Revista Debate Sindical - Edição nº 41

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INTERNACIONAL

GUERRA IMPERIALISTA

Quem apóia a cruzada contra o Afeganistão, como o pró-imperialista FFIC, está coadjuvantes já tinham na ponta da língua o nome do responsável pelo espetáculo dos escombros fumegantes dos grandes símbolos, financeiro e militar, da ordem imperial: Osama bin Laden, chefe islâmico radical que após ter sido, nos anos 1980, companheiro de armas e de explosivos dos agentes da CIA na luta contra o apoio militar soviético ao governo do dirigente comunista afegão Mohammed Tara Ici, tornara-se inimigo jurado do império do dólar. Pronta também estava a cruzada contra o "terrorismo internacional", desencadeada a 7 de outubro, com o início do massacre aéreo do Afeganistão. O argumento de que os estadunidenses "têm o direito" de responder ao golpe no plexo solar que lhes desferiu a organização Al-Qaeda merece o Prêmio Nobel da hipocrisia. Ninguém ignorava que alguma resposta pesada viria. Mas aceitar que, para agarrar <4 VIVO • OU MOM) o suposto responsável pelos atentados, os valentões do Pentágono despejem, uma vez mais, um dilúvio de mísseis "civilizatórios" sobre uma população indefesa, solidarizar-se com o genocídio. A hipocrisia pró-imperialista já se manifestara no caráter seletivo da indignação daqueles que se apressaram a enviar vibrantes mensagens de solidariedade ao país de Bush, mas que tinham contemplado com indiferença ou até bélica excitação, na CNN ou BBC, os clarões da morte iluminando as noites de Bagdá e de Belgrado. Para eles, na prática, quando não na teoria, a vida de um nova-iorquino vale incomparavelmente mais do que a

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DEBATE SINDICAL

Quem aceita que o Pentágono despeje um dilúvio de mísseis "civilizatórios" sobre um povo indefeso é cúmplice do genocídio de um nativo da periferia. Nenhum deles tem, portanto, moral para falar em nome de

"civilização" alguma. Nem, menos ainda, para patrulhar os antiimperialistas, acusando-os de ressentimento primário" em relação aos EUA, de "antiamericanismo" e até de "cumplicidade" com o terrorismo. Já tínhamos ouvido antes, nos tempos sombrios da ditadura, anátemas semelhantes... Antes de Bush, Blair e caterva, os nazistas chamavam terroristas" todos os resistentes

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