M.A.P.A. Monitoramento e Articulação pela Prioridade Absoluta - ESCCA em foco

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Crianças e adolescentes estão sujeitos a vários tipos de abuso sexual dentro de sua própria casa, causada pela família4 e/ou por pessoas de suas relações de confiança, vizinhos, entre outros. Local e pessoas que deveriam teoricamente proteger as crianças e os adolescentes de atos de violência. Também acontece com pessoas que não fazem parte das relações próximas desta criança e deste adolescente; por exemplo: no caminho da escola (pelo “tio” da perua) e bailes (adultos se utilizam de bebidas alcoólicas e outras drogas para “facilitar” a ocorrência do abuso). Estas definições serão mais bem exploradas mais adiante. É consenso entre os estudiosos desta temática que, em tese, não há critérios fixos em que esteja garantida uma criança não correr o risco de sofrer algum tipo de violência sexual. Não há restrição de sexo, faixa etária, etnia,

raça,

crença,

classe

social. Desta

maneira,

infelizmente

nos

deparamos, todos os dias, com situações que nos causam diversas formas de sentimento: impotência, medo, asco, raiva, sofrimento, pena, revolta e, por vezes, acreditamos que só acontece longe de nossa família, casa, bairro, cidade; o que não condiz com o cotidiano de quem trabalha com esta temática. (FALEIROS: 2000). Compreender a violência sexual implica nos despirmos de certa tradição moral machista com relação à sexualidade humana, e não se ater somente ao senso comum limitador que reduz a sexualidade ao ato sexual. A

sexualidade

pode

apresentar-se

de

diversas

maneiras,

sem

necessariamente haver a relação sexual concreta, como veremos mais abaixo. É comum verificarmos o desejo pela penalização e revolta das pessoas quando este tipo de violência ocorre contra crianças e mais intenso o sentimento, quanto mais nova seja a vítima. A extrema fragilidade destas

O conceito de família que estamos utilizando, refere-se não apenas ao grupo formado pelos pais ou qualquer um deles e seus dependentes, mas, aos diferentes arranjos familiares resultantes de agregados sociais por relações consangüíneas ou afetivas, ou de subsistência e que assumem a função de cuidar dos membros. GUIA CREAS/2005 4


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