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recusam-se a publicar os manifestos dos grevistas turinenses e tentam impedir, de todas as maneiras, que a greve se estenda as outras regiões do país. A própria convenção do PSI, marcada para Turim, é transferida para Milão, para evitar a pressão dos
ousse Cultu ral
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manifestantes.
Aproveitando o isolamento dos operários, os patrões partem para a
ofensiva e endurecem o jogo. Os operários são obrigados a voltar ao trabalho. Gramsci afirma: "Abandonados por todos, o proletariado turinense foi obrigado a enfrentar sozinho, com suas próprias forças, o capitalismo e o poder do Estado burguês. A intervenção enérgica de centrais sindicais poderia equilibrar as forças se não determinar a vitória". E conclui: "Regressam os operários ás fábricas, mas com a convicção de não terem triunfado, mas também de não terem sido dom i nados".
OCUPACÃO DIAS FABRICAS MOSTRA FALENCIA DA BURGUESIA Apesar da derrota e da repressão patronal, os operários conseguem manter a sua organização nas fábricas. A "Torino Rossa" continuava sendo uma ameaça constante a burguesia italiana. Era preciso quebrar a sua espinha dorsal; era preciso destruir os conselhos de fábrica. Em junho, a Federação Italiana dos Operários Metalúrgicos (Fiom) apresenta novamente aos industriais as suas reivindicações. Os patrões recusam-se a atender a maior parte delas. Em algumas fábricas, os trabalhadores começam um lento processo de obstrução da produção. Os patrões, organizados na Federação das Indústrias, suspendem as negociações. A Fiom decide então pelo desencadeamento de um movimento nacional. A Fedindústria resolve endurecer o jogo e ordena o fechamento de todas as fábricas. Ao lock out patronal, os operários respondem com uma nova tática, a -
Em 1919, nasce o jornal comunista da ocupação das fábricas. Em Turim, mais de 140 empresas são ocupadas. Os operários passam a organizar a produção,
estabelecendo a autogestão. O movimento, pouco
"L'Ordine Nuovo", dirigido por Gramsci,
capatazes. Os industriais pressionam o governo para que assuma posições mais rígidas contra os operários e para que não permita a comercialização das mercadorias produzidas nas fábricas ocupadas. O governo, por sua vez, percebe que não é possível se opor abertamente a um movimento daquela proporção.
que procura traçar uma linha
revolucionária
para os conselhos
a pouco, adquiri caráter insurrecional. Mais de 500 mil operários participam da luta. Mostram, na prática, que a burguesia era uma classe socialmente desnecessária no processo produtivo. Os próprios trabalhadores poderiam organizar a produção sem patrões ou
O próprio Giolitti, primeiro-
ministro, é quem responde aos
industriais enfurecidos: "Como poderia o governo impedir a DEBATE TENDI CAL
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