Jornal do Cariri - 11 a 17 de fevereiro de 2020

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Região do cariri, De 11 a 17 de fevereiro de 2020

Opinião

Gledson Bezerra – pré-candidato a prefeito de Juazeiro

Admiro o trabalho do governador Camilo e tentei, por vezes, uma aproximação, mas entendo que tudo acontece no seu tempo.

Editorial

FACÇÕES NO PODER

Os editoriais do Jornal do Cariri têm sido implacáveis em denunciar a atuação das facções criminosas no Ceará. As incursões na Política, na Religião e no mundo empresarial são o núcleo dessa nova forma de intervenção dos criminosos na vida social. O Jornal “O Estado de São Paulo”, em recente edição, confirmou as denúncias que o Cariri todo já conhece, graças à coragem solitária deste periódico. Segundo o jornal paulista, os milicianos querem formar uma

bancada política em 2020, por meio de um eficaz sistema de financiamento de campanha por meios ilícitos. A fonte para tal projeto de poder, no âmbito do Ceará, é a atividade empresarial, especialmente nos setores de segurança privada e no controle ilícito de atividades reguladas, como telecomunicações e gás. A realidade da Segurança Publica não é divulgada na grande mídia cearense. O enfraquecimento dos jornais, rádios e televisões é notório, como também

CHARGE

já noticiou o Jornal do Cariri. Os grandes jornais não circulam em meio físico no Cariri há algum tempo. As rádios passam por severas dificuldades financeiras, a exemplo das televisões locais. A sociedade não recebe informações e não pode acompanhar ou criticar a atuação das forças de segurança contra as facções e milícias. O jornalista Donizete Arruda, diretor do grupo que edita o Jornal do Cariri, tem sido incansável em denunciar as ligações das facções e milícias com o mundo

SEXTILHA Querer educar os outros Opinar e reprovar É muito fácil fazê-lo Difícil é se transformar Corrigir os próprios erros E moralmente avançar. WeLLINGTON COSTA

CARTA O saldo positivo na geração de empregos no Cariri mostra a força que a região possui na economia cearense. Juazeiro do Norte ocupar a terceira colocação em todo o Estado. Isso representa que os investimentos chegam à cidade de forma a alavancar seu comércio, sua indústria e demais segmentos. Interessante o olhar. fátima borges - estudante de economia

O risco do porte de armas baseados em ignorância e preconceitos, defender o terraplanismo e recusar vacinas. Ao apelar para a “autodefesa” do cidadão, o governo regride à Idade Média, quando o rei só protegia a corte e o território, e os súditos que se virassem. A República trouxe a defesa de todos pelo Estado, investindo em boa polícia, caso contrário só os ricos terão segurança privada e armas caras. Mas se quer que “o Estado seja forte com os fracos e fraco com os fortes”, como dizia Octávio Paz. A autodefesa é um suicídio, demonstram as pesquisas, porque o fator “surpresa” favorece o assaltante. Em média, de dez que reagem com arma, sete são baleados (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais). Não temos que inventar nada, é só olhar a experiência internacional. Os Estados Unidos de Donald Trump sofrem em média um massacre por mês. A Austrália, que fez a maior

Antônio Rangel Bandeira Sociólogo, ex-consultor da ONU

Uma das diferenças entre os países desenvolvidos e os subdesenvolvidos é que, nos primeiros, políticas públicas se baseiam em pesquisa, e nos segundos, em “achismo”. O decreto do presidente Bolsonaro, liberando o uso de armas de calibre militar para uso de civis, se enquadra nesses últimos. Nem fundamentação tinha. Dei consultoria para o governo de El Salvador, e medidas de controle de armas estavam reduzindo a violência, quando a pressão dos importadores de armas liberou o uso de calibre 9 mm, como aqui. Resultado: o país se tornou o mais violento do mundo. Mas está na moda atacar a ciência, e

Fundado em 5 de setembro de 1997 O Jornal do Cariri é uma publicação da Editora e Gráfica Cearacom Ltda CNPJ: 15.915.244/0001-71

Diretor-presidente: Donizete Arruda Diretora de Redação: Jaqueline Freitas Diretoria Jurídica: Di Angellis Morais Diagramação: Evando F. Matias

campanha de desarmamento voluntário do mundo, reduziu em 50% os homicídios por arma de fogo. No Brasil, com o Estatuto do Desarmamento, baixamos em 13%. Não foi mais porque faltaram as outras reformas, como melhorar a polícia, o sistema prisional e o Judiciário, que na Austrália são de qualidade. Mesmo assim, os controles trazidos pela nossa Lei salvaram 197.202 pessoas em 12 anos (Ipea). 70% dos brasileiros são contra o porte de arma (Datafolha). Mas o governo, fugindo ao debate público, vem corroendo em silêncio a nossa Lei, através de decretos e graduais mudanças pelo Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados já concedeu porte aos 350.683 CACs (Colecionadores, Atiradores esportivos e Caçadores) e ameaça estendê-lo para mais dez categorias. Esperemos que o Senado Federal respeite o eleitorado e anule essas mordidas na Lei.

Conselho Editorial Geraldo Menezes Barbosa, Francisco Huberto Esmeraldo Cabral, Napoleão Tavares Neves e José Humberto de Mendonça.

político e empresarial. Como resposta, ele foi convidado a depor em uma delegacia policial. A Secretaria de Segurança Pública não cumpre seus deveres e, agora, quer expor um jornalista à sanha dos criminosos. Atacar a causa do problema não é o mesmo que expor jornalistas e levá-los ao constrangimento de depor sobre fatos protegidos pelo sigilo de fonte. A liberdade de imprensa não pode ser instrumento para dispensar as autoridades policiais de cumprirem seu dever.

O jornalista Donizete Arruda, diretor do grupo que edita o Jornal do Cariri, tem sido incansável em denunciar as ligações das facções e milícias com o mundo político e empresarial. Como resposta, ele foi convidado a depor em uma delegacia policial.

Palavra de Fé Pr. Jecer goes

Pessoas que procuram Jesus

(Marcos 2.1-12) O ministério de Jesus foi sempre marcado por prodígios, sinais e maravilhas. Jesus sempre atraiu multidões. Todas as classes de pessoas o buscavam pelos mais diversos motivos. Muitas delas o buscavam sinceramente, pois reconheciam-no como o filho de Deus, como o Messias prometido. Outras o procuravam porque enxergavam nele um potencial político e a oportunidade de obter proveitos e benefícios pessoais. Muitos buscavam ouvir seus ensinamentos, visto que os mesmos causavam admiração profunda. Existiam outros que buscavam seus milagres, pois inúmeras pessoas testificavam que haviam sido curadas de forma maravilhosa dos mais diversos males. Porém, existiam também os religiosos que mais eram hipócritas e não se comoviam com o sofrimento dos miseráveis, dos mendigos, cegos, leprosos e outros, mas se revoltavam com benefícios feitos por Jesus à população carente. Assim, muitas pessoas, das mais diversas classes sociais, eram atraídas por Jesus. O texto acima relata como um homem paralítico foi conduzido à presença de Jesus e como foi maravilhosamente curado. Nesta narrativa, podemos observar alguns desses tipos de pessoas que seguiam o Senhor Jesus, não muito diferente daquelas que, hoje, igualmente o procuram, sempre atraídas por alguma motivação. Vejamos as pessoas descritas no texto: Os curiosos – O texto diz que Jesus entrou novamente em Cafarnaum e que o povo ouviu falar que ele estava em casa. “Logo muita gente se reuniu ali, de forma que não havia lugar nem junto à porta; e ele lhes pregava a palavra” (Marcos 2.2,3). A casa em que Jesus estava ficou lotada, certamente de pessoas que tinham ouvido falar dele e de seus milagres e queriam ouvir e ver o que aconteceria. Enfim, queriam satisfazer a curiosidade. Não é muito diferente nos dias de hoje, quando milhares de pessoas se deslocam de suas casas e até de suas cidades em busca de milagres. Há igrejas que se especializaram na pregação de milagres e apresentam Cristo apenas como operador de sinais, prodígios e milagres. São pregações que mais atraem os curiosos, quando Cristo deve ser pregado como Salvador dos perdidos pecadores. Os necessitados e sofredores – Entre a multidão havia também os necessitados. São os que sofrem com males, doenças e escravidão dos mais diversos vícios. O texto mostra um homem com mobilidade reduzida, que era conduzido por quatro pessoas, o qual enfrentou obstáculo enorme até chegar àquele local. Jesus o viu e disse a ele: “Filho, os seus pecados estão perdoados”. Claro que tais palavras causaram admiração a todos, principalmente entre os religiosos. E Jesus logo tratou de encerrar o assunto, quando disse: “Por que vocês estão remoendo essas coisas em seus corações? O que é mais fácil dizer ao homem: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou: ‘Levante-se, pegue a sua maca e ande?’. Mas, para que vocês saibam que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados — disse a ele — eu lhe digo: ‘Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa’”. Ele se levantou, pegou a maca e saiu à vista de todos. Os necessitados e sofredores hoje também estão em todos os lugares e são alvos do amor e cuidados de Deus, que quer curar e, principalmente, salvar a todos, independentemente de sua condição física, social ou espiritual. Os críticos religiosos – Estes também se faziam representar, os quais ali estavam não para colaborar ou auxiliar aos necessitados, mas para criticar e acusar os que não praticassem suas leis, costumes e normas. Não estavam interessados no benefício, na cura que viesse a ser feita a quem quer que fosse. Eram os legalistas hipócritas. Ainda hoje existem muitos deles. Seus maiores objetivos são de procurar motivos para criticar. Não se importam com os benefícios das pessoas. São os hipócritas. Os comprometidos em ajudar – E, por fim, não podemos deixar de mencionar aqueles que se colocaram como ajudadores. Estão sempre prontos em ajudar. Eles não mediram esforços para fazer o homem com mobilidades reduzidas chegar até Jesus. Eles enfrentaram grande barreira, pois, como o local estava lotado e a multidão impedia qualquer movimento, aqueles homens improvisaram uma passagem. Eles removeram parte da cobertura do lugar onde Jesus estava e, através de uma abertura no teto, baixaram a maca em que estava deitado o homem. Aquela atitude chamou a atenção de Jesus, que, ao vê-los, disse: “Filho, os seus pecados estão perdoados. Levante-se, pegue a sua maca e vá para casa”. Ele se levantou, pegou a maca e saiu à vista de todos. Estes ficaram atônitos e glorificaram a Deus, dizendo: “Nunca vimos nada igual” (Marcos 2.5,11,12). Foram os instrumentos para o milagre do homem. Sejamos igualmente instrumentos para o bem do outro. Deus abençoe!

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