Influencias da religiao sobre a saude mental (1)

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tos de religiosidade) no consumo de diversas drogas (álcool, cannabis e outras drogas ilícitas e não ilícitas). A amostra foi constituída por 1.031 alunos e 1.035 alunas matriculados em escolas secundárias, com idades de 11 a 20 anos, escolhidos de uma população de 4.737 estudantes da província de Ontário no Canadá. Observaram que estudantes católicoromanos usavam menos maconha, substâncias não-médicas ou alucinógenas. Religiosidade e frequência à igreja estiveram negativamente associadas com consumo de drogas. AMOATENG e BAHR (1986) estudaram o relacionamento entre diversas variáveis religiosas e familiares e o consumo de álcool e maconha entre adolescentes. Foram estudados 16.130 alunos de segundo grau, de 125 escolas representativas dos Estados Unidos. Participantes não brancos, do sexo feminino, e religiosos tinham um menor consumo de álcool. Sujeitos religiosos apresentaram menor consumo de maconha. Variáveis familiares tiveram pequeno efeito no uso de álcool e drogas. Em Porto Rico (GARTNER et al. 1988), em estudo com 2.000 pessoas selecionadas aleatoriamente, concluíram que os que referiam não possuir filiação religiosa apresentavam maior taxa de alcoolismo, principalmente se fossem do sexo masculino. GARTNER et al. (1991) revisaram 12 estudos mais recentes, e em 11, encontraram a mesma relação negativa entre várias medidas de compromisso religioso e uso de drogas. Além disso, encontraram evidência de que a frequência à igreja está mais fortemente associada à abstinência de drogas do que variáveis do tipo sentimento religioso (ADLAF e SMART 1985) e religiosidade dos pais (BURKETT 1977). Esta correlação negativa vale para adolescentes, alunos de faculdade, adultos de ambos os sexos, afro-americanos e hispânicos, nos Estados Unidos. WUTHNOW (1978), comparando cinco orientações religiosas diferentes, observou que não religiosos relatavam maiores taxas de uso de substâncias que conservadores, liberais ou religiosos nominais (pessoas que apenas declaram ser de determinada religião, sem qualquer outro vínculo). Os que adotavam uma religião de orientação “experimental” com aceitação de ideias não convencionais (ocultismo e religiões orientais, por exemplo) relataram maior uso de drogas que os não-religiosos. BENSON (1990), estudando dados de 47.000 alunos de escolas públicas, encontrou os principais efeitos sobre o uso de substâncias na frequência a serviços religiosos e na importância atribuída à religião. Resultados contrários a esta regra são raros, ocorrendo principalmente quando:

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