Bloco Quantitativo

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QUESTIONÁRIOS ON-LINE

vista (Gil, 1999; Babbie, 2005; Malhotra, 2006). Esse tipo de recurso não é possível na realização de uma pesquisa com questionários on-line, em que há, de fato, um distanciamento muito maior com quem está respondendo às questões. Baixa taxa de resposta – Justamente pelos fatores citados anteriormente, uma pesquisa realizada com a aplicação de um questionário on-line tem maior probabilidade de enfrentar recusa e baixa taxa de resposta do que aquelas realizadas pessoalmente ou por telefone (Babbie, 2005; Malhotra, 2006; Callegaro et al., 2015). De fato, é muito simples e fácil para o respondente interromper o preenchimento on-line ou mesmo abortá-lo: basta fechar a janela do navegador. Não há, nesse caso, nenhuma possibilidade de interpelação por parte do pesquisador. Além disso, é muito comum que a listagem de contatos para uma pesquisa on-line tenha muitos endereços de e-mail desatualizados ou incompletos, o que pode reduzir ainda mais a taxa de resposta. Nesses casos, o respondente nem sequer chega a receber o convite, o que é constatado posteriormente com a avalanche de mensagens de erro recebidas pelo pesquisador em sua caixa de e-mail. Não há, de fato, consenso na literatura acerca de qual seria uma taxa aceitável de retorno em aplicações de questionário on-line, mas a maioria das publicações aponta para um percentual que varia de 10% a 30% dos potenciais respondentes. Assim, dependendo do tamanho da amostra que se pretende construir, é necessária uma listagem bastante extensa de contatos. A baixa taxa de retorno pode, de fato, comprometer o andamento da pesquisa, principalmente se atingir perfis de respondentes essenciais à investigação e o pesquisador não tiver outros meios para completar a amostra (utilizando-se, por exemplo, de aplicação em papel, entrevista presencial ou por telefone). Nesses casos, o ideal é redesenhar parte do campo (ou a amostra) ou lançar mão, se possível, de técnicas qualitativas (como grupos focais e discussões em grupo, por exemplo) para complementar a coleta de dados. Falta de compreensão ou habilidade dos respondentes – A realização de uma pesquisa on-line, sem a interação real entre pesquisador e respondente, também não permite a confirmação, por parte do pesquisador, de que o respondente de fato compreendeu a pergunta. Se a construção da questão não for suficientemente clara (o que é um sério problema em qualquer tipo de questionário), o efeito pode ser ainda mais prejudicial em uma pesquisa on-line, uma vez que não há como oferecer nenhum tipo de esclarecimento adicional ao respondente que não compreender corretamente a questão. Além disso, é preciso considerar que o preenchimento de um questionário on-line exige um conhecimento mínimo, por parte dos respondentes, de como manusear corretamente o dispositivo e os programas utilizados para acessar a internet/responder ao instrumento. Esse é um ponto que deve ser levado em conta, dado que parcela significativa 66


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