Revista A Bordo da Comunicação - Nº1

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Expediente Edição Camila Carrano, Cibele Silva

Direção de Arte Camila Carrano, Cibele Silva

Design e Diagramação Camila Carrano

Revisão Aline Derenzi, Camila Carrano, Cibele Silva

Entrevista Jéssica Lima

Publicação Online Cibele Silva

Atendimento ao Leitor: revista@abordodacomunicacao.com.br As opiniões reunidas nesta publicação não representam necessariamente nosso ponto de vista. A revista está publicada na íntegra no www.abordodacomunicacao.com.br


Carta ao Leitor Cibele Silva

Onde tudo começou Cláudia Nociolini Rebechi

Relações públicas reinventadas na dinâmica das novas interações sociais Rodrigo Cogo

Empresas, informação e comunicação interna no contexto da Web 2.0 Leonardo Bragança

Os Relações Públicas como público estratégico Pedro Souza Pinto

Relações Públicas e o empoderamento de consumidores no ciberespaço Fábio Alburqueque

O Novo Marketing: relacionamentos online, resultados reais Lívia Brito

De blogueiros a editores de conteúdo Marcia Ceschini

Gerar conteúdo, produzir conhecimento e disseminar as Relações Públicas Fábio Procópio

A Tecnologia a favor da Comunicação Andréa Gomes

Entrevista Edney Souza

A Bordo Realiza 1º Fórum ABordo da Comunicação

A Bordo Comparece Eventos

#blogabordoindica Twitters

Feed A Bordo da Comunicação BLogs e Sites

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Carta ao leitor A Comunicação exerce um poder de equilíbrio, desenvolvimento e expansão, esses poderes representam para a humanidade uma conquista e um desafio. Conquista, na medida em que propicia possibilidades de difusão de conhecimentos e de informações em uma proporção antes inimaginável. Foi com base neste pensamento que o blog A Bordo da Comunicação estruturou seus artigos e se consolidou no mundo intangível da web 2.0. Neste 1 ano de atividade do blog foram desenvolvidos posts, entrevistas e discussões sobre todas as vertentes de comunicação. Dentre elas a ênfase foi da web 2.0 no mundo corporativo, onde foi realizado no mês passado um fórum pela equipe do A Bordo da Comunicação. O evento com o tema ‘A Bordo Web 2.0 Corporativa’ retratou como as empresas podem e devem estruturar sua comunicação no mundo corporativo. Dando sequência nesta linha de raciocínio neste mês de abril que o A Bordo da Comunicação festeja seu primeiro ano na rede. E por acreditarmos no prosseguimento da interatividade com nossos leitores, chamados carinhosamente de tripulação, é que a equipe de marinheiros do A Bordo com muita satisfação trouxe mais esse canal de comunicação. E com a disposição de dividir mais conhecimentos sobre a Web 2.0 Corporativa, apresentamos nas páginas deste primeiro número de lançamento da revista A Bordo da Comunicação artigos ligados ao tema.

Cibele Silva, admistradora do blog A Bordo da Comunicação.

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010

Onde tudo começou O blog começou academicamente, depois que recebemos a nota do semestre decidimos continuar. E em 10 meses sem acompanhamento acadêmico montamos uma ótima equipe e a conquistamos a sua confiança, nosso leitor. Um ano depois que ele começou academicamente, nada melhor do que dar a palavra para a professora que nos incentivou a colocar o blog no ar.

Claudia Nociolini Rebechi Habilitação em Relações Públicas pela UNESP - e especialista pelo curso lato sensu “Gestão estratégica de comunicação organizacional e relações públicas” da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Mestre e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da ECA-USP. Também é docente do curso de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo.

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 A experiência da docência no ensino superior tem me trazido grandes desafios. Dentre estes, por exemplo, destaco as formas de avaliar a apreensão pelo aluno dos conteúdos discutidos em sala de aula e da bibliografia obrigatória do curso.

entenderam, num primeiro momento, que seria uma atividade tranquila de ser desenvolvida e olhavam para mim com uma expressão de certo alívio, pois acharam que, pelo menos, em uma das avaliações da disciplina já teriam uma boa nota garantida. “Produzir um blog é muito fácil”, Geralmente, utilizo as formas diziam os alunos. Entretanto, eu mais tradicionais como provas sabia que teriam uma série de dissertativas ou de múltipla escolha desafios a serem enfrentados ao e trabalhos com propostas já longo do percurso do desenvolvimento definidas, sejam individuais ou em dos seus blogs. grupos. Tais maneiras de se avaliar o desempenho dos discentes A atividade, então, foi iniciada ainda são úteis e interessantes e as dificuldades começaram sob o ponto de vista de grande a aparecer: a) necessidade de parte dos educadores e não nego reflexão crítica sobre os conteúdos que, de certa forma, concordo a serem apresentados por meio com isso. Por outro lado, também, dos posts – a idéia não era me interesso por instrumentos simplesmente reproduzir discursos de avaliação que possam trazer e falas de outros enunciadores; b) alternativas aos já estabelecidos e obrigatoriedade de adequação do que, assim como estes, despertem conteúdo aos temas relacionados o interesse pela leitura, pela escrita à Comunicação Organizacional – e pela reflexão. os alunos precisaram intensificar suas leituras da bibliografia E, no primeiro semestre de sugerida na disciplina e, além 2009, tive a oportunidade de disso, acompanhar as discussões experimentar uma forma de sobre a área a partir de outras avaliação inusitada para mim e fontes; c) produção textual – a para os meus alunos. Sugeri que escrita deveria ser adequada à as turmas do quarto período do norma culta da língua portuguesa, curso de Relações Públicas da bem como o texto deveria ser Universidade Metodista de São sucinto e adequado ao receptor Paulo produzissem blogs para dos blogs; d) aspectos visuais – a discutir temas referentes àdisciplina arquitetura dos blogs e as imagens “Comunicação Organizacional” que expostas neles certamente fazem parte de uma linguagem que ministrava na ocasião. deveria ser pensada pelos alunos; Minha proposta foi apresentada e) periodicidade das postagens aos alunos com base em um roteiro – exigia-se quase que uma que estabelecia certas regras e um postagem por dia. calendário de postagens dos textos criados por eles para abarcar os Os alunos perceberam, no meses daquele semestre letivo. A decorrer do desenvolvimento recepção das turmas foi positiva, dos seus blogs, que a atividade mas, ao mesmo tempo, admito proposta realmente era mais que fiquei um pouco apreensiva difícil de ser executada do que com o seu entusiasmo. Os alunos imaginavam inicialmente. No

entanto, não desanimaram; ao contrário, empenharam-se mais ainda. E seus esforços foram recompensados. Diversos leitores começaram a deixar comentários nos blogs e estes eram indicados na web por blogueiros interessados nos assuntos relacionados à comunicação em organizações. A boa receptividade dos internautas quanto aos blogs produzidos pelos meus alunos ajudou esta atividade a tornar-se algo que extrapolou o objetivo de ser principalmente um instrumento de avaliação da disciplina “Comunicação Organizacional”. O entusiasmo e a satisfação eram evidentes nos meus alunos e alguns deles decidiram, portanto, continuar com o desenvolvimento de seus blogs, mesmo após o encerramento do semestre letivo e, portanto, do término da disciplina. Algumas modificações foram incorporadas pelos alunos que, agora, já tinham mais autonomia quanto à dinâmica de seus blogs. E, hoje, é com grande alegria que parabenizo o aniversário do blog “A Bordo da Comunicação”. Neste mês, comemoramos um ano de muita persistência e determinação daqueles que fazem deste blog uma interessante e reconhecida fonte de informações e reflexões a respeito de temas que interessam a estudiosos e profissionais de comunicação. Desejo vida longa ao “A Bordo da Comunicação” e quero agradecer a confiança que seus idealizadores depositaram em mim ao acreditarem na proposta inicial do blog. São vocês que aniversariam, mas sou eu quem ganha um presente. Obrigada!

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Relações públicas reinventadas na dinâmica das novas interações sociais

Rodrigo Cogo é profissional de Relações Públicas. Mestrando em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo/ECAUSP, gerencia o portal www.mundorp. com.br desde 1997 e canais coligados (boletim por email RP em Ação, lista de discussão no YahooGrupos Mundo-RP, comunidade Relações Públicas no Orkut e outros). Presta serviços de análise de tendências e diagnóstico de comunicação na

Ideafix

Estudos

Institucionais.

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010

Os computadores, a telefonia celular, a internet e os softwares sociais modificaram as formas de conceber as distâncias, o tempo e os relacionamentos. Emergem simultaneamente atores diversificados e comunicantes, com alta potencialidade de criação, estimulados por plataformas conectadas facilitadoras de trocas e difusões de posicionamento. Se antes as pessoas eram tomadas como usuários passivos de serviços pensados unidirecionalmente e distribuídos por poucos, hoje elas são protagonistas de novas interações mediadas ou incitadas pela tecnologia, que multiplicam poderes. Isto reconfigura o processo comunicacional, porque instaura um panorama de desenvolvimento de redes horizontais de interação conectadas local e globalmente, construindo renovados fluxos de sentido. Alterações tamanhas na concepção da comunicação organizacional significam novos desafios, exigindo um exercício de relações públicas reinventadas, demarcando a operação multipúblico e a postura dialógica. O estudioso André Lemos diz que o ato de conectar-se no ciberespaço sugere, mesmo que simbolicamente, a “passagem da modernidade (onde o espaço

é esculpido pelo tempo) à pósmodernidade (onde o tempo comprime o espaço); de um social marcado pelo indivíduo autônomo e isolado ao coletivo tribal e digital”. As tecnologias estão sendo utilizadas como ferramentas para o convívio e a formação de comunidades, dentro de um conjunto de técnicas, práticas, atitudes, modos de pensamento e valores, desenvolvido neste espaço virtual. Trata-se, portanto, da otimização do trabalho de RP como instigador de relacionamentos duradouros, integrados e produtivos.

a rede, além de ser condição da comunicação, também age como reestruturadora das relações de poder, que modifica a cultura, as regras de socialização e a ordem da produção. Essa forte conexão entre os temas é tratada por Parente, entendendo que o espaço, os acontecimentos, as informações e as pessoas são condicionados pelas telecomunicações e “o ciberespaço é apenas o mais novo espaço de jogos da humanidade, que inaugura uma nova arquitetura, a arquitetura da informação”.

Se antes as mídias clássicas possuíam um centro emissor e um grande número de receptores, passivos e dispersos, no que se refere ao ciberespaço há uma outra forma de comunicação com suporte tecnológico, coproduzida pela interação entre as pessoas e constituída de uma memória comum que se alimenta de múltiplas contribuições. Conforme manifesta Lévy, o ciberespaço oferece um dispositivo comunicacional original “de todos para todos”, que permitiria a constituição de comunidades de Vê-se o surgimento de uma modo progressivo e de maneira nova forma de comunicação cooperativa, numa espécie de socializada, chamada por Castells “inteligência coletiva” em que de “auto-comunicação massiva” a base seria o reconhecimento ou “comunicação massiva e o enriquecimento mútuo das individual”. Miconi assinala que pessoas, proporcionados por suas a transição aos meios digitais foi experiências no espaço virtual. Pra impulsionada por acontecimentos mim, esta é a base do exercício como a crise dos formatos culturais “Alterações tamanhas generalistas, a difusão de produtos cada vez mais personalizados na concepção e a transformação trazida pela da comunicação internet. Entre as características organizacional mais fundamentais que implicam significam novos mudanças e devem balizar a desafios, exigindo um visão de contato das organizações exercício de relações estão a convergência, a oferta multiplataforma e a diversidade públicas reinventadas” de protagonistas. Neste cenário,

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 competente das relações públicas. As potencialidades no plano social são muitas: relações mais transversais e menos hierárquicas, novas formas de identidade e um universo de contatos.

manuais prontos e em profissionaiscomunicadores pouco reflexivos e incapazes de compreender a complexidade do entorno de seus postos de trabalho. Agora, eles não se dirigem mais a receptores passivos e estanques em cenários O mundo organizacional econômica e socialmente estáveis. certamente não sai ileso deste D.Williams e Tapscott descrevem novo cenário, com cidadãos a força dessas redes em que as mais propositivos e críticos e empresas podem (e devem) se detentores de ampla capacidade inserir: “o acesso crescente à de comunicação via redes digitais. tecnologia da informação coloca Como bem lembra Nassar, “as na ponta dos dedos de todos políticas e ações empresariais precisam passar por processos de legitimação, produzidos por meio “O desafio, nesta fase, de processos participativos”, os é utilizar expedientes quais necessariamente envolvem de franqueza numa grande número de protagonistas. Este caminho exige a concatenação negociação aberta e dos discursos da ação privada, sem não os tradicionais abandonar seus fins produtivos artifícios de sedução e e lucrativos, mas contemplando manipulação que não as aspirações das comunidades, mais surtem efeito na que deve entender seus valores. opinião pública da era Neste ínterim, agiganta-se a importância da comunicação e digital. “ dos relacionamentos entabulados, com o fator de haver um descentramento da fonte emissora, saindo da empresa as ferramentas necessárias e migrando para os múltiplos para colaborar, criar valor e públicos. Com isto, há uma intensa competir. Isso libera as pessoas negociação de interesses e de para participarem da inovação práticas decorrentes. As novas e da criação de riqueza em cada mídias digitais permitem grande setor da economia”. Como uma abrangência, baixo custo, altas saída para este desafio, Nassar interatividade e velocidade, a partir postula que “são as mensagens, as de vários produtores de conteúdo, histórias, que configuram as redes o que configura o que Castells de relacionamentos, é só por meio denominou de “apropriação da da análise, da interpretação e da capacidade de interconexão por opinião sobre esses conteúdos é redes sociais de todos os tipos”. possível entender a rede”.

consciência sobre os amplos impactos que uma sociedade em rede pode causar. Neste ínterim, as relações públicas comprovam papel estratégico para liderar os relacionamentos com sensibilidade e efetivo benefício e bem-estar para toda a comunidade, como único caminho para atingimento de metas econômicas. O desafio, nesta fase, é utilizar expedientes de franqueza numa negociação aberta e não os tradicionais artifícios de sedução e manipulação que não mais surtem efeito na opinião pública da era digital. De todo modo, com a descentralização do sujeito fica redobradamente difícil atingi-lo com mensagens, porque ele não é mais singular e estável, mas sim múltiplo e mutável de acordo com a situação que enfrenta. Ademais, este novo sujeito rejeita padronizações, sejam de estilos e formas ou de linguagens, e encontra nas redes sociais digitais a possibilidade de exercer sua identidade e de reforçá-la através do encontro de afinidades. Com o gosto pela experimentação bastante liberado, acaba surgindo outra faceta complicadora para as estratégias comunicativas de atração: há uma perda de comprometimento, uma possibilidade de abraçar vários projetos, produtos, relações e causas, mesmo que aparentemente antagônicos, e com isto uma maior imprevisibilidade comportamental e um afastamento definitivo da satisfação do consumo do campo da materialidade. É o cidadãoconsumidor no exercício do poder de customizar seu mundo, Todo um longo aprendizado, As organizações, para acompanhar construindo sistemas simbólicos derivado da escola norte-americana os novos paradigmas e não perder por meio do manuseio das de comunicação empresarial, o engajamento e o aval de seus tecnologias que reinventam a acaba questionado em sua públicos prioritários para sua comunicação. postura técnica, autoritária e continuidade, precisam exercitar instrumentalizadora, baseada em o diálogo transparente, com a

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Empresas, informação e comunicação interna no contexto da Web 2.0

Leonardo Bragança é graduado em Comunicação Social (Publicidade e Propaganda) e MBA em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Atuou na área de comunicação de importantes empresas por dez anos. Atualmente, presta consultoria em comunicação empresarial, branding e conteúdo digital.

e m a i l : l e o b r a g an c a@ comunica ca o .etc.br t w i t t e r: @ L e o B r ag anca

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“A primeira atitude de uma empresa inserida em um contexto de comunicação interna voltada à Web 2.0 é mudar o conceito de uma ferramenta digital já existente nas empresas há algum tempo: a intranet.” A Web 2.0 tem a colaboração como pedra fundamental. As múltiplas possibilidades de redes sociais abriram os olhos das empresas para facilitar a comunicação interna entre as equipes. E entenda comunicação interna como algo muito maior do que aquela do quadro de avisos ou o email do seu chefe para a equipe. Esse conceito é muito maior. Além dos profissionais que vivem o dia a dia da empresa, franqueados, concessionários, consultores, muitas vezes distantes da sede da empresa, também precisam receber uma boa comunicação e dispor de canais de informação completos e eficazes. A primeira atitude de uma empresa inserida em um contexto de comunicação interna voltada à Web 2.0 é mudar o conceito de uma ferramenta digital já existente nas empresas há algum tempo: a intranet. Na maioria dos casos, ela nada mais é do que um grande repositório de informações e arquivos das empresas. Inserindo o conceito de intranet social, as empresas passam a contar com uma comunidade virtual, dependendo do objetivo da empresa com a ferramenta. Outra ótima ferramenta são os Wikis. Imagine o conceito antigo da intranet, só que organizado de forma mais inteligente, intuitivo e o melhor:

por todos. Sem revisão prévia ou um administrador. Todos podem corrigir, adicionar informações e complementar algo que possa estar incompleto. O Wiki corporativo pode ser utilizado tanto como ferramenta de memória empresarial, contando o histórico da empresa em detalhes, quanto como um índice de informações por área, como por exemplo, Recursos Humanos, que oferece uma série de benefícios e muitas vezes o profissional precisa pesquisar uma informação mais detalhada sobre um deles. As redes sociais brasileiras Videolog e Gengibre, que oferecem aos seus usuários canais de vídeo e áudio, respectivamente, também nos dão outro exemplo de como a Web 2.0 pode ser aplicada na comunicação interna. Atualmente as possibilidades de produção de vídeo e áudio são muito simples. Um celular faz isso com eficiência. Podese gravar uma reunião, um tutorial, uma mensagem da diretoria ou um evento importante. Em áudio, um diretor pode fazer considerações sobre um tema importante para os funcionários. Ou mesmo a empresa gravar um podcast interno com temas relacionados às mais diversas áreas, para que a cada edição as pessoas conheçam melhor o trabalho das outras, gerando maior integração e também tirando dúvidas sobre processos internos.

projetos nessa área dando errado em algumas empresas, exatamente por isso. Cria-se uma cópia do Orkut para os funcionários e pronto. Não é isso. É para a comunicação circule com mais facilidade e inteligência dentro da empresa. Não é substituição do email também, essa é outra bobagem. Algumas empresas já possuem microblogs, uma espécie de Twitter interno, mas nada disso indica o fim do email. Além dessa adaptação à cultura empresarial, outro ponto é muito importante: A construção deste modelo de comunicação interna inserida na Web 2.0 precisa ser feita em conjunto, envolvendo todos os funcionários. Afinal, são eles os usuários e os fomentadores dessas redes. A Web 2.0 não tem dono, não tem chefe. Se tiver controle, perde o controle. Acredite nisso. Moderação é necessária, acompanhamento, mas controle nunca. Algumas redes sociais já foram abandonadas. E o motivo é sempre a falta de sinergia entre ferramenta e usuário. Se a rede não for construída em conjunto com os funcionários, melhor nem tomar esse caminho. Pois o destino será o fracasso.

Existe uma série de outras redes, seriam muitos e muitos artigos para detalhar cada uma delas. O importante mesmo é destacar que elas precisam ser adaptadas à cultura da empresa, ao que vai fazer a diferença na produtividade do público interno. Web 2.0 é muito interessante, mas no fundo é um conjunto de ferramentas. Sozinhas, não são capazes de nada. Já existem

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Os Relações Públicas como público estratégico

Pedro S o u z a P i n t o Relações Públicas graduado pela UFMG, atualmente trabalha na Assessoria de Comunicação da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e coordena o grupo Horizonte RP (HTTP://horizonterp. ning.com)

ma i l : p e d r o b h r p @ ya ho o .com.br t w i t t e r : @ b ald u rq u ino

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 Os modelos de negócios de comunicaçãocorporativatêmbuscado acompanhar de forma permanente a evolução das novas tecnologias de informação e o comportamento do consumidor. Nos últimos anos, em especial, o relacionamento entre uma empresa e seus públicos tornou-se ainda mais complexo: com a web 2.0, a simplificação das ferramentas deu poder aos usuários para se expressarem de forma ampla, alcançando dezenas ou até milhares de pessoas com suas opiniões. Além disso, esses usuários também passaram a interagir mais com as marcas e exigir delas um diálogo mais próximo. Hoje, as agências de comunicação já oferecem serviço especializado de monitoramento da imagem empresarial e relacionamento nas mídias sociais, além de existirem empresas também contratando profissionais específicos para esta função em suas assessorias. São conhecimentos estratégicos tanto para uma campanha de divulgação, por exemplo, quanto para a gestão de uma crise gerada por opiniões negativas manifestadas na internet.

as iniciativas de profissionais de comunicação na internet, e mais especificamente de Relações Públicas. Apenas alguns sites, como o Mundo RP (www.mundorp.com.br) e o Portal-RP (www.portal-rp.com.br), mantinham uma atualização e organização de conteúdo e centralizavam as referências para a profissão. Num período bastante curto, porém, este cenário mudou e as novas ferramentas atraíram e tornaram-se objeto de trabalho e estudo dos RPs. Se antes era raro encontrar até mesmo blogs

“Existe esse outro público, os profissionais de comunicação, cuja visão crítica, antes mais fechada apenas aos círculos de colegas, está visível a qualquer um e pode inclusive influenciar o julgamento dos demais públicos sobre uma determinada campanha.”

especializados, hoje há mais de uma centena deles – isto sem contar os profissionais que escrevem em sites Junto a outros fatores, como a de marketing ou de comunicação em própria natureza dessas novas geral, além de debater abertamente tecnologias, esse ambiente faz em fóruns, comunidades e no Twitter, crescer constantemente a presença opinando sobre as estratégias de de um público específico e bastante comunicação das empresas e falando crítico com relação ao processo de sobre suas próprias experiências. construção da imagem empresarial: os próprios comunicadores. Não apenas Para as agências e assessorias, aqueles que trabalham nas agências portanto, não basta acompanhar e e assessorias, mas, principalmente, dialogar com os consumidores que os profissionais e estudantes a todo tempo se manifestam contra que acompanham, por trabalho ou a favor da empresa. Existe esse ou por curiosidade, e debatem outro público, os profissionais de publicamente os diferentes casos de comunicação, cuja visão crítica, antes sucesso e fracasso da comunicação mais fechada apenas aos círculos empresarial. de colegas, está visível a qualquer um e pode inclusive influenciar o Até poucos anos atrás, eram baixas julgamento dos demais públicos sobre

uma determinada campanha. Suas visões e opiniões passam a funcionar como um espelho do trabalho de comunicação, e tornam-se uma peça essencial na avaliação dos resultados. Apesar dos riscos, comuns a um ambiente de críticas especializadas, há também um grande benefício que pode ser gerado a partir do acompanhamento e do diálogo entre a área responsável pela comunicação corporativa e estes profissionais. Existe um debate permanente acontecendo entre os Relações Públicas - e os Publicitários e Jornalistas, entre outros – por meio dos seus canais. Um debate rico com a produção de conteúdos próprios ou a reprodução de conteúdos relevantes para a comunicação corporativa, trocas de idéias e de experiências que apontam caminhos e podem inspirar novos projetos e ações. Os responsáveis pela presença das marcas na internet precisam compreender as particularidades deste público, e como é importante acompanhá-lo e ouvi-lo. Recentemente, Eduardo Vasques, do blog Pérolas das Ais (http:// perolasdasassessorias.wordpress. com), publicou uma lista com mais de 50 agências que possuem perfil no Twitter. E é certo que nenhuma delas quer ver seus clientes sendo citados em canais especializados como exemplo de caso mal-sucedido de gestão de imagem. Estão no caminho certo, então, quando passam a usar o ambiente digital também como meio de relacionamento com os twiteiros e blogueiros, Relações Públicas e comunicadores em geral. É uma relação que pode se transformar num tipo de trabalho colaborativo, onde ambos debatem, ensinam e aprendem sobre as melhores práticas na sua área, com retorno positivo para todos.

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Relações Públicas e o empoderamento de consumidores no ciberespaço

Fábio A l b u q u e rq u e Relações Públicas, especialista em EstratégiaemestrandoemAdministração (TI e Marketing) na UFPB. Integra Grupo de Pesquisa sobre TI, Marketing, Consumo e Sociedade, onde desenvolve estudos sobre comportamento do consumidor nas redes sociais. Foi professor substituto do Decomtur/UFPB e atualmente leciona na UniPB/FPB. Trabalha como gerente de marketing da TV Tambaú, afiliada do SBT em João Pessoa, e da rádio Tambaú FM. Blog: gecorp.blogspot.com e m a i l : fab i o . alb u ker k@ gma il.co m twi t t e r : @ Fab i o A lbuker k

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 As redes sociais digitais estão cada vez mais integradas em todos os elementosdonegócioedasociedade, de modo que as informações sobre uma organização, bem como as percepções que modelam sua imagem, identidade e reputação corporativa, não estão mais sob o domínio total das empresas.

percebidas nas suas relações particulares de consumo, seja práticas comerciais predatórias, publicidade enganosa ou mera insatisfação com o descaso e desrespeito no atendimento de suas expectativas, passando a exercer o ciberativismo anticonsumo.

Estudo da Nielsen BuzzMetrics revela que mais de 25% dos resultados de pesquisanoGoogleparaas20maiores marcas do mundo são conteúdo gerado pelos consumidores, cada vez mais conscientes dos efeitos de compartilhamento de suas experiências de consumo plataformas online, As tecnologias digitais, proporcionadas em pelo advento da internet, tornaram- enfraquecendo, equilibrando e se vetores de agregação social, ameaçando todo o poder e controle recombinações de informações do Marketing sobre a reputação de e vínculo comunicacional entre marcas e corporações. indivíduos, modificando as formas e as práticas de interação, comunicação Assim como têm sido usadas para e participação social na sociedade estimular o envolvimento e o contemporânea. Aos poucos, as engajamento de consumidores em tradicionaisfórmulasdecomunicação torno de aspectos positivos sobre da sociedade de massa vão cedendo o consumo de determinada marca, espaço à construção de uma nova comunidades virtuais e redes sociais arena pública conversacional, um também têm servido de palco social compartilhado em rede, para protestos e reclamações baseado na conversação, no diálogo, de consumidores, que assumem nos laços sociais, na partilha de papéis de ciberativistas sociais do idéias, informações, significados e consumo, manifestando livremente troca de experiências, caracterizando na internet suas experiências o fenômeno do “empoderamento negativas e sentimentos de insatisfação, descontentamento, de consumidores” no ciberespaço. oposição, antipatia e ódio Enquanto fenômeno social, o antimarca e anticorporação.

Diante deste cenário, vislumbra-se à importância estratégica da atividade de Relações Públicas na gestão estratégica da comunicação e do relacionamento entre a organização e seus stakeholders, cabendo-lhe a função de orquestrar com ética e transparência todas as formas de comunicação e interação entre a empresa e acionistas, funcionários, consumidores, fornecedores, comunidade, opinião pública, sindicatos, ongs, investidores, órgãos governamentais, grupos de ativistas, comunidades virtuais, entre outros grupos e públicos online e offline que têm o poder de interferir diretamente nos objetivos e na visão de futuro da corporação. Redes sociais são sobre pessoas e

processo de empoderamento de consumidores na internet pode ser demarcado pelo equilíbrio de forças nas relações de poder nos processos de troca entre organizações e consumidores, facilitando a ação coletiva em defesa ou oposição às corporações, marcas, produtos ou serviços. As práticas de comunicação e relacionamento assimétricas e unidirecionais estão “em cheque”.

Redes sociais se transformaram em uma espécie de “Procon Virtual”, potencializando a força de tribos contemporâneas de consumo e sua capacidade de ativismo, onde grupos de consumidores insatisfeitos se engajameminiciativasdeinformação, organização, mobilização, ação, reação e resistência contra injustiças

“Assim como as redes sociais, Relações Públicas são sobre comunicação e relacionamento. A lógica competitiva de mercado e o fenômeno do empoderamento de consumidores no ciberespaço propiciam à atividade de Relações Públicas a oportunidade de expandir-se, consolidar-se e assumir um papel relevante como estrategista do valor das organizações.”

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 não sobre tecnologias. Redes sociais digitais são pessoas interagindo e se relacionando através de plataformas de comunicação mediadas por computador. Compreender estrategicamente as agregações sociais que emergem na internet significa compreender as teias de relações pessoais que se formam no ciberespaço entre indivíduos geograficamente dispersos, que se encontram e interagem online visando compartilhar objetivos, interesses e experiências de consumo. Assim como as redes sociais, Relações Públicas são sobre comunicação e relacionamento. A lógica competitiva de mercado e o fenômeno do empoderamento de consumidores no ciberespaço propiciam à atividade de Relações Públicas a oportunidade de expandirse, consolidar-se e assumir um papel relevante como estrategista do valor das organizações, como gerador de inteligência competitiva, um ativo estratégico apto a participar do processo de gestão e do planejamento estratégico organizacional, monitorando o comportamento dos públicos online e offline e assessorando na tomada de decisões que facilitem os resultados sem gerar ameaças ou riscos aos negócios.

“Torna-se fundamental para as companhias modular e gerenciar a presença estratégica das marcas e a reputação corporativa nas redes sociais.” valores, regras e padrões e, por outro, desvelar as convenções, as decisões, a filosofia, as políticas e as ações empresariais para, ao fim, estrategicamente, aproximar stakeholders e empresa em um complexo processo de construção social que procura culminar em ganhos mútuos. Muitas reputações empresariais estão sendo construídas e destruídas no universo digital. O fluxo ágil e

a impossibilidade de controlar o teor das informações nas redes sociais revolucionaram o diálogo das empresas com seus públicos. Torna-se fundamental para as companhias modular e gerenciar a presença estratégica das marcas e a reputação corporativa nas redes sociais. Mais do que isso. Torna-se fundamental e estratégico saber utilizar todo esse arsenal como inteligência competitiva do negócio. A gestão estratégica de Relações Públicas deve estar apta a preparar a empresa para uma cultura que contemple abertura para críticas, reclamações e insights de consumidores, norteando as ações pelo diálogo e geração de conteúdo relevante capaz de sustentar todo um relacionamento. Eis aí um grande desafio para essa “Nova Relações Públicas”.

Compreender as redes sociais como fenômeno social nos negócios tornase essencial para o que identifico há alguns anos como uma “Nova Relações Públicas”, um processo que, integrado e alinhado à filosofia e gestão de Marketing, diagnostica, prognostica e formula estratégias e iniciativas de comunicação e relacionamento que objetivam, por um lado, conhecer e monitorar a construção cognitiva dos públicos, seus desejos, expectativas,

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O Novo Marketing: relacionamentos online, resultados reais

Lívia Brito é formada em Administração com ênfase em Marketing. É administradora em uma empresa industrial. Obcecada por livros técnicos de administração e marketing. Adora pesquisas e seu foco é nas científicas, especialmente monografias e trabalhos de conclusão de curso. Revisa e produz projetos acadêmicos nas horas vagas. É blogueira e escreve por Mera Distração (www. meradistracao.blogspot.com) e serve conteúdo vez em quando no Marketing das 17h (www.marketingdascinco.blogspot.com ma i l: b r i t o m a r k e t ing@ gma il.com t w i t t e r: @ liv i ab r i t o

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 Vivenciamos novos processos de comunicação, informação e relacionamento sustentados pelas mídias digitais, especialmente pela Web 2.0. Essa constante obriga os especialistas e recém profissionais a procurar por soluções inovadoras. A Web 2.0 se tornou por si só uma inovação para as campanhas de marketing, para tanto os marketeers inovam, também, suas visões mercadológicas. Em primeiro lugar, é preciso rever o comportamento dos consumidores que embarcam na era digital, afoitos pelo convívio nas redes sociais e websites repletos de entretenimento e conteúdo. Consumidores que buscam muito mais do que informações, desejam trocar conhecimento e ter relacionamento ativo com empresas, marcas, blogs corporativos e amigos virtuais. É o que muitos têm chamado de engajamento social. A sociabilidade é uma das variáveis proporcionadas pela Web 2.0, e o engajamento social permite que as transações online pareçam reais, formando críticos, especialistas, internautas, blogueiros e geradores de conteúdo. Alex Lima diretor de Marketing da agência Glóbulo, situada em Florianópolis/SC, acredita que a principal mudança, com a Web 2.0, “tenha sido comportamental”. Mudou-se o foco estratégico, afirma Alex, de produtores de conteúdo para troca de conteúdo, pois receber e trocar informações são atualmente tão importantes quanto apenas enviar. A necessidade de se relacionar modificou as mídias digitais. Hoje são consideradas o centro de uma campanha, pois são flexíveis, confiáveis, agregadores, interativos, pessoais e a mensagem sempre se transforma em uma troca. O diretor de marketing da Glóbulo acredita que “uma base, mesmo que pequena, onde se cultiva uma troca

verdadeira é muito mais importante do que um número gigantesco de dados desconhecidos.” Neste contexto, os blogs corporativos oferecem uma gama de informações e interação cujos conteúdos são relevantes e encantam o leitor com a usabilidade; como por exemplo o Blog da Glóbulo (http://globulo.com.br/blog), que contém informações sobre a agência e sobre o mundo da comunicação. Você deve estar se perguntando: “cadê o marketing?”

“A Web 2.0 chegou para transformar o modo de planejamento das campanhas, não mais focada nos resultados e sim na reciprocidade dos receptores da mensagem, na interação das ações mercadológicas e na propagação de conteúdo midiático.” Como sabemos o marketing é a atividade quegerasintoniaentreamarcaeocliente, planeja os objetivos de comunicação com a finalidade de entender e encantar o target. Sendo assim, se o consumidor é a ponta do iceberg para os profissionais do marketing, nada mais natural que os clientes reais e potenciais sejam seguidos por meio das redes sociais. Portanto, o marketing observou na ferramenta Web 2.0 a necessidade de fragmentar a comunicação tornando-a cirúrgica e contínua, pois não é possível terminar o diálogo com o cliente ao longo do tempo. Neste contexto, a polivalência do meio digital e sua capacidade evolutiva proporcionam presença online para o consumidor. Sendo assim os consumidores se transformam em mídias confiáveis, os quais carregam a mensagem da marca. Quanto às redes sociais, Alex Lima atribui

o amplo espaço que tomou na vida das pessoas como a exclusão de formulários pré-definidos;aaproximaçãocommarcas, pessoas e empresas com agilidade e mais contato, estrategicamente bem utilizadas, e principalmente com uma mensuração de resultados muito mais fiel. Diante da amplitude de conteúdo, informação e redes sociais cabe mencionar uma ferramenta que possibilita “afunilar” o banco de dados. O Marketing Funnel promove aos profissionais a mensuração de resultados e direciona o leitor ao objetivo principal, naprópriaferramentaonline.Éoconjunto de ações implementado em um site que visa aumentar a taxa de concretização do objetivo. Se o objetivo for vender mais produtos, então são todas as técnicas e ações colocadas em prática para vender mais produtos. O mesmo se passa com os blogs que ambicionam popularidade e subscritores. Neste contexto é possível perceber o leitor, cliente, consumidor, empresas e marcas como seres únicos e dotados de conteúdo e prontos para trocar experiências, presume-se então que a individualidade seja um dos pontos fortes dessa sociabilidade 2.0. Desta forma, profissionais e especialistas entendem queaWebnãopodeserconsideradauma mídia de massa, por seu perfil individual e interativo, invertendo o senso comum da comunicação. Um dia da caça, outro do caçador. E é esta a visão estratégica do novo profissional de marketing e comunicação. A Web 2.0 chegou para transformar o modo de planejamento das campanhas, não mais focada nos resultados e sim na reciprocidade dos receptores da mensagem, na interação das ações mercadológicas e na propagação de conteúdo midiático. Por mais demorado que pareça ser, os resultados têm a vantagem de contribuir para uma permanência duradoura da mensagem junto ao consumidor.

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De blogueiros a editores de conteúdo

Marcia Ceschini Relações Públicas graduada pela Unesp Bauru-SP, Especialista em Gerenciamento de Marketing pelo Instituto Nacional de Pós Graduação (INPG) e estudiosa das novas mídias. Atuou em agências de propaganda no interior, teve sua empresa de Relações Públicas e eventos corporativos. Atualmente faz parte da equipe A Bordo da Comunicação, é editora de conteúdo dos blogs Oras Blog! http://orasblog2.blogspot. com e You Too!: www.blogtribunaimpressa.com.br e é Analista de Mídias Sociais do Portal Tribuna Impressa Araraquara. ma i l : m ar c ia c e s c h ini@ uo l.com.br t w i t t e r : @ m ar c ia c e schini

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“Os blogueiros mais expoentes da blogsfera passaram a ser utilizados em ações off line integradas com o mundo virtual e com isso ampliouse o poder de suas blogagens, tornandoos o que hoje já é considerado Editor de Conteúdo.” Os blogs surgiram por volta de 1997 e eram inicialmente diários virtuais, sem muito diálogo e feedbacks de seus poucos leitores. Eu mesma cheguei a criar um blog no site Comuniquese e desisti de blogar pela falta de diálogo. Muitas pessoas não aderiram logo de início ao hábito de acompanhar os blogs. A partir de 2000 a situação mudou. Pode-se dizer que os blogs iniciaram a mudança na comunicação digital, pois começaram a surgir blogs verticais que tornaram-se, a medida que mais blogs surgiam por minuto, formadores de opinião em um primeiro momento. E em 2001/2002 com a interação da mídia e internet, houve o surgimento do hipertexto e com ele o filtro que o internauta faz das informações que busca. Surge a multimídia e com ela, novas formas de se fazer a comunicação interpessoal e a mercadológica. Isso tudo culminou por formar a segunda onda que é a web 2.0, onde quem cria o conteúdo é o internauta, seja através de um blog, ou wikipédia, para citar exemplos de novos meios de comunicação. O termo web 2.0 foi criado em 2003, por Tim O’Reilly, das empresas O’Reilly Media e MediaLive International. Não podemos deixar de lado, outro fenômeno que observamos na web 2.0. Com a proliferação dos blogs e a rede social, surgiu o meme - ou a

reprodução de conceitos - de blogs para blogs. A palavra vem da biologia, mais especificamente da genética. Com o fenômeno das memes, os blogs passaram de formadores de opinião à informadores. Não era raro surgir uma informação primeiramente nos blogs, três dias depois nos portais de notícias e uma semana depois na mídia impressa. Os blogs, principalmente os blogs verticais de comunicação, marketing e tecnologia tiveram um impacto forte e inevitável no planejamento de comunicação e marketing. E a internet passa de mídia de apoio à mídia principal nos planejamentos. Nos dias de hoje o marketing digital está incluído em todo planejamento de marketing que se preze, sendo às vezes lançado primeiro no ambiente virtual para blogueiros formadores de opinião, que geram o chamado buzz marketing, ou o marketing de barulho, que acaba se tornando viral, com reproduções geométricas em minutos, seja via blog, email ou comunicadores simultâneos, como o msn. Todas as evoluções aliadas à iniciativa do internauta em ajudar a gerar conteúdo e interagir com sites/empresas e produtos, culminou na transformação da maneira com que os internautas se comunicam com marcas, empresas e notícias, permitindo a criação de seu próprio meio de comunicação, o blog, que evoluiu de “diário virtual” para um dos meios mais influentes e transformadores da comunicação corporativa de 2006 para cá. Com isso, blogueiros mais expoentes da blogsfera passaram a ser utilizados em ações off line integradas com o mundo virtual e com isso ampliou-se o poder de suas blogagens, tornandoos o que hoje já é considerado Editor de Conteúdo. Ouvi o termo ao entrevistar a Sam Shiraishi, ela própria uma referência na blogsfera. Ela tem um small home office e é editora de conteúdo para três blogs. Além de pautar e antecipar informações, é remunerada por isso.

Para nós, profissionais de comunicação, as novas mídias possibilitaram visibilidade. Através de blogs, podcasts, twitter, formspring, videocast e participação em redes sociais, podemos mostrar nossos pensamentos e divulgar nosso trabalho. O poder de influência é medido por troca espontânea de links com outros blogs, por seguidores no twitter, por retweets e divulgação de seus pensamentos na internet. Isso está gerando outro fenômeno na rede, o crowdsourcing, a criação de conteúdo por um grupo de pessoas, como é o caso do A Bordo da Comunicação. Temos uma equipe formada por estudantes, recém formados e profissionais com anos de “janela”, como eu. Os experimentos com editores de conteúdo não param. Recentemente, o Relações Públicas Rodrigo Cogo, juntamente com Suzel Figueiredo, dividiu o texto de Suzel em uma postagem que se completava em sete blogs diferentes. o primeiro no blog O Cappuccino , o segundo está no blog Gecorp , a terceira parte está no blog Ser.RP , a quarta leia no blog Clube do RP , o quinto dito está no blog Comunicação Empresarial, o sexto no Oras Blog! E o sétimo e último no Comunicaçãoetc. Outra ação foi do blog RP na moda, em que a editora de conteúdo, Joyce Melchior, convidou a mim e ao Christiano Vidal para comentarmos o post. Nossas opiniões sobre a ação da marca de lingerie Bravissimo com mulheres reais, foi inserida na postagem dela sobre o assunto. Para mim, o futuro da blogsfera é esse: crowdsourcing. Cada vez mais haverá união de pessoas em diferentes locais, com interesses comuns, trazendo informações e conteúdos, em novos formatos nos blogs. Posso dizer que o mais interessante dos blogs hoje em dia é o diálogo que se estabelece. Dentro de cada post é criada uma nova discussão sobre o assunto, motivado pelos comentários de quem leu. Isso é o máximo!

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Aqui o aluno ensina A revista A Bordo da Comunicação propõe com esse espaço dar voz ao aluno. Neste espaço divulgaremos artigos escritos por alunos das faculdades nacionais, dentro do conteúdo de cada revista. O A Bordo da Comunicação foi desenvolvido por alunos, e agora somos uma mescla de profissionais e estudantes. Temos em mente que todos têm o que ensinar, por este motivo abrimos este espaço e se você estudante de comunicação quiser participar, entre em contato conosco pelo email: contato@abordodacomunicacao.com.br

Edição #2 Tema: Imagem e opinião pública nas novas mídias Padrão Caracteres: 3.000 até 5.000 Descrição: 340 a 440 caracteres

Deadline : 7 de junho Os textos serão selecionados conforme o tema da revista e devidamente revisado pela equipe do A Bordo da Comunicação

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Gerar conteúdo, produzir conhecimento e disseminar as Relações Públicas

Fábio Procópio é graduando do curso de Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas – Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho”- UNESP/Bauru. Já foi Diretor Administrativo da Empresa Júnior de Relações Públicas – RPJr e

Espaço Aluno

atualmente é bolsista do Projeto de Extensão Universitária, na Assessoria de Comunicação e Imprensa da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP/Bauru.

ma i l : fab i o p r o c o p i o@ gma il.com t w i t t e r : @ fa b i o p r o copio

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“Gerar conteúdo na web 2.0 é fazer parte de um mundo muito rápido, propício a muitas críticas e à construção coletiva. Muitas pessoas - mais do que imaginamos - ainda são avessas ao universo da “comunicação na nuvem digital” Falar em comunicação é falar em relacionamentos, em inovações, em conteúdo e em pessoas. É passar a olhar estrategicamente até para os relacionamentos familiares e para as nossasatitudesemrelaçãoàuniversidade, futuro, amizades e por que não, ao lazer, entretenimento e momentos de descanso. A comunicação – apaixonante e obscura; falante e invisível; antiga e inovadora – prova a cada dia que o seu futuro é desenhado pela atuação de seus profissionais no mercado, por seus estudantes nas universidades e por pessoas que fazem dela seu modo de vida e trabalho sem nunca terem passado por uma experiência acadêmica – e sim por terem o dom de comunicar e fazer do conjunto de ações e palavras a verdadeira comunicação. Atualmente estou no último ano do curso de comunicação social com habilitação em Relações Públicas na UNESP, campus de Bauru/SP, e tenho um blog HTTP:// fabioprocopio.wordpress.com.Nesteblog discuto sobre comunicação, marketing, tendências em relações públicas e assuntos relacionados às novidades da internet. Gerar conteúdo na web 2.0 é fazer parte de um mundo muito rápido, propício a

muitas críticas e à construção coletiva. Muitaspessoas-maisdoqueimaginamos - ainda são avessas ao universo da “comunicação na nuvem digital”- dizem que não substitui o aprendizado em sala de aula, tampouco em escritórios e em grandes organizações. Digo que pensar coletivo é pensar o global em assuntos locais; é poder pensar complexo o assunto visto como simples – é fazer do singular o momento da pluralidade de conhecimento e construção. Escrever, ler e discutir sobre comunicação virou um mecanismo de busca por conhecimento, a partir do momento em que criei um espaço para pensar as relações públicas de um modo com que estudantes, profissionais e até minha família pudessem saber um pouco mais sobre o que estudo e sobre o que espera meu futuro profissional. O ambiente digital, com diversas plataformas e blogs que contribuem para a disseminação de conteúdos de RP, trouxe uma nova perspectiva de busca e produção de conhecimento/informação na área.

por construção e aplicação de teorias profundas para pensarmos a nossa atuação profissional. A complexidade da comunicação está alocada em cada gesto, em cada estratégia e em cada público que nos dirigimos em diferentes ações. Faça parte desse mundo! Contribua com aconstruçãodeconteúdoedisseminação de nossas teorias e pensamentos – fazer e pensar as relações públicas complexas é estar aberto à pensar estrategicamente e mergulharmos na reflexão de uma possível comunicação democrática e focada não só em resultados, mas sim em conhecimento, melhoria em relacionamentos e em novas perspectivas para questões já esquecidas. Escreva, divulgue, comente e contribua com a nossa profissão. Seja um “evangelizador” de suas próprias dúvidas e contribuições para as relações públicas.

O A Bordo da Comunicação está aqui para provar que a necessidade de implementação de um novo meio de divulgação de produção de conteúdo em comunicação é necessária. Acredito na participação massiva de estudantes e profissionais envolvidos na área, para que cada vez mais possamos discutir e construir uma carreira através de diálogos, problematizações profundas e democráticas – partindo do pressuposto de que as relações públicas se constroem através de idas e vindas, trocas de experiências e diferentes olhares sobre a mesma questão.

“A complexidade da comunicação está alocada em cada gesto, em cada estratégia e em cada público que nos dirigimos em diferentes ações.”

Hoje o A Bordo abre mais um espaço de publicação de matérias, artigos e depoimentos e faz com que nossa profissão seja mais divulgada, falada e principalmente pensada. Estarmos alocados no âmbito das ciências sociais aplicadas nos faz sermos responsáveis

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A Tecnologia a favor da Comunicação

Andréa Gomes

Espaço Aluno

estudante do 7º período do curso de Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas da Escola Superior de Relações Públicas (Esurp) em Recife/PE. Trabalha como Assistente de Relações Públicas no setor de Comunicação e Marketing da Farmácia Roval de Manipulações, é responsável pela implantação e monitoramento das redes sociais da empresa.

ma i l : d e d e ag o m e s @ ho tma il.co m t w i t t e r : @ A n d re a _ Gomes

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 O crescimento da internet nos trouxe muitas facilidades e ocasionou um aumento significativo de usuários. A 5ª pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, publicada em abril de 2010, intitulada “Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação no Brasil aponta que somos mais de 66 milhões de usuários da Internet.

“O usuário, quando está conectado, tem basicamente três desejos, três necessidades: informação, diversão e relacionamento.”

quantidade crescente de opções que permitem a interação O acesso mais rápido às informações das pessoas de diversas e o volume com que elas são formas e, consequentemente, publicadas proporcionaram a nós, trouxeram para o estudante de estudantes, a oportunidade de nos comunicação a possibilidade do mantermos sempre atualizados. O compartilhamento de experiências usuário, quando está conectado, e até oportunidades no mercado tem basicamente três desejos, de trabalho. três necessidades: informação, diversão e relacionamento. Somos conhecidos como a geração “Y” e segundo Sidnei Oliveira, autor A Web 2.0 nos proporcionou a do livro “Geração Y: o nascimento possibilidade de interação, nos de uma nova versão de líderes” integrou ainda mais e nos deu a nos caracterizamos pela constante oportunidade de nos relacionarmos busca por desafios, tendemos a com estudantes e profissionais dos demonstrar maior produtividade mais diversos lugares. As redes quando somos colocados em sociais formam um fenômeno em desafios que demandam alta constante ascensão, e, por serem criatividade. Realizamos várias colaborativas em essência, estão atividades ao mesmo tempo, em constante transformação. buscamos a satisfação imediata e o acesso irrestrito a qualquer tipo Orkut, Facebook, Formspring, de informação. Twitter, blogs, reúnem milhões de membros. O Orkut ainda se Por se tratar de uma novidade, caracteriza como a rede social de as faculdades de comunicação maior popularidade no Brasil. O estão se preparando para atender Facebook é a rede social de maior a essa demanda que só tende a popularidade do mundo. Enquanto crescer. Cursos de pós-graduação isso, o Twitter, uma rede de já são oferecidos. Os cursos de mensagens de até 140 caracteres graduação em comunicação estão chegou a marca dos mais de 180 se adaptando a essas mudanças e milhões de visitantes únicos por acrescentando às suas disciplinas mês desde a sua criação, em março essa nova tendência. Um exemplo de 2006, segundo Biz Stone, um disso foi visto em uma disciplina dos responsáveis pela criação da que cursei chamada Planejamento ferramenta. de Campanha em Relações Públicas. Tínhamos que elaborar As redes sociais possuem uma uma campanha baseada em um

tema determinado. Na elaboração das estratégias para divulgação da campanha percebemos que muitas equipes ainda recorreram às antigas práticas de divulgação: panfletos, faixas, banners, site, rádio, TV. A professora, antenada às novas tendências nos sinalizou sobre essas novas mídias e que poderiam agregar muito à divulgação sem que precisássemos disponibilizar muitos recursos. Criamos uma estratégia de mídia online onde captamos simpatizantes pelo twitter, Orkut e tivemos um retorno extraordinário. Com o surgir da Web 3.0 que nos proporcionará uma interação única e personalizada, cabe a nós, futuros comunicólogos, por entendermos que “a comunicação integrada é uma filosofia que direciona a convergência das diversas áreas da comunicação, permitindo uma atuação sinérgica” (Kunsch, 2003, Planejamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada), estarmos sempre atualizados e atentos a essas novas tendências e sabermos captar dela as oportunidades que nos oferecerem.

“As redes sociais possuem uma quantidade crescente de opções que permitem a interação das pessoas de diversas formas e, consequentemente, trouxeram para o estudante de comunicação a possibilidade do compartilhamento de experiências e até oportunidades no mercado de trabalho. “

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Entrevista

Edney Souza Edney Souza – ou @interney –, é sócio e Diretor de Operações da Polvora! Comunicação, agência especializada em mídias sociais. Fundador do Portal Interney Blogs e um dos primeiros blogueiros do Brasil a ganhar dinheiro e se manter apenas com a internet. Também é Blogueiro, Sociólogo, Poeta, Cervejeiro, Dublador, Analista de Sistemas, Publicitário, Filósofo e um dos Empresários mais lembrados da Internet Brasileira.internet.www.interney.net/

@interney

A Bordo da Comunicação: No início desse século, uma das mídias mais populares que teve bastante crescimento foram os blogs, principalmente os pessoais que acabaram por ser um forte meio de expressão pessoal na rede. Com o passar do tempo se tornaram uma grande ferramenta de comunicação. Você como um dos pioneiros dos blogs no país, e criador do BlogFAQ, qual é o valor dos blogs nas mídias sociais nos dias atuais pra você?Com o avanço da tecnologia, e o crescimento das mídias sociais, novas ferramentas surgem a cada dia sendo difícil o acompanhamento delas. Mecanismos que tem a mesma base aparecem com novidades sendo introduzidas na rede a cada segundo. Como um profissional de mídias sociais pode estar atento? E como eles podem saber quais tendências serão aproveitadas de forma satisfatória? Edney: Em primeiro lugar o profissional de mídias sociais tem de entender quais são os conceitos que regem essas ferramentas, mídias sociais sempre são sobre relacionamentos e compartilhamento mediados por computador. Em segundo lugar ele tem de ser usuário dessas ferramentas, é diferente usar e ser usuário, se você acha as ferramentas entediantes jamais conseguirá fazer bom uso delas. Se a ferramenta não é destinada a seu público alvo entre em contato com os apaixonados por ela e descubra o que os seduz, entendendo o comportamento que existe por trás da ferramenta você será capaz de avaliar seu sucesso ou não.

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A Bordo da Comunicação: Pela sua história, você teve contato com o crescimento da internet no Brasil, e isso foi um fator importante para o seu sucesso por sempre estar em contato com as novas tendências e novidades. A geração atual de estudantes de comunicação cresceu praticamente em uma nova era da tecnologia voltada completamente para computadores e suas ferramentas essenciais. Dessa forma, você acredita que esse contato desde cedo colabora e incentiva o estudo das mídias sociais pelos jovens estudantes? Ou exatamente pelas redes sociais se tornarem tão comuns, o verdadeiro valor pode ser perdido com essa facilidade de acesso e popularização? Edney: Em 2007 quando eu falava com um grupo de estudantes a minoria tinha um blog, ou tinham vergonha de admitir que tinham um, apesar de que, desde 2003, quase todos os colunistas d’O Globo tinham blogs. Hoje criar um blog é exercício em algumas disciplinas. Mesmo com diversas ferramentas sociais surgindo o blog é a principal forma de expressão escrita, todo profissional de comunicação que escreve profissionalmente deveria ter um. Acredito que a facilidade de acesso pode banalizar a verdadeira importância dessas ferramentas, mas na maioria das vezes o motivo é que esses profissionais não gostam de escrever e fazem-no apenas por obrigação profissional. Temos profissionais de comunicação que não gostam de se relacionar, ainda são influenciados pela comunicação de mão única, sonham em trabalhar com a comunicação unidirecional. Infelizmente são jovens que ainda não entenderam as transformações do mundo em que vivem.

A Bordo da Comunicação: As mídias sociais estão crescendo e com ela chega uma nova demanda de profissionais. Pra você como é esse profissional? Edney: Tem de ser alguém que consiga enxergar a comunicação da perspectiva de relacionamentos, que entenda as paixões envolvidas no compartilhamento de idéias e troca de informações. Que tenha a mente aberta e empatia para entender os sentimentos e comportamentos de fãs e usuários de diversas ferramentas. Se você trabalha com comunicação tem de estar aonde o público alvo está, falando a língua deles, é preciso ser poliglota em tempos de tantas tribos digitais.

“Mesmo com diversas ferramentas sociais surgindo o blog é a principal forma de expressão escrita, todo profissional de comunicação que escreve profissionalmente deveria ter um.”

A Bordo da Comunicação: A Bordo da ComunicaçãoQuais são os requisitos mínimos para uma pessoa trabalhar com as novas mídias? Edney: Estar online 24 horas, conhecer e usar as ferramentas sociais e entender a linguagem dos nativos digitais. Não se assuste quando perguntarem qual é a sua @, basta responder qual é usuário do seu twitter.

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A Bordo da Comunicação: Sempre estamos tendo notícias de eventos sobre midias sociais, internet e comunicação. Com a sua experiência, qual deveria ser a segmentação para os novos eventos sobre internet e mídias sociais aqui no Brasil? Falta algum conteúdo abordado, ou tem sido de maneira satisfatória tanto para os palestrantres, quanto para os participantes? Edney: Faltam eventos para discutir aspectos avançados da comunicação digital, existem muita discussão e pouca prática, recentemente participei de eventos onde todos eram profissionais de comunicação interessados em novas mídias, mas ao fazer algumas perguntas você vê que poucos estão trabalhando com essas novas mídias e poucos acompanham os cases do setor. Ainda estamos numa fase de descobertas.

“Se você trabalha com comunicação tem de estar aonde o público alvo está, falando a língua deles, é preciso ser poliglota em tempos de tantas tribos digitais.”

A Bordo da Comunicação: Você acredita que hoje as faculdades preparam os estudantes para esse novo mercado? Edney: Quando falamos de graduação vejo mais o esforço isolado de alguns professores do que das instituições de ensino em si, desconheço iniciativas para se remodelar os cursos, a desculpa pronta é “temos a disciplina de novas mídias”, porém é uma única disciplina para se discutir mais mídias do que horas aula disponíveis no ano. E as demais disciplinas envolvendo pesquisa, apuração, planejamento, etc. Raramente dão conta de abordar essas novas perspectivas. Já em cursos de especialização há uma preocupação constante de preencher essas lacunas da graduação, infelizmente tem gente que já vem com uma mente tão arcaica que, apesar de jovem, demora a entender novos conceitos.

ABordodaComunicação:Você acha que só entender do funcionamento do Twitter, Facebook. Blog e Orkut, o estudante está pronto para trabalhar com as novas mídias? Edney: Entender o funcionamento de uma máquina de escrever não faz de você um ótimo escritor, entender o funcionamento de um computador não faz de você um ótimo desenvolvedor, é preciso saber manuseá-las com habilidade para criar obras que despertem o interesse do público alvo. E nesse processo conhecer a mente do público e tão ou mais importante do que conhecer a ferramenta.

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A Bordo da Comunicação: Qual é a grande qualidade de um profissional que trabalha com as mídias sociais?

“Já pedi até pizza pela internet, não virou um hábito, ainda prefiro o telefone, mas foi uma experiência que me ajudou a entender o universo digital.”

Edney: Basicamente as mesmas qualidades de outros profissionais de comunicação, a diferença é o meio e as ferramentas, e por conta disso você precisa de grande habilidade com internet e ferramentas de mídias sociais. Antes de ser um bom profissional de mídias sociais você tem de ser um bom profissional de comunicação, seja em jornalismo, seja em publicidade. Se já cumpriu essa etapa então mergulhe na rede, viva conectado 24 horas, compre um celular com acesso a web e um notebook/netbook c/ conexão 3G para morar na sua mochila. Tente fazer tudo pela internet nem que seja para experimentar ou se divertir. Já pedi até pizza pela internet, não virou um hábito, ainda prefiro o telefone, mas foi uma experiência que me ajudou a entender o universo digital.

A Bordo da Comunicação: O acúmulo de informação na internet tem sido um dos grandes problemas da comunicação digital. Os perfis de blogs e twitters passam a ser procurados de acordo com os filtros próprios que cada um desenvolve com relação a essas informações. Os leitores estão cada vez mais exigentes, buscando conteúdo bem estruturado e diversificado, mas também de forma prática e direta devido a falta de tempo do mundo atual. Assim, qual seria o manual básico de blogueiros e twitteiros de plantão para poderem se tornar esses “filtros de informação”? Edney: Antes de mais nada é preciso entender o seu papel. Existem 2 perfis importantes dentro desse conceito, os criadores e os curadores. Se você é um criador de conteúdo sua taxa de sucesso vai depender muito do seu estilo, sacrificar sua forma de trabalho para se tornar mais popular pode eliminar seus poucos fãs genuínos e transformá-lo em mais um na multidão. Se você é um curador de conteúdo é preciso ler muito e por em prática o que você lê. Não adianta compartilhar um monte de links interessantes se você não entende como isso funciona na prática. As pessoas estão interessadas em informação útil, que vai afetar seu dia-a-dia. Não estou dizendo que links curiosos e divertidos não tenham seu espaço, alguns dos blogs e perfis de maior visitação são aqueles que compartilham links desse tipo, porém os criadores desse tipo de links em geral têm mais audiência do que os curadores. Se você é do tipo que encontra assuntos interessantes e os adapta para sua audiência, não se iluda, apesar de criar posts a partir do zero, com suas próprias palavras, você é um curador de conteúdo, as idéias e descobertas ali raramente são suas, no máximo você está ensinando a usar uma ferramenta que outra pessoa criou, ela é a criadora, não você.

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Fórum

A Bordo da Web 2.0 Corporativa O Fórum A Bordo da Web 2.0 Corporativa foi realizado por nós, marinheiras e marinho do A Bordo da Comunicação, com o propósito de reunir e propagar leitores. Para discutir o tema o fórum teve a presença de 4 palestrantes » Gil Giardelli; Carolina Terra; Mauro Segura e Lígia Dutra. O Fórum foi realizado na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. E teve como patrocinadores a Editora Summus, Editora Saraiva e a Universidade Metodista de São Paulo. Tiveram presente no fórum 105 pessoas. Dando início ao Fórum o palestrante Gil Giardelli, com fala sobre: “O que significa inovação digital?”

- Colaboração - Comunidade - Comércio. Temos que ter em mente: “somos o que compartilhamos”. Somente 1% das pessoas conectadas produz conteúdo, 4% replicam e 95%, apenas observam. Gil deixa claro – e nós da Equipe do A Bordo da Comunicação enfatizamos – gere conteúdo, escreva, não quer fazer um blog? Mande para o A Bordo ou outros blogs com os quais você se identifique que aceitem textos colaborativos e o seu conteúdo será publicado.

Temos muito que acompanhar: canais de televisão, blogs, jornais, twitter, como fazer isso?

A internet deu tão certo porque trouxe aquilo que a realidade já não conseguia nos oferecer: tempo e espaço para nos comunicarmos e termos autonomia.

Gil Giardelli nos mostrar alguns exemplos de como inovar no ciberespaço. Explica ainda que na internet termos 4 C´s

As empresas não podem ter mais a percepção de bombardear os consumidores. Somos pessoas, não consumidores.

- Conteúdo

Temos que saber usar o ciberespaço – não desmerecendo, mas um técnico de futebol ter 1.358.735 seguidores no twitter, enquanto o Fora Sarney tem 13.037, é não saber o que queremos.

A tripulação do Primeiro Fórum do A Bordo chegou a 105

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 A palestra do Gil é rica em informações. Ele falou de diversas redes, desde o Livemocha – Índios Online (criada por índios após a Campus Party), ao Enjoei, A excelente apresentação de Gil Giardelli está disponível em: htt p : / / w w w. s l i d e s h a re . n e t / gilgiardelli Em seguida, a palestrante Carolina Terra falou sobre: “Blogs corporativos e mídias sociais: novos olhares sobre o que sabemos de comunicação”. Carol trouxe muitos exemplos de redes sociais no Brasil.

interatividade, colaborativa!

construção as empresas é caótico e muitas delas acham que as controlam ao bloqueá-las, mas conversas Mas existem desvantagens de de corredor podem ser muito ter um blog corporativo como a mais “perigosas”. Uma pesquisa geração de conteúdo ofensivo, realizada pela Universidade ausência de controle e filtros. de Melbourne. Mostra que os O terceiro palestrante foi Mauro funcionários que usam redes Segura, que apresentou o Case sociais no trabalho são 9% mais “IBM do Brasil na inserção no produtivos que aqueles que não mundo colaborativo”. usam!

A IBM começou a investir nesse segmento em 2005, quando poucas organizações tinham esta preocupação. Mauro mostrou dados da empresa. E mostrou como uma empresa Antes de qualquer coisa vale a deve pensar ao entrar no mundo pena conferir o primeiro vídeo colaborativo. que ela passou, trazendo alguns números da internet. Ele explica na pirâmide, que a empresa deve escalar para chegar O vídeo já nos deixa bem claro a excelência e entrar na WEB. o quanto tudo foi modificado. A Pesquisadora, Carol Terra, fala Tudo começa pela cultura da sobre as marcas que estão sendo organização, é a base, todos devem atacadas o tempo todo. Estão se saber da importância de colocar preocupando até em colocar fontes a empresa nas redes sociais e nos anúncios para não terem outros. Depois é controlar o caos problemas com cobranças, ou da abertura para o uso de redes acharem algum tipo de ‘plágio’. As sociais nas organizações. Trabalhar empresas estão sendo totalmente com a colaboração de todos os minuciosas com a chegada das funcionários, principalmente da redes sociais. alta hierarquia. Ter a ciência de onde entrar, em quais comunidades Carol foca a palestra em blogs pode ser explorada a marca. E por corporativos.Por que os blogs se fim o conhecimento de todo o tipo destacam em relação aos meios de inovação e do seu público. tradicionais de comunicação? Velocidade e Interatividade. Isso é a descentralização da comunicação, o fenômeno dos 5 “Os blogs corporativos que C’s dentro das organizações. não permitem comentários ela sente informar são somente Qualquer ambiente colaborativo, um site! Blogs têm que permitir liberado – acesso às redes – para

A quarta e última palestrante foi Lígia Dutra, que falou sobre sua especialidade – E-commerce e redes sociais. Lígia começou falando sobre o que é comércio e comércio eletrônico, pedindo sugestões da platéia, pois muitos pensam que o e-commerce é somente a venda pela internet, sendo que isso é somente a ponta do iceberg. Também explicou as diferenças entre loja virtual e loja física. Uma palestra bastante interativa. Para finalizar, Lígia explicou como funciona a byMK, empresa de moda pela qual ela é responsável. Os usuários da rede podem criar diversos looks por meio de peças disponibilizadas por empresas parceiras, sendo que estas mesmas peças podem ser adquiridas posteriormente, também pela internet. O site é um sucesso. O Fórum foi um sucesso. Grandes profissionais palestrando, platéia foi interativa e participativa, houve cobertura do fórum pelo twitter. Fiquem atentos, pois o segundo fórum já está sendo programado.

Fiquem de olho no blog para maiores informações sobre o 2º Fórum A Bordo na 1ª quinzena de Agosto w w w . a b o r d o d a c o m u n i c a c a o . c o m . b r

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O A Bordo da Comunicação incentiva a pratica da propagação da informação. Além de elaborarmos fórum para discussão e disseminação da informação, nós participamos de eventos para agregarmos valores e passar o que anda acontecendo no mundo da Web e da Comunicação para nossos leitores. Neste sentido deixamos aqui dicas de eventos que participaremos.

IV ABRAPCORP 2010

A Abrapcorp, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS) e a Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico/UFRGS), convidam para o IV Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e Relações Públicas. A programação contará com painéis, conferências com convidados internacionais, seis Grupos Temáticos e o III Fórum de Debates sobre Comunicação Organizacional e Relações Públicas.

Tema: Comunicação pública: interesses públicos e privados Data: 20, 21 e 22 de maio Onde: PUCRS e UFRGS - Porto Alegre Infos: http://www.abrapcorp.org.br/congresso2010/

Social Media Brasil

O Social Media Brasil 2010 será o principal evento do ano como fonte de discussão, conhecimento, provocação e reflexão do mercado sul-americano de mídias sociais e marketing digital. Terá mais de 36 palestras e debates, sendo 6 internacionais, em 3 espaços simultâneos. O evento busca consolidar o mercado de social media no Brasil trazendo os melhores estrategistas e pensadores em um ambiente único, proporcionando conhecimento, interação, diversão e networking.

Tema: Mídias Sociais Data: 24 e 25 de junho Onde: Teatro Frei Caneca - São Paulo Infos: www.socialmediabrasil.com.br/

Bate-Papo Sobre E-commerce

Bate papo com profissionais focado no desenvolvimento do comércio eletrônico brasileiro.

Tema: E-Commerce Data: 24 de abril Onde: Auditório da 116ª Subsecção do Jabaquara da OAB - São Paulo Infos: http://batepapoecommerce.ning.com/

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#blogabordoindica Blog de Relações Públicas do Sul do País com grande repercussão nacional @ocappuccino O Cappuccino web: http://www.ocappuccino.com/

Perfil do blog www.midiassociais.net por Ricardo de Paula, estudioso dos impactos das midias sociais nas organizações e sociedade @redes_sociais Ricardo de Paula web: http://www.midiassociais.net/

Autora, professora, consultora e pesquisadora de cibercultura e comunicação. Também se perde em ficção cientifica, música e cultura pop @adriamaral Adriana Amaral web: http://palavrasecoisas.blogspot.com/

Referência nacional em Marketing Digital, é professor da #posmktdig, consultor e palestrante. @ninocarvalho Nino Carvalho web: http://godfathertheblog.wordpress.com/

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Web 2.0 como ferramenta estratégica | Abril - 2010 Editor do blog Dossiê Alex Primo; pesquisador sobre cibercultura, escrevendo sempre sobre os aspectos sociais da tecnologia @alexprimo Alex Primo web: http://alexprimo.com

RP especialista em Gestão de Negócios, atuando na área de Análise de Relacionamentos @rcamposrp Ricardo Campos web: http://ricardocampos.wordpress.com/

Um dos maiores estudiosos e especialista em Digital Branding do Brasil.

@digitalbranding Gabriel Rossi web: http://gabrielbranding.com.br

Professor, pesquisador, consultor e estrategista de mídias digitais e comunicação em mídias sociais @ericmessa Eric Messa web: http://ecode.messa.com.br/

Diretora de tecnologia da New Media Developers. Professora dos cursos de MBA e pós-graduação da BSP - Business School SP @marthagabriel Martha Gabriel web: http://www.martha.com.br/

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O A Bordo da Comunicação ‘FEEDeliza’ os blogs e portais agregadores de conteúdo dentro do mundo da Comunicação. Em todas as edições indicaremos alguns FEEDs de nossa lista para o leitor continuar a bordo do bom conteúdo

.mkt

Ponto Marketing

Mídia Boom

O blog Ponto Marketing surgiu em setembro de 2009 para divulgação ideias e dos serviços do consultor de marketing e blogueiro Gabriel Galvão, pernambucano, 27 anos. O Ponto Marketing fala, além de marketing, sobre consultoria, blogs, redes sociais, gestão, café, vendas e resenha de livros. É postado um artigo durante os dias úteis da semana, mas, em casos excepcionais, também são feitas postagens aos sábados. Também é aberto espaço para publicação de artigos de autores de blogs que tenham ligação com os assuntos abordados no Ponto Marketing. O blog está integrado com o Twitter através do perfil @pontomarketing, onde fornece diariamente links para muitos artigos e amplia o relacionamento com seus visitantesesãofeitaspromoçõesdelivros.

O Mídia Boom nasceu através da necessidade de um canal na internet brasileira para tratar basicamente sobre Comunicação Digital com ênfase em Mídias Sociais associadas às campanhas de Marketing. Foi construído com a idéia de simplicidade, conteúdo colaborativo e abrangente, possuindo um público bem segmentado, formado essencialmente por profissionais de comunicação e estudantes, todos em busca de aprendizado e informação constante sobre esse novo nicho de divulgação. Comandado por Chico Montenegro ( @srchico ) é formado pelo comprometimento de seus colaboradores, que acreditam que o aprendizado é maior quando estão abertos a ouvir e compartilhar informações um com os outros.

www.pontomarketing.com @pontomarketing

www.midiaboom.com.br @midiaboom

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Nós da Comunicação

www.nosdacomunicacao.com

@noscomunicacao

Na definição de Paulo Querido, um dos principais consultores de comunicação e novas mídias em Portugal, o Nós da Comunicação é ‘uma publicação brasileira que é também uma comunidade, ou vice-versa’. Espaço aberto para compartilhar conhecimento e multiplicar tendências e reflexões, no Nós da Comunicação você encontra conteúdo relevante em forma de reportagens, entrevistas, chats, vídeos e artigos sobre assuntos estratégicos nas organizações, universidades e no mercado em geral, além da agenda de cursos, prêmios e eventos do universo da Comunicação.

Midias Sociais Blog

Gestão Feminina

O fundador do Blog Mídias Sociais é o Publicitário Israel Degásperi- @ idegasperi. Em Setembro de 2008, Israel fez sua pós graduação em Novas Mídias, e decidiu criar um blog e se dedicar totalmente às mídias sociais. O blog tem o foco em Mídias Sociais, produz artigos próprios e também aceita artigos de leitores. Além do Israel que é editor, o blog conta com dois Colaboradores, Mariana Oliveira - @marianarrpp e Tarcízio Silva - @tarushijio.O blog já evoluiu muito, é o segundo em pesquisa no Google sobre Mídias Sociais, perde somente para o wikipedia e a equipe está trabalhando para melhorar ainda mais. Em breve o blog estará com todo o layout reformulado e de marca nova. Existem projetos bacanas no forno que ainda não podem ser divulgados. Sim, a ideia é deixar vocês curiosos.

O Blog Gestão Feminina surgiu em 8 de março de 2009 movido pelo ideal das jornalistas Renata Alves (Re Alves) e Laryssa Martins em criar uma comunicação que atenda à parcela feminina que tem em sua rotina profissional a tomada de decisões e a gestão de pessoas e processos. Com matériasvoltadasaoempreendedorismo, negócios, marketing e oportunidades de atualização profissional, o Blog Gestão Feminina tem o papel de contribuir para estimular mulheres de todas as idades e classes sociais a buscarem a liderança profissional em suas vidas, ou seja, empreender. O blog faz parte do projeto Gestão Feminina, que também inclui uma Rede Social (gestaofeminina.ning. com), que congrega empreendedoras de todo o Brasil para a troca de idéias e experiências, incentivando a formação de parcerias e novos negócios.

midiassociais.blog.br @midiasblog

gestaofeminina.wordpress.com @gestãofeminina

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