
7 minute read
O Médico e a Máquina: A inteligência
Mundo de Todos O Médico e a Máquina: A inteligência artificial na medicina
Joana Mendes, 5ª. ano
Advertisement
Nas últimas décadas tem-se assistido a um crescimento expansivo do conhecimento científico e da integração de novas tecnologias no nosso quotidiano, comparável à explosão da inovação que se verificou em meados do século XVIII, com a Revolução Industrial.
Nesse período, existia a ideia de que a máquina vinha substituir o homem e deixar muitos no desemprego. Não obstante, o ser humano teve a capacidade de se “adaptar ao futuro”, possibilitando a coexistência de homem e máquina na atividade laboral.
Com os recentes avanços tecnológicos, surge novamente o receio da obsolescência da mão-de-obra humana decorrente da automatização do trabalho. Entre estes avanços, a inteligência artificial (IA) é talvez o que mais inquietação traz, pois tem vindo a substituir vários empregos– rececionistas, contabilistas, trabalhadores de armazém e muitos outros.
Perante este clima de mudança, há quem se questione sobre o impacto da mecanização do trabalho na prática médica, e de que forma este será alterado nas próximas décadas com o advento da inteligência artificial. Será que esta tecnologia vem mesmo substituir os médicos?
O que é a IA?
É qualquer sistema capaz de observar o que o rodeia e de se adaptar às circunstâncias para melhor executar a tarefa de que foi incumbido. Estes sistemas conseguem emular vários processos cognitivos humanos como a aprendizagem, raciocínio, percepção do ambiente, comunicação, entre outros. O machine learning é um tipo de IA particularmente interessante, pois aprende automaticamente através da experiência, sem qualquer intervenção humana.
Usos atuais da IA
Enfatiza-se cada vez mais a importância destes softwares em medicina e saúde pública, dada a sua capacidade preditiva resultante da análise de extensas bases de dados.
Uma das aplicações mais recentes de IA em medicina é no reconhecimento de padrões no âmbito da Dermatologia, Oftalmologia e Oncologia. Através da análise de múltiplas

imagens, estes algoritmos conseguem identificar células cancerígenas em biópsias, sinais de retinopatia diabética em fundos oculares, melanomas e outras anomalias com uma precisão igual ou superior à de especialistas.
Em áreas cirúrgicas, a IA surge como uma ferramenta revolucionária, tendo como principal exemplo o sistema DaVinci. Esta plataforma possibilita a realização de cirurgias por meio de braços robóticos que imitam os movimentos da mão de um cirurgião, o que, aliado às opções de ampliação e visualização das estruturas em 3D, proporciona uma maior precisão cirúrgica.
Outro uso importante destas tecnologias é no campo da Imagiologia, com a criação de algoritmos de machine learning que quantificam características radiográficas específicas. Estes dados são aplicados a modelos estatísticos, por forma a identificar marcadores de doença e estabelecer rapidamente um diagnóstico. Atualmente, esta tecnologia é usada na identificação de nódulos, lesões e pólipos malignos e na monitorização da resposta tumoral à radioterapia, entre outros.
Os sistemas de apoio à decisão clínica constituem mais uma aplicação da IA e têm como função reunir e analisar informação proveniente de grandes bases de dados. A partir desta análise, os softwares comparam as características de casos clínicos específicos com a evidência científica existente e propõem estratégias terapêuticas mais personalizadas e eficazes.
Mais recentemente, surgiram programas que permitem reproduzir o raciocínio clínico através da análise da história clínica do doente, com resultados espantosamente rigorosos. Com efeito, existe mesmo um software que recolhe dados de processos clínicos eletrónicos e, de seguida, propõe hipóteses diagnósticas, exames complementares e opções de tratamento.
A IA é algo que veio revolucionar o exercício da medicina e promete trazer uma mudança de paradigma na prestação de cuidados de saúde. O objetivo não será descurar o papel do médico, mas sim atingir um equilíbrio entre máquina e ser humano. Prevê-se assim que, num futuro próximo, esta tecnologia constitua um apoio indispensável à prática médica, permitindo uma maior eficiência, produtividade e precisão diagnóstica.
É, por isso, fundamental equipar futuros profissionais de saúde com conhecimentos que lhes permitam adaptar-se aos desafios trazidos pelas novas tecnologias, dado que o médico constitui talvez o mais importante agente terapêutico – tanto pela relação empática que estabelece com o doente, como pelo raciocínio clínico que o leva a um diagnóstico.

Mundo de Todos “Não há um planeta
B” - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável 2030
Maria Inês Ramalho, 6º ano
Nas palavras de Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU 2007-2016, “não temos um plano B, porque não há um planeta B”. 75 anos depois da sua formação, a ONU preocupa-se com a criação de um mundo melhor, onde o ser humano possa prosperar juntamente com a biosfera que o rodeia.
Historicamente, a sustentabilidade como a conhecemos foi um termo cunhado em 1983 pela ONU, no qual se pretendia englobar uma visão que ditava que as necessidades presentes devem ser colmatadas, sem o comprometimento da possibilidade de as gerações futuras colmatarem as necessidades que vierem a surgir– esta visão impunha o desenvolvimento social e económico como áreas inerentemente constrangidas pelos limites ambientais. Apenas mais tarde, nos anos 90, se criou o modelo atual em diagrama de Venn, no qual a coexistência entre o ser humano e a biosfera terrestre se situa na confluência das esferas económica, social e ambiental, não descurando nenhuma das três.
É nesta altura, que a ONU cria os primeiros objetivos com vista à erradicação da pobreza e tentativa de resolução de diversos problemas identificados a nível mundial (direitos das cri anças e das mulheres, desnutrição, …), contando com cooperação internacional para a sua execução. São estes objetivos que dão origem, em 2000, aos Objetivos do Milénio – um conjunto de 15 metas a serem atingidas até 2015, com diversas propostas de soluções e indicadores de forma a mensurar a sua concretização.
Conforme as medidas vão sendo implementadas por diversos países, são identificados problemas, incluindo uma relação desigual de
“dador-recipiente” entre países. É assim que, em 2015, nasce uma ratificação deste projeto, com novas metas e indicadores: preocupação com o ambiente e a preservação da biosfera terrestre, com uma base de cooperação internacional e uma data proposta de conclusão para 2030 – são 17 objetivos, cuja concretização resultará, sem dúvida, num mundo melhor para todos os que o habitam, tal como para as gerações futuras. E nós? Portugal, como membro da ONU, também está a trabalhar no sentido de um mundo melhor. São várias as nossas empresas e companhias que têm ações implementadas em concordância com os ODS (a maioria englobando mais que um), quer em Portugal, quer no estrangeiro. A título de exemplo, aqui ficam alguns desses projetos:
10

Objetivo #2: Erradicar a fome – O Grupo Jerónimo Martins, especificamente na sua empresa polaca Biedronka, em parceria com outras empresas locais e internacionais, implementou em 2006 o Milk Start – um produto alimentar que é vendido a preços reduzidos, de forma que as famílias com mais dificuldades possam providenciar às suas crianças um pequeno-almoço com 25% das necessidades diárias recomendadas de vitaminas e minerais.
Objetivo #4: Educação de qualidade – Desde 2011, a Navigator conta com o projeto “Dá a mão à floresta”, no qual, para além de proporcionarem atividades lúdicas e pedagógicas a crianças do 1º ciclo sobre a temática da proteção florestal e da importância das florestas na biodiversidade, são ainda distribuídos pelas comunidades locais eucaliptos, pinheiros mansos, sobreiros, carvalhos, azinheiras, alfazemas, alecrim e medronheiros, provenientes dos seus viveiros.
Objetivo #7: Energias renováveis e
acessíveis – A EDP ajudou um campo de refugiados em Kakuma, Quénia com a implementação de soluções sustentáveis de energia, que se traduziram em fornos, fogões e purificadores de água solares, lanternas solares, formação vocacional e desenvolvimento de competências para pessoas da comunidade, iluminação pública em edifícios e ruas, entre outros, com um impacto direto em mais de 6000 refugiados.
Objetivo #12: Produção e consumo sus-
tentáveis – Transformar.Te é um projeto criado pela Sonae em 2016 com vista à redução do desperdício alimentar, quer pela doação de produtos em bom estado de conservação, mas sem valor comercial a instituições de solidariedade, quer pela reciclagem dos mesmos noutros produtos como compotas, resultando numa diminuição do desperdício e em mais de 1 milhão de refeições doadas.

Mundo de Todos
Objetivo #13: Ação Climática – Ao longo do tempo, os CTT têm vindo a investir na aquisição de veículos elétricos, perfazendo estes cerca de 10% da frota – o que a torna numa das empresas menos poluentes do nosso país, em especial, tendo em consideração a sua dimensão. Para além disto, os CTT lançaram, em 2015, uma plataforma interna de partilha de boleias disponível aos 1200 trabalhadores da sede – em conjunto, estas ações já permitiram a redução de mais de 1700 toneladas de CO2.
E eu, o que posso fazer a nível pessoal?
Desde ações de voluntariado, reciclagem ou uma simples pesquisa de forma a apoiar empresas que se preocupam com a sustentabilidade, todos nós podemos dar um pequeno contributo – é uma questão de deixarmos o cabelo secar ao natural em vez de usar um secador, sermos vocais no nosso local de trabalho em apoio à igualdade de remuneração ou fazermos compras nas nossas lojas locais em detrimento de grandes superfícies.
