Revista CESVI - Ano novo, carros novos

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Revista

ANO 15 nº82 NOV/DEZ 2012

ANO NOVO, CARROS NOVOS

Hatch da Chevrolet ultrapassa

concorrentes no ranking CAR Group

ÓRION TABLET

Mobilidade inédita no orçamento do reparo automotivo

E

ONIX ASSUME A PONTA

CC nt da R re f se az vis gu ge t ra st a nç ão a

Confira já o que 2013 terá de novidade no universo do automóvel



Um ano muito especial 2012

foi muito importante para mim, na condução dos trabalhos do CESVI BRASIL. Em maio, completei um ano aqui, o que marca um período em que a gente já se sente em casa, conhece a fundo cada detalhe dos estudos e principalmente o potencial do que ainda poderemos fazer pela frente. É com muito orgulho que eu termino esse período como participante e testemunha de grandes realizações do nosso centro de pesquisa. Aprimoramos nosso estudo de reparabilidade, tornando mensal a atualização do CAR Group, que antes era feita uma vez por ano. Desenvolvemos uma nova referência para o mercado, o Índice de Furto, sobre o qual vocês leram aqui mesmo, na edição passada. E outros estudos vieram: sobre a eletrônica embarcada nos automóveis, sobre o reparo de microdanos, sobre ABS, para ficar só nos que receberam destaque de capa na Revista CESVI. Falando nela, foi no começo deste ano que renovamos o projeto da publicação – tanto a parte gráfica quanto as matérias, com um foco cada vez mais voltado para o que o leitor quer saber. O resultado é uma leitura ainda

mais agradável, unindo sobriedade com visual moderno. A representação perfeita do que é o CESVI em sua essência. Você vai ler nesta edição o que os interessados em automóvel podem esperar desse mundo fascinante em 2013. Mas desta vez não vou me alongar nos comentários sobre o conteúdo desse número. Deixo para as próprias páginas contarem sobre esta edição de fim de ano. Nesta ocasião, prefiro desejar a você, leitor, boas festas e um 2013 em que todas as suas aspirações se tornem realidade concreta. Teremos um ano de muito trabalho pela frente, com diversos estudos previstos. Que você seja sempre o primeiro a saber de tudo, pelas páginas desta publicação. Muito obrigado por ter estado o ano inteiro conosco. Feliz Ano Novo! Almir Fernandes

Diretor de operações

Diretor-presidente: Wilson Toneto Conselho Editorial: Almir Fernandes, Carolina Circelli e Alexandre Carvalho dos Santos.

Tiragem: 4.100 exemplares. Publicidade: Fone: (11) 3948-4814

Editor: Alexandre Carvalho dos Santos (Mtb. 44.252)

E-mail: revista@cesvibrasil.com.br

acarvalho2802@gmail.com

Assinatura e números atrasados: Juliana Sobrinho Fotos: Alexandre Martins Xavier (Mtb. 30.982) e Luciana Ruffato Colaboradores desta edição: Alessandro Rúbio, André Horta, Bruno Henrique Honorato Espindola, Claudemir Rodriguez, Denis Gorgonio Peres, Emerson Feliciano, Estevam Prado Barbosa Silva, Gerson Burin, José Palacio (IQA), Leila Maria de Oliveira Silva, Paulo Roberto Weingärtner Jr. e Willians Araujo.

Direção de arte e diagramação: Yes!Brasil Comunicação Henrique Marin, Lucas Hayashi Chinen, Roberto Shintate e Silvana Tai.

e Leila Maria de Oliveira Silva.

Redação: Av. Amador Aguiar, 700 - City Empresarial Jaraguá CEP 02998-020 - São Paulo, SP Fone: (11) 3948-4800 - Fax (11) 3948-4848 E-mail: revista@cesvibrasil.com.br www.cesvibrasil.com.br


Matéria de capa

SEU ANO NOVO, ANTES

Carro

6

Ensaios de impacto: Chevrolet Onix

Reparo

14

24

Órion, agora em tablet

Segurança viária

10 Carro

Ótimo custo da cesta básica garante segundo lugar do Toyota Etios no CAR Group

20

Comportamento agressivo ao volante

13 Máquinas pop

Livro: Cinquenta Carros que Mudaram o Mundo - lição de design

22 Entrevista

Renato Caldo e Fausto Camilotti, da CCR ViaOeste, falam de estrutura de segurança nas rodovias

28 tecnologia

Estudo sueco mostra que incentivos financeiros e aviso sobre infração fazem o motorista correr menos

30 Perfil do veículo

Fatores de risco e uma precificação mais técnica do seguro do automóvel

34 Antena

O que avaliar na escolha do fornecedor de serviços de rastreamento e bloqueio

38 Aval cesvi

A lista das empresas e sistemas de rastreamento e bloqueio aprovados pelo CESVI

40 Painel

Prêmio CAR Group 2012

42 IQA

Certificação de grupos de oficinas

Legendas Conteúdo digital

Confira video online

Fotografia

Ilustração Textos


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Ensaios de impacto:

Chevrolet Onix Estevam Prado Barbosa Silva e Bruno Henrique Honorato Espindola

M

ais um campeão de reparabilidade chegou recentemente ao mercado brasileiro. É o Chevrolet Onix, o primeiro modelo derivado do Projeto Onix, um hatchback produzido no recém-ampliado complexo industrial de Gravataí, no Rio Grande do Sul, que atualmente produz Celta e Prisma. Com a queda do Novo C3 para a terceira colocação do ranking (sua classificação mudou de 13 para 17, em função de um aumento no custo das peças), o Onix já começa com

Outro campeão na pista do CESVI: o novo hatch da GM teve a melhor classificação do ranking CAR Group – por causa de sua estrutura dianteira o pé direito: é o melhor CAR Group entre todos os analisados pelo CESVI, juntamente com o Volkswagen Fox. Além de mandar bem na reparabilidade, o Onix chega com outras inovações tecnológicas: o MyLink, uma plataforma de conectividade que permite ao usuário trazer suas músicas, fotos, vídeos e aplicativos do celular para dentro do veículo, além de fazer ligações telefônicas via Bluetooth. Agora vamos conferir como o veículo se comportou nos ensaios de impacto do CESVI.

Quer fazer comparativos entre o CAR Group de diversos modelos de veículos? Acesse: http://migre.me/c1O5e

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Impacto dianteiro No estudo CAR Group, o fator que apresenta a maior ponderação é o custo total da reparação dianteira. E o Chevrolet Onix foi o que apresentou o menor custo, o que justifica sua estreia já na primeira posição do ranking. Um dos fatores que mais contribuíram para isso foi a presença de uma travessa frontal com crash-box, para absorver parte da energia de impacto em colisões de baixa velocidade. Um destaque do Onix é que a travessa frontal é fornecida separadamente dos crash-boxes das laterais direita e esquerda. No crash-test feito pelo CESVI, o veículo sofreu danos que exigiram a substituição da travessa e do crash-box do lado esquerdo. Mas, como as peças vêm separadas, o crash-box do lado direito foi preservado – o que reduz o custo do reparo. A travessa também permitiu que diversas peças estruturais fossem reparadas apenas com o processo de estiramento a frio, sem necessidade de uma substituição parcial. E tem mais: a montadora oferece um kit de reposição para a fixação do radiador. Como apenas um ponto de fixação foi danificado no teste, o restante do kit foi preservado – mais um atenuante para o custo do reparo.

Impacto traseiro Já na traseira, os resultados foram diferentes. Sem uma travessa com crash-box para amenizar o impacto, peças estruturais foram atingidas: longarina traseira, painel traseiro, alojamento da lanterna, lateral, assoalho do porta-malas e assoalho do assento do banco traseiro. Apesar da longarina traseira do lado direito ter sido atingida, foi possível repará-la com o estiramento a frio – não precisou de substituição parcial. Porém o painel traseiro teve de ser substituído parcialmente, o que elevou o custo da reparação traseira, não apenas pelo valor da peça, mais também pela mão de obra agregada ao serviço. Ainda assim, nem a quantidade de peças atingidas na traseira, nem o custo de mão de obra tiraram a primeira posição do Onix no ranking CAR Group, mais um atenuante para o custo do reparo.

Alexandre M. Xavier

Revista CESVI

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DEZEMBRO

OUTUBRO

13 13 14 14 15 15 15 15

ONIX HATCH

15

C3 HATCH

15 15 16 16 16 16 16 16

ETIOS HATCH NOVO C3 HATCH NOVO GOL J3 HATCH CORSA HATCH

16 17 13 13 13 17 17 17 17 17 18 20 21 21 21 21 21 21 19 20 21 21 21 22 22 22

KA

19 19 20 20 20 20 22 22

CELTA

20 20 22 22 22 23 23 23

SANDERO

20 20 21 22 22 23 23 23

CLIO HATCH

19 19 20 20 20 25 25 25

MARCH

27 27 27 27 27 28 28 32

207 HATCH

32 33 35 35 35 35 35 35

MILLE

31 31 32 34 34 34 34 35

NOVO UNO PALIO FIRE NOVO PALIO

NOVEMBRO

SETEMBRO

JULHO

AGOSTO

MAIO

JUNHO

ABRIL

MARÇO

JANEIRO

FOX

FEVEREIRO

MODELO

MONTADORAS

POSIÇÃO ATUAL

CAR GROUP - HATCH COMPACTO

34 34 35 36 36 36 36 38 39 39 40 41 41 41 41 43 39 39 40 42 42 42 42 45

FICHA TÉCNICA DO ONIX VERSÃO Motor / Posição Construção Cilindrada Nº de válvulas Combustível Potência Torque Taxa de compressão Câmbio Tração Direção Suspensão dianteira Suspensão traseira

LT 1.0 8V FLEX 4P

LS 1.0 8V FLEX 4P

999 cm 3

1.389 cm 3 8 válvulas Gasolina e/ou etanol 78 cv a 6.400 rpm (gasolina) 98 cv a 6.000 rpm (gasolina) 80 cv a 6.400 rpm (etanol) 106 cv a 6.000 rpm (etanol) 9,5 mkgf a 5.200 rpm (gasolina) 13,0 mkgf a 4.800 rpm (gasolina) 9,8 mkgf a 5.200 rpm (etanol) 13,9 mkgf a 4.800 rpm (etanol) 12,6 : 1 12,4 : 1 Manual (5 frente e 1 ré) Dianteira Hidráulica Independente tipo “McPherson” barra estabilizadora ligada à haste tensora, molas helicoidais com carga lateral linear, amortecedor telescópico pressurizado estrutural. Semi-independente, com eixo torção, sem barra estabilizadora, mola helicoidal com constante elástica linear e amortecedor telescópico pressurizado. Discos ventilados Tambor 1.484 mm

Largura carroceria sem retrovisores Comprimento Entre-eixos

Carroceria N o de portas

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N o de ocupantes Categoria

LTZ 1.4 8V FLEX 4P

Dianteiro / Transversal 4 cilindros em linha

Freio dianteiro Freio traseiro Altura

Peso Tanque Porta-malas Pneus e rodas

LT 1.4 8V FLEX 4P

1.705 mm 3.528 mm

1.012 kg

2.528 mm 1.018 kg 54 litros 280 litros

175/65 R14 (aço)

185/65 R15 (aço)

185/65 R14 (aço)

185/70 R14 (aço) Monobloco 5 portas 5 lugares Hatch compacto

1.067kg

185/65 R15 (liga leve)


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Ensaios de impacto: Toyota Etios Claudemir Rodriguez

Ótimo custo da cesta básica de peças garante segunda melhor classificação no ranking CAR Group para o hatch da marca japonesa

E

ste número da revista está com boas surpresas em relação ao CAR Group. O Etios, da Toyota, teve ótimo resultado nos estudos do CESVI e conquistou a segunda melhor classificação de sua categoria – e de todo o ranking: 16, numa variável que vai de 10 (a melhor) até 60 (a pior). À sua frente, estão apenas o Chevrolet Onix Hatch (veja matéria nesta edição) e o Volkswagen Fox. O Etios também não decepciona em segurança: mesmo a versão mais básica já sai de série com airbag duplo, enquanto a versão X – segunda mais básica – traz sistema de frenagem ABS com EBD. Então, que tal conferir como o veículo se comportou nos ensaios de impacto realizados pelo CESVI? É só prosseguir com a leitura.

Você conhece os critérios utilizados pelo CESVI na elaboração do ranking CAR Group? Confira aqui: http://migre.me/c1X4o

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Impacto dianteiro

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Independentemente dos resultados nos impactos dianteiro e traseiro, o estudo apontou que o Toyota Etios Hatch, entre todos os veículos de sua categoria, é o que possui o menor custo da cesta básica de peças. Esses preços competitivos contribuíram para a excelente classificação do veículo no ranking CAR Group. E quanto à estrutura? Os especialistas do CESVI identificaram danos na parte dianteira que poderiam ter sido minimizados, ou até mesmo evitados, caso o carro tivesse crash-box ou pelo menos um absorvedor de impacto. A ausência desses componentes fez com que a longarina dianteira esquerda (região do impacto) recebesse parte da energia do impacto, tendo de ser substituída parcialmente. Nas medições antes e depois do crash-test, constatou-se a necessidade de um estiramento a frio, para que a estrutura do veículo retornasse às suas medidas originais. Também vale destacar no estudo da dianteira que o radiador e o eletroventilador não foram atingidos. O condensador do ar-condicionado teve um dano leve, mas pôde ser reparado. O custo total da reparação dianteira – que inclui o preço das peças, os insumos utilizados e os tempos coletados durante os processos de funilaria e pintura – foi fator decisivo para o ótimo resultado do Etios.

Impacto traseiro Ao contrário do que aconteceu na dianteira, o estudo apontou que o custo total da reparação traseira não foi um fator positivo. Uma grande quantidade de peças foi atingida no impacto, o que resultou em tempos elevados de funilaria e pintura. A ausência de crash-box e de absorvedor de impacto contribuiu para tantas peças afetadas. O lado bom foi que parte dessas peças puderam ser reparadas, como a tampa traseira, a lateral direita, o assoalho do porta-malas, o assoalho do banco traseiro e a caixa de roda direita. Além da necessidade do processo de estiramento a frio, para retorno às medidas estruturais originais, o estudo constatou a necessidade de substituição parcial da longarina traseira direita – assim como na dianteira, a peça recebeu parte da energia do impacto.

Alexandre M. Xavier

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C3 HATCH

15 15 16 16 16 16 16 16

ETIOS HATCH NOVO C3 HATCH NOVO GOL J3 HATCH CORSA HATCH

16 17 13 13 13 17 17 17 17 17 18 20 21 21 21 21 21 21 19 20 21 21 21 22 22 22

KA

19 19 20 20 20 20 22 22

CELTA

20 20 22 22 22 23 23 23

SANDERO

20 20 21 22 22 23 23 23

CLIO HATCH

19 19 20 20 20 25 25 25

MARCH

27 27 27 27 27 28 28 32

207 HATCH

32 33 35 35 35 35 35 35

MILLE

31 31 32 34 34 34 34 35

NOVO UNO PALIO FIRE NOVO PALIO

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ONIX HATCH

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FEVEREIRO

MODELO

MONTADORAS

POSIÇÃO ATUAL

CAR GROUP - HATCH COMPACTO

34 34 35 36 36 36 36 38 39 39 40 41 41 41 41 43 39 39 40 42 42 42 42 45

FICHA TÉCNICA DO TOYOTA ETIOS VERSÃO Motor / Posição Construção Cilindrada Nº de válvulas Combustível Potência Torque Câmbio Tração Direção Suspensão dianteira Suspensão traseira

X 1.3 16V T-FLEX

1.3 16V T-FLEX

1.329 cm 3

1.496 cm 3 16 válvulas Gasolina e/ou etanol 84 cv a 5.600 rpm (gasolina) 92 cv a 5.600 rpm (G) 90 cv a 5.600 rpm (etanol) 96,5 cv a 5.600 rpm (E) 11,9 mkgf a 3.100 rpm (gasolina) 13,9 mkgf a 3.100 rpm (gasolina) 12,8 mkgf a 3.100 rpm (etanol) 13,9 mkgf a 3.100 rpm (etanol) Manual (5 frente e 1 ré) Dianteira Mecânica Eletroassistida progressiva McPherson McPherson barra estabilizadora Eixo de torção Eixo de torção com barra estabilizadora Discos ventilados Tambor 1.510 mm

Largura carroceria sem retrovisores

N o de portas N o de ocupantes Categoria

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XLS 1.5 16V T-FLEX

Dianteiro / Transversal 4 cilindros em linha

Freio dianteiro Freio traseiro Altura

Comprimento Entre-eixos Peso Tanque Porta-malas Pneus e rodas Carroceria

XS 1.3 16V T-FLEX

1.695 mm 3.777 mm 2.460 mm 915 kg

940 kg

945kg

965 kg

45 litros 270 litros

175/65 R14 (aço)

185/60 R15 (liga leve) Monobloco 5 portas 5 lugares Hatch compacto


Obras de arte

sobre rodas

Livro aponta os 50 carros com design mais revolucionário de todos os tempos Alexandre Carvalho dos Santos

O

Design Museum, de Londres, é o principal museu do mundo dedicado ao design contemporâneo, e se empenha em demonstrar a riqueza e a importância da criatividade encontrada em todas as formas de design: da arquitetura ao vestuário. E passando pelo desenho de carros também. Para revelar a engenhosidade dos designers de veículos ao longo da história, a instituição publicou o livro Cinquenta Carros que Mudaram o Mundo (Autêntica Editora) – destacando os modelos que revolucionaram o design automobilístico e criaram tendências, algumas seguidas até hoje. O primeiro modelo comentado – como não poderia deixar de ser – é o Ford T, de 1908, primeiro veículo fabricado em uma linha de produção. “Ele não tinha muitos dos caprichos dos carros anteriores, mas foi cuidadosamente projetado e, para a época, era relativamente fácil de conduzir, graças à transmissão semiautomática epicíclica.” Outra presença obrigatória é a do Volkswagen original – popularizado no Brasil como Fusca. O livro revela que os primeiros esboços do carro foram feitos pelo próprio Hitler, que queria um projeto “para continuar a motorização do povo alemão”, expressando a forte estética modernista do país. O resultado (mérito dos engenheiros, não do nazista) foi uma estrutura de carroceria revolucionária, e também com uma motorização que não dava trabalho. “A hegemonia da Alemanha em engenharia eletromecânica significava também que os equipamentos elétricos (motor de arranque, ignição e dínamo) eram excelentes, e assim o Fusca sempre dava partida nas manhãs frias e úmidas.” A obra também destaca aspectos inovadores de segurança dos carros. Alguns, inclusive, que não vingaram, como os controles excessivamente sensíveis do Citroën DS, de 1955. O modelo “precisava apenas do controle suave da ponta do dedo no volante para evitar que se desviasse para o lado errado da estrada, e um pedal de freio Citroën DS, – apenas um botão, na verdade – tão sensível que de 1955 parecia um interruptor de liga/desliga. Nem todos os motoristas gostaram da extrema sensibilidade desses controles.” E há modelos recentes também. Como o Toyota Prius, de 1997, que provou o compromisso da montadora com a redução de emissões de poluentes.

“O motor a gasolina só aciona as rodas através do sistema elétrico e, portanto, funciona sempre na velocidade e na energia mais eficientes.” Se você quiser saber um pouco da história do design de carros lendários, como a Ferrari 125S, de 1947, o Táxi Austin FX4, de 1956, e até o Mini, de 1959, Cinquenta Carros que Mudaram o Mundo vai fazer bonito na sua estante.

O carro que matou a bailarina

Reza a lenda que a bailarina americana Isadora Duncan, um mito da dança, morreu em 1927, estrangulada por seu próprio xale, que enroscou numa das rodas de um Bugatti conversível. O livro desmente a história: o estrangulamento ocorreu assim mesmo, é verdade, mas o carro era um Amilcar, outro modelo esportivo da década de 1920. 13


Seu ano novo, antes Alexandre M. Xavier

Se a tal profecia sobre o fim do mundo não se concretizar neste mês, você vai ter a chance de conferir as novidades que 2013 reserva para o universo do automóvel. E que você vê antes aquI. Gerson Burin

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J

á fez suas resoluções de Ano Novo? O mercado automotivo já fez as dele. E não são poucas. Em 2013, teremos novidades relacionadas à legislação que existe sobre o automóvel, tecnologias novas e, claro, modelos novinhos em folha chegando às concessionárias. A Revista CESVI usou sua bola de cristal e revela, agora em dezembro, o que você vai ver em 2013.


Frota aumenta, de novo Que a frota brasileira está em crescimento, você já sabia. É um fenômeno – e talvez explique um pouco das razões de tantos congestionamentos nas grandes cidades por aqui. Outros países, como Estados Unidos e Japão, não apresentarão nos próximos anos um crescimento tão significativo quanto o nosso. Nos anos 2000, tínhamos por aqui uma média de 134 veículos para cada mil habitantes. Em 2025 (olha a bola de cristal indo longe), a previsão é de que esse número praticamente dobre: serão 260 veículos para cada mil pessoas. Segundo a Fenabrave, devemos terminar 2012 com quase 5,8 milhões de emplacamentos no ano – uma alta de 3,4% em relação a 2011. Para 2013, a entidade acredita que a alta seja ainda maior, de 3,5%. Ou seja, que o ritmo aquecido dos últimos meses não deve ser “compensado” com uma ducha de água fria no mercado no ano que vem. Haja espaço para tanto carro... Também teremos novas fábricas no País.

A projeção de consolidação de novas montadoras em 2013 é de 5,1% a mais em relação ao que já existe. Os investimentos devem chegar a 1,87 bilhões de reais. Em Pernambuco, a Fiat já está construindo fábrica na cidade de Goiana, com um parque de fornecedores de 15 empresas sistêmicas – que serão os fornecedores diretos da montadora –, além da construção de um campo de provas. E a Jac Motors pretende construir sua fábrica no Estado da Bahia, em Camaçari. Rumo ao Sul, a General Motors já iniciou a construção de uma fábrica em Joinville, Santa Catarina.

Nova tecnologia de frenagem

Divulgação AEB (Autonomous Emergency Braking)

Em 2013, é provável que você conheça o sistema de freio AEB (Autonomous Emergency Braking). É um recurso para evitar ou reduzir de forma significativa as colisões traseiras, ou diminuir os danos ao veículo pela redução de velocidade antes do impacto. O sistema usa um recurso sofisticado de detecção de luz, “escaneando” o que acontece à frente na rodovia. Na Inglaterra, o Ford Fiesta que adotou o sistema teve um desconto de 15% no prêmio do primeiro ano do seguro. O CESVI participou da conferência do RCAR (conselho internacional de centros de pesquisa) este ano, realizado em Dresden, na Alemanha, e o AEB foi citado inúmeras vezes pelos

especialistas como item importantíssimo para a segurança veicular. Uma estatística realizada nos Estados Unidos aponta que, em perímetros urbanos, 75% dos acidentes acontecem a uma velocidade inferior a 32 km/h. Na Inglaterra, 26% dos acidentes têm a ver com colisões traseiras. Nesse mesmo país, são registradas 6 mil fatalidades e ferimentos por atropelamentos. Todos esses casos poderiam ser reduzidos se existissem mais carros com AEB.

Revista CESVI

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Siniav (o Grande Irmão) Começa em 1º de janeiro a implantação do Siniav (Sistema Nacional de Identificação Automática de Veículos) em todo o território nacional. A medida foi aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e publicada no Diário Oficial da União. O objetivo deste programa é auxiliar os sistemas de fiscalização das ruas e rodovias, para evitar furtos e roubos, além de documentações atrasadas. O Siniav vai extrair informações das vias para a melhoria do trânsito. O sistema consiste na instalação de um chip, que contém informações referentes ao veículo: placa, ano de fabricação, marca, modelo, combustível e potência. Por meio de um protocolo de comunicação padrão, transmitirá essas informações para os sistemas de antenas de radiofrequência instalados nas vias. As bases de antenas, por sua vez, enviarão informações para uma central, que verifica se aquele veículo tem algum tipo de restrição. Se tiver, a central repassará essas informações para centrais de fiscalização, que efetuarão blitz para a abordagem do veículo. As informações armazenadas no chip serão o registro de chassi, motor, placa e Renavam. Não poderão conter informações pessoais do proprietário, por questões de segurança e sigilo. Para os veículos de passeio, o chip será instalado no para-brisa. Para as motocicletas e carretas, a instalação será feita em locais diferenciados. Além do que ele efetivamente vai fazer, vale a pena conferir o que ele será capaz de fazer. Porque o sistema tem potencial para habilitação de outros serviços, como socorro para casos de emergência e cobrança de pedágio eletrônico – caso o proprietário autorize a habilitação.

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Funcionamento do sistema 1

Antenas serão instaladas nas ruas, e rodovias e veículos ganharão placas eletrônicas para rastreamento.

2

Ao passar por uma antena, velocidade e dados do veículo serão coletados.

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Dados serão encaminhados para o Denatran e Detran estadual, para verificação. Informações serão redirecionadas para autoridades policiais.

4

Em caso de roubo, irregularidades ou se o veículo não tiver o equipamento, autoridades mais próximas serão comunicadas.

Programa Inovar-Auto Também em 2013, um novo regime automotivo entra em vigor no Brasil, dando direito à redução de impostos sobre produtos industrializados (IPI) para as empresas que fabricam e comercializam veículos no território nacional. O Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) é uma medida adotada pelo Governo Federal com o objetivo de estimular o investimento na indústria automobilística nacional. Estima-se que até 2015 o programa levantará mais de R$ 50 bilhões em investimentos no setor. As montadoras já estão começando a aperfeiçoar seus motores para atender níveis mais rígidos de consumo e emissões de poluentes, e assim terem direito à redução do IPI. Porém, não se espera inicialmente que os motores tenham os mesmos parâmetros de emissões dos similares europeus, norte-americanos ou asiáticos.


A contrapartida

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Para ter direito à redução de imposto, as montadoras precisarão: 1 Investir em pesquisa e desenvolvimento, no mínimo, 0,13% da receita bruta total de venda de bens e serviços. 2 Realizar, no País, investimentos em engenharia, tecnologia industrial básica e capacitação de fornecedores: 0,5% sobre a receita bruta total de venda de bens e serviços em 2013; de 0,75% em 2014, e de 1% em 2015, 2016 e 2017. 3 Aderir ao Programa de Etiquetagem Veicular definido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e estabelecido pelo Inmetro, com porcentuais mínimos de produtos relacionados a serem etiquetados.

Carros novos

Chegada do Toyota Prius deve mexer com o mercado brasileiro

Várias montadoras terão novidades em 2013. Ninguém quer abdicar da sua fatia de bolo nesse crescimento aparentemente infinito da frota brasileira. Confira o que deve chegar às concessionárias no ano que vem.

Janeiro Novo Hyundai i30 Toyota Prius

Março

Fevereiro Novo Hyundai Santa Fé Honda Civic 2.0

Abril

Novo Kia Cerato

Honda CR-V Flex Peugeot 208

Julho

Sem data certa

Honda Accord

Chevrolet Tracker Mercedes-Benz Classe A Nissan Altima Novo Citroën C4 Novo Nissan Sentra

Revista CESVI

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Licença para matar? Estudo americano descreve o comportamento agressivo ao volante. Saiba identificá-lo e evite arriscar vidas na estrada. A fera pode ser você André Horta Lucas Hayashi Chinen

A

s férias escolares estão chegando, assim como o desejo de aproveitar bem o período de descanso – quem sabe viajando com a família para lugares inesquecíveis. A previsão é de tempo bom, só paz e tranquilidade na sua vida. Mas será que é assim mesmo? Depende da forma como você – e os outros motoristas na estrada – estarão dirigindo. O comportamento ao volante deve se pautar sempre pelo cuidado e responsabilidade pelas vidas humanas que estão dentro do carro – ou fora dele. Do mesmo modo que reconhecer e evitar a atitude insegura de outros é fundamental. O comportamento do condutor é fator preponderante na ocorrência de acidentes viários, e o maior perigo aqui está na “direção agressiva”. O National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) define condução agressiva como:

1

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“A operação de um veículo motorizado de uma forma que coloque em risco ou seja suscetível de pôr em perigo pessoas ou bens”1. Este conceito surgiu em 1990 nos Estados Unidos para classificar motoristas que se aproximavam excessivamente e não mantinham distância segura de outros veículos, realizavam manobras perigosas (o popular “costurar no trânsito”), avanço em sinais de parada obrigatória e não respeitavam a sinalização de “dê a preferencia” – tudo infração de trânsito. Só que o comportamento do motorista pode ir além do erro que caracteriza uma infração, dirigindo com o que os especialistas chamam de road rage. O termo descreve comportamentos extremos de raiva e violência do motorista, como gesticular ofensivamente ou gritar com outro motorista, envolvendo-se em confrontos verbais, agressão física e até assassinato. Para ter uma condução agressiva de fato, é preciso passar dos limites: demonstrar um declínio acentuado de urbanidade e respeito em relação às outras pessoas e às leis de trânsito.

Aggressive Driving Enforcement – Evaluations of two demonstration programs. National Highway Traffic Safety Administration – NHTSA – 2004.


Infração nem sempre é agressividade Os fatores que contribuem para a condução agressiva são relacionados no estudo da NHTSA e podem provocar um debate útil à compreensão de alguns comportamentos. Confira o que o estudo diz sobre isso: “Especialistas têm sugerido muitas razões para os aumentos aparentes na condução agressiva. Sociólogos apontam para a fragmentação da sociedade, a desintegração de valores compartilhados e senso de comunidade como a causa dos atos de desrespeito. Psicólogos tendem a culpar a combinação inebriante do poder e do anonimato fornecida por veículos motorizados. Engenheiros de tráfego tendem a ignorar o comportamento humano, reconhecendo que os acidentes podem ocorrer quando um veículo está viajando à velocidade de projeto de uma estrada (que pode não ser igual à velocidade regulamentada). A solução de engenharia é incentivar todos os motoristas a viajar em velocidades uniformes, mas esta abordagem desconsidera percepções diferentes de condições, intenções e capacidades entre os condutores”. Autoridades de trânsito, especialmente os policiais expostos à realidade prática, indicam que vários fatores podem contribuir para a condução

agressiva. É importante entender que não são todos os casos de desrespeito à lei que se enquadram dessa forma. Por exemplo, erros na hora de julgar a “interceptação de marcha” podem resultar em descumprimento de regras; desatenção do motorista pode resultar em falhas ao obedecer aos sinais de trânsito. Mas não são comportamentos agressivos. Além disso, a condução acima do limite de velocidade nem sempre expõe a perigo pessoas ou bens, nem envolve necessariamente uma intenção agressiva. Ou seja, uma parte desconhecida de todos os atos durante a condução é causada por erro humano, em vez de decisões conscientes para assumir riscos e conduzir com agressividade.

O que provoca a road rage

Jeckyll e Hyde

A figura abaixo ilustra os fatores mais comuns, com exclusão de erro humano, em que se acredita haver contribuição para o aumento na incidência de condução agressiva 2:

Encorajado pelo aparentemente poder invencível da máquina, especialmente quando o tamanho “se torna documento”, o motorista pode ter comportamento extremamente grosseiro e perigoso. Walt Disney retrata magistralmente esta situação no filme Gosto por Motor, de 1953: um desenho animado educativo sobre segurança viária em que o personagem Pateta vive a dicotomia de comportamentos entre o sr. Walker, representando o pedestre, e o sr. Wheeler, o motorista. As maiores contribuições para a melhoria das condições de segurança provêm de esforços na aplicação da lei – em particular, na identificação e aplicação de penalidades aos motoristas que não se comportam. Se a aplicação de métodos de divulgação (informação pública eficaz e educação) e fiscalização policial conseguiram reduzir acidentes com motoristas alcoolizados, também podem ser úteis para reduzir a condução agressiva, principalmente nas rodovias. Atente-se para identificar se comportamentos incorretos – seus ou dos demais motoristas – decorrem de mau conhecimento e interpretação das condições de segurança ou se são intencionalmente agressivos: a tal road rage. Se for o seu caso, pare o carro, tome um suco e peça que outra pessoa dirija. Se a sua agressividade foi direcionada para alguém, é de bom tom pedir desculpas.

Congestionamentos

Estar atrasado

Velocidade

Anonimato

Costurar no trânsito “Andar colado”

Desconsideração pelas pessoas

Desrespeito à sinalização

Desconsideração pela lei

Comportamento patológico O ato de dirigir envolve uma combinação única de comportamento público e privado. O motorista dentro do carro pode desenvolver a sensação de isolamento do mundo, confortavelmente instalado e protegido do ambiente exterior ao mesmo tempo em que se desloca por esse “mundo hostil”. Torna-se um observador do ambiente, em vez de participar dele. Este isolamento, associado ao anonimato proporcionado pelas películas automotivas excessivamente escuras, pode corroer as inibições de comportamento antissocial que normalmente moldam as relações pessoais. Indivíduos se sentem menos constrangidos em seu comportamento quando não podem ser vistos ou reconhecidos.

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Estudo citado, pág. 4. Tradução livre.

Agora que você já vai ficar atento ao comportamento agressivo na estrada, confira outras dicas do CESVI para viajar com segurança. E aproveite suas férias! http://migre.me/ce89A

Revista CESVI

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Criando caminhos mais seguros Divulgação

Alexandre Carvalho dos Santos

“De 1998 para cá, a iniciativa privada conseguiu trazer melhorias significativas para as rodovias. O Estado também investe, mas não com a mesma velocidade” Renato Caldo (à esquerda), gestor de atendimento da CCR, e Fausto Camilotti, gestor de tráfego da CCR

O

brasileiro concluiu que vale a pena pagar pedágio para ter uma estrada bem cuidada onde possa viajar com segurança. É o que confirmam os 85% de satisfação dos usuários da CCR ViaOeste, concessionária de rodovias responsável pela gestão do sistema Castello-Raposo, no Estado de São Paulo. Segundo pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) divulgada este ano, a rodovia Castello Branco (SP-280) foi considerada a segunda melhor do País (em 2010 e 2011, tinha sido a melhor). Os itens levados em consideração na pesquisa foram: pavimentação, geometria da via e a sinalização. Nos três quesitos, a pesquisa foi unânime ao apontar a Castello Branco com a qualificação de “ótima”. Em entrevista exclusiva para a Revista CESVI, Renato Caldo, gestor de atendimento da CCR, e Fausto Camilotti, gestor de tráfego da CCR, explicam as razões do sucesso entre os usuários.

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Como é, hoje, a infraestrutura de segurança à disposição do usuário da rodovia administrada pela CCR? Renato Caldo – É todo um conjunto de recursos. Temos 80 câmeras cujas imagens vêm para o nosso CCO (Centro de Controle de Operações). É ali que nossos analistas de engenharia rodoviária fazem o monitoramento da rodovia. Essas câmeras têm um giro de quase 360 graus, um zoom de aproximadamente dois quilômetros. Também na sala de controle, nós operamos os 22 painéis eletrônicos de mensagens. É onde passamos informações sobre o trânsito, sobre obras à frente, sobre acidentes na estrada... A cada quilômetro, em ambos os sentidos da rodovia, temos os telefones de emergência. Ao parar, o usuário só precisa apertar um botão para falar diretamente com a nossa sala de controle. E temos ainda 46 sensores, que são contadores de veículos que estão trafegando naquele momento, para que saibamos que trecho está parado por conta de um congestionamento, e para que ações sejam tomadas, como um redirecionamento do tráfego. Se o acidente já aconteceu, temos 17 guinchos, mais sete viaturas de atendimento médico.


E como é a agilidade do atendimento se alguém precisa de socorro médico ou mecânico? Fausto Camilotti – Em socorro médico, eu tenho de atender 85% dos casos em dez minutos. Para atendimento mecânico, até 85% dos casos em 20 minutos. A gente atende em média 300 eventos de acidentes por mês na ViaOeste. O tempo médio, entre o acionamento e a chegada ao local, é de seis minutos. Um tempo que não é muito comum aqui no Brasil. Quando conquistamos a concessão, a média que existia era de 12 mortes ao mês. Mais ou menos 144 mortes ao ano. E olha que o tráfego era no mínimo 60% menor. Agora, baixamos esse índice para 52 mortes na ViaOeste em 2011. Menos da metade.

Um dos motivos de acidentes no Brasil é a falta de manutenção nas estradas. Como é o trabalho da CCR em relação a esse ponto? Fausto Camilotti – De 1998 para cá, a iniciativa privada conseguiu trazer melhorias significativas para as rodovias. O Estado também investe, mas não com a mesma velocidade. Conseguimos transformar tudo aquilo que o cliente paga no pedágio em conforto, segurança e qualidade. Se alguém bate em uma placa de sinalização, a CCR substitui em 24 horas. Se o usuário bate contra um elemento de contenção, a mesma coisa: 24 horas. Até com buraco na pista é assim. Se for superficial, tenho 24 horas para consertar; se for mais profundo, tenho até sete dias para reparar o pavimento. E temos uma equipe que trabalha todos os dias fazendo a limpeza e cortando mato, para não obstruir uma sinalização. Como é a interação da concessionária com o poder público? Renato Caldo – Sem um bom relacionamento com a polícia rodoviária, não teríamos tanto êxito. Nosso centro de controle operacional, que funciona 24 horas, tem a presença constante de dois policiais. Eles nos ajudam na função do monitoramento e fazem a fiscalização da rodovia. Pelas câmeras, eles identificam motoristas infratores – aqueles que trafegam pelo acostamento, o caminhão que roda pela faixa da esquerda... E existe um contrato com o governo do Estado. Ele tem uma agência reguladora, que é a Artesp, que fiscaliza diariamente todo o nosso trabalho, seja in loco, seja por meio dos relatórios que fazemos.

A educação para o trânsito também é uma prioridade? Fausto Camilotti – Sem dúvida. A CCR faz campanhas educativas direcionadas para alguns trechos da estrada com base em um estudo da tipologia do acidente. Por exemplo, se identificamos que, num determinado ponto, o pedestre tem toda a estrutura para atravessar a rodovia com segurança, mas mesmo assim age de forma insegura, fazemos uma ação educativa nesse trecho, e para esse público. Além disso, há campanhas para o uso do cinto de segurança, para o motorista manter uma distância segura, sobre alcoolemia, sobre o uso adequado do acostamento... E há ações mais específicas, como a que fazemos sobre a presença de animais na rodovia. Na Raposo Tavares, em uma região mais rural, distribuímos folhetos para o proprietário da área zelar pela cerca, e fazemos um mata-burro virtual, que é uma pintura no solo para que o animal não chegue à rodovia. As companhias de seguro procuram a concessionária para ações visando à redução de acidentes? Renato Caldo – Sim. Atualmente, temos uma parceria com a Porto Seguro que vem desde 1999. E já trabalhamos com outra seguradora também. Essa parceria visa ao atendimento rápido aos usuários – independentemente se ele tem seguro com essa companhia ou não. A seguradora provém recursos e material humano para a operação, e também nos apoia na maioria das campanhas sobre neblina, fumaça na pista, bafômetro, entre outras. Essa relação com seguradoras é muito saudável e tem resultados muito positivos em favor do usuário.

Como vocês avaliam a parceria que a CCR tem tido com o CESVI? Fausto Camilotti – Temos um relacionamento importante, com o apoio do CESVI sempre que precisamos desenvolver um estudo mais técnico. O centro de pesquisa atua estruturando alguns dos nossos trabalhos, estudando o problema da alcoolemia, nos dando subsídios técnicos sobre como deveríamos agir, como deveríamos abordar o motorista, como devemos orientar o usuário sobre o transporte de crianças no banco de trás, a importância do uso do capacete pelo motociclista... É uma ótima fonte de embasamento técnico e científico.

Revista CESVI

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Agora em tablet Willians Araújo Alexandre Martins Xavier Lucas Hayashi Chinen

F

rota em constante expansão, recordes de vendas, mercado de automóveis sendo apresentado à tecnologia de ponta. Um cenário que exige velocidade de respostas e sofisticação de produtos. É nesse contexto que surge o Órion Tablet, a nova plataforma do sistema de gestão de sinistros do CESVI. Com ele, a realização de vistorias e orçamentos de reparos automotivos ganha uma mobilidade inédita, uma evolução no trabalho das oficinas, seguradoras e reguladoras e um nível

Nova tecnologia aplicada ao sistema Órion oferece 100% de mobilidade nos processos de vistoria e orçamentação

de qualidade com reflexos diretos na redução dos custos, no ganho de produtividade e numa melhor agilidade para o processo. Agora, oferecendo às oficinas e peritos a tecnologia do tablet, o Órion proporciona um passo além em velocidade, flexibilidade e praticidade – e por meio de uma solução100% web. Tudo em prol do ganho de tempo na tomada de decisões estratégicas. Com informações disponíveis a todo instante, o sistema se torna ainda mais favorável à redução de custos. E é claro que, quando o serviço se torna mais rápido, esta qualidade é percebida pelo cliente final – a parte mais importante de todo o processo.

Divulgação

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A evolução do processo de vistoria

ANOS 2000 -Vistoria em prancheta. - Fotos em câmera digital.

ANOS 80 - Realização da vistoria em prancheta.

- Preenchimento da vistoria em arquivo de computador, incluindo upload das fotos.

- Revelação de fotos, exigindo mais tempo.

- Envio do lote de vistorias via notebook.

- Montagem do processo com vistoria mais fotos. - Tempo de entrega do processo físico na seguradora.

ANOS 90 - Vistoria em prancheta com auxílio de tabela com parâmetros de orçamentação. - Montagem do processo com vistoria mais fotos (de Polaroid). - Tempo de entrega do processo físico na seguradora.

2012 com Órion Tablet - Vistoria em tablet, eliminando o preenchimento em dispositivos adicionais. - Fotografia com o próprio tablet, eliminando a necessidade de uma câmera digital. - Informações em tempo real, eliminando tempos com deslocamentos para tomada de decisão. - Possibilidade de agregar aplicativos ao sistema – como GPS. - 100% de mobilidade.

65% mais barato

Tablet permite aplicativos

A integração entre seguradora, oficina e reguladora permitida pelo Órion Tablet gera benefícios diretos para todos esses participantes, já que elimina a necessidade de alocar recursos em ambientes diferentes dentro do processo de orçamentação. A economia se estende à própria aquisição do equipamento pela seguradora: o tablet é 65% mais barato que o notebook para o trabalho do perito. Além disso, o tablet também tira fotos – o que dispensa a compra de uma câmera fotográfica digital, recurso até então obrigatório para os processos de vistoria e orçamentação.

Com o tablet, as informações sobre o processo de sinistro ficam dispostas em tempo real, diminuindo os riscos da operação. E isso traz mais um ganho de tempo: até então, o vistoriador tinha de se envolver numa sequência morosa de preenchimento e montagem final do processo, recorrendo a diversos dispositivos. O tablet centraliza todas as operações. E ainda permite agregar outros aplicativos ao sistema – como, por exemplo, um GPS para ajudar nos roteiros de vistorias do dia.

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Tecnologia no compasso dos negócios O ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, cita que cada vez mais o Brasil se prepara para uma grande realidade em desenvolvimento tecnológico. E isso tem a ver com o boom de produção e vendas de veículos no Brasil. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está estimando investimentos de mais de R$ 20 bilhões entre 2013 e 2020 por parte das montadoras – o que representa um salto de aproximadamente 52% em poucos anos. A perspectiva é que o Brasil passe de uma frota que emplaca anualmente 3,6 milhões de carros para 5,5 milhões em 2020. Se realmente acontecer, podemos tomar o terceiro lugar do Japão em emplacamentos. De olho nesse crescimento da frota, o mercado segurador brasileiro – que hoje lidera o setor de seguros em toda a América Latina, respondendo por 36,4% do total de prêmios do continente – depara-se com um cenário positivo para seus negócios. A projeção para 2013 é de um aumento de 9%, com um volume de prêmios de R$ 26,7 bilhões, segundo dados

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da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNSeg) e da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). O CESVI BRASIL, com expertise consolidada no setor automotivo e com o foco direcionado à reparação, contribui para que tanto o setor automotivo quanto o de seguros possam conciliar, de modo eficiente, evolução tecnológica com expansão dos negócios. E o faz desenvolvendo pesquisas, estudos e produtos para agilizar e aumentar a qualidade dos serviços de seguradoras, reguladoras, montadoras e oficinas, entre outros participantes da cadeia automotiva. O lançamento do Órion Tablet é mais uma prova desse compromisso.


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Pisou fundo no acelerador, pagou Estudo sueco prova que incentivos financeiros, combinados a um alerta imediato sobre excesso de velocidade, fazem o motorista correr menos

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á que as campanhas de educação para o trânsito nem sempre dão o resultado que se espera – principalmente aqui no Brasil – e se o motorista sentisse no bolso o verdadeiro estímulo para ter um comportamento seguro? Segundo um estudo desenvolvido pelo centro Alexandre Carvalho dos Santos sueco Folksam, a ideia funciona. Pelo menos foi a conclusão de análises feitas ao longo de um ano em cima do conceito Pay-As-YouSpeed (algo como “pague conforme acelera”). O ponto de partida do estudo foi um sistema chamado Inteligent Speed Assistance (ISA), que fica acoplado ao veículo, detectando os excessos de velocidade – e avisando o motorista que ele está passando dos limites estabelecidos. Além disso, o sistema registra todas as ocorrências de excesso, contabilizando a distância percorrida acima da velocidade máxima permitida. O ISA conta com um receptor GPS, para rastrear o veículo o tempo todo, conectado a um data base sobre o sistema viário, que inclui os limites de velocidade de cada trecho.

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Grupo de teste

O outro pilar do estudo era a grana: os participantes foram avisados de que um bom comportamento ao volante renderia um desconto de até 30% no valor do prêmio do seguro. O estudo contou com um grupo de teste (141 pessoas) e um de controle (86). Mas somente o grupo de teste era avisado na hora pelo sistema de que estava correndo acima do limite. Os participantes desse grupo ainda podiam acompanhar os resultados do seu desempenho na direção em um site exclusivo. Já o grupo de controle não recebia nenhum feedback sobre seu pé de chumbo, embora o sistema estivesse medindo seu desempenho. Para analisar os efeitos do aviso do ISA, os especialistas do Folksam compararam as distâncias percorridas acima da velocidade pelos dois grupos. A conclusão apontou que o grupo de teste (que era alertado sobre os excessos) teve um comportamento muito mais seguro: a distância percorrida a 5 km/h acima da velocidade foi de apenas 6% da total, enquanto que, para o grupo de controle, a distância em disparada foi de 14% do total percorrido. Outra conclusão interessante foi de que quem corria menos, por conta do aviso do sistema, também não chutava a barraca quando se excedia na velocidade – a maior parte ficava entre 0 e 5 km/h acima do limite nessas ocasiões. Já quem passava mais do limite estabelecido também costumava exagerar: a maior parte corria acima de 5 km/h a mais que a velocidade máxima para a via.

85% Dirigindo dentro do limite 9% Entre 0 e 5 km/h acima do limite 6% Acima de 5 km/h de excesso de velocidade

Grupo de controle 74% Dirigindo dentro do limite 12% Entre 0 e 5 km/h acima do limite 14% Acima de 5 km/h de excesso de velocidade

Estudos do RCAR

Mais barato, mais seguro, mais saudável Um efeito colateral da redução de velocidade no grupo de teste foi também uma redução no gasto de combustível e, consequentemente, de emissão de gás carbônico. Os estudiosos calcularam essa redução, com o uso do ISA, em torno de 300 quilos de gás carbônico por ano, por pessoa. A redução de custo com combustível ficou, em média, em 200 euros por ano, por motorista. Com o incentivo fundamental de premiar os mais comportados com reduções nos custos do seguro, a média de desconto – para o grupo teste – foi de 21%, o que corresponde a 100 euros por pessoa.

Somando as economias com combustível e seguro, o sistema Pay-As-You-Speed rendeu 300 euros anuais para o motorista que pega leve no acelerador – 823 reais, pela cotação do fim de novembro. Nada mal, hein?... Já dá para bancar as compras de Natal. E tem mais: o estudo relacionou a diminuição na ocorrência de excessos de velocidade a um aumento na segurança. O risco de fatalidades para o grupo teste ficou 20% menor. No fim do estudo, nove em cada dez participantes aprovaram o conceito de “pagar mais se acelerar mais”, o que, segundo o Folksam, indica o potencial para a criação de um novo modelo de seguro de automóvel.

Este estudo do Folksam foi apresentado na conferência 2012 do RCAR (Research Council for Automobile Repairs), um conselho internacional de centros de pesquisa do qual o CESVI BRASIL faz parte. Nas próximas edições, vamos apresentar outros estudos, de centros que, assim como o nosso, são especialistas em reparação automotiva e segurança viária.

Revista CESVI

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PERFIL

DO VEÍCULO Quais os fatores de risco relacionados ao seguro de automóvel? E como as companhias poderiam ter uma precificação mais técnica? Confira aqui.

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o momento da decisão sobre a compra de um veículo, seja ele novo ou seminovo, o consumidor leva em conta diversos fatores: conforto, motorização, valor do IPVA, condições mecânicas (especificamente para veículos seminovos)... E também um fator que há algum tempo deixou de ser coadjuvante, tornando-se um dos principais determinantes dessa escolha: o valor do seguro. Segundo especialistas, o preço do seguro de um veículo pode fazer com que o consumidor mude sua decisão sobre qual carro vai comprar. Por isso, os fabricantes estão buscando meios para oferecer veículos com tecnologias que, além de serem atraentes aos

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Alessandro Rúbio Henrique Marin e Roberto Shintate

olhos do consumidor, façam com que as seguradoras entendam que reduzem a exposição ao risco – quanto menor este risco, menor o preço do seguro. Uma informação que se deve levar em conta é que as seguradoras no ramo de automóveis levantam anualmente um custo elevado de indenização por danos materiais. O sinistro é um fenômeno imprevisível e aleatório, cuja ocorrência é impossível de conhecer.


Mas o que é um sinistro?

O sinistro de um veículo significa todo tipo de evento que vá trazer um dano para o bem segurado – seja ele parcial ou total. O sinistro parcial é caracterizado pela possibilidade de recuperação do veículo quando este sofre danos que podem ser reparados – como uma batida, um dano de enchente, entre outros. Já o dano total acontece quando não há recuperação do bem, seja ele por roubo ou outro tipo de sinistro que cause perda total, fazendo com que a seguradora ressarça o segurado integralmente.

Fatores de risco

Fator humano: idade, experiência e sexo. Fator do meio: densidade do tráfego, sinalização, estado da via, área de circulação. Fator veículo: modelo, utilização, itens de segurança ativa e passiva, segurança patrimonial e dados de reparabilidade.

Entre estes fatores, o humano é o que tem maior importância sobre as causas de um sinistro, assim como sobre suas consequências. Está comprovado por pesquisas que a maior parte dos acidentes tem origem no erro humano – sendo elemento determinante das atitudes do condutor. Como se trata de um fator praticamente impossível de prever, seu uso em toda nova apólice se torna inviável. O fator meio reflete justamente aquelas circunstâncias do ambiente em que o carro circula: o estado da pista, a sinalização, a densidade do tráfego, condições meteorológicas e a localização. A prática comum das companhias seguradoras é estabelecer diferentes níveis em função das distintas zonas geográficas de circulação. Já o fator veículo tem uma dupla influência: pode evitar que o sinistro ocorra, devido aos sistemas de segurança ativa, ou minimizar as consequências do acidente, com recursos de segurança passiva. Centralizando-se no fator veículo, o CESVI BRASIL tem como objetivo a realização de estudos do comportamento dos veículos baseados em critérios objetivos, confiáveis e puramente técnicos. Assim, permite eliminar algumas incertezas, servindo como parâmetro de referência para a tarifação do prêmio e da franquia do seguro. Densidade do tráfego e condições meteorológicas são aspectos avaliados no fator que considera o meio em que o carro circula

Alexandre M. Xavier

Esses fatores são justamente o que as companhias de seguros adotam para compor o valor final do prêmio – que pode aumentar ou diminuir, dependendo do risco. Esse termo “prêmio”, utilizado pelas seguradoras, consiste na remuneração paga pelo segurado à companhia, ou seja, o valor do seguro. Por experiência, e pelos questionários usados pelas seguradoras durante o processo de cotação, é possível distinguir os fatores de risco que, de forma mais importante, incidem diretamente na ocorrência do sinistro e no custo médio deste. Por isso, levam-se em conta três fatores:

Revista CESVI

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Precificação técnica

Entender as diferenças técnicas entre os veículos pode ser fator estratégico no momento da precificação do prêmio e franquia. Na maioria das vezes, veículos concorrentes que parecem similares possuem diferenças técnicas significativas, seja no seu projeto estrutural, na mecânica, no conjunto de itens de segurança ativa, passiva e patrimonial. Os estudos e pesquisas feitos pelo CESVI também contam na hora de fazer o seguro de um automóvel, fornecendo um dado técnico específico sobre o modelo que será segurado. O índice CAR Group, por exemplo, que mede o custo de reparo dos veículos, é levado em consideração nos cálculos das seguradoras, beneficiando modelos que possuem peças com menor custo e reparo facilitado.

Isso porque veículos com um pacote de peças caro e que sejam mais complicados de consertar têm um custo alto quando são levados à oficina – o que muda o valor da franquia ou do prêmio final. Além da reparabilidade, o CESVI também faz estudos sobre danos de enchente, visibilidade dos veículos e segurança. Todos esses estudos podem ser utilizados pelas seguradoras para uma precificação mais técnica do seguro do veículo.

À disposição das seguradoras Estudos do CESVI que ajudam – e poderiam ajudar mais – na precificação técnica do seguro de automóvel.

Combina avaliações da facilidade de reparo de um modelo de veículo com o custo de sua cesta básica de peças. É utilizado pelas seguradoras nos cálculos para a precificação do seguro.

Avalia a visibilidade proporcionada ao motorista, numa análise que inclui os pontos cegos do veículo. Pode ser utilizado pelo mercado segurador, já que identifica os modelos mais e menos vulneráveis a acidentes relacionados a uma restrição da visibilidade.

Outro índice que pode ser utilizado para uma precificação mais técnica, já que aponta quais os veículos com melhores conjuntos de sistemas de segurança – e, portanto, os menos prováveis de envolvimento em um acidente. Aponta os modelos de veículos mais e menos vulneráveis a danos provocados por alagamentos. Pode ser usado para uma precificação mais técnica do seguro, principalmente em regiões do País que costumam sofrer com enchentes em determinadas épocas do ano.

FURTO

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Novíssimo estudo do CESVI, que aponta quais os veículos mais e menos equipados para evitar o furto. Possibilidade evidente de uso.



Equipe da Tracker em ação

No rastro do melhor fornecedor

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á faz 12 anos que o CESVI tem ajudado o mercado nas suas escolhas na área de rastreamento e bloqueio de veículos. Isso acontece por meio da avaliação técnica que o centro de pesquisa realiza junto a empresas e produtos. É nessa interação com o CESVI, por exemplo, que muitas empresas passam

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Confira os fatores mais importantes na escolha de quem vai fornecer serviços de rastreamento e bloqueio de veículos para você ou sua empresa Denis Gorgonio Peres Colaborou: Paulo Roberto Weingärtner Jr. Alexandre Martins Xavier a conhecer melhor as regulamentações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e as necessidades das companhias de seguros. Mas você sabe o que analisar na hora de escolher um fornecedor desse tipo de sistema? Agora, contando com a expertise do CESVI no assunto, você vai conhecer os pontos essenciais para a sua análise – e, assim, escolher o parceiro certo para a sua empresa ou para proteger o seu patrimônio.


O ponto de partida – a empresa está Legalizada?

É o primeiro aspecto a avaliar. Às vezes, por trás de um preço mais atraente, está uma estrutura sem formalização, o que geralmente significa descumprimento de regras da atividade, profissionais desqualificados e mal remunerados. Confira então a documentação da empresa, seu contrato social, o Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Cageg), a homologação junto à Anatel e se a empresa tem alguma certificação ISO.

Assistência técnica Já imaginou ter um problema com seu carro de madrugada e descobrir, ao ligar para a empresa contratada, que a assistência técnica não atende a região em que você está? Ou pior, que não funciona no horário em que você está precisando dela? Tudo isso precisa ser levado em consideração. A avaliação do CESVI leva em conta o tempo de resposta e solução de um pedido de assistência técnica. A empresa deve oferecer uma diversidade de canais de comunicação, para que o cliente consiga entrar em contato com facilidade – e um técnico habilitado possa prestar o socorro o quanto antes.

Instalação

Central de monitoramento A regra aqui é de que quantidade pode significar qualidade também. Quanto mais operadores a empresa tiver em sua central de monitoramento, mais rápida será a resposta a um aviso de roubo ou furto – e muito maior a chance de recuperação do veículo. A empresa de rastreamento deve ter um ambiente de alta disponibilidade (funcionamento 24 horas por dia, sete dias por semana), tanto de infraestrutura de tecnologia da informação quanto de pessoal. Os servidores devem ser redundantes – caso o principal pare, o outro deve entrar em atividade e assumir todas as atividades. A empresa deve possuir um link profissional dedicado, para garantir um tráfego de informações confiável e evitar demora na transmissão de dados. O no-break deve manter todos os servidores: estações de trabalho e telefonia devem manter-se em plena atividade se houver falta de energia elétrica. A avaliação do CESVI verifica todos esses itens. O treinamento dos profissionais da central de monitoramento também é ponto-chave, pois um comando equivocado pode colocar vidas em risco. Por exemplo, imagine se o operador bloquear um veículo que está rodando a 120 km/h numa estrada – deixando o motorista sem controle de direção e freios... A probabilidade de um acidente fatal é muito grande.

Parece básico, mas a instalação do sistema no veículo costuma dar muita dor de cabeça. Quando o instalador não passou por um treinamento, é comum errar alguma coisa no procedimento, comprometendo o funcionamento do rastreador e até criando o risco de danos a outros sistemas do carro. Dependendo da mancada, pode até provocar um incêndio no veículo. Por isso, vale a pena optar por empresas certificadas. Elas passam por uma avaliação que leva em conta se os profissionais estão capacitados para esta operação – ou se precisam de treinamento específico.

Revista CESVI

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Equipe de recuperação

São os profissionais efetivamente responsáveis pela recuperação do veículo – e a equipe não deve ter policiais em sua formação, já que estes são proibidos de exercer atividades paralelas à sua função pública. A equipe deve ser bem treinada e equipada – com GPS, automóveis ou motocicletas em boas condições e, se possível, com informações instantâneas sobre o veículo buscado.

Equipamentos e acessórios Antenas, teclado, botão de pânico... Precisam ser instalados em locais de difícil visualização, ou o bandido saberá de cara que uma situação de recuperação vai começar – podendo até ameaçar o proprietário do veículo. O equipamento precisa comunicar rapidamente que há algo irregular acontecendo com o veículo. Para isso, precisa ter capacidade de processamento, memória e modem qualificados para essa transmissão. Todas essas capacidades são avaliadas pelo CESVI BRASIL.

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O endereço certo A avaliação do CESVI se aprofunda em todos esses quesitos. Se você é um proprietário de veículo, gestor de frota ou executivo de companhia de seguros, dê preferência às empresas que já passaram pela avaliação do centro de pesquisa. Se você é gestor de uma empresa de rastreamento e bloqueio ou fornecedora de produtos para este setor, procure a avaliação do CESVI para fortificar seus pontos positivos e corrigir pontos com oportunidade de melhora. Além disso, sua empresa ganha a visibilidade de aparecer entre as aprovadas no site do CESVI – que é consultado justamente pelos seus clientes em potencial.

Você pode conferir uma relação com todas as empresas capacitadas a fornecer um bom serviço no site do CESVI: http://migre.me/c115J


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Sistemas de rastreamento e bloqueio Confira empresas e sistemas aprovados pelo CESVI

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CESVI BRASIL realiza uma avaliação para apontar os sistemas de rastreamentoe bloqueio de veículos que realmente cumprem o que prometem. Este estudo engloba diversas análises, como a estrutura da empresa que oferece o sistema, sua central de atendimento, a forma de comunicação usada, a qualidade da instalação e, é claro, a eficiência do produto.
Todas as empresas e os sistemas que constam da relação que você encontra nesta seção foram devidamente testados e aprovados pela área de Pesquisa & Desenvolvimento do CESVI. Estas realmente oferecem a segurança que você busca para o seu patrimônio.

EMPRESA

SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE VEÍCULOS

EQUIPAMENTO

Continental VDO BR Lock GPS/GPRS Bloqueador Car System NS Rastreador GSM/GPRS Car System Ceabs GSM CEABS Autocargo GPRS Celtec Cielocel Cielo Telecom Engetrack ENGESEG Rastreamento Foclock GSM FOCLOG Rastreadores Graber Rastreador Light Graber Rastreamento Graber Bloqueador Graber Rastreamento Autocargo GPRS GSR TOP SAFE Link Auto Link Monitoramento LR 800 Logikos Logosnet Logos Renatrack MF Segurança Mirus Veicular Mirus Rastreamento RST-VT Nacional GPS MXT 150/151 Nusa Pósitron Rastreadores Bloqueador RDLink Pósitron Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS com Alarme MXT 150 Reforce Sascar GPS/GSM/GPRS Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva Sascar LOC RF Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva SEGCAR SEGMINAS SIM 300K SIM Track SpySat GSM SpySat Rastremanto Suntech SUHAI Rastreamento TS Blocker 5000 TotalSat Tracker Auto Tracker Alltech BR Lock Securit Car System Car System

Veltec Soluções Tecnológicas Ltda. Vigauto Volpato Rastreamento

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TIPO

Localização

Comunicação

Telefone

(44) (11) (11) (11)

3343-6644 2613-5601 5645-3355 5645-3355

SITE www.patrimonium.net.br www.brlock.com.br www.carsystem.com www.carsystem.com

Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador

GPS GPS GPS

GSM/GPRS GSM/GPRS Pager GSM/GPRS

Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Bloqueador Rastreador

GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS

GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Pager GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Rádio Frequência GSM/GPRS

(41) 3535-7400 0800 600 3800 (54) 3312-3399 (12) 2138-2815 (51) 3720-4241 (11) 3025-0119 (11) 3025-0119 (51) 3036-9000 (41) 3078-1700 (21) 3385-4333 (41) 3232-1200 (71) 2108-2688 (12) 3307-1002 (41) 3078-6564 (11) 3384-0035 (19) 3707-5600 (19) 3707-5600

www.ceabs.com.br www.autocargo.com.br www.grupocielo.com.br www.engeseg.com.br www.foclog.com.br graber-rastreamento.com www.graber-rastreamento.com www.topsafe.com.br www.linkmonitoramento.com.br www.logikos.com.br www.logosst.com.br www.mfseguranca.com.br www.mirus.com.br www.nacionalgps.com.br www.rastrocompleto.com www.positron.com.br www.positron.com.br

Rastreador

GPS

GSM/GPRS

(19) 3707-5600

www.positron.com.br

Rastreador Rastreador

GPS GPS

GSM/GPRS GSM/GPRS

(67) 3324-0160 (41) 3299-6004

www.gruporental.com.br www.sascar.com.br

Localizador

Rádio Frequência

(41) 3299-6004

www.sascar.com.br

Rádio Frequência

(43) 2105-5000

www.veltec.com.br

GSM/GPRS GSM/GPRS

(27) 3025-8080 (11) 3522-1111

www.grupovigserv.com.br/vigauto www.volpatorastreamento.com.br

MFA City

Rastreador

Triangulação de Antenas GPS GPS GPS GPS GPS Aproximação de Antenas GPS

Vigauto MXT 150/151

Rastreador Rastreador

GPS GPS

Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Localizador

GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS

(31) (11) (11) (11) (41) (11)

2128-0808 2199-0701 2199-4455 3058-3350 2109-7709 3506-5701

www.segminas.com.br www.simtrack.com.br www.spysat.com.br www.suhai.com.br www.totalsat.com.br www.trackerdobrasil.com.br


SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE MOTOCICLETAS EMPRESA

EQUIPAMENTO

Graber Bloqueador Moto Graber Rastreamento Graber Rastreamento Graber Rastreador Light Moto Pointer Cellocator Cello F Pointer Brasil Pósitron Rastreadores Bloqueador RDLink Pósitron Bloqueador RDLink Pósitron Rastreadores Pósitron com Alarme Rastreador Pósitron Pósitron Rastreadores GPRS/GPS Selado Tracker Moto Tracker

SITE

Telefone

TIPO

Localização

Comunicação

Bloqueador Rastreador Rastreador Bloqueador Bloqueador

GPS GPS -

Pager GSM/GPRS GSM/GPRS Rádio Frequência Rádio Frequência

Rastreador

GPS

GSM/GPRS

(19) 3707-5600

www.positron.com.br

Localizador

Aproximação de Antenas

Rádio Frequência

(11) 3506-5751

www.trackerdobrasil.com.br

(11) (11) (11) (19) (19)

3025-0119 3025-0119 3660-5600 3707-5600 3707-5600

www.graber-rastreamento.com www.graber-rastreamento.com www.pointerbrasil.com.br www.positron.com.br www.positron.com.br

SISTEMA DE RASTREAMENTO E BLOQUEIO DE CAMINHÕES EMPRESA Alltech Brasiltrack Carrierweb CEABS Cielo ENGESEG Rastreamento FOCLOG Rastreadores Graber Rastreamento Grupo Tracker Link Monitoramento LOG2BR Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia Omnilink Tecnologia OnixSat OnixSat OnixSat OnixSat OnixSat Pósitron Rastreadores Pósitron Rastreadores Sascar Tecnologia e Segurança Automotiva SIM Track SOFTRACK TESB Tracker Veltec

SITE

Telefone

EQUIPAMENTO

TIPO

Localização

Comunicação

Continental VDO BTC 4000 CWSL-H Ceabs GSM Scorpion MCH0010 Engetrack Rastreador GPS Conecta Graber Rastreador Tracker GPS Caminhão/Picape Inviosiga Caminhões Logcasco Caminhão Link Full Omni Dual Omni Super Omni Flex Omni Turbo Omni Light OnixSmart GPRS OnixSmart Híbrido OnixTrailer OnixSmart Light Cello - F Rastreador Pósitron GPRS/GPS Rastreador Pósitron GPRS/GPS selado Sascar Full SAT/GPRS SIM 300K Softrack Telefônica GSM Tracker Caminhão

Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador

GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS

GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS

(44) (31) (21) (41) (54) (12) (51) (11)

Rastreador

GPS

GSM/GPRS

(11) 3506-5701

Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador Rastreador

GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS GPS

GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Híbrida Híbrida GSM/GPRS GSM/GPRS GPRS/Inmarsat D GSM/GPRS GPRS/Inmarsat D GSM/GPRS GSM/GPRS

Rastreador

GPS

GSM/GPRS

(19) 3707-5600

www.positron.com.br

Rastreador

GPS

GSM/GPRS

(41) 3299-6004

www.sascar.com.br

Rastreador Rastreador Rastreador Localizador

GSM/GPRS GSM/GPRS GSM/GPRS Rádio Frequência

MFA City

Rastreador

GPS GPS GPS Aproximação de Antenas GPS

GSM/GPRS

(41) (34) (11) (11) (11) (11) (11) (43) (43) (43) (43) (43) (19)

(11) (19) (11) (11)

3343-6644 3224-5544 2187-8685 3535-7400 3312-3399 2138-2815 3720-4241 3025-0119

3078-1700 3233-3430 3025-0119 3025-0119 3025-0119 3025-0119 3025-0119 3371-3700 3371-3700 3371-3700 3371-3700 3371-3700 3707-5600

2199-0701 3344-9360 3120-7438 3506-5701

www.patrimonium.net.br www.brasiltrack.com.br www.carrierweb.com.br www.ceabs.com.br www.cielo.ind.br www.engeseg.com.br www.foclog.com.br www.graber-rastreamento.com www.trackerdobrasil.com.br www.linkmonitoramento.com.br www.log2br.com.br www.omnilink.com.br www.omnilink.com.br www.omnilink.com.br www.omnilink.com.br www.omnilink.com.br www.onixsat.com.br www.onixsat.com.br www.onixsat.com.br www.onixsat.com.br www.onixsat.com.br www.positron.com.br

www.simtrack.com.br www.softrack.com.br www.tesb.com.br www.trackerdobrasil.com.br www.veltec.com.br

(43) 2105-5000

Avalie seu sistema Empresas interessadas em avaliar seu sistema com o CESVI BRASIL, obtendo um aval de qualidade para o seu produto, podem entrar em contato pelo e-mail negocios@cesvibrasil.com.br Revista CESVI

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O

CESVI BRASIL realizou sua premiação anual do CAR Group, apontando os veículos que mais se destacaram em reparabilidade e custos de reparo e de peças. Cerca de 40 pessoas, entre representantes do mercado automotivo e do setor de seguros, estiveram presentes. Neste ano, as marcas francesas se destacaram e faturaram sete das 15 categorias que compõem o índice desenvolvido pelo CESVI. Confira os vencedores: CATEGORIA

MARCA

MODELO

HATCH COMPACTO HATCH COMPACTO OFF-ROAD HATCH MÉDIO HATCH MÉDIO OFF-ROAD MINIVAN COMPACTA MINIVAN MÉDIA PICAPE COMP. CABINE SIMPLES PICAPE COMP. CABINE EST. PICAPE MÉDIA CABINE DUPLA SEDAN COMPACTO SEDAN MÉDIO SW COMPACTA SW MÉDIA UTILITÁRIO FURGÃO CURTO UTILITÁRIO ESPORTIVO

CITROËN RENAULT PEUGEOT SUZUKI CITROËN NISSAN VOLKSWAGEN FIAT NISSAN VOLKSWAGEN PEUGEOT VOLKSWAGEN RENAULT FORD RENAULT

NOVO C3 SANDERO STEPWAY 308 SX4 C3 PICASSO GRAND LIVINA SAVEIRO STRADA TREKKING FRONTIER POLO SEDAN 408 SPACEFOX GRAND TOUR TRANSIT DUSTER

O CAR Group Criado em 1997, o índice CAR Group compara veículos de uma mesma categoria quanto à facilidade e o custo de seu reparo. O CESVI recebe o veículo até mesmo antes de seu lançamento e realiza testes de impacto de baixa velocidade (15 km/h), com colisão de 40% da dianteira esquerda e 40% da traseira direita, de acordo com norma do RCAR (Research Council for Automobile Repairs), um conselho internacional de centros de pesquisa especializados em reparação automotiva e segurança viária. Após cada impacto, o veículo é levado a uma oficina-modelo, onde é estudada a extensão dos danos e a facilidade do reparo, bem como uma análise individual das peças envolvidas. É feito um cálculo que considera

Almir Fernandes, diretor do CESVI, na abertura da premiação

Os representantes das marcas vencedoras

Alexandre M. Xavier

Prêmio CAR Group 2012

PA os custos da reparação dianteira e traseira, a cesta dos tempos de substituição e a cesta básica de peças, gerando assim o índice CAR Group. O estudo contempla automóveis fabricados no Brasil, Mercosul e importados. Estão excluídos veículos fora de linha de produção, esportivos fora-de-série, picapes e utilitários com peso superior a 2.300 kg. A atualização do ranking é feita mensalmente.

SP perde R$ 50 bilhões com congestionamentos

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Alexandre M. Xavier

S

egundo levantamento feito pelo Fundação Getúlio Vargas, a cidade de São Paulo perde, ou deixa de ganhar, R$ 50 bilhões anualmente por causa dos congestionamentos. Do montante, 75% se referem à riqueza que não é produzida enquanto as pessoas estão paradas dentro de seus carros. Esse prejuízo tem praticamente dobrado a cada quatro anos, segundo o estudo. O cálculo inclui o custo do tempo perdido nos congestionamentos em horas de trabalho e lazer, perdas com combustível no trânsito e até as horas perdidas pelo indivíduo. Para se ter uma ideia do tamanho da encrenca, o valor é maior que o orçamento da Prefeitura de São Paulo para 2013 (de R$ 42 bilhões).

Ficar parado custa caro


IN E L Em memória das vítimas de trânsito – Uma reflexão

A melhor concessionária Volvo

Divulgação

U

ma data especialmente estabelecida para homenagens soa como algo positivo: dia de comemoração, de festividades, de lembrar um acontecimento histórico ou alguém importante para o País ou mesmo para o mundo inteiro. Mas, em todo terceiro domingo de novembro, não é assim. O dia é triste, pois serve para nos lembrar de pessoas que tiveram suas vidas interrompidas bruscamente e de forma violenta – sendo que, na maioria dos casos, ainda tinham muita coisa a viver, tanto a realizar... É quando acontece o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito. A homenagem foi criada em 2005 pela ONU em razão dos números alarmantes de mortes nas vias do mundo inteiro. É uma data em que o planeta todo presta um pouquinho mais de atenção à situação inaceitável de insegurança no trânsito, e relembra seus mortos. Presta, ainda, uma pequena homenagem aos que ficam: os amigos e familiares das vítimas, pessoas que perderam entes queridos, e às vezes até a própria estrutura familiar. A importância com que a Organização das Nações Unidas passou a tratar esta questão ficou evidente com o estabelecimento de uma Década de Ações para a Segurança Viária (2011-2020), na qual governos de todo o mundo se comprometem a tomar novas medidas para prevenir os acidentes, que matam cerca de 1,3 milhão de pessoas por ano. A medida incluiu um Plano de Ação Global, com definição de etapas para melhorias na segurança viária e mais rigor nas legislações relacionadas ao trânsito – além de um foco voltado aos grupos mais vulneráveis, como ciclistas e pedestres. Estamos já caminhando para 2013, e qual a realidade brasileira? Dá para ter uma ideia a partir do contador virtual de vítimas de acidentes no trânsito, criado pelo movimento Chega de Acidentes! em novembro de 2009. Esse “relógio da violência no trânsito” estima a evolução no número de vítimas com base em números do Ministério da Saúde. Do início da contagem, há três anos, até agora, o contador já passou da marca de 511 mil vítimas, entre mortos e feridos. Mais de meio milhão de vítimas da irresponsabilidade de motoristas, motociclistas e pedestres, da ausência de fiscalização, da inexistência de um trabalho eficiente

S

empre valorizando o trabalho de quem é exemplo de eficiência no mercado automotivo, o CESVI BRASIL prestigiou, no dia 8 de novembro, uma comemoração muito especial. A Filial Guarulhos da Auto Sueco São Paulo conquistou o primeiro lugar entre as concessionárias Volvo no “Ranking das Concessionárias 2012”, publicado na edição de outubro da revista Transporte Mundial. Esse importante reconhecimento público da qualidade da Auto Sueco no atendimento e na prestação de serviços veio rápido: a concessionária tem menos de dois anos de atividade e já se destaca entre as concorrentes do setor. Roberto Barroso e Edson Mendes, executivos da área comercial do CESVI, estiveram no evento de comemoração, realizado na própria concessionária, em Guarulhos (SP), e deixaram os parabéns à empresa, falando em nome de toda a equipe do CESVI BRASIL.

de educação para o trânsito e da falta de ação do poder público. Assim, o Brasil se afasta da meta sugerida pela ONU (de redução de 50% das mortes até 2020). E o que mais preocupa é não ver indícios de que teremos, num futuro próximo, uma estratégia nacional consistente e abrangente para reverter esta situação terrível. Esse desabafo é a pequena homenagem do CESVI aos que não podem mais pedir por suas vidas. É pelas vítimas de um trânsito cruel, que continua matando sem que medidas realmente eficazes sejam tomadas para que isso pare de acontecer. É para as 42 mil pessoas que perderam suas vidas no Brasil em 2011, suas famílias e seus amigos. E é nosso pedido de uma reflexão – que tem de ser das autoridades responsáveis, mas também de cada um de nós: o que podemos fazer imediatamente para que essas mortes sejam muito menos frequentes? Faça a sua parte: tenha um comportamento seguro no trânsito, respeite os limites de velocidade, nunca dirija após o consumo de bebida alcoólica, faça a manutenção do seu veículo constantemente. Se cada um se conscientizar de que pode matar ou morrer a qualquer hora no trânsito, ser parte do problema ou da solução, não dependeremos tanto do poder público para melhorar esses tristes índices. E, quem sabe, chegue o momento em que um dia especial em memória às vítimas do trânsito não tenha mais razão de ser...

Revista CESVI

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Avanços na certificação de grupos de oficinas José Palacio

José Palacio é coordenador de serviços automotivos do IQA Instituto da Qualidade Automotiva 42

pintura e centros automotivos), varejo ou distribuição de autopeças, concessionária também frotista (automóveis e veículos comerciais), poucas pessoas sabem dizer o que significa o quadro exposto na recepção, com o emblema do IQA. Ocorre que cada colaborador é um divulgador em potencial da empresa. Uma história que gosto muito diz respeito à função de cada colaborador. Certa vez, questionaram uma pessoa da limpeza da Nasa, a agência norte-americana de exploração espacial, sobre qual era a função dela lá. De pronto, ela respondeu: “Meu trabalho ajuda a levar o homem ao espaço”. Esta é a resposta de uma pessoa que está 100% integrada e incorporada à empresa. E assim deve ser em qualquer outra empresa. Todos devem trabalhar com um objetivo comum. Assim, o segundo workshop é voltado para explicar aos colaboradores que a certificação IQA é muito mais do que um adereço na parede, mas serve para diferenciar a empresa das demais existentes no mercado por meio de uma metodologia cientificamente comprovada de excelência em qualidade.

Divulgação

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programa de certificação de grupos de oficinas desenvolvido pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva passa por um novo processo com objetivo de acompanhar a evolução desses grupos durante o processo e também após o recebimento do certificado. Não se trata de consultoria, mas, sim, de uma série de atividades com objetivo de esclarecer empresários, em um primeiro momento antes da certificação, e colaboradores, posteriormente, sobre os fundamentos da certificação de serviços automotivos. Esta tem sido uma requisição que o mercado nos têm feito com certa regularidade. Assim, decidimos incluir a realização de dois workshops no escopo de serviços da certificação de grupos. O primeiro ocorre no início do processo de certificação, e visa a tirar todas as dúvidas sobre as etapas do processo, antes mesmo de se pensar em qualquer tipo de investimento. Nos anos de experiência que temos, sempre ouvimos a seguinte frase dos empresários: “Antes de buscar a certificação, preciso trocar uma série de equipamentos na minha empresa, pois os que eu tenho não são os mais modernos do mercado.” Este é um engano clássico, pois a certificação não qualifica equipamento pelo tipo ou modelo, nem pela tecnologia, mas, sim, pela existência ou ausência bem como a manutenção dele, e a forma como é utilizado. Assim, não ter a ferramenta de última geração não significa que a empresa é desqualificada para realizar o serviço; o importante é ter uma ferramenta que permita cumprir a tarefa. A atualização por outra mais sofisticada representa uma melhoria no processo – um dos itens que são avaliados nas auditorias de recertificação. No primeiro momento, a certificação se atenta aos processos existentes, de forma tal que possibilite oferecer garantia de qualidade total aos serviços executados. Já o segundo workshop ocorre após a obtenção do certificado. Temos reparado que, logo após a empresa receber o certificado, seja ela uma oficina de reparação automotiva (mecânica, funilaria,


As peças mencionadas neste anúncio são adaptáveis, não sendo do construtor do veículo. O uso das marcas, dos nomes e das imagens dos veículos servem para determinar o modelo sobre o qual se deve aplicar as referidas peças.

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