Revista Mensal Paola Rhoden Junho 2016

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Heptassilabo (Redondilha Maior)


Heptassílabo, ou Redondilha Maior, é o poema escrito em versos com sete sílabas poéticas, com ritmo e rima regulares. Nesta edição serão apresentados vinte e três poemas escritos por Paola Rhoden em Redondilha Maior.



Revista Mensal de ©Paola Rhoden Registro na BN 406.802 – Todos os poemas tem os direitos reservados. Edição de Junho/2016 Fotos de Paola Rhoden Circulação Mensal


SUMÁRIO 01 -A brisa e a poesia.......................................... 2 02 - A distância.................................................... 3 03 - Ainda sou eu mesma.................................... 4 04 - Amanhã de manhã ....................................... 5 05 - Escrevo como gosto ..................................... 5 06 - Caminhada ................................................... 6 07 - Coisas boas da vida ..................................... 7 08 - Falta de empenho ........................................ 8 09 - Meu Olhar .................................................... 8 10 - Homenagem aos poetas .............................. 9 11 - Onde você está? .......................................... 9 12 - Labores e amores ...................................... 10 13 - Jesus .......................................................... 11 14 - João de Barro ............................................. 12 15 - A mulher ..................................................... 13 16 - Onde você está? ........................................ 13 17 - Perdi você .................................................. 14 18 - Um poetar confuso ..................................... 15 19 - Rimar.......................................................... 16 20 - Saudade ..................................................... 17 21 - Poetando só em prosa ............................... 17 22 - Tristes lembranças ..................................... 18 23 – Um Sol Maior Minha Mãe .......................... 18


01 -A brisa e a poesia

As folhas do meu jardim, Nesta brisa brincalhona,

Cantando pra luz do leste, As flores do meu jardim.

Agitam suavemente. Prestando atenção eu vi, Em todos os movimentos Uma mensagem veemente Enviada ao coração, Vai vibrando docemente, Ao trinar do bem-te-vi. Pensamento vem à mão Se focando pela mente Do poeta brincalhão. Crescendo a grama acontece, O assovio do vento oeste, Trazendo a chuva faceira, Que em pingos macios semeia a do verde em mim, 2


02 - A distância Foi cantada em prosa e verso,

E distante a gente perde

Dizem que aumenta o amor.

Tudo o que se construiu

Mas na verdade a distância

Pois não importa o tempo

Nos magoa e causa dor.

Porque esquece o que existiu

E não importa a saudade,

É verdade e muito lento,

Se longe fica quem ama

E sem nenhuma piedade,

Não tem mais felicidade

Segue o rumo contra o vento

É o coração que reclama.

Deixando só a saudade.

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03 - Ainda sou eu mesma Passei por muitos tropeços, E chorei até cansar. Tantas vezes fui traída Até perdi a confiança Nos que pensava me amar.

Essa luz fez perceber Que outros caminhos existem, E com pedras ou sem elas, Ao meu transitar transmitem, Sou eu quem deve escolher.

Vezes sem conta disseram, Que eu seria uma pessoa Mais importante da vida, Talvez até mais querida, Isso na mente ressoa.

Porém foram esses mesmos, Os que mais me magoaram. Também algumas das flores Que plantei com tal esmero, Não nasceram, ou não vingaram.

Mas passei a vislumbrar Uma luz no fim do túnel, Que me deu novos caminhos Com um céu azul mais profundo, Talvez mesmo até um carinho.

Depois de tantas agruras, Pude por fim perceber Que o bem bom sou eu que faço, Por tabela o mal também, Por mim, não pode ninguém.

Nenhum tem esse poder Pra fazer algo por mim Sou eu quem faz as escolhas. Na força de meu querer, Deixo verde as minhas folhas.

Posso ser feliz agora, Mesmo após os dissabores, Esqueço os males de outrora Toda tristeza também. Sou eu mesma, ainda bem!

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04 - Amanhã de manhã

Amanhã bem de manhã A visita vou fazer, Pra você lembrar de mim, Vou levar por meu prazer, Algo assim, como uma flor, Pra que tudo tenha um fim. Vou falar do meu amor, E a você pedir um sim,

05 - Escrevo como gosto

Versátil me considero Escrevo de tudo um pouco Faço versos quando quero Textos de humor meio louco

Uma crônica agridoce Um conto bem popular Na trova como se fosse A cantiga de ninar

Meu carinho oferecer, Pra nunca mais me deixar. Ver de novo o sol nascer

Na rima procuro sempre Métrica bem regular

Num abraço me deitar

Versos também coerentes

E na areia molhadinha

Para ninguém enganar

Deixar os passos ficar Nunca mais estar sozinha E com você muito amar.

Soneto pouco me atrevo Porque penso que não devo.

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06 - Caminhada

Os meus passos silenciosos

Para escrever a beleza

Em uma estrada da vida,

Apreciando as estrelas

Com percalços percorrida

Cantos, flores e arrebóis,

Nos meus sonhos pretensiosos.

Os rios, as luas e sóis

Veio a fé tão salvadora,

Soube então como escrevê-las.

Deu-me alento na jornada

Pra meu coração poeta

E a esperança pela estrada

Dei toda essa informação

Se tornou alentadora.

Transformando em inspiração,

Um canário na paineira,

Da maneira mais completa.

As estrelas reluzentes,

E assim na grande estrada

Ramo de rosas nascentes,

Silenciosa e assustadora,

Lua subindo altaneira,

Deixei de ser sofredora

O sol cintila no orvalho,

Para sorrir deslumbrada.

Grama com verde esperança,

No mais alto da colina,

Sussurram uma lembrança

Olho a estrada que ficou,

No meu caminhar tão falho.

Respiro o sol que dourou

Vendo a luz da natureza,

Meu sonho desde menina,

Deu-me matéria demais,

Que ficou com a saudade,

No pensamento os canais

Pois mesmo tendo sofrido, Consegui o meu pedido Para viver de verdade. 6


07 - Coisas boas da vida

Isso tudo misturado Comer um bolo quentinho Tomar cafĂŠ batidinho Doce de leite caseiro

Faz da vida um bem estar Alegria ĂŠ um bem danado Pra quem sabe cultivar

Um assado de carneiro Queijo fresco e marmelada Uma promessa cumprida Uma rosa recebida Carinho fora de hora E rir de quem cai da escada Ver o sol nascer faceiro Morgar o dia inteiro Comendo doce de amora Cortar cabelo sozinho Conversar com o vizinho Chegar feliz onde mora Jornal sem notĂ­cia ruim TV sem pornografia Gargalhar com alegria Tristeza chegar ao fim 7


08 - Falta de empenho

09 - Meu Olhar

A felicidade está

Quando for de tom castanho

Em fazer de cada instante

Com certeza só alegria.

Pequeno ou grande começo,

Se for verde é muita dor,

A ponte para o sucesso.

Mas se for de tom azul

E com tristeza confesso,

Posso esperar tempestade,

Reconheço, pouco fiz,

No coração falta amor.

Para que cada momento

Porque assim é o meu olhar,

Fosse um novo motivo

Caprichos da natureza,

Para voltar a sorrir.

Ao sabor de meu sonhar, Muda as cores com tristeza. Em um dia fica verde, Em outro castanho claro, Às vezes é quase azul. Do humor é que depende As mudanças, e não raro, Dos ventos que vêm do sul.

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10 - Homenagem aos poetas O poeta pode ser, Da prosa, rima ou cantor. Mas sempre se faz valer, Dos cantos que vem do amor.

11 - Onde você está? Disseram que o mal não dura, Dia feliz eu que faço. Mas dor no peito perdura, E o coração em pedaços.

Qual poeta não quer ter, Alguém para lhe inspirar, Um amor, um bem querer, Céu azul e um verde mar. No cintilar das estrelas, Vêm os versos desfilar, E mesmo sem poder vê-las O poeta vai rimar.

Disseram que em algum lugar, Está alguém a me esperar, Alguém assim como eu Procurando o que perdeu!

Será que posso pensar Tudo isso vem da alma, A beleza e inspiração, O poeta traz com calma Do fundo do coração.

Que um sol novo nascerá? Mesmo estando no limiar Sem saber onde andará?

Todo Poeta é doce, Em seu sorrir e falar, Porque se assim não fosse, Não ensinava amar.

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12 - Labores e amores

Me peguei a olhar as flores Balançando em meu jardim Sentada só, sem labores, Fiquei a pensar assim Sempre fui muito ativa, Não deixei de trabalhar Por que agora esse descaso Ao airoso labutar? Me deixei ficar assim Porque não tenho mais metas Ninguém mais está a fim Pois estou obsoleta

Quero ter algo na vida Que me traga alguma luz No coração a ferida É como pesada Cruz Ando sem rumo sozinha Pois não tenho mais aprumo Que um dia me dava arrimo Não tenho mais alegria Que tive naqueles dias Com sua mão entre as minhas.

Não ter mais brilho no olhar Nem sorrisos ao redor Sou sozinha a caminhar Cada vez fica pior Os sonhos desaparecem Como o assovio do vento E todos sempre esquecem Que um dia tive talento

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13 - Jesus

Se Jesus aqui estivesse

Assim devemos torcer

Talvez fosse diferente

Que as pessoas amem mais

Ou quem sabe ainda houvesse

E todo dia querer

Mais amor entre essa gente

Que se transformem em Natais.

Disso não tenho certeza Porque quando aqui Ele estava Claro, não houve moleza O povo também brigava

Morreu gente como agora Guerras demais existiam Houve protestos lá fora Uns aos outros se feriam

Mas, quanta coisa afinal Que acontece todo dia Por isso nasce o Natal No dia em que Ele nascia

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14 - João de Barro

Chuva cai, o pó se vai Vi na árvore a casinha Com engenho fabricada Entre os galhos bem firmada

João de Barro e companheira Olham na janela as bicas Que rolam pela paineira

Com o barro e folhinhas E o candango atarefado João de Barro e namorada Trabalhando na montagem Nem percebem os que passam

Deixa de lado a secura Olha o céu enfarruscado Com alegria e ternura

Porque a chuva vai chegar

A casa tem que estar pronta Os trovões fazem-se ouvir E os filhotes que virão Precisam se aconchegar

Chuva tem dias contados Mas enquanto ela aí está Se esquece os dias de estio Só pro ano que virá.

As pessoas quando passam São alegres riem alto Canto deles anuncia Fim da seca no planalto 12


15 - A mulher

Esposas, mães, namoradas, Irmãs, amigas, serenas. São muito homenageadas, São belas rosas, apenas. Apenas rosas são elas, Mas tão iguais elas são, Doces, meigas e tão belas, Suaves de coração. Elas têm coração suave, Mas são guerreiras também, Porque nos momentos graves, São mais fortes que ninguém. Delas, mais forte, ninguém, Procure onde quiser, A força que todas têm, Só vem por que é "Mulher".

16 - Onde você está?

Disseram que o mal não dura, Dia feliz eu que faço. Mas dor no peito perdura, E o coração em pedaços.

Disseram que em algum lugar, Está alguém a me esperar, Alguém assim como eu Procurando o que perdeu.

Será que posso pensar Que um sol novo nascerá? Mesmo estando no limiar Sem saber onde andará?

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17 - Perdi você

Não tem a obrigação

Porque a mágoa dói demais,

De me fazer companhia,

E talvez seque o perdão,

Nem de ver se estou bem.

Que ontem podia dar,

Não vá dizer que sentia,

Quando ainda era seu

Pois sei que você não vem.

Este frágil coração.

Sua voz não mais ressoa Através de minha porta, Não sabe que estou sozinha, Que essa solidão me mata. Seu caminho agora é outro, Sua estrada não é a minha, Seu sorriso não é meu, Seu carinho se perdeu, Foi-se o tempo que eu o tinha. Tenho saudade, isso tenho. Mas nada disso importa, Se um dia que você voltar, Não sei não se vou abrir Novamente a minha porta. 14


18 - Um poetar confuso

Para uma alma sensível

Nem sempre foram assim

É preciso um arranjo

É que esqueceram de mim

Ao poeta uma musa

No caminhar controverso

À poetisa um Anjo O coração não recusa

E poetando eu sigo

E o poetar é possível

Aliviando a minha alma Que nos versos se acalma

É ausente esse Anjo meu

Pois levo o Anjo comigo

Em outra esfera ele vive

Seu iluminar eu uso

Mas recebo todo dia

Em suas asas protegida

Um amor que nunca tive

Sigo os caminhos da vida

E que existir não sabia

Sei que não corro perigo

E a minha alma recebeu

Em meu poetar confuso

Nem todos tem a alegria De ter seus anjos ou musas Por isso é que a poesia Pelo mundo anda confusa Se confusos são meus versos 15


19 - Rimar

Matutando meus poemas,

Veio então o pensamento,

Assim sozinha em meu canto,

Em socorro do escrever,

Luto com a inteligência,

Refaz o curso do evento,

Tento trazer o encanto,

Sem deixar arrefecer

Da poesia e o talento.

E onde vive um poeta Pode uma rima nascer.

Raros, porém, os lampejos, Do meu cérebro rebelde. Mas teimosia aqui sobra, E arguo o pensamento. Aparecem, quase imberbes, Mal e mal eu os percebo.

Mente e força de vontade Entram, então, em ação. Uma vez mais a poesia Surge do meu coração.

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20 - Saudade

21 - Poetando só em prosa

Estive no mar olhando,

Sou poeta só em prosa

Um por do sol tão divino.

Nos poemas perco a pose

Sua imagem flutuando

Onde ficam os versejos

Seu doce olhar de menino

Nem sei como explicar A prosa segue ligeira

Me lembro de como olhava

Mas os versos não os vejo

Sua imagem refletida,

Perdem sem rumo tomar

Nas águas do sol se pondo,

Cadê meu senso poético

E falava sobre a vida.

Se nem mesmo sei rimar?

Essa saudade ainda fica No coração machucado, Procurando um consolo, Sem nunca ter encontrado.

Eu sei que não vai voltar Mas não deixo de sofrer, A saudade vai ficar Junto a mim até eu morrer. 17


22 - Tristes lembranças

23 – Um Sol Maior Minha Mãe

Cores assim tão profundas, Dá nostalgias no olhar.

Foi como um sol grande e lindo,

Este céu que nos uniu

Trazia a luz e o calor.

Foi também que separou

Imenso brilho luzindo

Fez-me sofrer ao notar

Era uma fonte de amor.

Pois esqueceu que me amou.

Ela, tudo em minha vida,

Uma vez mais fez lembrar Que o seu amor acabou. Nas voltas que a vida dá, Mesmo se o mundo ruir, Prometo não mais chorar.

Uma estrela tão querida, Como gostava de vê-la. Tão linda minha estrela, Dando aconchego ao lar, Mamãe, que bom foi lhe amar. Um dia, tenho certeza, Vou ao céu lhe encontrar.

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LIVROS DE PAOLA RHODEN

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