O medico da humanidade augusto cury

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A droga das drogas

Dois dias depois, ouviram-se gritos de alarido num imenso pátio. As pessoas estavam febris, salivando de desejo de ver o perturbador da ordem naquelas áridas cercanias ser sentenciado. As mulheres, a parte mais importante e altruísta dessa complexa espécie, choravam do lado de fora da fortaleza localizada na cidade que seduzia homens por séculos e ainda seduziria por milênios: Jerusalém. O útero do tempo estava gestando o maior acontecimento da história. Em horas, daria à luz. Os chicotes pesados e cortantes dos soldados romanos, o único exército que treinava em tempo de paz, dilaceravam a pele e as fibras do criminoso. Julgado, inquirido, questionado, ele optara, em todo o processo, pelo cálice do silêncio. Sabia que o poder político era efêmero, queria conquistar o inconquistável, o coração humano, mas este era de pedra. Enquanto isso, uma pessoa, cuja cabeça estava coberta com um manto de tecido rústico, caminhava de um lado para o outro tentando sintonizar seu cérebro. Procurava a porta de saída. Estava cansado de se meter em confusão. Precisava de ar livre. Mas os homens, agitados, esbarravam nele e o arremessavam ora para a esquerda, ora para a direita. Eis que apareceu um intruso e invadiu sua emoção. – Perturbado, Napoleão? Aquela voz, pela primeira vez, soou como música aos seus ouvidos. Num sobressalto, ele emitiu seu parecer. – H? Senti a sua falta. – Mas como? Já não perturbo mais seu cérebro. Seria eu um repouso para sua mente? – Não exagere. Tenho uma grande novidade: estou conquistando meu filho, Fábio. Tivemos um encontro mágico. – Fico feliz por você. A felicidade só é sustentável se for inteligente. E sua tranquilidade? Tem sido sustentável?


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