade, discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?” (v. 3). Jesus também fez outra afirmação parecida, que está registrada em Lucas 12.54-56. Ao meditar nessas palavras, pensei: existe barômetro melhor para medir o clima da época em que vivemos do que a situação do Monte do Templo? Então, criei a história de um atentado que acontecia no Monte do Templo, com motivações religiosas, e que resultava num conflito judicial e geopolítico envolvendo Israel, a comunidade cristã e o Islã.

Imaginem só qual não foi minha surpresa quando, poucas semanas depois do lançamento do meu livro, surgiram notícias sobre uma suposta conspiração com o objetivo de assumir o controle do Monte do Templo. Em 17 de março de 2005, a agência internacional de notícias France Presse (AFP) comentou que, no dia anterior, o Canal 2 da televisão de Israel havia exibido um vídeo que mostrava supostos conspiradores judeus – entre eles rabinos e, nas palavras da AFP, “radicais da extrema-direita” – encontrando-se secretamente na Cidade Velha para planejar a tomada do Monte do Templo. Reforços policiais foram enviados para a área do platô do Monte do Templo. Imediatamente, o sheik Ibrahim Mudayris, falando a muçulmanos numa mesquita de Gaza, anunciou que “milhões” de muçulmanos iriam defender a mesquita de Al-Aqsa, que está situada no Monte. O primeiro-ministro da Autoridade Palestina (AP) juntou-se ao coro, alertando que a região “explodiria” se judeus tomassem qualquer atitude contra o local controlado pelos muçulmanos. A polêmica também coincidiu com a tentativa de uma organização popular judaica de levar cerca de 10.000 judeus ao Monte do Templo, na véspera do início do mês de nissan. O grupo queria chamar a atenção

Notícias de Israel, fevereiro de 2006

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