TCC arqurbuvv Espaço Cultural Prainha

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UNIVERSIDADE DE VILA VELHA ARQUITETURA E URBANISMO

CAROLLINE DE FREITAS CALDEIRA

ESPAÇO CULTURAL PRAINHA

VILA VELHA – ES 2019


CAROLLINE DE FREITAS CALDEIRA

ESPAÇO CULTURAL PRAINHA

Trabalho

de

Conclusão

do

Curso

apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Vila Velha, como requisito para obtenção do título de Arquiteta e Urbanismo. Orientadora:

Professora

Fernandes Muniz

VILA VELHA – ES 2019

Andreia


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AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus por sua graça e bondade e por me permitir chegar até onde estou hoje. Aos meus pais, Orandina Monteiro e Valdemiro Caldeira, que sempre acreditaram em mim e não mediram esforços para me ajudar a conquistar meus objetivos. A minha irmã que acreditou que eu seria capaz e sempre me incentivou. Ao meu noivo, por todo apoio, pelo companheirismo nos momentos difíceis, pelo amor e escapes dos estresses e das obrigações. A minha orientadora Andréia Fernandes Muniz, por todos os ensinamentos, pelo tempo, dedicação e paciência. As minhas amigas Izabella e Marina que estiveram comigo em toda essa jornada do curso compartilhando experiências e conhecimentos. A todos os professores que contribuíram para meu crescimento dentro da universidade, os quais tive a oportunidade de aprender muito. Muito obrigado!


RESUMO A cultura é um meio importante para o desenvolvimento e a formação de caráter de um cidadão. Com a inserção de espaços culturais é possível estabelecer relações sociais de convívio, de troca de informações e conhecimento, de costumes e tradições, além de representar a cultura local com a exposição de atividades e produtos típicos da região. Considerando o contexto, este trabalho consiste em um uma proposta projetual de um Espaço Cultural, no sitio histórico da Prainha, para que o mesmo represente e evidencie a cultura capixaba na cidade de Vila Velha – ES. A metodologia adotada foi através de levantamento de informações quanto a importância da cultura, da identificação dos espaços com características culturais na cidade de Vila Velha, no desenvolvimento de mapas e visitas em campo para melhor conhecimento da área em estudo. Como resultado, a idealização de um espaço cultural busca uma iniciativa de destacar as potencialidades existentes, valorizar e consolidar a cultura local, bem como incentivar na revitalização da área. Palavras-chave: Prainha, Espaço Cultural, Dinâmico.


ÍNDICES DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - CASA DA MEMÓRIA E BONDINHO 42. ...................................... 14 FIGURA 2 – MUSEU HOMERO MASSENA, ÁREA EXTERNA E INTERNA. .. 14 FIGURA 3 - ÁREA INTERNA DO MUSEU DO CONVENTO DA PENHA ....... 15 FIGURA 4 – CENTRE GEORGES POMPIDOU, PARIS .................................. 20 FIGURA 5 - CENTRO CULTURAL DE JABAQUARA - SÃO PAULO .............. 20 FIGURA 6 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS ESPAÇOS CULTURAIS DE VILA VELHA ....................................................................................................... 21 FIGURA 7: TEATRO MUNICIPAL DE VILA VELHA - ES ................................ 22 FIGURA 8–BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL DE VILA VELHA.................. 23 FIGURA 9 - MUSEU VALE/ PEÇAS EM EXPOSIÇÃO .................................... 24 FIGURA 10- CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DA CHOCOLATES GAROTO, ES. ........................................................................................... 24 FIGURA 12 - SESC POMPÉIA, SÃO PAULO .................................................. 27 FIGURA 13 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO SESC POMPÉIA, SÃO PAULO.28 FIGURA 14 - AMBIENTES INTERNOS DO SESC POMPÉIA ......................... 28 FIGURA 15 - PLANTA BAIXA DE SETORIZAÇÃO DO SESC POMPÉIA, SP. 29 FIGURA 16 - FORMA ORIGINAL DAS FABRICAS E VOLUMES PRISMÁTICOS. ................................................................................................................... 30 FIGURA 17 - ABERTURAS DO SESC POMPÉIA, SP ..................................... 31 FIGURA 18 - CENTRO CULTURAL EL TRANQUE, CHILE. ........................... 32 FIGURA 19 – MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO CENTRO CULTURAL EL TRANQUE, CHILE. .................................................................................... 32 FIGURA 20 - PRAÇA INTERNA DO CENTRO CULTURA EL TRANQUE. ..... 33 FIGURA 21 - PLANTA BAIXA DO PAVIMENTO TÉRREO DE SETORIZAÇÃO. ................................................................................................................... 34 FIGURA 22 - PLANTA DO SEGUNDO PAVIMENTO DE SETORIZAÇÃO. ..... 35 FIGURA 23- VISTA AÉREA DO CENTRO CULTURAL EL TRANQUE. .......... 35 FIGURA 24 - MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO DO CENTRO CULTURAL EL TRANQUE ................................................................................................. 36 FIGURA 25 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO E ESTUDO DAS CONDICIONANTES ................................................................................................................... 38 FIGURA 26 – FÓRUM DE VILA VELHA, LOCALIZADO NA PRAINHA - ES. .. 39


FIGURA 27 - MAPA DE POTENCIALIDADES ................................................. 40 FIGURA 28 - PARQUE DA PRAINHA E PRAÇA DA IGREJA DO ROSÁRIO. 41 FIGURA 29 – EVENTO NA PRAINHA, RUA DAS ARTES............................... 41 FIGURA 30 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ................................. 42 FIGURA 31 - COMÉRCIO LOCAL ................................................................... 42 FIGURA 32 - COMÉRCIO LOCAL DE LEMBRANÇAS E ARTESANATOS CAPIXABA. ................................................................................................ 43 FIGURA 33 - PESCARIA INDUSTRIAL E ARTESANAL .................................. 43 FIGURA 34 - PARQUE E PRAÇAS DO EIXO HISTÓRICO ............................. 44 FIGURA 35 - MAPA DE MOBILIDADE ............................................................ 45 FIGURA 36 - RUAS LOCAIS: CORONEL MASCARENHAS/PEDRO PALÁCIOS ................................................................................................................... 45 FIGURA 37 - BIKE VV/ PONTO DE ÔNIBUS .................................................. 46 FIGURA 38 - AVENIDA CASTELO BRANCO/ ENTRADA DO CONVENTO, RUA VASCO COUTINHO. ................................................................................. 46 FIGURA 39 - TABELA DE ÍNDICES URBANÍSTICOS E ÁREA DO TERRENO ................................................................................................................... 47


SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... 11 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ......................................................................... 11 1.2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................... 12 1.3 OBJETIVO GERAL ................................................................................. 15 1. 4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 15 1.5 METODOLOGIA ..................................................................................... 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 18 2.1 DEFINIÇÃO DE CENTRO CULTURAL ................................................... 18 2.2 ORIGEM DOS ESPAÇOS CULTURAIS ................................................. 19 2.3 ESPAÇOS CULTURAIS DE VILA VELHA .............................................. 21 3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS ................................................................... 27 3.1 SESC POMPÉIA ..................................................................................... 27 3.1.1 IMPLANTAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO .............................. 27 3.1.2 PROGRAMA ........................................................................................ 28 3.1.3 ESPACIALIDADE E FLUXO ................................................................ 29 3.1.4 MORFOLOGIA E MATERIALIDADE.................................................... 30 3.2 CENTRO CULTURAL EL TRANQUE ..................................................... 31 3.2.1 IMPLANTAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO .............................. 32 3.2.2 PROGRAMA ........................................................................................ 33 3.2.3 ESPACIALIDADE E FLUXOS .............................................................. 33 3.2.4 MORFOLOGIA E MATERIALIDADE.................................................... 35 4. ESTUDO DA ÁREA...................................................................................... 37 4.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO .............................................................. 38 4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO ................................................... 38 4.1.2. POTENCIALIDADES .......................................................................... 39 4.1.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ........................................................... 42


4.1.4 MOBILIDADE URBANA ....................................................................... 44 4.2 DIRETRIZES PROJETUAIS ................................................................... 46 4.3. ASPECTOS NORMATIVOS................................................................... 47 5. PROPOSTA PROJETUAL ........................................................................... 49 5.1 ESPAÇO CULTURAL PRAIHA ............................................................... 49 5.2 PROGRAMA ........................................................................................... 50 5.3 CONCEITO E PARTIDO ......................................................................... 50 5. 4 IMPLANTAÇÃO ..................................................................................... 51 5.5 SETORIZAÇÃO ...................................................................................... 52 5.6 PLANTA BAIXA TÉRREO E PAISAGISMO ............................................ 53 5.7 PLANTA BAIXA PAVIMENTO SUPERIOR ............................................. 54 5.8 CORTES AA E BB .................................................................................. 55 5.9 CORTES CC E DD ................................................................................. 56 5.10 ENVOLTÓRIA ....................................................................................... 57 5.11 FACHADA LATERAL DIREITA E FACHADA FRONTAL ...................... 58 5.12 FACHADA LATERAL ESQUERDA E FACHADA FUNDOS ................. 59 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 60 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 61 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 62 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 63



1. INTRODUÇÃO Os centros culturais são instituições criadas com o objetivo de se produzir, elaborar e disseminar práticas culturais e bens simbólicos. São espaços para se fazer cultura viva, por meio de obra de arte, com informação em um processo crítico, criativo, provocativo, grupal e dinâmico. (NEVES, 2013) Um centro cultural pode ser definido pelas atividades nele desenvolvidas, podendo ser um local especializado, de múltiplo uso, proporcionando opções como: consulta, leitura em biblioteca, realização de atividades em setor de oficinas, exibição de filmes e vídeos, audição musical, apresentação de espetáculos etc. Ou seja, é um espaço acolhedor de diversas expressões. (NEVES, 2013) Neste âmbito, o presente trabalho consiste em uma proposta, à nível de estudo preliminar, de um Centro cultural na Prainha, Vila Velha - ES. O objetivo é inserir o edifício como um equipamento integrador, atuando como um elemento de união entre a comunidade e os acontecimentos locais, estimulando a população a desfrutar de um espaço dinâmico e atrativo na cidade. Assim, oferecendo cultura para vários grupos sociais e promovendo interação entre crianças, jovens e adultos. 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

"A cultura é a própria identidade nascida na história, que ao mesmo tempo nos singulariza e nos torna eternos. É índice reconhecimento da diversidade. É o terreno privilegiado da criação, da transgressão, do diálogo, da crítica, o conflito da diferença e do entendimento". (CAMPOMORI, 2008, p, 78-79)

A cultura é instituída pelo agrupamento dos saberes, fazeres, regras, diretrizes, repressões, estratégias, crenças, inovações, valores, e mitos, que se propaga de geração em geração. Que se reproduz em cada indivíduo, controla a existência da sociedade e mantém a complexidade psicológica e social. Não há sociedade humana, arcaica ou moderna, desprovida de cultura, cada cultura é única. (MORIN, 2001) O espaço cultural deve em primeiro lugar promover a inclusão social, proporcionando condições para que todos, inclusive aqueles excluídos do 11


consumo das artes tenham acesso a estes meios artísticos e das manifestações culturais. Em segundo plano, deve prover uma diversidade de atividades não comerciais, lúdicas e de patrimônio histórico com o poder de concentrar pessoas. Por fim, deve estabelecer oportunidades para artistas locais exercerem suas profissões, de forma digna e com espaços coerentes para suas funções, criando um diálogo entre o artista e o público, contribuindo para o crescimento desta classe. Autores como Silva (1995) e Milanesi (1997) destacam um complexo cultural existente na Antiguidade Clássica, a biblioteca de Alexandria que comportava várias atividades. Entretanto, os Centros Culturais só começam aparecer no Brasil a partir da década de 1960, e só efetivou-se por volta dos anos 80, com a criação do Centro Cultural de Jabaguara e do Centro Cultural São Paulo. (NEVES, 2013). Ao longo dos séculos os Centros Culturais passaram por modificações, agrupando diferentes atividades e resultaram em manifestações culturais singulares que podem ser observadas através das danças, das festas, do artesanato e dos costumes de cada município. No caso do município de Vila Velha/ES, existe uma carência destes espaços, desta forma, este trabalho se propõe a suprir esta demanda. Apesar da carência destes espaços, existe uma grande diversidade cultural em Vila Velha. A rica combinação é uma mistura dos costumes e tradições indígenas, africanas e dos diversos imigrantes (italianos, alemães, pomeranos, libaneses, entre outros). O que torna ainda mais interessante e necessário a inserção de espaços culturais. 1.2 JUSTIFICATIVA O local escolhido para a intervenção possui grande importância para história e cultura da cidade. Berço da colonização do Estado do Espírito Santo, a Prainha foi onde, em 1535, desembarcava o primeiro Donatário da Capitania do Estado, Vasco Fernandes Coutinho, dando início a colonização portuguesa. Surgindo uma Vila, conhecida como Prainha, assim chamada pelos primeiros moradores devido a pequena enseada existente ali.

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Dentre os marcos da colonização está a construção da Igreja Nossa Senhora do Rosário, tombada em 1950 pelo IPHAN devido a sua importância histórica. A partir da construção da igreja, a Vila se desenvolveu urbanisticamente. As novas construções foram tomando o entorno, mas o ponto central da Igreja se manteve estendendo-se até o mar sem nenhum obstáculo até os dias de hoje. Outros monumentos marcam a importância do perfil histórico, religioso e habitacional do local, tais como: o Convento da Penha, a Igreja do Rosário, a Casa da Memória, o Museu Homero Massena, o Forte Francisco Xavier e as casas de interesse de preservação, além do 38° Batalhão de Infantaria e a Escola de Aprendizes-Marinheiro do Espírito Santo. Estes equipamentos se encontram na sua maioria tombados e fazem com que o local tenha grandes potenciais. Dentre os espaços que além das suas características históricas oferecem atividades de interação com o público estão: A Casa da Memória (figura 1), é um espaço onde se mantém o acervo permanente com fotos que retratam a história do sítio histórico da Prainha e adjacências. Nele, busca-se o resgate de memórias do município e do Estado. No local, existem imagens expostas que revelam a evolução do município aos longos dos últimos anos. Com isso, o visitante tem a possibilidade de conhecer um pouco da história da cidade. (Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, 2013) Aparentemente a edificação oferece uma infraestrutura adequada, mas falha na acessibilidade e na falta de atividades atrativas. O acervo por si só não consegue atrair pessoas para o local, tornando o espaço monótono. Ainda na Casa da Memória, há o bonde 42 em exposição. O bonde se tornou referência e reflete a história de um momento importante, marcada com o primeiro meio de transporte público da cidade, é algo que atrai o visitante por se tornar um cenário retrô.

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Figura 1 - Casa da Memória e Bondinho 42.

Fonte: Acervo da autora, 2018.

A antiga residência do pintor Homero Massena e sua esposa Edy Massena, atualmente funciona como museu (figura 2), em que o visitante pode conhecer o dia a dia do pintor. Livros, pincéis e um quadro não acabado permanecem intactos, deixando à vista seus últimos passos. Varanda, sala, ateliê, dois quartos, banheiro e cozinha compõem a construção, típica de beira de praia das décadas de 40 e 50. Pinturas em todos cômodos e objetos pessoais remetem a criatividade do artista, que gostava de pintar nas rachaduras, dando um toque único e especial às paredes da casa. (Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, 2012). Figura 2 – Museu Homero Massena, área externa e interna.

Fonte: Acervo Autoral/PMVV

O convento da Penha é um dos Santuários mais antigos do Brasil. Foi tombado em 1943 pelo IPHAN. Está situado no alto de um penhasco, a 154 metros de altitude, além de ser o maior símbolo religioso, é também o ponto turístico mais conhecido da cidade. Com o decorrer do tempo além de abrigar a Capela de 14


Nossa Senhora da Penha, foram necessárias ampliações, assim sendo construído juntamente ao convento da penha um prédio que se tornou museu, que é a histórica "casa dos Romeiros", residência de hóspedes e ruínas das antigas senzalas (figura 3). No ano de 2000 foi reinaugurado. O museu conta com objetos do acervo histórico do convento, selecionando nas raras coleções que documentam o cotidiano do Santuário, por mais de quatrocentos anos. (CONVENTO DA PENHA) Figura 3 - Área interna do Museu do convento da Penha

Fonte: Imagens do site Museus Cultura

A intenção de intervir na Prainha é para impactar os Patrimônios culturais existentes, fazer com que eles possam reviver e dar vitalidade ao local. A área além de estar em frente a uma praça de grande potencial, onde acontece normalmente os eventos culturais da cidade, exibe vistas incríveis da grande Vitória. A presença de expressões culturais e artísticas na cidade são vistas esporadicamente, normalmente em datas comemorativas. Mas Vila Velha se destaca na cultura com a música, comida e artesanato. 1.3 OBJETIVO GERAL Desenvolver o projeto, nível de estudo preliminar, de um Espaço Cultural na Prainha, Vila Velha/ES, com o propósito de trazer um equipamento dinamizador da cultura para a cidade. 1. 4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 

Proporcionar espaços de convivência para atividades culturais e artísticas.

Promover áreas de exposições externas e internas de artistas locais. 15


Criar um edifício público simbólico.

Potencializar a cultura e a arte local.

Conectar o edifício com as atividades do entorno.

1.5 METODOLOGIA As metodologias adotadas para alcançar os objetivos descritos foram divididas em 5 etapas: Na primeira etapa será desenvolvida a revisão bibliográfica, contextualizando o tema, visando obter os devidos conhecimentos sobre o mesmo, onde serão fundamentados através de leituras em livros, artigos e sites. Em segundo momento foram feitos estudos de casos sobre Centros Culturais que tenham o objetivo de levar informações e iniciação às artes, para compreender o funcionamento e a espacialidade, auxiliando futuramente na elaboração do programa de necessidades. Na terceira etapa elaborar um levantamento da área a ser implantado o projeto, analisando as normas, o contexto histórico e da cultura da Cidade a ser implantado o projeto, através de dados coletados in loco com levantamento fotográfico, entrevistas e produção de mapas. Posteriormente, foi realizado a caracterização do terreno e seu entorno, as diretrizes projetuais, estudos de volumetria e o desenvolvimento do programa de necessidades. Em último momento foram aplicadas as etapas anteriores consolidando o projeto arquitetônico à nível de estudo preliminar.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 DEFINIÇÃO DE CENTRO CULTURAL Compreende-se os centros culturais como equipamentos de domínio estatal, propriedades cooperativas ou privada que comportam uma estrutura de uso coletivo, onde são realizadas oficinas e exposições artístico-culturais de diferentes tipos, como de música, literatura, dança, teatro, dentre outras. (PINTO, 2012) Milanesi (1997) indica três verbos essenciais que explicam e caracterizam as finalidades principais de um centro cultural, os quais se relacionam ao espaço e às atividades integradas, são eles: informar, discutir e criar. O ato de informar está relacionado às atividades que dão acesso às informações, no caso da biblioteca e sala de cursos. O verbo criar é função das oficinas de arte, salas de música, dança e teatro que implicam na criação de algo. Discutir está ligado a ações que podem ocorrer em locais mais descontraídos, como um restaurante, lanchonetes, salas de estar, também podem ser considerados os espaços de promovam debates, como salas de workshop, palestras, mesa redonda. Por isso a ação cultural deve ser entendida de forma integrada a esses verbos, nunca fragmentadas, pois uma complementa a outra e faz com que o espaço cultural seja essa combinação de atividades dinâmicas. (MILANESI, 1997) Um espaço de difusão cultural, possui principalmente o objetivo de despertar a sociedade para seu caráter participativo e influenciador na criação dos espaços. A fim de superar a desigualdade social do acesso para todos à cultura e socialmente aumentar o público. (ALBUQUERQUE, 2014)

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2.2 ORIGEM DOS ESPAÇOS CULTURAIS As origens dos espaços culturais ainda se encontram a nível de especulações históricas. Há indícios que os espaços culturais surgiram na antiguidade clássica, em um complexo cultural conhecido como a Biblioteca de Alexandria, construída pelos egípcios no século II a.C. (RAMOS, 2007). Segundo Milanesi (1997) seria o mais antigo e importante referencial de espaço cultural. A biblioteca tinha o objetivo de preservar o saber existente na Grécia antiga, abordando os campos da religião, mitologia, filosofia e medicina. Funcionava como um equipamento de estudo e de culto às divindades e conservava estátuas, obras de arte, instrumentos cirúrgicos e astronômicos. Além disso, abrigava um anfiteatro, um observatório, salas de trabalho, refeitório, jardim botânico e zoológico. Devido a diversidade de atividades funcionando em um lugar, poderia se caracterizar como o mais nítido e antigo centro cultural. (RAMOS, 2007) Segundo o autor Teixeira Coelho (1986), os centros culturais pioneiros foram de cultura inglesa, criados no século XIX que ficaram conhecidos como centros de arte. Estes locais já assumiam a prática de ação sociocultural, que foram beneficiadas pelas políticas culturais dos países socialistas europeus no século XX. Somente no final da década de 50, na França, foram lançadas as premissas do que atualmente entendemos como ação cultural. Estes espaços voltados para cultura, surgiram na França como uma alternativa de lazer para atender os operários franceses. A importância do lazer por parte das indústrias e empresas francesas resultou novas relações de trabalho e preocupação de se fazer áreas de convivências e centros sociais. (RAMOS, 2007) Segundo Silva (1995), o reflexo destas ideias chegou até às bibliotecas e os centros de teatro, transformando-os em casas de cultura. Este movimento findou na criação do “Centre National d’Arte et de Culture Georges-Pompidou” (figura 4), inaugurada em 1975 em Paris. Segundo pesquisadores foi um grande marco e influenciou a criação de espaços semelhantes em muitos outros países.

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Figura 4 – Centre Georges Pompidou, Paris

Fonte: Traveltoeat, 2013

Então, os espaços voltados para cultura se difundiram nos países, inclusive no Brasil. José Montello, jornalista, professor e escritor brasileiro já tinha um interesse por estes espaços nos anos 60, e até propôs a criação de Casas de Cultura no país. Mas os espaços culturais só foram criados efetivamente de acordo com Teixeira Coelho (1997) na década de 80, em São Paulo, sendo os pioneiros no país, o Centro Cultural de Jabaquara e o Centro Cultural São Paulo (figura 5). Figura 5 - Centro Cultural de Jabaquara - São Paulo

Fonte: Fernando Stankuns

Existem diversos aspectos que devem ser analisados em relação aos espaços culturais, tanto no Brasil, quanto no exterior. No Brasil pode-se observar que houve grandes melhorias e crescimento desde os primeiros espaços construídos devido as leis de incentivo à cultura.

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Atualmente, a construção de espaços culturais é a ação mais realizada por órgãos públicos nacionais. (NEVES, 2013). No entanto, não é possível identificar quantos centros culturais existem no país, pois nem todas essas instituições foram registradas como o nome centro cultural. (MILANESI, 1997) 2.3 ESPAÇOS CULTURAIS DE VILA VELHA A cultura do município é caracterizada por sua diversidade e pelas suas peculiaridades, ou seja, não existe uma cultura local específica; os costumes simplesmente se misturam de diversas formas, entre diferentes etnias e raças, contribuindo para formação histórica da população. A identidade de Vila Velha pode ser vista na gastronomia, nas manifestações artísticas, como as danças do congo, as procissões religiosas e os artesanatos que utilizam materiais locais. Além disso existem alguns equipamentos disseminadores da cultura movimentando este cenário na cidade como mostra no mapa abaixo. (figura 6) Figura 6 - Mapa de localização dos espaços culturais de Vila Velha

Fonte: Mapa do ArcGis adaptado pela autora, 2018

Em Vila Velha, a área em que mais se destaca com referências culturais é a Prainha, localizada no centro da cidade, conforme já descrito anteriormente. Dentre os equipamentos existentes, estão, a Casa da Memória, o Museu Homero 21


Massena e o Convento da Penha que além de ser um dos pontos turísticos da mais importante da cidade, foi o primeiro espaço de cultura e história na cidade. Estes espaços exercem a função de museu e contam a história de Vila Velha. Além destes espaços de cultura, próximo à área de intervenção temos a praça Duque de Caxias, também no centro de Vila Velha que abriga dois espaços que tentam movimentar a cultural local, a Biblioteca e Teatro Municipal de Vila Velha. O teatro municipal tem capacidade para 300 pessoas, abriga uma área administrativa, camarotes no mezanino, o auditório e camarim (figura 7). Figura 7: Teatro Municipal de Vila Velha - ES

Fonte: Divulgação/PMVV

A Biblioteca Pública Municipal de Vila Velha (figura 8) foi instituída em 1985, através da Lei 2253/85. Com um acervo de mais de 19 mil títulos, atende o público para pesquisas escolares e outros assuntos, além de realizar lançamentos de livros de autores capixabas e incentivar à leitura e divulgar a literatura capixaba. Possui obras entre Literatura Estrangeira, brasileira, capixaba e temas didáticos, como Matemática, Biologia, História e outros. (Secretaria de Esporte e Lazer, 2013)

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Figura 8–Biblioteca Pública Municipal de Vila Velha

Fonte: MENDES, 2009

Saindo do Centro de Vila Velha, é possível encontrar outros espaços de cultura. O Museu Vale (figura 9), localizado em Argolas, foi inaugurado em 15 de outubro de 1998, desde então está instalado na Antiga Estação Ferroviária Pedro Nolasco, às margens da Baía de Vitória, em uma área tipicamente industrial e portuária. O Museu Vale tem um papel importante na formação de jovens e indutor de atividades culturais na região da Grande Vitória e demais municípios. (MUSEU VALE, [2006]) A exposição permanente apresenta desde os primeiros momentos da construção de Vitória a Minas, passando por antigas estações ao longo da linha e trabalhadores em seus galpões de manutenção, até a atualidade. (MUSEU VALE, [2006]) O Museu tem dois pavimentos e o térreo, é dividido entre hall central e nas salas laterais existem as exposições permanentes, contendo um painel interativo, uma maquete ferroviária, objetos de relíquia, cenários que retratam ambientes que já não existem mais, e a Maria Fumaça, locomotiva a vapor que está na Vale desde 1945. Além disso, uma das salas abriga também exposições temporárias. O local é muito privilegiado com vista para a baía de Vitória. Na área externa contém um jardim muito bem cuidado e um café que funciona dentro de um trem. (MUSEU VALE, [2006])

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Figura 9 - Museu Vale/ Peças em exposição

Fonte: Acervo da autoral, 2018.

O Centro de Documentação e Memória (CDM) da Chocolates Garoto (figura 10) abriga o Museu da empresa, com rico acervo audiovisual e fotográfico contando a sua história. São mais de 450 DVDs, cerca 120 mil imagens fotográficas e caixas com documentos diversos, além de peças museológicas, cartazes e vasto material promocional, que revelam a trajetória da maior fábrica de chocolates da América Latina. Figura 10- Centro de documentação e memória da chocolates Garoto, ES.

Fonte: Terra Capixaba, 2013.

O Ateliê Kleber Galveas funciona na última casa primitiva de pescadores da Barra do Jucu. Está localizada no antigo centro da Barra do Jucu e é aberto ao público com entrada franca há 40 anos. Em suas paredes existem 3 pinturas (óleo s/ cal) realizadas em 1974 por Homero Massena, aos 89 anos. O Ateliê abriga exposições de pintura, escultura e gravuras de vários artistas. Apresenta resultado de pesquisas realizadas na área de artes plásticas resgatando a história da pintura no Espírito Santo. Pintura, música e astronomia são as principais atividades do ateliê. O jardim que integra o local lembra uma

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restinga com cipós e bromélias utilizado para aulas de ecologia. (ATELIÊ KLEBER GALVEAS, [2015]) Apesar da existência destes espaços voltados para a cultura na cidade, ainda há uma insuficiência, por conta das suas distribuições espaciais e seus atrativos. Há uma grande necessidade de novos espaços com qualidade e acessibilidade para incluir todas as pessoas nesse meio. Estes espaços devem interagir ainda mais com a comunidade, além disso devem propor mais atrativos e mais atividades funcionando no mesmo local.

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3. REFERÊNCIAS PROJETUAIS Para uma melhor compreensão da arquitetura de espaços culturais, foram analisados dois espaços já consolidados sendo analisados os usos, a realidade local da sua implantação e qual contribuição a sua arquitetura traz para o local inserido. Os projetos de referências apresentados são de escala nacional e internacional, buscando ter contato com as variadas soluções de projetos, onde podemos, após análise observar aspectos que foram fundamentais para o desenvolvimento deste trabalho.

3.1 SESC POMPÉIA O Sesc Pompéia (figura 11) é um centro de cultura e lazer. Está localizado em um espaço único na cidade de São Paulo, na Vila Pompéia, zona oeste da cidade. O projeto foi desenvolvido em 1977 pela arquiteta Lina Bo Bardi, e sua inauguração foi 1982. Figura 11 - Sesc Pompéia, São Paulo

Fonte: Vitacon/ Pedro Kok. 2017

3.1.1 IMPLANTAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO O bairro da Pompéia, situado em São Paulo, é uma área residencial e comercial bastante agradável da cidade, cheia de infraestrutura e lazer, devido a revitalização executada na área e da implantação do centro de cultura e lazer, promovido pelo Sesc. O edifício está implantado em uma área com um pequeno declive ocupando vários galpões geminados, seu entorno se relaciona com centro devido a forma original mantida ao local. (Figura 12)

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Figura 12 – Mapa de localização do Sesc Pompéia, São Paulo.

Fonte: Google Earth, 2018.

Na restauração dos galpões, Lina Bo Bardi teve o maior cuidado para que houvesse pequenas modificações nas estruturas. A principal premissa para este projeto, foi que a arquitetura se materializasse à convivência em comunidade, inserindo nesse meio, valores artísticos e culturais diversos. (PADULA, 2015)

3.1.2 PROGRAMA O programa do SESC Pompéia é distribuído em vários usos como: Teatro, salas de oficinas de arte, salas multiuso, três ginásios poliesportivos, vestiários, piscina coberta, solário, áreas de leitura, café e lanchonete, choperia, consultório odontológico, e espaços de arte e tecnologia. Distribuídos em uma área de quase 22 mil metros quadrados de área construída. (figura 13) Figura 13 - Ambientes internos do Sesc Pompéia

Fonte: Pedro Kok, 2017.

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3.1.3 ESPACIALIDADE E FLUXO A setorização foi feita através da configuração original do local. Entre os galpões existe uma rua que no passado, dava acesso aos caminhões da velha fábrica de tambores e foi transformado no eixo central. Logo, se tornou o acesso principal do centro de lazer, sendo parte exclusiva dos pedestres. Os galpões existentes abrigam salas de exposições, área administrativa, o teatro, a biblioteca, o restaurante e espaços de estar. Para abrigar o extenso programa (necessidades do Sesc no projeto) sem alterar o que estava pré-definido para os galpões seria necessária uma construção vertical. Sendo assim, foi construído três edifícios na parte posterior do terreno, próximo ao limite que se encontra o córrego das águas pretas, local destinado para permanência. Nestes edifícios de cinco e doze pavimentos foram distribuídas atividades esportivas com pé direito duplo e piso em grelha de concreto protendido para liberar áreas de 30 por 40 m. Em um dos edifícios ficaram as quadras poliesportivas, uma em cada pavimento; nos outros ficaram os vestiários, salas de danças e salas de ginásticas. E o terceiro bloco ficou destinado como reservatório de água. (figura 14) Figura 14 - Planta baixa de setorização do Sesc Pompéia, SP.

Fonte: Via WikiArquitecture adaptado pela autora, 2018.

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3.1.4 MORFOLOGIA E MATERIALIDADE As características do centro de lazer e cultura são marcadas pelas fábricas e os galpões com suas estruturas originais, e para a instalação de uma área esportiva foi criado três volumes prismáticos de concreto aparente. (figura 15) Figura 15 - Forma original das fabricas e volumes prismáticos.

Fonte: Pedro Kok, 2017.

Toda a restauração foi feita com elementos industriais, utilizando materiais fortes e duradouros. Os materiais basicamente se resumem em concreto armado, tijolos de barro e no telhado, madeira. Nas áreas novas foram utilizados estruturas metálicas e a cobertura com telhas de barro e vidro, concebendo a ideia de urbano.

Sua envoltória é caracterizada com aberturas irregulares, como se fossem rasgos, fechadas com brises. Elas foram criadas a partir de moldes de isopor embutidos durante a concretagem. Estas aberturas diferenciam o edifício e servem como molduras de um belo cenário do visual existente. (Figura 16)

30


Figura 16 - Aberturas do Sesc Pompéia, SP

Fonte: Courtersyof Folha de São Paulo. 2014

Pode-se concluir com este estudo de caso que apesar da escala do Sesc Pompéia ser ampla, envolve um programa diverso, isto faz com que atraia mais pessoas para o local, sem restrição. Além disso, não há um padrão nas salas em relação as atividades, elas podem ser diferentes dependendo da necessidade, tornando o espaço bem versátil. A diversidade de atividades e a versatilidade das salas são coerentes com o que se deseja neste trabalho. Fator importante que proporciona áreas dinâmicas e de fácil acesso.

A implantação aproveitando os galpões existentes é muito interessante, pois há uma preocupação com a identidade do local. Apesar de que se buscou uma proposta diferente em relação ao aproveitamento do edifício neste trabalho, pois no caso, o edifício existente para a inserção do espaço cultural, não apresenta condições ideais, além de não ter relação alguma com a área em estudo. Umas das premissas do projeto é trazer um edifício marcante, mas que não se sobressaia para manter a identidade local.

3.2 CENTRO CULTURAL EL TRANQUE O Centro Cultural El Tranque (figura 17) foi projetado em 2015, para ocupar área de La Barnechea, em Santiago, no Chile. Foi projetado pelos arquitetos Pedro Bartolomé e José Spichiger. O projeto nasceu devido a necessidade de um equipamento de infraestrutura pública cultural na cidade.

31


Figura 17 - Centro Cultural El Tranque, Chile.

Fonte: Juan Francisco Vargas

3.2.1 IMPLANTAÇÃO E RELAÇÃO COM O ENTORNO O Centro Cultural está implantado em uma comunidade localizada aos pés da Cordilheira dos Andes, em La Barnechea, uma zona residencial em crescimento com poucos equipamentos e comércio local. (Figura 18) Figura 18 – Mapa de localização do Centro Cultural El Tranque, Chile.

Fonte: Google Earth, 2018

A zona é uma área de diversidade própria da comunidade, caracterizada com uma tipologia marcante de arquitetura tradicional e contemporânea e a geografia do entorno é de vales e montanhas. Planejou-se então no centro do edifício um lugar de concentração e interação (figura 19). (ARCHDAILY, 2018)

32


Figura 19 - Praça interna do centro cultura El Tranque.

Fonte: Juan Francisco Vargas

3.2.2 PROGRAMA O programa do edifício é concebido em uma área de 1400 m², divididos de forma com que o centro cultural seja voltado para a comunidade. No primeiro pavimento está localizado um programa mais público e de difusão de informações (auditório, sala de exposições, cafeteria, etc.). Já no segundo pavimento estão as áreas de formação como oficinas de artes musicais, plásticas, cênicas, culinárias, etc. (ARCHDAILY, 2018)

3.2.3 ESPACIALIDADE E FLUXOS A setorização do edifício foi disposta de forma com que as aberturas fossem para a praça existente ao lado e para rua, ressaltando a ideia de lugar público. Enquanto o volume suspenso se sustenta em um conjunto de pilares, que hipoteticamente simbolizam os habitantes e usuários do edifício. (ARCHDAILY, 2018) O acesso principal se dá pela rua El Tranque, onde o edifício se abre com várias aberturas para receber os usuários, e ainda há outra entrada pelo estacionamento na lateral do centro Cultural, como indicados na planta de setorização (figura 20). A circulação ao centro é livre, criando um espaço comum e aberto de permanência e lazer, com entradas secundárias para as salas de atividades. Poucas áreas são destinadas aos funcionários no pavimento térreo, a maior parte é comum e as circulações interiores são de fácil acesso. (CARVALHO, 2017)

33


Figura 20 - Planta baixa do pavimento térreo de setorização.

Fonte: BiS arquitetos adaptado pela autora, 2018.

No segundo pavimento (Figura 21) estão as áreas de formação como oficinas de artes musicais, plásticas, cênicas, culinárias, etc. Neste pavimento também se encontra o terraço jardim, com espaço agradável que difere do vazio central do pavimento térreo. A circulação horizontal percorre os corredores que dão acessos as áreas comuns e privativas, e ao terraço jardim. (CARVALHO, 2017)

A área administrativa do centro cultural se encontra próximo ao acesso principal, no segundo pavimento, pensando no melhor e menor percurso dos funcionários e deixando de fácil acesso aos usuários que necessitarem de contatar o setor administrativo.

Nessa

área

também

existe

o

elevador

permitindo

a

acessibilidade. O outro acesso vertical é pelo meio do vazio, que divide a área comum melhorando a setorização e o fluxo. (CARVALHO, 2017)

34


Figura 21 - Planta do segundo pavimento de setorização.

Fonte: Fonte: BiS arquitetos adaptado pela autora.

3.2.4 MORFOLOGIA E MATERIALIDADE Composto por dois edifícios em forma de "L" sobrepostos, sua materialidade foi definida para cada volume. (figura 22) Figura 22- Vista aérea do Centro Cultural El Tranque.

Fonte: GONI, 2017

Sendo o térreo de concreto armado revestido em pedra, enquanto o volume suspenso estrutura metálica e laje pré-tensionada (figura 23). Sob o volume térreo foi disposto um telhado verde que, além de ser o pátio para as oficinas de formação, permite que a encosta entre no projeto, aumentando a sensação de amplitude do edifício. (ARCHDAILY, 2018)

35


Figura 23 - Materiais da construção do Centro Cultural El Tranque

Fonte 1: BiSarquitetos, 2017

Conclui-se com este estudo de caso que é importante a adequação da edificação em relação ao seu entorno. Apesar da forma simples, a setorização e o programa de necessidade foram pensados de forma a priorizar o usuário. Os ambientes se conectam facilitando os acessos. A praça central também é muito interessante, pois acolhe o usuário com segurança e privacidade.

36


4. ESTUDO DA ÁREA

37


4.1 LOCALIZAÇÃO DO TERRENO O local escolhido para a intervenção está situado na região da Prainha, localizado no Centro de Vila Velha/ES. Em uma área de 2.833,59 m² e superfície plana, sua localização está entre a avenida Luciano das Neves, Av. Antônio Ferreira de Queiroz e rua Antônio Ataíde. Seu entorno abrange atividades comerciais, institucionais, turísticas, entre outras. É um terreno de esquina com fachadas norte e oeste, sendo necessário estratégias para a redução da incidência solar no edifício, e os ventos predominantes são nordeste (figura 24). A escolha da área deu-se devido a sua localização estratégica e pelos potenciais que a área atribui. Figura 24 - Mapa de localização e estudo das condicionantes

Fonte: Elaborado pela autora com base do Google Earth, 2018

4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO TERRENO A região da Prainha é uma área considerada de conservação e preservação, por esse motivo as edificações devem manter suas características. O incentivo à recuperação e aproveitamento de imóveis não utilizados e subutilizados são evidenciados e necessários, para que o local não fique abandonado e tenha vitalidade. 38


O terreno escolhido para proposta do espaço cultural, atualmente está sendo ocupado pelo edifício do fórum da cidade de Vila Velha (figura 25), o edifício abriga poucas atividades em relação ao seu tamanho, pois a sua maioria foram concentradas em um outro fórum bem próximo. Sendo assim, considerado um espaço subutilizado. Figura 25 – Fórum de Vila Velha, localizado na Prainha - ES.

Fonte: Acervo da autora, 2018

O edifício apesar de se encontrar em um sitio histórico, ele não está na lista das edificações a serem conservados e preservados. Além disso, não se encontra visualmente em boas condições. Para o desenvolvimento deste trabalho e melhor compreensão da área estudada, foi feito um levantamento das potencialidades, do uso e ocupação do solo e da mobilidade urbana, com delimitação de um raio de 300 metros no entorno do terreno. 4.1.2. POTENCIALIDADES Apesar das patologias em relação ao edifício da área de interesse, as potencialidades da região são diversas. Prainha é um grande cenário de atividades culturais e turísticas. Recebe eventos de diversos portes durante todo o ano e diariamente exibe suas paisagens marcantes. No mapa a seguir foram identificadas as potencialidades da Prainha:

39


Figura 26 - Mapa de potencialidades

Fonte: Levantamento feito pela autora e digitalizado por GORINI, 2018

Ao decorrer deste trabalho foi mostrado muitos dos edifícios de características históricas e culturais que se encontram na Prainha, eles são parte das potencialidades identificadas no mapa. Além destes patrimônios, existem muitas casas de interesse de preservação com intuito de se manter a identidade local. Os visuais são diversos e marcantes, a baía de Vitoria, as praças arborizadas, com a Igreja do Rosário, o morro do Convento e o parque da Prainha, agregam muito valor ao local escolhido. (Figura 27)

40


Figura 27 - Parque da Prainha e praça da igreja do Rosário.

Fonte: Acervo da autora, 2018

O parque da Prainha é palco das principais festividades de Vila Velha, um exemplo é a Festa da Penha, evento religioso e muito popular que atrai muitos turistas até o local. Sua localização privilegiada à Baía de Vitória, sua ampla dimensão, sua atratividade em épocas de eventos, e sua proximidade com a principal fonte de renda local, a pesca, são fatores que alinhados trazem a possibilidade de um melhor aproveitamento da área. Além dos equipamentos arquitetônicos, Prainha abriga outras formas de engajamento, como exemplo a feira de legumes, recreação de escolas primarias, uso do campo de futebol, e o principal, a feira de artes que tem muita influência sob à cultura. A rua das artes (figura 28), assim conhecida, oferece diversos tipos de artesanatos que trazem a identidade da cidade e a influência na cultura religiosa que existe na Prainha. Seu objetivo é ressaltar a cultural local e incentivar as produções dos artistas da região, sendo um cenário importante de exposição das obras para o público. Figura 28 – Evento na Prainha, rua das artes.

Fonte: Divulgação/PMVV

41


4.1.3 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO É possível observar no mapa, de uso e ocupação do solo, a predominância de uso residencial, comercial e institucional (figura 29). Os comércios se localizam principalmente no eixo histórico, onde estão as praças (figura 30) e no acesso ao convento da penha que contém produtos artesanais e artigos religiosos (figura 31). Entre os usos institucionais estão a EEEM Godofredo Schneider (escola pública), correios, câmara municipal de Vila Velha, fórum (área de interesse), entre outros. Figura 29 - Mapa de uso e ocupação do solo

Fonte: Levantamento feito pela autora e digitalizado por GORINI, 2018 Figura 30 - Comércio local

Fonte: Acervo da autora, 2018

42


Figura 31 - Comércio local de lembranças e artesanatos capixaba.

Fonte: Acervo da Autora, 2018

No seu entorno, ainda conta com a feira das artes, a pescaria artesanal e industrial (Figura 32) que são parte importante do ciclo econômico e cultural da Prainha. Figura 32 - Pescaria industrial e artesanal

Fonte: Acervo da autora, 2018

O uso é bem diversificado e de acordo com entrevistas feitas com moradores do bairro, atende bem as demandas necessárias. Apesar da predominância do uso ser residencial, o sítio histórico é voltado para diversas atividades, principalmente as religiosas e culturais. Além disso, é sede de grandes eventos e atrai pessoas até estes espaços em determinadas épocas do ano. Os espaços públicos encontrados são as praças no eixo central da Prainha, onde há maior predominância de comércios como, lanchonetes, restaurante e bares. Em tais praças há insegurança por conta dos moradores de rua que se instalam no local. Mas isso não abala os moradores que reconhecem o bairro como um local tranquilo. Além das praças, existe um parque em frente a área de estudo, 43


que falha na sua infraestrutura, faltando equipamentos, mobiliários públicos e principalmente arborização. O parque é amplo e não tem sombreamento para que haja permanência durante o dia. (Figura 33) Figura 33 - Parque e praças do eixo histórico

Fonte: Acervo da autora

4.1.4 MOBILIDADE URBANA Outro contexto importante analisado no levantamento foi de mobilidade urbana (figura 34). O terreno está localizado entre duas vias principais, a avenida Luciano das Neves, Av. Antônio Ferreira de Queiroz, que são as responsáveis pelo acesso e escoamento da Prainha, mas que normalmente não tem fluxo intenso por se tratar de uma área mais residencial, com maior movimentação em época de férias devido as características turísticas e em eventos religiosos que acontecem geralmente no Parque da Prainha.

44


Figura 34 - Mapa de mobilidade

Fonte: Levantamento feito pela autora e digitalizado por GORINI, 2018

As ruas classificadas locais, apesar de ter fluxo reduzido, ficam destinadas para estacionamento, às vezes prejudicando o acesso às mesmas por se tratarem de vias estreitas (figura 35) Figura 35 - Ruas locais: Coronel Mascarenhas/Pedro Palácios

Fonte: Acervo da autora, 2018

O transporte público não transita próximo ao terreno por conta dos patrimônios históricos e culturais presentes no entorno, por questões de conservação e preservação destes espaços. Mas os pontos de ônibus e táxi estão bem 45


próximos, porém não é algo que interfira ou prejudique a vida dos moradores, trabalhadores e visitantes da área. Ao lado do terreno se encontra a bike VV, incentivando o uso de bicicletas (figura 36). Figura 35 - Bike VV/ Ponto de ônibus

Fonte: DALTIO et al. 2018.

Nos acessos ao Convento da Penha, na rua Vasco Coutinho e na entrada da Prainha, na Avenida Castelo Branco, geralmente ocorrem nos viários em determinadas épocas e em horários de pico (figura 37). Figura 36 - Avenida Castelo Branco/ Entrada do convento, rua Vasco Coutinho.

Fonte: RANGELL/Acervo da Autora, 2018

4.2 DIRETRIZES PROJETUAIS A partir dos estudos e levantamento feitos da área de implantação deste projeto, foram adotadas as seguintes diretrizes:  VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL 46


Desenvolver um espaço cultural na cidade de Vila Velha de múltiplas atividades, trabalhando com ambientes que desperte o interesse dos usuários na história e na cultura da cidade, de forma interativa e criativa. Buscar valorizar a cultura local identificando a diversidade existente, para ressaltar os potenciais do local inserido.  DINAMIZAR E INTEGRAR Criar opções de entretenimento e lazer, em todos os horários do dia, inclusive no noturno, buscando vitalidade para o local. Criar um térreo permeável, com áreas de permanência ao ar livre e o edifício em si ter total conexão com o entorno através de aberturas. Podendo assim, conectar o edifício à comunidade, criando laços e melhor convívio social. 4.3. ASPECTOS NORMATIVOS Segundo o Plano Diretor Urbana de Vila Velha (PDU), lei de 22/11/2017, está localizada na Zona Especial de Interesse Cultural A (ZEIC-A) que diz "Art. 90. As Zonas de Especial Interesse Ambiental são parcelas do território municipal, de domínio público ou privado, onde são fundamentais a proteção e a conservação dos recursos naturais, com sua adequada utilização visando à preservação do meio ambiente". (PDM, 2017, pág: 50) Na tabela a seguir foram identificados de acordo com a lei o que é permitido nesta área através dos índices urbanísticos e também a proposta alcançada. (figura 38) Figura 37 - Tabela de Índices Urbanísticos e área do terreno

ÍNDICES URBANÍSTICOS ÁREA DO TERRENO ZEIC - A

PROPOSTA

COEFICIENTE

AFASTAMENTO

ALTURA

BÁSICO

FRONTAL

MAXIMA

1,5

3,0

9,0 m

1,06

4,50

8,90 m

GABARITO

2.833,59 m²

TAXA DE

TAXA DE

OCUPAÇÃO

PERMEABILIDADE

2 pav.

70%

10%

2 pav.

54,71

42,67%

Fonte: Prefeitura de Vila Velha adaptado pela autora, 2018.

Através dos levantamentos feitos da área em estudo e do conhecimento adquirido com as normas, percebeu-se que a área condiz com o que se busca 47


para este trabalho. O local possui características sócio culturais muito interessantes e o espaço da proposta é ideal para a idealização de um espaço cultural que buscando relação com a comunidade através da sua escala e seu programa.

48


5. PROPO

49


ESPAÇO CULTURAL CULTURAL PRAINHA PRAINHA

ESPIRITO SANTO

CENTRO DE VILA VELHA/PRAINHA

A ARTE NO CENTRO O Espaço Cultural Prainha tem como objetivo disseminar a cultura em uma arquitetura moderna situada no sitio histórico de Vila Velha, com a preocupação de que ele não se sobressaia sobre as casas histórica e de preservação, e sim integre com os mesmos e a paisagem natural existente. O espaço terá uma iniciativa pública e privada, totalmente aberto ao público, com ausência de muro ou qualquer obstáculo que limite a utilização do espaço ou anule a intenção de comunicação com o entorno.

ESPIRITO SANTO

Prainha é muito importante para Vila Velha pois foi berço da colonização e carrega uma bagagem cultural muito grande, a intenção de locar este equipamento, foi para melhorar e dinamizar os equipamentos culturais

existentes, além de alcançar pessoas a se interessarem mais sobre a cultura e

CIDADE DE VILA VELHA

história da cidade.

5. PROPOSTA PROJETUAL FONTE: Autora, 2019

PR. 01/11


PROGRAMA

CONCEITO E PARTIDO/DIRETRIZES

Para a definição do programa de necessidades foram realizados estudos em espaços que possuem

O conceito surgiu de acordo com as necessidades do projeto e com as características do terreno e entorno. O projeto visa

um programa similar, observando suas funcionalidades e através das demandas do local. Com isso foi

criar um equipamento integrador e de acesso a todos, para isso foi pensado em uma arquitetura aberta, sem muros e

possível propor atividades de acordo com as necessidades identificadas.

conduzida por caminhos largos que funcionarão como área de convívio e comercialização do que hoje é conhecido como

A área estudada já possui características e atividades bem significativas, por se tratar de um sitio

“rua das artes”. A ideia é promover o evento em outras datas, além das já existente no calendário cultural e assim

histórico. No local já existem espaços de exposições fixas e espaços de convivências bem amplos, o

melhorar aspectos econômicos também, proporcionando integração com o as atividades do entorno e envolvimentos dos

objetivo deste programa é abranger essas atividades de forma mais livre, diferenciada e de forma

artistas locais. Por se tratar de uma área com atividades turísticas e paisagens marcantes foram utilizados vidro nas

integrada, fazendo com que estas atividades possam conversar e dinamizar a área.

fachadas para que houvesse valorização das visuais com este contato interno x externo e vice versa.

Um fator importante para a formação do programa é a edificação existente dentro do terreno. Nesse edifício possui atividades jurídicas que não conversam com o local. Além disso sua arquitetura

CONVÍVIO SOCIAL

INTEGRAÇÃO

VALORIZAÇÃO DAS VSUAIS

encontra-se em um estado precário, sendo proposto a demolição do mesmo, para atendimento das

necessidades propostas ao terreno.

5. PROPOSTA PROJETUAL Fonte: Autora, 2019

PR. 02/11


FONTE: Google Earth adaptado pela autora, 2019

ESTACIONAMENTO

IMPLANTAÇÃO

1 – Praça Otávio Araújo 2 – Parque Prainha 3 – Correio 4 - Bistrô/Área de eventos 5 - Administração 6 – Auditório 7 – Área de convivência interna 8 – Lojas/Sala de exposição 9 – Área de convivência

O espaço Cultural foi implantado em uma área de 2.833,59 m, sua localização está entre a avenida Luciano das Neves, Av. Antônio Ferreira de Queiroz e rua Antônio Ataíde. A escolha da área deu-se devido a sua localização estratégica e pelos potenciais que a área atribui. Para melhor atender a demanda e conforto dos usuários foi implantado um estacionamento no subsolo, com 67 vagas para

2

veículos, sendo 6 preferenciais. A decisão de locar os carros no subsolo foi necessário por conta do fluxo ser intenso em determinadas dias e épocas do ano

Carga e descarga Entrada do estacionamento

na área escolhida. O foco era aproveitar toda área permitida do terreno para ÁREA TOTAL: 191,54 M² - 67 VAGAS

locar as atividades culturais.

TELHA FIBROCIMENTO

Um dos desafios encontrado foi o edifício do correio que integra o terreno, criando uma barreira para a implantação proposta. A solução foi locar todas as atividades que necessariamente não precisam se abrir para o entorno e precisam de serem privadas para melhor concentração das atividades atribuídas. E assim o espaço foi bem aproveitado, com salas espaçosas e confortáveis. Além disso foi

3

4

proposto uma reforma para o correio para que ele se integrasse esteticamente com o centro cultural e houvesse harmonização entre ambos.

1

Os acessos podem ser feitos em todo entorno do espaço cultural, pois oferece espaços de convívio agradáveis e convidativos. A idealização do espaço aberto

5

9

propõe maior interesse da população de conhecer e se envolver sem receio. Fonte: Autora, 2019

8

6

7

VIDRO BIOCLEAN (CEBRACE)

LAJE IMPERMEABILIZADA

Fonte: Autora, 2019 Fonte: Google maps

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 03/11


SETORIZAÇÃO A setorização foi determinada tendo em vista a melhor distribuição espacial de seus ambientes e fluxos. A partir dele foi possível criar espaços integrados, ativos e atraentes. Foram locados nos acessos principais atividades comerciais para atrair o público, convidando-o a conhecer o seu interior. As outras atividades se localizam nos fundos para que a pessoa tenha a experiência de passear pela praça e desfrutar da tranquilidade e vistas, onde umas delas foi criado um eixo que dá vista para o convento da penha.

ENTRADA ESTACI’ONAMENTO

Fonte: Autora, 2019 Fonte: Autora, 2019

LEGENDA - TÉRREO CIRCULAÇÃO VERTICAL ADMINISTRAÇÃO AUDITÓRIO ÁREA DE CONVIVENCIA LOJAS

BISTRÔ

PAVIMENTO SUPERIOR ÁREA DE EVENTOS COZINHA APOIO PROFESSORES/EXPOSIÇÃO DOS AUNOS SALAS DE AULA EXPOSIÇÃO

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 04/11


PLANTA BAIXA E PAISAGISMO TÉRREO

24 23

24 21

26

27 29

25

22 28

28

28

20 19 18 17

18

8 6

13 12

14 15 16

5 11

10 9

9

9

4 7

3 3 2

1

CORREIO

 Pavimento térreo Bistrô total 1 – Salão 2 – Sanitário PNE 3 – Sanitários 4 – Cozinha 5 – DML 6 – Despensa 7 – Lavagem 8 – Lixo

ÁREA 205 m² 3,26 m² 8,40 m² 51,84 m² 4,12 m² 3,87 m² 4,27 m² 2,79 m²

Administrativo 9 – Sanitários/PNE 10 – DML 11 – Recepção 12 – Secretaria 13 – Arquivo 14 – Diretoria 15 – Financeiro 16 – Sala de reunião

3 m² 2,70 m² 50,32 m² 36,74 m² 6 m² 18,40 m² 8,37 m² 18,25 m²

Apresentação 17 – Foyer 18 – Sanitários 19 – Sanitário PNE 20 – Auditório 21 - Camarim

46,93 m² 8,40 m² 3,25 m² 227,97 m² 7,16 m²

22 – Convivência interna 23 – Sanitário PNE 24 – Sanitários 25 – Quiosque café 26 – Exposição 27 – DML 28 – Lojas 29 - Guarita

174,81 m² 3,25 m² 8,40 m² 13,99 m² 33,18 m² 3,08 m² 29,25 m² 5,17 m²

ÁREA TOTAL BLOCO CULTURAL – 1056,38 m² ÁREA TOTAL BISTRÔ – 454,39 m²

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 05/11


21

16

17 19

18

21

15

22

14

13

12 6  Pavimento superior Área de evento 1 – Varanda 2 – Salão de eventos 3 – Sanitário PNE 4 – Sanitários 5 – Cozinha 6 – Despensa

Área 120,89m² 240,27 m² 3,26m² 8,40 m² 31,67 m² 3,82 m²

Ensino e estudos 7 – Recepção/convivência 8 – Sala de reunião 9 – Sala de descanso 10 – Copa 11 – Sala para workshop 12 – Sala de arte 13 – Sala de música 14 – Sala de dança e teatro 15 – Sala de culinária 16 – Sala de artesanato 17 – Depósito 18 – Depósito 02 19 – DML 20 – Sanitário PNE 21 – Sanitários

93,58 m² 9,47 m² 13,65 m² 4,71 m² 33,81 m² 56,32 m² 56,32 m² 74,95 m² 48,29 m² 41,64 m² 9,75 m² 5,86 m² 3,43 m² 3,25 m² 8,40 m²

Apresentação 22 – Sala de exposição

165,73 m²

ÁREA TOTAL BLOCO CULTURAL – 1040,49 m² ÁREA TOTAL SALÃO DE EVENTOS – 454,39 m²

11

5 7

10

4

9

4 3

8

2

1

PLANTA BAIXA PAVIMENTO SUPERIOR

20

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 06/11


 Ambientes 1 – Estacionamento 2 – auditório 3 – Quiosque de café 4 – Área de leitura e trabalho 5 – área de exposição 6 – DML (depósito material de limpeza) 7 – Banheiro masculino 8 – Circulação 9 – Sala de artesanato 10 – Sala para exposição

7

8 9

2

3

10 4

6

5

CORTES AA E BB

1

7 2

8

9

10

11

12

 Ambientes 1 – Estacionamento 2 – auditório 3 – Foyer 4 – Secretaria 5 – Circulação 6 – Banheiro 7 – Depósito 8 – Depósito 2 9 – Circulação 10 – Sala de dança e teatro 11 – Sala de música 12 – Sala de artes 13 – Circulação/exposição

13 3

4

5

6

1

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 07/11


5

7

6

1

3

2

4

CORTES CC E DD

 Ambientes 1 – Estacionamento 2- Banheiro Masculino 3 – Banheiro feminino 4 – Circulação 5 – Cozinha 6 – Lavagem 7 – Banheiro masculino 8 – Banheiro feminino 9 – Salão de evento

7

2

8

9

3

4

10

5

 Ambientes 1 – Estacionamento 2- Banheiro Masculino 3 – Banheiro feminino 4 – Circulação 5 – Cozinha 6 – Lavagem 7 – Banheiro masculino 8 – Banheiro feminino 9 – Circulação 10 – Salão de evento

6

1

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 08/11


A ENVOLTÓRIA A aplicação de conceito de valorização dos visuais e voltar o edifício para o parque resultou em grandes fachadas fechadas de vidro, para que as vistas não fossem prejudicadas. Pensando na forma de proteger e dar mais conforto foram inseridos brises de madeira verticais para proteção solar e também para uma estética mais praiana e rustica já que o Espaço Cultural fica bem próximo de uma praia. Na fachada para o parque da Prainha, o uso do brise foi menor já que foi criado um avanço, transformado em varanda para melhor atender os usuários do bistrô e área de eventos e para que a vista não fosse prejudicada de forma alguma. A escolha do concreto aparente foi para não causar contraste do edifício, a ideia principal era fazer uma

arquitetura

marcante,

mas

que

não

se

sobressaísse sobre os outros espaços culturais e casas

de preservação existente no sitio histórico.

TIRAR ESSA FOTO DE NOVO

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 09/11


FACHADA LATERAL DIREITA MADEIRA JATOBÁ

CONCRETO APARENTE

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

CORREIO

CONCRETO APARENTE

MADEIRA JATOBÁ MADEIRA TUTURUBÁ

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

JARDIM VERTICAL

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

CONCRETO APARENTE

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

FACHADA FRONTAL

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

GUARDA CORPO PINTURA POR RODRIGO BRITO

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 10/11


FACHADA LATERAL ESQUERDA

CONCRETO APARENTE MADEIRA JATOBÁ

VIDRO SILVER 20 ON CLEAR

CONCRETO APARENTE

FACHADA FUNDOS

MADEIRA JATOBÁ

MADEIRA TUTURUBÁ

5. PROPOSTA PROJETUAL

PR. 11/11


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS É possível concluir com este trabalho a importância dos espaços culturais, visto que a cultura é a identidade da sociedade. Neste contexto, a implantação de um espaço dinamizador e de iniciação as artes, favorece em fatores essenciais, como a troca de ideias e o melhor convívio entre as pessoas. A relevância dos espaços culturais e seus novos modelos acarretam em espaços mais ativos e dinâmicos, além disso valorizam as práticas, os artistas e as manifestações incentivando e promovendo ações históricas e culturais, e também conectam com o entorno e revigoram o espaço, impulsionando uma revitalização do local inserido. Tal projeto ansiou ser um facilitador, estimulador e propulsor das potencialidades do sitio histórico da Prainha, oferecendo aos seus usuários espaços idealizados, dinâmicos e confortáveis. Enfim, o projeto buscou da melhor maneira atender suas premissas e principalmente trabalhar com os aspectos sociais que são importantíssimos para convivência dos usuários e a dinâmica do local.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBUQUERQUE. Aryadne de. Biblioteca e Midiateca, centro de formação e difusão cultural. Maringá, 2014. disponível em: <https://issuu.com/aryadne/docs/biblioteca_e_midiateca_centro_de_fo> ARCHDAILY. Centro cultural El Tranque. Bis arquitectos. Disponível em:<https://www.archdaily.com.br/br/887710/centro-cultural-el-tranque-bisarquitectos>Acesso em 26 de outubro de 2018. ARCHDAILY. Clássicos da arquitetura Sesc Pompéia. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-153205/classicos-da-arquitetura-sesc-pompeiaslash-lina-bo-bard>i- Acesso em 22 de outubro de 2018 ATELIÊ KLEBER GALVEAS. Disponível em: <https://www.galveas.com/> Acesso em 18 de outubro de 2018. BRASIL ESCOLA. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/brasil/espirito-santo.htm> - Acesso em 9 de outubro de 2018. CAMPOMORI, Maurício J. Laguardia. O que é avançado em cultura. Belo Horizonte. 2008 CARVALHO. Marina Vilaça de. A arquitetura como objeto de desenvolvimento cultural na cidade de alto caparaó. COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. 1 ed. São Paulo: Iluminuras, 1997. CONVENTO DA PENHA. Disponível em: <http://conventodapenha.org.br/conhecendo-o-convento/> - Acesso em 18 de outubro de 2018 DE OLHO NA ILHA. Disponível em: <http://deolhonailhavix.blogspot.com/2011/06/prainha-vila-velha-es-o-berco-da.html> - Acesso em 8 de outubro de 2018 FELIX, Neusa; WERGENES, Tiago. Centro cultural em Faxinal dos Guedes. Importância e possível projeção socioeconômica e cultural. Curso de 61


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