Cadernos do Arquivo Municipal n.º 9

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05-07-2011

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noção de forma, através da tentativa de criação de um sistema de uma metalinguagem projectual, expressa em esquemas analíticos (notação espacial integrada) e visões parcelares, conjunto de meios que se tiveram como capazes de fornecer aos projectistas uma como que cidade virtual, preexistência urbana fictícia, que orientaria e condicionaria os projectos, sem limitar a capacidade de expressão formal de cada projectista. Neste actuar com o tempo enquanto variável de planeamento e projectação, procurava-se por um lado enraizar à partida o organismo urbano Telheiras e evitar o caótico das fases intermédias do seu desenvolvimento progressivo” 15. O decurso deste plano acabaria por não corresponder, na prática, a todos os objectivos enunciados. Nesta época posterior à Revolução de 1974, as políticas conjugadas entre Câmara e Governo Central conferem, entretanto, uma atenção ao problema da habitação social - cooperativas de habitação económica, processo SAAL (Serviço Figura 23a, 1960 "Estudo de urbanização da célula 4 da malha de Telheiras”, planta, esc. 1:1000, ass. arq. Lima Franco, arquitecto de Apoio Ambulatório Local) - (bairros das A. Tudella, eng. chefe (ass. ilegível), 22-6-60. Figura23b, "Estudo de urbanização da célula 4-1 da unidade de Telheiras”, planta perspectiFonsecas/Calçada, de D. Leonor, do Monte vada e perfis, esc. 1:1000 e 1:1000, ass. arq. Lima Franco, arquitecto A. Tudella, eng. chefe (ass. ilegível). Portugal, Arquivo Municipal de Lisboa, Arquivo do Arco do Cego. Coxo, da Quinta da Bela Flor, da Liberdade, de Carnide), encarando-a segundo pressupostos novos e condicionada pela necessidade de a fazer em maior quantidade e com menores recursos. Designadamente o SAAL foi um programa de apoio à construção de habitação, ao abrigo do qual foram construídos vários conjuntos de bairros sociais ou cooperativos muito diferentes, obras pouco estimulantes, cujas poucas excepções não têm tido porém um tratamento conservador ou preventivo no crescimento das envolventes, de forma a garantir a sua dignidade urbana. Participaram no SAAL arquitectos, engenheiros, juristas, geógrafos e moradores de bairros degradados associados em comissões, animados numa luta por habitação condigna para todos. Sensivelmente ao mesmo tempo, a iniciativa privada, incluindo não só a componente residencial como a hoteleira, promove novos eixos de expansão (Avenida José Malhoa e Olaias) e efectiva a refuncionalização legalizada pela Câmara para o sector terciário (Avenidas Novas).

137 ALMEIDA, Pedro Vieira de - "Telheiras (Urbanização de)". In SANTANA, Francisco; SUCENA, Eduardo, dir. - Dicionário da História de Lisboa. Lisboa: Carlos Quintas & Associados, 1994. ISBN 972-96030-0-6. p. 901-902.

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