1 INTRODUÇÃO Este trabalho dispõe-se a apresentar o conceito da neurociência aplicada à arquitetura de um ambiente esportivo, cultural e artístico voltado para o público jovem e infantil. O determinado ambiente de estudo consiste em uma escola de dança cigana inclusiva, a Associação Cultural Namastê, que atende principalmente crianças com diferentes deficiências físicas e mentais. A seguinte pesquisa tem como o objetivo, conceituar os termos NeuroArquitetura e biofilia, Abordar possíveis métodos de aplicação destes em projetos arquitetônicos voltados para o público infantil e, por fim, propor as modificações necessárias no ambiente físico da Associação Cultural Namastê, como representantes destas organizações socioculturais, por meio dos elementos de identidade abordados pela NeuroArquitetura e biofilia, para que proporcione conforto, qualidade de vida e melhoria na aprendizagem de seus alunos. A neurociência é um campo associado à medicina que estuda o sistema nervoso humano (PAIVA, 2019), a partir de descobertas nesse campo, ela vem sendo aplicada em diversas áreas, dentre elas a arquitetura. A esse processo deu-se o nome de NeuroArquitetura, termo popular que surgiu para conceituar o estudo destes dois campos, a arquitetura e a neurociência. A NeuroArquitetura estuda o impacto causado pelo ambiente físico no cérebro humano e, consequentemente, a mudança de comportamento ocasionada por tal impacto (PAIVA, 2018). Segundo esses estudos alguns fatores ambientais (luminosidade, temperatura, acústica, ventilação, uso das cores) são indispensáveis para elaborar um projeto arquitetônico de qualidade, que gere conforto e saúde. Aliada a isso, temos a biofilia, a tendência instintiva dos seres humanos a se voltarem ao natural. O design biofílico propõe trazer a natureza para dentro dos ambientes construídos artificialmente, também tendendo a influenciar a mente humana. O relatório “Human Spaces no Impacto Global de Design Biofílico no Local de Trabalho” (2015, p. 20-30), por exemplo, mostrou que ambientes de trabalho com elementos naturais geram níveis até 15% mais altos de bem estar, 6% a mais de produtividade e 15% a mais de criatividade, do que ambientes sem esses elementos. 7