presos e um guarda, doravante homenageados por aquele topónimo. A juntar a estes arruamentos, há ainda a notícia de ter existido uma Travessa Nove de Abril no Bairro da Liberdade, junto à Vila das Águas Livres, em Campolide (que celebrava, como no caso do jardim homónimo, às Janelas Verdes, o dia da batalha do Lys), a qual ainda existia nos inícios da década de 1960 80; não conseguimos, no entanto, identificar com precisão a localização deste topónimo, dado a vila em causa já não existir. Quanto às ruas com antigas designações numéricas, ordinais ou cardinais, podemos enumerar a antiga Avenida D. João I (desde 1948, a Avenida Marconi, no Areeiro 81); uma antiga Avenida D. João II, no Lumiar, situada entre a Alameda das Linhas de Torres e a Travessa do Pregoeiro 82 ou a Estrada da Luz 83, entretanto desaparecida, e cujo nome foi recuperado para uma das vias principais do Parque das Nações; o antigo Largo das Duas Igrejas, assim chamado pela sua localização, entre as igrejas da Encarnação e do Loreto (ou dos Italianos), renomeado Largo do Chiado em honra do poeta António Ribeiro Chiado, em 1925 84; a antiga Cruz dos Quatro Caminhos 85 (depois chamada de Largo do Abarracamento dos Quatro Caminhos 86, ou apenas Largo dos Quatro Caminhos), cujo nome, autoexplicativo, evocava a confluência de quatro artérias nesse lugar 87 – as ruas da Graça, dos Sapadores (anteriormente, a Rua do Abarracamento dos Quatro Caminhos 88), da Penha de França e Angelina Vidal (antigamente, um troço da Estrada do Forno do Tijolo) –, ainda referenciada em 1958 89 mas que acabou por se desvanecer da memória popular, diluindo-se nas ruas confinantes; a antiga Rua ou Azinhaga dos Sete Castelos 90 (presentemente a Rua António Luís Inácio, na Penha de França 91), arruamento que se referia ao lugar do Alto dos Sete Castelos 92, topónimo do termo de Lisboa referenciado, pelo menos, desde 1372, e que sobreviveu até ao final do primeiro quartel do século XX 93; o sítio de Sete Rios 94, um hidrotopónimo que relembra a confluência, nesse local, de vários pequenos ribeiros na região de Lisboa (designadamente, das ribeiras da Falagueira-Benfica e do Lumiar, que aí se uniam na ribeira de Alcântara, a qual fluía pelo vale homónimo até desembocar no Tejo) e que se manteve no nome da estação ferroviária da Linha de Cintura e do terminal rodoviário aí situados, tendo dado nome à antiga Estrada de Sete Rios 95 (entre a Rua de Campolide e as Estradas da Palhavã e das Laranjeiras) e ao Largo de Sete Rios 96, topónimo que subsistiu oficialmente até 197997, quando passou a ser conhecido como Praça General Humberto Delgado (presentemente Praça Marechal Humberto Delgado 98), muito embora a praça seja ainda hoje popularmente conhecida como Sete Rios; a Travessa dos Sete Moinhos 99, no fim da Rua dos Sete Moinhos, em Campo de Ourique, e o Pátio dos Sete Moinhos, na calçada homónima 100, em Campolide, tendo ambos os arruamentos en(80) Câmara Municipal de Lisboa (1962): 58. (81) Edital de 29 de Julho de 1948. (82) Administração-Geral dos Correios, Telégrafos e Telefones (1944): 82. (83) Polícia de Segurança Pública (1958): 114. (84) Edital de 28 de Abril de 1925. (85) Veloso (1864): 44. (86) Veloso (1864): 1. (87) Santana e Sucena (1994): 324. (88) Veloso (1864): 1. (89) Polícia de Segurança Pública (1958): 104. (90) Morgado (1913): 140. (91) Edital de 17 de Outubro de 1924. (92) Sobre a utilização do numeral sete no topónimo Sete Castelos, diz José Pedro Machado (2003: 1340) que, neste contexto, além do valor simbólico do número em si, o sete poderá funcionar como um numeral indefinido, indicando quer multiplicidade, quer uma quantidade indeterminada. (93) Consiglieri [et al.] (1993): 42. (94) Polícia de Segurança Pública (1958): 290. (95) Caldeira (s. d.): 74; Morgado (1913): 140. (96) Caldeira (s. d.): 74; Morgado (1913): 140; Pacheco (1926): 384. (97) Edital de 2 de Fevereiro de 1979. (98) Edital n.º 108/90, de 13 de Dezembro de 1990. (99) Pacheco (1926): 384. (100) Edições Anuário (1984): 306. 75