01 os garotos corvos raven cycle maggie stiefvate

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não importava. A última coisa que ela queria fazer era assustar Adam lançando frases como verdadeiro amor logo após tê-lo conhecido. Mas se ela não dissesse nada, havia uma chance de que ele pudesse roubar um beijo e então ambos teriam problemas. — Eu gosto quando você diz essas coisas, mas... tenho medo de que você me beije — admitiu Blue. Já de saída, parecia um caminho insustentável para se percorrer. Como ele não disse nada na hora, Blue se apressou: — A gente acabou de se conhecer. E eu... eu tenho... eu sou muito nova. Na metade do caminho, Blue perdeu a coragem de explicar a profecia, mas não tinha certeza de qual parte dela sentia que aquela era uma confissão melhor para deixar escapar. Eu sou muito nova. Ela se contorceu. — Isso parece... — Adam buscou as palavras — muito sensato. O adjetivo preciso que Neeve havia encontrado para Blue logo na primeira semana. Então ela era verdadeiramente sensata. Isso era penoso. Ela sentia como se tivesse trabalhado tanto para parecer o mais excêntrica possível, e ainda assim, quando a avaliavam, ela era sensata. Tanto Adam quanto Blue ergueram o olhar com o som de passos cruzando o piso na direção deles. Era Ronan, segurando algo embaixo do braço. Ele se abaixou cuidadosamente até se sentar de pernas cruzadas ao lado de Adam e então suspirou pesadamente, como se tivesse sido parte da conversa até aquele ponto e isso o tivesse cansado. Blue estava igualmente aliviada e desapontada com sua presença efetivamente encerrando qualquer conversa sobre beijos. — Quer segurar? — perguntou Ronan. Foi então que Blue descobriu que a coisa que Ronan estava segurando estava viva. Por um breve momento, ela se sentiu incapaz de fazer qualquer coisa a não ser contemplar a ironia de que um dos garotos corvos possuía de fato um corvo. Àquela altura, estava claro que Ronan havia decidido que a resposta era não. — O que você está fazendo? — perguntou Blue, enquanto ele recuava a mão. — Eu quero. Ela não estava exatamente certa de que queria — o corvo parecia muito frágil —, mas era uma questão de princípios. Blue percebeu, mais uma vez, que estava tentando impressionar Ronan apenas porque era impossível impressioná-lo, mas se consolou com o fato de que pelo menos tudo que estava fazendo em busca de sua aprovação era segurar o filhote de um pássaro. Ronan aninhou o corvo nas mãos dela em concha. O filhote parecia não pesar nada, e sua pele e penas pareciam úmidas onde haviam estado em contato com as mãos de Ronan. O corvo inclinou a cabeça enorme para trás e arregalou os olhos para Blue e então para Adam, com o bico aberto. — Como é o nome dela? — perguntou Blue. Segurá-lo era aterrorizante e adorável; era uma vidinha tão pequena, tão frágil, o pulso batendo rapidamente contra a pele de Blue. Adam respondeu de maneira fulminante: — Motosserra. O corvo abriu bem o bico, arregalando mais ainda os olhos. — Ela quer você de novo — disse Blue, pois era claro que queria. Ronan aceitou o pássaro e


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