V Maria Alexandra Trindade Gago da Câmara | Teresa Campos Coelho
Figura 19 Arco do Marquês de Alegrete. Museu de Lisboa, MC.PIN.1393. Aguarela de Roque Gameiro.
A demolição do palácio seria decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça em dezembro de 1932. Adjudicado à Câmara Municipal de Lisboa, em janeiro de 1946, viria a ser demolido entre agosto e outubro do mesmo ano86 (Fig. 20).
Sacrificado pelo confronto entre núcleo histórico e a expansão da cidade, o Martim Moniz ocupado por construções provisórias seria uma imagem que duraria perto de 50 anos não perdendo nunca o estigma de área “martirizada”, mesmo após as tentativas de renovação do espaço87, e do novo olhar que a reabilitação urbana traria sobre a cidade histórica88.
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SILVA, A. Vieira da, ob. cit., p. 14.
Em 1958 seria construído o edifício do Hotel Mundial, com projeto de Porfírio Pardal Monteiro; na década de oitenta, o Centro Comercial da Mouraria dos arquitetos José Lamas e Carlos Duarte; uma década depois seria feito o arranjo da praça, pelos arquitetos Daniela Ermano e João Paulo Bessa. 87
88 Com a criação dos Gabinetes Técnicos Locais de Alfama e Mouraria em 1988 seriam elaborados os respetivos Planos Especiais de Salvaguarda. Os seus regulamentos definiam quatro linhas essenciais de “Protecção activa do Património Arquitectónico” e a Salvaguarda das Edificações, segundo diferentes categorias, que iam desde a protecão parcial às obras de substituição. O regulamento previa ainda obras de correção (elementos arquitetónicos exteriores, volumetria, cérceas) em construções dissonantes, bem como a proteção a “Edificações Especiais que, devido à sua tipologia, dimensão ou interesse arquitectónico, requerem um tratamento especial e casuístico quanto à sua utilização” (Planos Especiais de Salvaguarda de Alfama e Mouraria. Propostas para debate público Câmara Municipal de Lisboa: agosto de 1989).
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