AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING STONE BRASIL A cobertura

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máximo de “compradores”, já que este é o papel que o público acaba por assumir nesta configuração de cultura. A cultura em questão é marcadamente a cultura da mídia. Os meios de comunicação acabam por configurar-se, por excelência, como o veículo para a transmissão da cultura na contemporaneidade. Apesar disso, não cabe simplesmente rejeitar esta cultura como instrumento da ideologia dominante, mas analisá-la como parte dos discursos das forças sociais que a constituem. Até porque é esta cultura dominante que tem tomado outros espaços na vida social dos indivíduos, como a família e a escola, na constituição do gosto e do que é cultura.

Alguns teóricos do pós-modernismo argumentam que as sociedades contemporâneas, com suas novas tecnologias, novas formas de cultura e novas experiências do presente, constituem uma ruptura decisiva em relação às formas modernas de vida. Para eles, o cativo do sofá, incansável surfista das ondas de TV, e o jóquei do computador plugado no ciberespaço e nos novos mundos da informação e do entretenimento constituem um espantoso desenvolvimento evolucionário, uma decisiva novidade na aventura humana. Os midiólatras e os tecnomaníacos da atualidade são vistos como caçadorescoletores de informações e entretenimento, desafiados a sobreviver a uma carta de “infroentretenimento” e a processar uma espantosa quantidade de imagens e ideias. Assim como o mutante retratado por David Bowie em The Man Who Fell to Earth, os novos indivíduos pós-modernos, como se afirma, terão de aprender a conviver com uma imensa fragmentação e proliferação de imagens, informações e tecnologias novas, que precisarão processar. (KELLNER, 2001, p. 28)

É uma cultura voltada para a juventude que está ambientada com o ciberespaço e os novos mundos da informação aos quais Kellner (2001) se refere. São principalmente os jovens o público alvo para o infoentretenimento, em que as notícias são apresentadas sempre em quantidade elevada e principalmente de modo fragmentado através de diversas tecnologias. A cultura passa a tomar parte em outros campos desempenhando um papel cada vez mais importante. No campo econômico, como já referido, é a relação da cultura com a mercadoria que impulsiona o que seriam os valores consumistas. Para Kellner (2001) é preciso trabalhar para obter os resultados desta sociedade de consumo, contudo é preciso observar que a importância do trabalho acaba por declinar em prol do lazer, já que o lazer proporciona mais satisfação do que o trabalho. Tal relação é impulsionada, principalmente,

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